terça-feira, 24 de dezembro de 2013

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 12º capítulo



Você me prendeu de novo no minuto em que se sentou
O jeito como você morde seu lábio
Fez minha cabeça girar
Depois um drinque ou dois
Fui posto nas suas mãos
Não sei se tenho a força para ficar em pé

(Olly Murs & Flo Rida -Troublemaker)

Luiza

Aproveitando que o Bill tinha ido à casa do Tom no sábado de manhã, fui com as meninas à uma daquelas lojas que vendem coisas de reforma de casa e em outra, com aqueles trens de decoração e afins. Chegando em casa, arrumamos tudo, forrando cada mínimo pedaço do chão com jornais e cobrindo os móveis com panos. Em seguida, começamos a revitalização do quarto. Azar do Bill se não gostasse; Enquanto eu estivesse morando ali, aquele era o meu quarto e, depois que o prazo acabasse, podia até voltar a arrumá-lo como era antes.

A Nicola logo deu um jeito de colocar uma música daquelas mais... Alto astral possível e, depois que cada uma pôs as roupas mais... Velhas e usadas possíveis, começamos com a farra.

          Perto da hora do almoço, a Nicola foi correndo até em casa, buscar uns estênceis e enquanto isso, eu e a Nadine continuávamos a pintar a parede da cabeceira da cama com tinta rosa antigo. Sem que eu percebesse, a Vivi foi se intrometer na história e acabou tomando um pingo de tinta na cabeça. Imediatamente, paramos o que estávamos fazendo e fomos correr atrás dela, para tentar limpar a tinta. Quando a Lola voltou, se juntou à “Caça à Vivi” e, tão logo passamos pelo hall de entrada, a danada da gata correu para a sala de estar e lá fomos nós três, enfileiradas, tentando pegar a felina. De repente, me ocorreu uma coisa. Fiz sinal para as meninas, pedindo que cada uma ficasse numa das entradas e, na primeira oportunidade que tive, fiquei agachada perto do bar e a Nadine me provocou:

          - Só você mesma para ficar nessas posições mais...

Olhei para ela, rindo um pouco, e me aproximei mais do bar. Esperei pelo momento oportuno e, justo quando ia dar o bote, o Bill chegou em casa e a Vivi saiu correndo. Claro que nós três reclamamos e ele aproveitou a chance que teve, num instante mínimo de silêncio, para perguntar:

          - Por que vocês estão vestidas desse jeito?

Gelamos. Respirando fundo, tomei a dianteira e falei:

          - Estamos... Fazendo umas mudanças no meu quarto. Se quiser, antes de eu ir embora, damos um jeito de voltar ao que era.

          - Que mudanças?

          - Pintando uma das paredes, mudando a decoração... - Respondi, morrendo de medo. Ainda mais que ele estava fazendo uma cara de poucos amigos...

          - Podem nos dar licença um instante? - Ele perguntou para as meninas e elas concordaram, subindo as escadas e indo até o meu quarto. Segui o Bill até o estúdio e, assim que fechou a porta, falei:

          - Eu sei que deveria ter pedido sua permissão antes de fazer essa mudança, mas achei que, como você dificilmente entra no meu quarto, não ia se importar.

Continuou me olhando, em silêncio e com a expressão séria.

          - Ai, Kaulitz! Para com essa tromba!

Riu e disse:

          - Só para você saber... Por ter feito essa mudança, você vai ter de dormir comigo hoje.

          - Mas... Tem outros quartos na casa!

          - Eu sei, mas se você pode muito bem facilitar as coisas e passar, pelo menos, essa noite comigo. Quer dizer, no meu quarto.

          - Tá, já entendi. - Falei, segurando o sorriso por causa da falta de graça dele.

          - E tem outra coisa. Os caras vão dormir aqui hoje. A gente já queria começar a falar sobre a reunião da banda e tal. - Não pude disfarçar a alegria que senti.

          - Tá. Tudo bem. Eu durmo no seu quarto hoje. Mas ó... Se comporta, hein?

Concordou, sorrindo. Estava indo até a porta do estúdio quando me chamou de novo. Me virei e disse:

          - Eu estou pensando aqui... A gente tem que suspender a aposta. Pelo menos por enquanto.

          - Achei que já tivesse dito para eles que não dormimos no mesmo quarto...

          - Então...

          - Ai, lá vem...

          - Tenho que ir para Nova Iorque. E queria que você viesse comigo.

          - E por que você tem que ir para lá?

          - Estou cumprindo minha promessa de voltar com a banda. E o Jost vai estar em Nova Iorque. Se quiser, podemos esticar a viagem. E pode chamar as meninas para te fazerem companhia enquanto eu não estiver por perto.

          - E quando você tem que ir?     

          - Daqui a umas duas semanas. A princípio, vou ficar lá por dois dias.

Concordei.

          - Vou falar com as meninas agora mesmo e, dependendo, mais tarde te dou uma resposta.

Assentiu.

De repente, ouvimos uma confusão e imediatamente fomos ver o que era. Não para a minha surpresa, era a Nadine discutindo com o Tom, para variar. Perguntei para o Bill:

          - Você trouxe ele?

Concordou e quando a Di ia aumentando o volume de voz, tive que me intrometer.

          - Oi! Aqui não é a casa da mãe Joana para vocês ficarem bancando as lavadeiras e discutindo nesse volume de voz!

          - É a casa da mãe Luiza. - A Nicola comentou baixo e tive que me controlar para não rir. Dei uma olhada feia na sua direção e ela ficou quieta.

          - Sério, que coisa mais chata vocês ficarem quebrando o pau toda santa vez! Haja saco para aturar essa implicância toda! - Resmunguei e a Di estava de cabeça baixa enquanto o Tom só olhava para ela. - Ou vocês sossegam o facho ou assumem logo que estão que não se aguentam para se pegarem logo de uma vez!

Os dois me olharam e falei:

          - Nem adianta me olhar desse jeito que é verdade! E vem comigo, Roberts!

Rapidamente, a Nicola me seguiu até o quarto e, depois que recomeçamos a pintar, notei que a Vivi finalmente estava ali, sem o pingo de tinta na cabeça e dormia a sono solto.

          - O que foi aquilo, meu Deus? - Disse, rindo, enquanto recomeçávamos a pintar a parede.

          - Cansei desse tesão recolhido dos dois. - Reclamei. - E sabemos muito bem que, se estão nessa picuinha toda, é porque um tá querendo pegar o outro só que não têm coragem. E eu bem sei que a Nadine tá doida para agarrar o Tom.

Ela riu e, naquele exato instante, o rádio começou a tocar um daqueles programas só com músicas “velhas”. A Nadine voltou, com a maior tromba do mundo, exatamente quando começou a tocar “Everybody” do Backstreet Boys. Antes mesmo do refrão, parecia que não tinha acontecido nada e estávamos as três fazendo palhaçada e rindo. Cinco minutos depois, a Nicola teve a brilhante ideia de colocar os meus CDs das Spice Girls. Aí pronto. A coisa só piorou ainda mais quando tocou “Wannabe”. Por mais... Bizarro que podia parecer, estávamos nos divertindo horrores e era isso o que eu mais gostava nas meninas; Nunca dávamos a mínima e, se alguém olhava atravessado, aí que a gente fazia mais palhaçada ainda.

Quando terminamos, o Bill apareceu bem na hora em que estávamos fazendo mais... Macaquices ainda, e perguntou, segurando o riso:

          - A gente estava pensando em pedir pizza... O que vocês dizem?

          - Tudo bem? - Perguntei para as duas, que concordaram. - Então pronto.

Quando ele saiu, a Nicola falou:

          - Ai que vergonha!

          - Vergonha de quê, se sou eu quem quase sempre faço as maiores besteiras quando estou perto dele? - Perguntei.

          - É, mas é diferente. Você faz as besteiras por nervosismo de estar perto do Bill, de quem gosta. E eu... Sou só uma ruiva desajeitada. - Respondeu e falei:

          - É, mas eu estou em pior situação que você, já que sou casada com ele.

          - Vai... Nega que você gosta dele... - A Nadine insistiu e suspirei.

          - Só no dia que você admitir o mesmo sobre o Tom. Di, você sabe que eu e a Lola te apoiamos incondicionalmente.

          - É verdade.

          - Vocês cismaram que eu estou a fim do Tom! Que coisa!

Olhei para a Lola e ela perguntou:

          - Se não estivesse... Estaria com toda essa implicância com ele?

Bufou e rimos.

Depois de um tempo, o Georg e o Gustav chegaram e estávamos comendo as pizzas enquanto os quatro faziam a maior bagunça. A Nadine rolava os olhos o tempo inteiro sempre que o Tom falava. Vez ou outra, eu trocava olhares significativos com a Nicola, que dava um sorrisinho malicioso. Quando surgiu a oportunidade, falei com ela:

          - Lola, me ajuda aqui, por favor?

A Nadine se levantou e avisei:

          - Pode deixar. Da próxima vez, você vai.

Me olhou feio e fui com a Lola até a cozinha. Chegando lá, pedi para ela que pegasse algumas coisas na geladeira e, enquanto procurava as tigelas no armário sobre a pia, ela perguntou:

          - Sabia que estou com dó do Tom?

Ri e falei:

          - Também. A Di está uma verdadeira carrasca com ele, coitado.

          - O que a Bertha diria?

 Parei para pensar depois de agradecê-la e falei, imitando minha chefe:

          - Típica geminiana, implicante e que só está tentando esconder seus sentimentos.

Riu e comecei a fazer os petiscos, com a ajuda dela. Não muito tempo depois, a Nadine apareceu, bufando, e perguntei:

          - O que houve?

          - Adivinha? - Perguntou, sarcástica. Logo, dei alguma coisa para ela fazer e, quando vi que estava quase destruindo o queijo, o tirei das suas mãos, avisando:

          - Acho melhor você organizar as coisas nas tigelas. Sem facas.

Bufou e, depois que estava tudo pronto, eles começaram a sugerir de vermos um filme e ainda por cima, de terror.

Algum tempo depois, os meninos estavam esparramados pelo home cinema que eu nem sabia que tinha na casa. E nós três, sentadas lado a lado, todas comportadas. O filme era daqueles que te dá susto só... 99% do tempo e nós não fazíamos outra coisa a não ser ficar pulando a cada cena. Em uma parte aparentemente mais calma, olhei para o lado e percebi uma coisa. Cutuquei minhas amigas e, assim que se aproximaram de mim, avisei:

          - Estejam preparadas...

Me olharam, sem entender, e indiquei o lugar do Tom, que estava vazio. De repente, a energia acabou e a Lola já entrou em pânico. E sim. Do mesmo jeito que eu tenho medo de altura, ela tem de escuro. Como estava sentada entre a Nadine e eu, conseguimos fazer com que  se acalmasse um pouco. O Bill, o Georg e o Gustav estavam quietos e imediatamente, já ligamos as luzes dos celulares e percebemos que estávamos sozinhas.

          - Se eles aprontarem alguma... - A Di falou e me levantei, indo até a porta.

          - Iza, não! - A Lola praticamente implorou.

          - Fiquem aqui e só abram a porta ao meu sinal. - Avisei e elas obedeceram. Ouvi o barulho da tranca assim que saí e fui andando até o andar de cima (O cinema era no “porão”). Não havia qualquer sinal deles e estava começando a sentir um pouco de medo. Fui até a cozinha e estava deserta. De repente, a Vivi se encostou na minha perna e tomei aquele susto, resmungando um palavrão. Peguei a gata e, aproveitando que estava perto, passei pelo lado de fora e, depois que a fechei no quarto, desci as escadas. Estava em estado de alerta e, quando pus o pé no último degrau, voltando ao cinema, senti alguma coisa agarrando meu tornozelo e gritei. As luzes voltaram e, quando vi, os quatro estavam quase chorando de tanto rir. E entendendo quem tinha me passado o susto, fui até ele e comecei a bater em cada pedacinho que conseguia alcançar:

          - Que ideia de jacu! E se eu sofresse do coração e caísse dura? O que iam fazer? - E o Tom, só rindo, tentando se esquivar dos tapas. As meninas ainda não tinham saído e, me dando conta disso, fui até lá e bati na porta. A Nadine saiu e não entendeu nada do que estava acontecendo.

          - Vai ter volta. - Avisei para os quatro, que ainda riam. Fui até a Di e chamei a Lola. Em seguida, fomos até o quarto e, no meio do caminho, contei o que tinha acontecido e as duas tiveram reações distintas: A Lola riu e a Di danou a xingar os quatro.

          - E o que está pensando em fazer? - A ruiva quis saber e dei de ombros.

          - Deixa passar um tempinho, justamente para não ser óbvio demais...

As duas se entreolharam e falei:

          - E vou aprontar com os quatro de uma vez.

          - Sabendo do seu histórico... Até dá medo. - A Lola falou, rindo fraco e respondi:

          - Mas é para eles terem medo. Tem que ser uma coisa muito bem pensada e eficiente.

Eles que me aguardassem...

          - E a propósito... Nós vamos para Nova Iorque. E quando digo nós, vocês duas estão intimadas a ir. - Respondi e elas ficaram com expressão de choque.

          - Podia ter avisado antes! - A Di chiou e expliquei:

          - Reclama com o Bill, que foi me contar a respeito dessa viagem só agora!

          - Não sei se o meu chefe vai me liberar. - Ela respondeu.

          - Falando nisso... No que as duas estão trabalhando aqui? - Perguntei.

          - A Di está trabalhando num bar. E eu estou procurando até agora, mas não achei.

          - Faz o seguinte: Vocês duas vão. Aí depois a gente dá um jeito de voltar. - A Di sugeriu e tanto a Lola quanto eu hesitamos. - É sério. Não tem problema. Desde que me tragam um souvenir. E não estou falando de uma miniatura da Estátua da Liberdade.

Rimos e ficamos mais um tempinho conversando. Acabei conseguindo convencer as meninas a dormirem lá também (Uma vez que tinha um quarto livre). Quando estávamos as três no closet, quiseram saber:

          - Espera. Se nós duas vamos dormir num dos quartos, o Georg e o Gustav em outro e o Tom vai ficar com um quarto só para ele... - A Lola falou.

          - Não me diga que você vai dormir onde eu acho que vai! - A Di se apressou.

          - Uai, e tem outro lugar? - Perguntei. - Não dá para ficar aqui com esse cheiro de tinta!

          - Desculpa, mas eu ainda não entendi aonde a Iza vai dormir... - A Lola falou.

          - Com o Bill! - A Di retrucou e consegui achar um pijama para cada uma. Depois dali, peguei um par de travesseiros e, depois que troquei de roupa, me despedi delas e, no caminho até o quarto do Bill, o Georg me chamou e, depois que parei na porta do quarto em que ele e o Gustav estavam, perguntou:

          - Posso te perguntar uma coisa, só de curiosidade?

Assenti. Ele me puxou de leve pelo braço, fazendo com que eu entrasse ali e, depois de fechar a porta, parou ao meu lado e quis saber:

          - Por que você fez essa exigência para a gente voltar com a banda?

Dei um meio sorriso.

          - Além de fazer isso pelo Bill, pressenti que vocês estavam sentindo uma falta enorme também. Ou estou errada?

          - Está certíssima. - O Gustav respondeu. - Mas você fez isso só porque sabia que todos nós sentíamos falta?

          - E por qual outro motivo seria? Quer dizer, conseguir isso não é uma coisa boa? - Perguntei e eles se entreolharam.

          - É. A gente só está estranhando porque... Bom, é assim, tão de boa vontade. - O Georg explicou e falei:
        
          - Vai por mim. Tenho prática no assunto de briga entre amigos. Perdi a conta de quantas vezes fiz a Nadine e a Nicola se falarem depois de uma discussão feia... Bom, boa noite para vocês dois, durmam muito bem e tenham ótimos sonhos.

Para terminar, dei um beijo na bochecha de cada um e fui embora do quarto deles. Quando cheguei no do Bill, estava falando com o Tom. Juro que tive a maior vontade de ir correndo e arrastar a Nadine de volta comigo. Não consegui entender direito o que os dois falavam, apesar de conseguir captar algumas palavras distintas e, antes de sair, o Tom desejou boa noite para mim. Retribuí, beijando sua bochecha também e, depois que fechei a porta, vi o Bill de cara amarrada. Perguntei:

          - Que cara é essa de quem comeu brócolis?

          - Meu irmão ganha beijo e abraço e eu só ganho esculacho, é isso?

Arqueei a sobrancelha e falei:

          - Ah, Bill, que coisa mais feia... Com ciúmes do Tom? Justamente dele, que é seu irmão e meu cunhado?

          - É meu irmão gêmeo. - Retrucou, tirando a camiseta e a calça de moletom que usava. É, ia ser uma noite longa...

          Depois que me deitei virada de costas para ele, respondi, assim que apagou a luz:

          - Para sua informação... O Tom não faz meu tipo. Já você...

Senti que pôs a mão no meu ombro e fez com que me virasse para ele.

          - Eu sou seu tipo?

          - Apesar de ter seus ataques de safadeza vez ou outra... É. Nunca fez questão de ficar se vangloriando de que dormiu com sei lá quantas meninas e se achando o deus do sexo. Isso conta e muito ao seu favor, viu? E melhor ir dormir. Amanhã vou precisar da sua ajuda.

          - Para quê?

          - Confia em mim. - Falei. Me estiquei um pouco e roubei um selinho. - Boa noite e dorme bem.

          - Ah, eu vou. - Disse, me provocando e ri. Não muito tempo depois, quando me dei conta, seu braço envolveu minha cintura e me puxou para mais perto, de modo que ficamos dormindo de conchinha.

Na manhã seguinte, como sempre, eu e a Nadine já estávamos de pé antes de todo mundo e tomando café na beirada da piscina. Havia um sofá, do lado esquerdo e uma mesa de café. Depois de colocarmos as xícaras, além de umas coisas para comer, perguntei:

          - Me desculpa por ontem?

          - Está falando da explosão?

Concordei.

          - Tudo bem. Já percebi que a torcida para que eu namore o Tom é a maior de todas...

Sorri e ela também.

          - Isso significa que...?

          - Não. Ele ainda não tem chance.

          - É por causa da birra que você tem com ele? Di, vai ficar remoendo uma coisa que aconteceu há três anos?

Suspirou e, de repente, vimos uma figura ruiva, com cara de sono e de coque, descendo as escadas.

          - Bom dia. - Resmungou e não teve como não rir.

          - Vou pegar uma xícara para você. - Avisei, me levantando. Depois que terminamos de tomar o café, as meninas estavam se animando a ir para a praia e, quando finalmente concordei, fui até o quarto, trocar de roupa. Assim que entrei lá e vi o Bill dormindo, parei no meio do caminho até o banheiro e o olhei por alguns instantes. Tomando coragem e não resistindo, fui até a cama e, tomando o máximo de cuidado para que ele não acordasse, subi no colchão. De repente, ele se virou de costas e prendi a respiração. Esperei um pouco, para ver se ele reagia e, como não fazia nada, decidi parar de enrolação logo de uma vez. Me inclinei na sua direção até que toda e qualquer distância fosse eliminada e o beijei. Era para ser um selinho inocente, mas de repente, me segurou, fazendo com que eu ficasse deitada sob seu corpo e, de quebra, ainda prendia com uma só mão meus pulsos acima da minha cabeça. A outra, claro, estava sobre a cintura, a apertando com vontade. Tentei me debater, para soltar as mãos e poder usá-las como bem entendesse. Só que, justamente por ele ser maior, um cara e provavelmente mais pesado, não teve como. Quando finalmente soltou minha cintura, fez com que eu passasse as pernas em torno do seu quadril e, imediatamente, intensificou o beijo. E justamente por causa desse contato maior (Sem falar que tinha a barreira de três tecidos entre os nossos corpos), deu para sentir e muito bem a reação que aquilo tudo causava nele. Assim que finalmente soltou as minhas mãos, consegui interromper o beijo por uns instantes. Começou a “atacar” meu pescoço e eu, naquela luta para tentar manter meu autocontrole, falei:

          - Tem mais cinco pessoas sob esse mesmo teto, sendo que eu bem vi que as paredes são finas. Vai querer se arriscar?

          - Vou. Ainda mais que não vai ser a primeira vez em que eles vão me ouvir...

Querendo ou não, aquilo acendeu uma luzinha de alerta na minha cabeça.

          - Mas vai ser comigo. E por mais que o Tom seja seu irmão, ainda sim... Não me sinto totalmente confortável.

Finalmente se ergueu e me olhou, fixamente.

          - Ia fazer alguma coisa com as meninas? - Perguntou e assenti.

          - Praia. Aliás, elas estão me esperando.

          - Ainda estão aqui ou já foram?

Dei de ombros.

          - Eu vou com vocês.

          - Tem certeza?

          - Absoluta. Afinal de contas... Tenho que ficar de olho nos folgados que podem tentar se aproximar de vocês...

Arqueei a sobrancelha e falei:

          - Nós sabemos nos defender, caso você ainda não tenha percebido...

          - Mesmo assim. Não quero que ninguém fique mexendo com você, especificamente.

          - Eu não acredito...

O telefone tocou e ele se esticou para pegar o aparelho. Em seguida, avisou que já estávamos indo. Desligou e saiu de cima de mim, indo até o próprio closet.

          - Quem era?

          - Nadine, querendo saber se você já estava pronta. - Respondeu. Revirei os olhos e me levantei da cama, avisando:

          - Vou trocar de roupa.

Saí do quarto e, no meio do caminho, encontrei o Gustav.

          - Bom dia. - Murmurou.

          - Bom dia. Já teve uma vontade monstruosa de dar um daqueles socos no Bill? - Perguntei e ele me olhou, rindo timidamente em seguida. - E eu espero que você e o Georg tenham trazido roupa de banho.

          - Por quê?

          - Originalmente, eu ia com as meninas à praia. Mas o Bill se convidou. E agora estou chamando você e o Georg para irem. O Tom acordou?

          - Está tomando café.

Assenti. Desci até a cozinha e repassei o recado para os outros dois. Quando estava quase terminando de trocar de roupa, depois de lavar o rosto e escovar os dentes, ouvi umas batidas na porta e resmunguei um “entra”, crente que era uma das meninas. Pus o sutiã do biquíni e, quando olhei para o próprio reflexo no espelho de corpo inteiro do meu closet, quase dei um grito.

          - Vim ver se você já estava pronta... - O Bill falou, me olhando.

          - Já viu. Pode descer que em cinco minutos já estamos indo. - Falei, nervosa, conseguindo fazer um ninho de rato ao amarrar o biquíni. De repente, ele parou atrás de mim e disse:

          - Deixa.

Conseguiu desembolar as tiras e, enquanto as amarrava, comentou:

          - Sabe qual foi uma das primeiras coisas que reparei quando te vi?

          - Além de eu estar sem roupa e em uma banheira?

Sorriu daquele jeito que eu amava e respondeu:

          - Foi a sua pele.

          - A Lola é mais branca que eu.

          - Eu sei. Mas... É diferente.

          - É. A Lola é sardenta e eu sou cheia de pintas.

Sorriu de novo e, quando percebi, já tinha feito o laço no biquíni.

          - Para mim não tem tanta importância. - Respondeu. Passou o braço em torno da minha cintura, se aproximou e começou a se debruçar. Podia sentir o calor do seu corpo e por um instante, não queria deixa-lo ir.

Começou a trilhar um caminho de beijos pelo meu ombro, inspirando vez ou outra e me causando os arrepios mais... Incontroláveis. Ao aproximar a boca da minha orelha, mordeu o lóbulo e disse:

          - E o seu cheiro... É viciante.

Entrelacei meus dedos nos seus e, com a outra mão, alcancei seu rosto. Beijando cada mínimo pedacinho da minha bochecha, pediu:

          - Vamos ficar aqui. A gente dá uma desculpa qualquer para os caras e despacha todo mundo para a praia.

Ri fraco e falei:

          - Percebeu que até hoje eu fui à praia só uma única vez desde que cheguei aqui? E foi com as meninas.

Suspirou, se dando por vencido. Depois que ele saiu, quase imediatamente, terminei de me arrumar.

Pouquíssimo tempo depois, chegamos à Santa Monica e, enquanto quase todo mundo ia se arrumando, eu e a Lola fomos às lojas do píer, caçar um protetor para nós duas. Aproveitei e fui atrás de outro para tatuagens. Enquanto dávamos uma olhada numa das lojas, ela perguntou:

          - O que você e o Bill ficaram fazendo para demorarem tanto?

Sorri e ela imediatamente sacou.

Depois de um tempo, quando nos aproximamos do grupo, vimos que a Nadine não estava por perto. Enquanto a Lola estendia a canga sobre a areia, percebi que os quatro estavam num interesse com alguma coisa ali perto. Olhei para a mesma direção que eles e notei um grupo de meninas, algumas tomando sol enquanto três tiravam a roupa e ficavam de biquíni.

          - Atraímos a atenção deles? - A Lola perguntou, ficando perto de mim e falando baixo. Neguei com a cabeça. Olhando para o mar, vi a Nadine andando e sacudindo os cabelos molhados. Comentei alto, de propósito:

          - Ê Nadine exibida!

Nada. Ainda olhavam para as meninas e, quando a Di apareceu, percebeu o que estava acontecendo e perguntou:

          - Por que vocês ainda estão vestidas?

          - Concorrência acirrada. - Respondi, indicando as meninas. Indicou a própria bolsa e, entendendo o que queria, peguei o protetor solar dela e entreguei o frasco. Em seguida, foi até o Tom e, parando muito perto dele, perguntou:

          - Será que você podia me fazer um favor enorme?

Funcionou e não teve como não rir da cara de besta que ele fez.

Aproveitando que os outros três estavam desviando a atenção para ela, a Di falou:

          - Vocês duas bem que podiam entrar na água. Está uma delícia.

Olhei para a Lola, sentindo o olhar dos três em cima de nós e nos levantamos ao mesmo tempo. Ela tirou o vestido que estava usando enquanto eu me livrei da camiseta e shorts. Como já havíamos aproveitado a distração deles para passar o protetor, então simplesmente fomos andando até a água. Antes de entrarmos, porém, perguntei para a Lola:

          - Estão olhando?

Disfarçou e assentiu.

          - O Bill está claramente babando.

Ri e me preparei psicologicamente para o primeiro de muitos caixotes que sabia que ia tomar.

2 comentários:

  1. Cara, como eu odeio surtos. Sério. Odeio mesmo, ainda bem que assisto filmes de terror e suspense e nem acontece nada, tanto que perde até a graça.
    E eu achando que rolaria alguma coisa no quarto ou no closet... :/ rsrsrsrs
    Nadine e seu c' doce. Menina, se agarre logo no Tom que vc está doidinha de vontade, vá!
    Nossa... se fosse eu nessa praia já teria ido na água e saído dela igual aquelas modelos de protetor solar balançando os cabelos só pra eles verem o que perdeu, e se eu notasse que não adiantou, começava a trocar ideia com algum bonitinho só pra deixá-los p da vida.

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    1. Oie!
      Então. Eu costumava dar sustos, mas depois que passei a sentir na pele, parei e até tenho dó quando assusto alguém (Tira Vivi dessa conta. xD)
      Calma, que quando você assustar... Acontece :)
      E a Nadine não é a única, pode ter certeza...
      E falando nela... Viu que ela seguiu seu conselho, né?
      Pois é... Mas não pensei nisso nem dentro, nem fora da história =T Quem sabe numa próxima vez? ;)

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