quarta-feira, 29 de junho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 26º capítulo












And now I wanna find you but you're off the run

Então agora, eu quero sair com você agora
Eu quero estar com você a noite toda, no carro vamos lá
É, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa

(Maroon 5 - Doin’ dirt)



Uma coisa era fato: A combinação de um par de Jimmy Choos altíssimos e vermelhos + um vestido Hervé Legér preto, daqueles que era sexy, não por causa do típico modelo justo, mas por deixar as minhas costas expostas, não tinha a menor chance de passar despercebido. Ainda mais aos olhos de certa pessoa...

Era sexta-feira, dia seguinte ao aniversário da Nadine, que conseguiu dobrar o Stephen e pediu uma folga para a gente. E fomos à uma boate, inclusive, perto do Coyote.

Agora, enquanto ela e o Tom estavam dançando (E até imagino o que estavam quase fazendo), a Lola tinha sumido com o e o e eu estava ali, sentada à uma das mesas altas da boate em que estávamos. De novo, o tinha passado a semana inteira atrás de mim. E arrumava uma desculpa mais esfarrapada que a outra.

- Aqui. - Ele falou, me entregando a taça com a bebida azul e vermelha. Senti o cheiro antes de experimentar. - Eu pensei em pedir um drink mais... Sex on the beach - Quase engasguei. - mas eu sabia que você ia brigar comigo, então...

- Ia porque é um drink que eu não gosto. - Respondi.

- Engraçado, porque eu jurava que você preferia muito mais um Sex on the beach do que um Cosmopolitan...

- Prefiro muito mais uma taça de um bom vinho. - Eu disse. Por que estava falando aquilo?

- Bom, você ainda não me falou o que achou da minha escolha...

- É gostoso. - Respondi, tomando outro gole. - O que tem aqui?

- Não conseguiu descobrir? Estou decepcionado... Uma Coyote não consegue nem distinguir os sabores...

Tomei outro gole e respondi:

- Curaçau blue, cranberrie, pimenta...

Ele sorriu e perguntei:

- Acertei?

Concordou.

- Pimenta rosa. - Disse. - Eu sei que você não gosta de pimenta e por isso que pedi para colocar uma mais suave.

Dei um meio sorriso.

Horas depois, quando finalmente estávamos indo para a casa, eu simplesmente perdi a paciência e, antes mesmo de descermos do táxi (Já que ele veio de carona comigo e, por causa da bebida, eu decidi ir e voltar sem meu carro), eu tirei as sandálias.

- Você vai mesmo andar descalça? - Ele perguntou.

- Os saltos estão me matando.

Respirando fundo, ele se aproveitou que ia sair primeiro e esperou só que eu estivesse ao seu alcance para me tirar do carro e me carregar nos braços. Diferente das outras vezes, não esperneei e nem ameacei bater nele.

- Isso é muito estranho... Você simplesmente aceitou assim, numa boa, que eu te carregasse até em casa... O que houve? - Quis saber.

- Estou te dando essa colher de chá só porque eu estou cansada demais para implicar com essa sua... Exibição de virilidade.

Gargalhou alto e bati no seu ombro.

- Daqui a pouco vão reclamar do barulho! - Sibilei e ele fez algo que eu realmente não estava esperando: Mordeu a minha bochecha. Mesmo sendo de leve, eu “impliquei”.

- Fica comigo hoje? - Pediu e perguntei:

- E vai mesmo me obrigar a dormir nesse vestido?- Perguntei, na inocência mas me arrependi no exato instante em que vi sua expressão ficar maliciosa.

- Te dou duas opções: Ou eu te empresto uma camisa minha de novo ou... Pode dormir sem nada que eu não me importo. Muito pelo contrário...

Suspirei, olhando feio para ele, que riu, mas mais baixo.

- Me faz um favor? As chaves estão no bolso de trás da calça. Vê se consegue alcançar... - Pediu. Me estiquei e tentei pegar as chaves. Consegui encontra-las e, já sabendo o que ia me pedir, esperei que me abaixasse o suficiente para conseguir destrancar a porta. Só quando entramos é que ele me pôs no chão de novo. Gemi ao sentir os meus pés tocando o carpete, apesar de ser macio, e ele perguntou:

- Está tudo bem?

Concordei.

- Apesar de estar acostumada... Ainda dói quando eu piso no chão, depois de tirar os saltos.

- Se quiser, posso... Tentar dar um jeito nisso.

- Infelizmente, eu vou ter de dispensar a massagem.

- Tem certeza?

Assenti.

- Já que é assim... - Começou a dizer. - E então? Vai querer ficar no quarto de hóspedes ou não vai ter frescura?

- Frescura?

- É. Você fica cheia de não-me-toques mesmo quando eu tenho a melhor das intenções...

Não consegui controlar o riso e talvez fosse por causa do álcool... Só sei dizer que mudei o tom e comecei a provocá-lo:

- E agora? Ainda está com a melhor das intenções?

Obviamente, ele reagiu e desfez a expressão de “seriedade” que estava estampada no seu rosto.

- Por enquanto... - Respondeu, com um sorriso nos lábios. Ainda não era malicioso.

- E... O que precisa para mudar essa sua... - Comecei a dizer enquanto me aproximava dele. - Boa intenção?

Ele esperou até que eu estivesse próxima o bastante (Praticamente com o corpo colado ao seu) para responder:

- Isso aqui.

Passou o braço em volta da minha cintura e me puxou na sua direção. Em seguida, me beijou daquele jeito que acabava com meu oxigênio em pouquíssimos segundos. Tudo o que ele fazia me deixava cada vez mais envolvida; Não era só o beijo e o fato de estar segurando minha cintura com firmeza. Era também, sua mão cobrindo a minha bochecha e o polegar a acariciando. Era sentir o calor que vinha dele. Era a sua boca na minha.

Não demorou muito para que o beijo ficasse cada vez mais cheio de desejo e menos impulsivo. A prova disso foi que não demorou muito para que eu sentisse a mão que, antes apertava minha cintura, descer um pouco e puxar meu quadril na direção do seu. Mesmo sem interromper o beijo, gemi e, na primeira oportunidade que eu tive, logo que ele deixou a minha boca por um instante, pedi:

- Não faz mais isso...

- Por que não? - Ele perguntou, com a boca colada ao meu pescoço. Deixei a língua passar sobre o meu lábio, tentando manter o foco um pouco, mas era impossível.

- Só... Não faz agora. Por favor. - Foi tudo o que eu consegui dizer, com a voz fraca e ainda me segurando para não gemer de novo. Sabia que estava sorrindo, mas, pelo menos não insistiu.

Algum tempo depois, estávamos entrando no seu quarto, da maneira mais desastrada possível, uma vez que não íamos simplesmente interromper o beijo para ver onde estávamos indo. De repente, o , me segurando pela cintura, me puxou para mais perto enquanto aprofundava o beijo. De quebra, ainda decidiu me provocar, mordendo e sugando o meu lábio. E verdade fosse dita: Eu estava impaciente. Queria logo sentir ele dentro de mim, suas mãos percorrendo meu corpo, a sua boca na minha...

E a prova da minha impaciência foi quando minhas mãos foram para a fivela do seu cinto, não perdendo tempo em abri-lo. Logo, o interrompeu o beijo e perguntou:

- Ei... Que pressa é essa?

- É justamente isso: Pressa. Não estou conseguindo ter paciência. - Respondi, me aproximando dele.

- ...

Me afastei e fiz com que se sentasse na cama. Seu olhar acompanhava cada mínimo movimento que eu fazia e levei as mãos até o zíper do vestido e o puxei para baixo. Uma vez que o vestido ficou mais folgado, decidi provoca-lo:

- Acabei de perceber que, ao tirar o vestido, eu vou ficar em desvantagem...

- E daí? - Decidiu entrar no meu joguinho.

- É injusto, não acha? Vou ficar só... Com uma peça enquanto você vai ficar com quatro...

Tirou a jaqueta.

- A blusa também. - Falei e ele, mesmo se fingindo de contrariado, obedeceu. Tive que me controlar para não desistir do meu plano e tocar nele. Ver os seus músculos se contraindo enquanto tirava a camisa e não poder fazer nada foi... Uma tarefa extremamente árdua. Depois de jogá-la em um canto qualquer, apoiou os braços sobre o colchão e continuou me olhando.

- Ah... Espera. Me esqueci de um detalhe.

Me observando com um sorriso lascivo, abriu o cinto e, em seguida, a calça.

- Isso é... Igualdade suficiente para você?

- Pode ser... - Respondi, passando uma das alças do vestido por sobre o ombro. Repeti o gesto com a outra e, quando ia tirar o vestido... - Hã... ...

Me olhou, a princípio, com curiosidade e perguntou:

- O que foi?

- O vestido... Será que você pode me ajudar aqui?

Ao entender que eu estava entalada na peça, ele não conseguiu se controlar e riu. Não briguei com ele, que logo veio me ajudar. Assim que finalmente estava livre do vestido, o falou:

- Pelo visto... Você realmente estava com as piores intenções...

Dei um meio sorriso e senti meu rosto esquentar. Estranhei aquilo, já que nunca tive vergonha do ...

Eu ia perguntar se não ia se levantar quando ele foi mais rápido:

- Mas... Por mais que eu tenha gostado da calcinha, ainda prefiro assim...

E de repente, senti a minha última peça de roupa deslizando rapidamente pelos quadris e passando pelas pernas. Uma vez livre, começou a beijar a minha coxa, evitando a parte interna e sempre subindo cada vez mais. Fechei os olhos quando ele avançou cada vez mais e senti que me fez apoiar as mãos sobre os seus ombros enquanto ainda me segurava firme pela cintura. Senti que me soltou por um instante só para fazer com que eu afastasse um pouco as pernas. Logo que a sua mão voltou para minha cintura, só tive tempo de respirar fundo e, no instante seguinte, senti sua língua em mim. Não conseguindo me controlar, tombei a cabeça para trás e desisti de tentar manter a respiração controlada; Entreabri os lábios para me ajudar na tarefa árdua que era respirar. Gemi quando um dos seus dedos substituiu a língua, cuja ponta estimulava o meu clitóris. Eu sabia que não ia demorar muito para que eu chegasse ao meu limite e, por mais que tivesse tentado fazer com que ele parasse... Não deu certo. Mordi o lábio assim que fui tomada pelo clímax e só quando comecei a me recuperar é que ele se levantou. Imediatamente, começou a me beijar. Automaticamente, minhas mãos foram, uma para sua nuca e a outra para os seus cabelos. Ele, em resposta, apertou minha cintura e puxou o meu quadril na sua direção. Não demorou muito para começar a me guiar até a cama, sem interromper nada do que estávamos fazendo. Assim que senti a estrutura de madeira bater na parte de trás dos meus joelhos, desci as minhas mãos até os passadores do cinto da sua calça e o puxei enquanto me fazia deitar sobre o colchão. Claro que ele não demorou para deixar sua mão passear livremente por minha perna. Cada vez com menos paciência, tratei logo de tirar o resto das suas roupas e, uma vez livre, ele começou com a “tortura”: Afastou os seus lábios dos meus e deixou que tocassem cada pedaço do meu pescoço. No exato instante em que ele beijou o ponto perto da minha orelha, eu não consegui me segurar e gemi, me dando conta do quanto eu sentia falta daquilo. Falando cem por cento francamente, o tinha pegada. Mas a do ... Sabe quando a criatura te olha de um jeito que te deixa de pernas bambas, com respiração falha e parece conseguir ver, sentir e se deliciar com tudo aquilo que ele te causa? Pois é. O olhar dele era assim: Intenso ao pon-to de me fazer sentir sem roupa e ter a sensação que ele conseguia enxergar muito mais além. Agora imagine você o estrago que a criatura fazia quando cismava de ultrapassar toda e qualquer barreira que encontrasse?

- Gosta disso? - Ele perguntou, com a boca colada à minha orelha e com aquela voz rouca e sexy que simplesmente minava qualquer resquício de juízo que eu ainda pudesse ter. A prova disso foi que só consegui resmungar uma resposta positiva. - Imaginei que estivesse sentindo falta...

Ia responder quando ele moveu o quadril contra o meu.

- Eu também senti. - Respondeu depois de morder o meu lóbulo. - Senti falta, principalmente, do seu cheiro. - E, se aproveitando da proximidade, inspirou, com o nariz colado ao meu pescoço. Preciso dizer que quase morri com aquilo? - Da sua pele... - Acariciou a minha cintura. - Da sua boca... - Me beijou rapidamente. - E senti falta, acima de qualquer coisa, de você.

Percebi que me olhava fixamente e, quando acariciei sua bochecha, admiti:

- Eu também.

O sorriso doce que eu amava, principalmente por ser espontâneo, apareceu por um breve instante antes de a sua boca cobrir a minha. Em pouco tempo, já estava totalmente à sua mercê, só me deliciando cada vez mais com o beijo. Nunca tinha parado para prestar atenção no quanto meu coração batia rápido; Sempre sentia meu corpo esquentando e só. Talvez porque, em se tratando do , era muito mais... Instintiva. Eu o amava, claro. Gostava muito da companhia dele, de quando me fazia rir e até mesmo o fato de estar ao meu lado, milagrosamente sem falar um “A” que fosse, era muito bom. Mas nas horas em que ele dava seus sorrisos maliciosos, fazia insinuações e até mesmo me olhava de um jeito diferente... Era quando eu ficava mais disposta a jogar tudo para o alto.

Esperei pela oportunidade perfeita para poder inverter as posições e ficar por cima dele. Uma vez que tinha conseguido, fiz como ele e comecei pelo pescoço. Não resisti e o mordi de leve; Sua resposta foi apertar a minha cintura. Ri fraco e continuei beijando cada pedaço da sua pele, cada vez mais me afastando do seu rosto. Quando cheguei à barriga, não resisti e deixei as pontas dos meus dedos deslizarem pelos contornos dos seus músculos, que se retesaram na mesma hora.

- Não faz isso... - Ele falou, com a voz grave, rouca e sexy, segurando o meu pulso quando deixei a unha arranhar sua pele, perto de onde seria o “caminho da felicidade”.

- Por que não? - O imitei, sorrindo.

- Porque eu vou acabar perdendo o controle.

- Mas é essa a intenção!

- Mas não a minha. - Respondeu, me observando fixamente.

Suspirando, acabei fazendo o que ele queria e me contentei em continuar com os beijos. Uma vez que cheguei onde queria, o observei e, embora ainda não tivesse o tocado, ele não estava conseguindo aguentar. Sem querer prolongar aquilo por muito mais tempo, o segurei e deixei a ponta da minha língua percorrer toda a sua extensão. Ao chegar na glande, o coloquei na boca e comecei a suga-lo ao mesmo tempo em que começava a masturba-lo. Me lembrei de uma coisa que ele havia dito e esperei o momento para surpreendê-lo.

O tempo todo, o observei e prestei atenção à cada uma das suas reações. A “pior” parte é que vê-lo daquele jeito estava me atingindo também; Tive que me controlar para manter as duas mãos nele.

Depois de alguns minutos, eu passei a aumentar a velocidade e, quando ele estava cada vez mais perto do seu limite, me chamou e, quando o olhei, indicou o criado-mudo e entendi na mesma hora. Não escondi que estava contrariada, mas assim que consegui abrir o pacote da camisinha, ele tentou me amolecer:

- Eu não pretendo te deixar ir embora por todo o final de semana... Daqui a pouco você faz o que quiser comigo.

Olhei para ele, não falei nada e tratei logo de colocar a camisinha. Em seguida, inverteu as posições, me deixando por baixo e, antes mesmo de fazer qualquer coisa, mordeu a minha bochecha e disse:

- Não fica brava comigo, vai...

Fiz língua e ele me mordeu de novo. E, antes mesmo que eu pudesse protestar, lentamente deslizou para dentro de mim e se movia sem a menor pressa. Ao mesmo tempo, deixava as mãos livres para tocarem todo e qualquer pedaço do meu corpo que conseguiam alcançar.

Por mais que quisesse que ele fosse mais rápido, não falei nada e esperei até o momento em que ele não ia conseguir mais aguentar manter aquele ritmo lento. Mas, apesar de tudo, ele investia cada vez mais profundamente e talvez por causa de tudo que fazia comigo, estava sendo quase tão bom quanto de costume.

E é óbvio que ele não aguentou e começou a se mover cada vez mais rápido. Eu correspondia do jeito que podia e, assim que cheguei ao clímax pela segunda vez, fiz questão de não me controlar e gemi. Não estava nem aí se foi alto demais, se os vizinhos ouviriam... Fato é que eu estava com ele, que eu amava, e finalmente tínhamos nos acertado. E desta vez, ia dar certo e ficaríamos juntos como devíamos ter feito desde o início.

Alguns minutos depois, foi a vez dele, que se largou ao meu lado. E imediatamente, me puxou para mais perto, fazendo com que ficássemos na posição de conchinha.

Depois de um tempo, eu já tinha mudado de posição, ainda mais que estava com o braço doendo por causa do peso do meu corpo, e estava deitada de bruços, mas com as pernas enroscadas às suas, a mão sobre o seu peito e tendo as costas acariciadas por ele. A cabeça não estava sobre o seu ombro, mas ainda estava perto.

- Sabia que é difícil de acreditar que você está aqui? - Ele perguntou. Apertei sua cintura e quis saber:

- E agora? Você acredita?

Rindo fraco, me aninhou ainda mais.

Na manhã seguinte, quando ele estava no banho e eu estava terminando de me vestir, o seu celular começou a tocar. Me aproximei da porta do banheiro e, depois de duas batidas leves, perguntei:

- ... O telefone está tocando. Quer que eu atenda e anote o recado?

- Pode, por favor. - Ele respondeu. Assim que atendi, ouvi:

- Por favor, eu poderia falar com o ?

- Ele está no banho agora... Quer deixar recado? - Perguntei, começando a desconfiar.

- Sim. Pode dizer que o reembolso já foi depositado na conta dele?

- Claro. Mas... Só para ele não fazer confusão, esse reembolso é de...?

A garota me avisou que era do bufê onde a tinha encomendado os salgados e doces que seriam servidos no casamento. E que eu tinha odiado. Com um pouco de conversa, consegui enrolar a garota e fazer com que ela me revelasse tudo.

Assim que desliguei o telefone, me sentei na cama e esperei até que o saísse. E, uma vez que ele apareceu, perguntou:

- E então? Quem era?

Respirei fundo, tentando manter a calma e respondi:

- Por que você estava sabotando o meu casamento?

Ele abriu a boca para responder, mas não conseguiu dizer nada. Passou a mão pelos cabelos e finalmente se decidiu:

- Eu queria você de volta. Eu sei que nada justifica o que eu fiz, mas... Estava desesperado.

Assenti lentamente e, depois de um longo tempo em silêncio, o se aproximou.

- ...

- O pior disso tudo não foi você ter tentado atrapalhar o casamento. Foi ter feito isso pelas minhas costas. E isso... Vai ser muito mais difícil de perdoar. Ainda mais do jeito que eu descobri.

Ele tinha feito menção de me tocar. Mas, depois daquilo, recuou.

- Como espera que eu possa te dar uma chance quando não posso confiar em você?

- Eu já te provei que pode confiar. Nunca te traí. Se o já foi para a cama com outra e você aceitou ficar com ele mesmo assim... Por que não pode me perdoar por tentar te mostrar que insistir em se casar com ele era um erro?

- Acontece que, depois disso... Eu vi que o erro é não me casar com ele. - Respondi, me levantando da cama e pegando as minhas coisas.

- Se por uma coisa dessas, você não vai me perdoar... Então é melhor mesmo a gente não continuar. E não precisa se preocupar porque eu não vou ao casamento.

Travei o maxilar, mas não olhei para trás; Saí do seu quarto, pisando forte e decidida.

Depois de trocar de roupa, eu liguei para o e, no terceiro toque, ele atendeu:

- Eu estava pensando em você agora mesmo...

- É? - Perguntei, tentando disfarçar a tristeza na voz.

- É. Eu... Queria conversar com você, pode ser?

- Claro. Eu também preciso falar com você.

- O que me diz então de a gente ir almoçar naquele restaurante em Mayfair? Posso passar aí e te buscar...

Combinei com ele e, logo em seguida, comecei a me arrumar. Tentei fazer a maquiagem de um jeito que não denunciasse o que eu tinha feito na noite anterior e muito menos o que eu estava sentindo. Peguei um vestido rosa que o próprio tinha me dado e escolhi uma das sandálias de marca que tinha comprado. Se eu realmente ia levar o meu plano até o final... Era bom que eu começasse a ir me acostumando à vida que eu ia ter dali para a frente.

Cerca de uma hora depois, quando o garçom levou os pratos vazios da entrada que havía-mos pedido, eu achei que era uma boa hora para falar:

- , eu... Estive pensando muito e... Eu decidi voltar atrás.

- Voltar atrás em...?

- Na decisão de adiarmos o casamento. Eu... Me desculpe. Essa ideia de pedir um tempo foi péssima e se você ainda quiser...

- Claro que eu quero! - Respondeu, sorridente. Por mais que eu gostasse do , não tinha a impressão que era a coisa errada. Mas ainda sim... Não conseguia me sentir genuinamente feliz com tudo aquilo. Como estava decidida, ia levar tudo até o final.

Naquela noite mesmo, fui jantar na casa do , que tinha chamado a para dar a notícia que tínhamos voltado e ela estava em puro êxtase.

- Ainda bem que não cancelamos nada. Quer dizer... - Começou a dizer e a observei. O tinha saído naquele momento e, por isso, pude perguntar:

- Como assim?

- Eu ultrapassei todos os limites. Me desculpe.

- Eu entendo, .

- Enfim. Eu dei um jeito de encomendar tudo aquilo que você tinha já preparado sem eu saber.

- O... te contou?

- Sim. Mas eu soube através do cerimonialista. Ele deixou escapar e foi justamente esse... Choque de realidade que eu precisava para ver o que estava fazendo.

Dei um sorriso tímido, sem mostrar os dentes e ela falou:

- Mas tem uma coisa que eu quero que você me permita fazer.

- O quê?

- A despedida de solteira.

Ri, concordando.

Assim, o tempo passou e eu ainda estava um pouco brava com as meninas (E os meninos), que descobri que foram os mentores da sabotagem ao casamento, mas não o suficiente para desfazer o convite para madrinhas e padrinhos.

Na semana anterior ao casamento, o Stephen me chamou no seu escritório e, logo que me sentei na cadeira de frente para a sua mesa, ele disse:

- Eu te chamei aqui por dois motivos. O primeiro é para te avisar que hoje é a sua última noite como Coyote.

- Você está me demitindo? - Perguntei, não acreditando.

- É, estou. Ainda mais que sabemos muito bem que assim que você passar por aquela porta no final do expediente, vai ser a esposa de um empresário e provavelmente não vai mais precisar trabalhar pelo resto da vida.

Eu realmente não conseguia acreditar.

- Stephen... - comecei a dizer, mas ele me impediu.

- Eu te conheço. Por mais que você me diga que não vai mudar nada... Estamos falando do . Não do . Vai ser difícil vir aqui e encontrar só duas mosqueteiras ao invés das três. Mas eu quero que você saiba que as portas sempre vão estar abertas para você, independente de quanto tempo demore para você voltar. Eu estou te dispensando agora porque você vai se casar semana que vem e eu realmente não quero mais confusão com o .

- E o outro motivo?

- Ah sim. Eu queria saber se você acha que eu devo contratar um dos lobinhos que estavam em espera.

- Por quê?- Perguntei, mesmo já sabendo da resposta.

- Porque você não vai ser a única quem vai sair do Coyote.

Naquele momento, entendi de quem mais ele estava falando. Me mantive quieta e, antes de sair dali, prometi que, sempre que desse... Voltaria ao lugar que, durante todos aqueles anos, era minha segunda casa.

Na sexta-feira à noite, durante a despedida de solteira, eu estava melancólica. Tentava disfarçar, mas não tinha muito jeito, principalmente com as meninas, que me conheciam muito bem.

Naquela noite, as duas foram para a minha casa e obviamente, não teve como não falar do .

- Ele vai voltar para Los Angeles. - A Nicola comentou. - Já está preparando tudo tem um mês mais ou menos.

- E por que ainda não foi? - Eu quis saber.

- Eu te falei... Ele está se preparando. - A ruiva respondeu.

- E ele falou que já marcou a passagem para amanhã. - A Di falou e eu, para não demonstrar qualquer emoção, logo mudei de assunto.

Quando deitei a cabeça sobre o travesseiro, eu tive certeza de que não ia conseguir dormir naquela noite.


What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 26º capítulo


And now I wanna find you but you're off the run

Então agora, eu quero sair com você agora
Eu quero estar com você a noite toda, no carro vamos lá
É, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa

(Maroon 5 - Doin’ dirt)

Luiza

Uma coisa era fato: A combinação de um par de Jimmy Choos altíssimos e vermelhos + um vestido Hervé Legér preto, daqueles que era sexy, não por causa do típico modelo justo, mas por deixar as minhas costas expostas, não tinha a menor chance de passar despercebido. Ainda mais aos olhos de certa pessoa...

Era sexta-feira, dia seguinte ao aniversário da Nadine, que conseguiu dobrar o Stephen e pediu uma folga para a gente. E fomos à uma boate, inclusive, perto do Coyote.

Agora, enquanto ela e o Tom estavam dançando (E até imagino o que estavam quase fazendo), a Lola tinha sumido com o Georg e o Gustav e eu estava ali, sentada à uma das mesas altas da boate em que estávamos. De novo, o Bill tinha passado a semana inteira atrás de mim. E arrumava uma desculpa mais esfarrapada que a outra.

- Aqui. - Ele falou, me entregando a taça com a bebida azul e vermelha. Senti o cheiro antes de experimentar. - Eu pensei em pedir um drink mais... Sex on the beach - Quase engasguei. - mas eu sabia que você ia brigar comigo, então...

- Ia porque é um drink que eu não gosto. - Respondi.

- Engraçado, porque eu jurava que você preferia muito mais um Sex on the beach do que um Cosmopolitan...

- Prefiro muito mais uma taça de um bom vinho. - Eu disse. Por que estava falando aquilo?

- Bom, você ainda não me falou o que achou da minha escolha...

- É gostoso. - Respondi, tomando outro gole. - O que tem aqui?

- Não conseguiu descobrir? Estou decepcionado... Uma Coyote não consegue nem distinguir os sabores...

Tomei outro gole e respondi:

- Curaçau blue, cranberrie, pimenta...

Ele sorriu e perguntei:

- Acertei?

Concordou.

- Pimenta rosa. - Disse. - Eu sei que você não gosta de pimenta e por isso que pedi para colocar uma mais suave.

Dei um meio sorriso.

Horas depois, quando finalmente estávamos indo para a casa, eu simplesmente perdi a paciência e, antes mesmo de descermos do táxi (Já que ele veio de carona comigo e, por causa da bebida, eu decidi ir e voltar sem meu carro), eu tirei as sandálias.

- Você vai mesmo andar descalça? - Ele perguntou.

- Os saltos estão me matando.

Respirando fundo, ele se aproveitou que ia sair primeiro e esperou só que eu estivesse ao seu alcance para me tirar do carro e me carregar nos braços. Diferente das outras vezes, não esperneei e nem ameacei bater nele.

- Isso é muito estranho... Você simplesmente aceitou assim, numa boa, que eu te carregasse até em casa... O que houve? - Quis saber.

- Estou te dando essa colher de chá só porque eu estou cansada demais para implicar com essa sua... Exibição de virilidade.

Gargalhou alto e bati no seu ombro.

- Daqui a pouco vão reclamar do barulho! - Sibilei e ele fez algo que eu realmente não estava esperando: Mordeu a minha bochecha. Mesmo sendo de leve, eu “impliquei”.

- Fica comigo hoje? - Pediu e perguntei:

- E vai mesmo me obrigar a dormir nesse vestido?- Perguntei, na inocência mas me arrependi no exato instante em que vi sua expressão ficar maliciosa.

- Te dou duas opções: Ou eu te empresto uma camisa minha de novo ou... Pode dormir sem nada que eu não me importo. Muito pelo contrário...

Suspirei, olhando feio para ele, que riu, mas mais baixo.

- Me faz um favor? As chaves estão no bolso de trás da calça. Vê se consegue alcançar... - Pediu. Me estiquei e tentei pegar as chaves. Consegui encontra-las e, já sabendo o que ia me pedir, esperei que me abaixasse o suficiente para conseguir destrancar a porta. Só quando entramos é que ele me pôs no chão de novo. Gemi ao sentir os meus pés tocando o carpete, apesar de ser macio, e ele perguntou:

- Está tudo bem?

Concordei.

- Apesar de estar acostumada... Ainda dói quando eu piso no chão, depois de tirar os saltos.

- Se quiser, posso... Tentar dar um jeito nisso.

- Infelizmente, eu vou ter de dispensar a massagem.

- Tem certeza?

Assenti.

- Já que é assim... - Começou a dizer. - E então? Vai querer ficar no quarto de hóspedes ou não vai ter frescura?

- Frescura?

- É. Você fica cheia de não-me-toques mesmo quando eu tenho a melhor das intenções...

Não consegui controlar o riso e talvez fosse por causa do álcool... Só sei dizer que mudei o tom e comecei a provocá-lo:

- E agora? Ainda está com a melhor das intenções?

Obviamente, ele reagiu e desfez a expressão de “seriedade” que estava estampada no seu rosto.

- Por enquanto... - Respondeu, com um sorriso nos lábios. Ainda não era malicioso.

- E... O que precisa para mudar essa sua... - Comecei a dizer enquanto me aproximava dele. - Boa intenção?

Ele esperou até que eu estivesse próxima o bastante (Praticamente com o corpo colado ao seu) para responder:

- Isso aqui.

Passou o braço em volta da minha cintura e me puxou na sua direção. Em seguida, me beijou daquele jeito que acabava com meu oxigênio em pouquíssimos segundos. Tudo o que ele fazia me deixava cada vez mais envolvida; Não era só o beijo e o fato de estar segurando minha cintura com firmeza. Era também, sua mão cobrindo a minha bochecha e o polegar a acariciando. Era sentir o calor que vinha dele. Era a sua boca na minha.

Não demorou muito para que o beijo ficasse cada vez mais cheio de desejo e menos impulsivo. A prova disso foi que não demorou muito para que eu sentisse a mão que, antes apertava minha cintura, descer um pouco e puxar meu quadril na direção do seu. Mesmo sem interromper o beijo, gemi e, na primeira oportunidade que eu tive, logo que ele deixou a minha boca por um instante, pedi:

- Não faz mais isso...

- Por que não? - Ele perguntou, com a boca colada ao meu pescoço. Deixei a língua passar sobre o meu lábio, tentando manter o foco um pouco, mas era impossível.

- Só... Não faz agora. Por favor. - Foi tudo o que eu consegui dizer, com a voz fraca e ainda me segurando para não gemer de novo. Sabia que estava sorrindo, mas, pelo menos não insistiu.

Algum tempo depois, estávamos entrando no seu quarto, da maneira mais desastrada possível, uma vez que não íamos simplesmente interromper o beijo para ver onde estávamos indo. De repente, o Bill, me segurando pela cintura, me puxou para mais perto enquanto aprofundava o beijo. De quebra, ainda decidiu me provocar, mordendo e sugando o meu lábio. E verdade fosse dita: Eu estava impaciente. Queria logo sentir ele dentro de mim, suas mãos percorrendo meu corpo, a sua boca na minha...

E a prova da minha impaciência foi quando minhas mãos foram para a fivela do seu cinto, não perdendo tempo em abri-lo. Logo, o Bill interrompeu o beijo e perguntou:

- Ei... Que pressa é essa?

- É justamente isso: Pressa. Não estou conseguindo ter paciência. - Respondi, me aproximando dele.

- Luiza...

Me afastei e fiz com que se sentasse na cama. Seu olhar acompanhava cada mínimo movimento que eu fazia e levei as mãos até o zíper do vestido e o puxei para baixo. Uma vez que o vestido ficou mais folgado, decidi provoca-lo:

- Acabei de perceber que, ao tirar o vestido, eu vou ficar em desvantagem...

- E daí? - Decidiu entrar no meu joguinho.

- É injusto, não acha? Vou ficar só... Com uma peça enquanto você vai ficar com quatro...

Tirou a jaqueta.

- A blusa também. - Falei e ele, mesmo se fingindo de contrariado, obedeceu. Tive que me controlar para não desistir do meu plano e tocar nele. Ver os seus músculos se contraindo enquanto tirava a camisa e não poder fazer nada foi... Uma tarefa extremamente árdua. Depois de jogá-la em um canto qualquer, apoiou os braços sobre o colchão e continuou me olhando.

- Ah... Espera. Me esqueci de um detalhe.

Me observando com um sorriso lascivo, abriu o cinto e, em seguida, a calça.

- Isso é... Igualdade suficiente para você?

- Pode ser... - Respondi, passando uma das alças do vestido por sobre o ombro. Repeti o gesto com a outra e, quando ia tirar o vestido... - Hã... Bill...

Me olhou, a princípio, com curiosidade e perguntou:

- O que foi?

- O vestido... Será que você pode me ajudar aqui?

Ao entender que eu estava entalada na peça, ele não conseguiu se controlar e riu. Não briguei com ele, que logo veio me ajudar. Assim que finalmente estava livre do vestido, o Bill falou:

- Pelo visto... Você realmente estava com as piores intenções...

Dei um meio sorriso e senti meu rosto esquentar. Estranhei aquilo, já que nunca tive vergonha do Bill...

Eu ia perguntar se não ia se levantar quando ele foi mais rápido:

- Mas... Por mais que eu tenha gostado da calcinha, ainda prefiro assim...

E de repente, senti a minha última peça de roupa deslizando rapidamente pelos quadris e passando pelas pernas. Uma vez livre, começou a beijar a minha coxa, evitando a parte interna e sempre subindo cada vez mais. Fechei os olhos quando ele avançou cada vez mais e senti que me fez apoiar as mãos sobre os seus ombros enquanto ainda me segurava firme pela cintura. Senti que me soltou por um instante só para fazer com que eu afastasse um pouco as pernas. Logo que a sua mão voltou para minha cintura, só tive tempo de respirar fundo e, no instante seguinte, senti sua língua em mim. Não conseguindo me controlar, tombei a cabeça para trás e desisti de tentar manter a respiração controlada; Entreabri os lábios para me ajudar na tarefa árdua que era respirar. Gemi quando um dos seus dedos substituiu a língua, cuja ponta estimulava o meu clitóris. Eu sabia que não ia demorar muito para que eu chegasse ao meu limite e, por mais que tivesse tentado fazer com que ele parasse... Não deu certo. Mordi o lábio assim que fui tomada pelo clímax e só quando comecei a me recuperar é que ele se levantou. Imediatamente, começou a me beijar. Automaticamente, minhas mãos foram, uma para sua nuca e a outra para os seus cabelos. Ele, em resposta, apertou minha cintura e puxou o meu quadril na sua direção. Não demorou muito para começar a me guiar até a cama, sem interromper nada do que estávamos fazendo. Assim que senti a estrutura de madeira bater na parte de trás dos meus joelhos, desci as minhas mãos até os passadores do cinto da sua calça e o puxei enquanto me fazia deitar sobre o colchão. Claro que ele não demorou para deixar sua mão passear livremente por minha perna. Cada vez com menos paciência, tratei logo de tirar o resto das suas roupas e, uma vez livre, ele começou com a “tortura”: Afastou os seus lábios dos meus e deixou que tocassem cada pedaço do meu pescoço. No exato instante em que ele beijou o ponto perto da minha orelha, eu não consegui me segurar e gemi, me dando conta do quanto eu sentia falta daquilo. Falando cem por cento francamente, o Alex tinha pegada. Mas a do Bill... Sabe quando a criatura te olha de um jeito que te deixa de pernas bambas, com respiração falha e parece conseguir ver, sentir e se deliciar com tudo aquilo que ele te causa? Pois é. O olhar dele era assim: Intenso ao ponto de me fazer sentir sem roupa e ter a sensação que ele conseguia enxergar muito mais além. Agora imagine você o estrago que a criatura fazia quando cismava de ultrapassar toda e qualquer barreira que encontrasse?

- Gosta disso? - Ele perguntou, com a boca colada à minha orelha e com aquela voz rouca e sexy que simplesmente minava qualquer resquício de juízo que eu ainda pudesse ter. A prova disso foi que só consegui resmungar uma resposta positiva. - Imaginei que estivesse sentindo falta...

Ia responder quando ele moveu o quadril contra o meu.

- Eu também senti. - Respondeu depois de morder o meu lóbulo. - Senti falta, principalmente, do seu cheiro. - E, se aproveitando da proximidade, inspirou, com o nariz colado ao meu pescoço. Preciso dizer que quase morri com aquilo? - Da sua pele... - Acariciou a minha cintura. - Da sua boca... - Me beijou rapidamente. - E senti falta, acima de qualquer coisa, de você.

Percebi que me olhava fixamente e, quando acariciei sua bochecha, admiti:

- Eu também.

O sorriso doce que eu amava, principalmente por ser espontâneo, apareceu por um breve instante antes de a sua boca cobrir a minha. Em pouco tempo, já estava totalmente à sua mercê, só me deliciando cada vez mais com o beijo. Nunca tinha parado para prestar atenção no quanto meu coração batia rápido; Sempre sentia meu corpo esquentando e só. Talvez porque, em se tratando do Bill, era muito mais... Instintiva. Eu o amava, claro. Gostava muito da companhia dele, de quando me fazia rir e até mesmo o fato de estar ao meu lado, milagrosamente sem falar um “A” que fosse, era muito bom. Mas nas horas em que ele dava seus sorrisos maliciosos, fazia insinuações e até mesmo me olhava de um jeito diferente... Era quando eu ficava mais disposta a jogar tudo para o alto.

Esperei pela oportunidade perfeita para poder inverter as posições e ficar por cima dele. Uma vez que tinha conseguido, fiz como ele e comecei pelo pescoço. Não resisti e o mordi de leve; Sua resposta foi apertar a minha cintura. Ri fraco e continuei beijando cada pedaço da sua pele, cada vez mais me afastando do seu rosto. Quando cheguei à barriga, não resisti e deixei as pontas dos meus dedos deslizarem pelos contornos dos seus músculos, que se retesaram na mesma hora.

- Não faz isso... - Ele falou, com a voz grave, rouca e sexy, segurando o meu pulso quando deixei a unha arranhar sua pele, perto de onde seria o “caminho da felicidade”.

- Por que não? - O imitei, sorrindo.

- Porque eu vou acabar perdendo o controle.

- Mas é essa a intenção!

- Mas não a minha. - Respondeu, me observando fixamente.

Suspirando, acabei fazendo o que ele queria e me contentei em continuar com os beijos. Uma vez que cheguei onde queria, o observei e, embora ainda não tivesse o tocado, ele não estava conseguindo aguentar. Sem querer prolongar aquilo por muito mais tempo, o segurei e deixei a ponta da minha língua percorrer toda a sua extensão. Ao chegar na glande, o coloquei na boca e comecei a suga-lo ao mesmo tempo em que começava a masturba-lo. Me lembrei de uma coisa que ele havia dito e esperei o momento para surpreendê-lo.

O tempo todo, o observei e prestei atenção à cada uma das suas reações. A “pior” parte é que vê-lo daquele jeito estava me atingindo também; Tive que me controlar para manter as duas mãos nele.

Depois de alguns minutos, eu passei a aumentar a velocidade e, quando ele estava cada vez mais perto do seu limite, me chamou e, quando o olhei, indicou o criado-mudo e entendi na mesma hora. Não escondi que estava contrariada, mas assim que consegui abrir o pacote da camisinha, ele tentou me amolecer:

- Eu não pretendo te deixar ir embora por todo o final de semana... Daqui a pouco você faz o que quiser comigo.

Olhei para ele, não falei nada e tratei logo de colocar a camisinha. Em seguida, inverteu as posições, me deixando por baixo e, antes mesmo de fazer qualquer coisa, mordeu a minha bochecha e disse:

- Não fica brava comigo, vai...

Fiz língua e ele me mordeu de novo. E, antes mesmo que eu pudesse protestar, lentamente deslizou para dentro de mim e se movia sem a menor pressa. Ao mesmo tempo, deixava as mãos livres para tocarem todo e qualquer pedaço do meu corpo que conseguiam alcançar.

Por mais que quisesse que ele fosse mais rápido, não falei nada e esperei até o momento em que ele não ia conseguir mais aguentar manter aquele ritmo lento. Mas, apesar de tudo, ele investia cada vez mais profundamente e talvez por causa de tudo que fazia comigo, estava sendo quase tão bom quanto de costume.

E é óbvio que ele não aguentou e começou a se mover cada vez mais rápido. Eu correspondia do jeito que podia e, assim que cheguei ao clímax pela segunda vez, fiz questão de não me controlar e gemi. Não estava nem aí se foi alto demais, se os vizinhos ouviriam... Fato é que eu estava com ele, que eu amava, e finalmente tínhamos nos acertado. E desta vez, ia dar certo e ficaríamos juntos como devíamos ter feito desde o início.

Alguns minutos depois, foi a vez dele, que se largou ao meu lado. E imediatamente, me puxou para mais perto, fazendo com que ficássemos na posição de conchinha.

Depois de um tempo, eu já tinha mudado de posição, ainda mais que estava com o braço doendo por causa do peso do meu corpo, e estava deitada de bruços, mas com as pernas enroscadas às suas, a mão sobre o seu peito e tendo as costas acariciadas por ele. A cabeça não estava sobre o seu ombro, mas ainda estava perto.

- Sabia que é difícil de acreditar que você está aqui? - Ele perguntou. Apertei sua cintura e quis saber:

- E agora? Você acredita?

Rindo fraco, me aninhou ainda mais.

Na manhã seguinte, quando ele estava no banho e eu estava terminando de me vestir, o seu celular começou a tocar. Me aproximei da porta do banheiro e, depois de duas batidas leves, perguntei:

- Bill... O telefone está tocando. Quer que eu atenda e anote o recado?

- Pode, por favor. - Ele respondeu. Assim que atendi, ouvi:

- Por favor, eu poderia falar com o Bill Kaulitz?

- Ele está no banho agora... Quer deixar recado? - Perguntei, começando a desconfiar.

- Sim. Pode dizer que o reembolso já foi depositado na conta dele?

- Claro. Mas... Só para ele não fazer confusão, esse reembolso é de...?

A garota me avisou que era do bufê onde a Lee tinha encomendado os salgados e doces que seriam servidos no casamento. E que eu tinha odiado. Com um pouco de conversa, consegui enrolar a garota e fazer com que ela me revelasse tudo.

Assim que desliguei o telefone, me sentei na cama e esperei até que o Bill saísse. E, uma vez que ele apareceu, perguntou:

- E então? Quem era?

Respirei fundo, tentando manter a calma e respondi:

- Por que você estava sabotando o meu casamento?

Ele abriu a boca para responder, mas não conseguiu dizer nada. Passou a mão pelos cabelos e finalmente se decidiu:

- Eu queria você de volta. Eu sei que nada justifica o que eu fiz, mas... Estava desesperado.

Assenti lentamente e, depois de um longo tempo em silêncio, o Bill se aproximou.

- Iza...

- O pior disso tudo não foi você ter tentado atrapalhar o casamento. Foi ter feito isso pelas minhas costas. E isso... Vai ser muito mais difícil de perdoar. Ainda mais do jeito que eu descobri.

Ele tinha feito menção de me tocar. Mas, depois daquilo, recuou.

- Como espera que eu possa te dar uma chance quando não posso confiar em você?

- Eu já te provei que pode confiar. Nunca te traí. Se o Alex já foi para a cama com outra e você aceitou ficar com ele mesmo assim... Por que não pode me perdoar por tentar te mostrar que insistir em se casar com ele era um erro?

- Acontece que, depois disso... Eu vi que o erro é não me casar com ele. - Respondi, me levantando da cama e pegando as minhas coisas.

- Se por uma coisa dessas, você não vai me perdoar... Então é melhor mesmo a gente não continuar. E não precisa se preocupar porque eu não vou ao casamento.

Travei o maxilar, mas não olhei para trás; Saí do seu quarto, pisando forte e decidida.

Depois de trocar de roupa, eu liguei para o Alex e, no terceiro toque, ele atendeu:

- Eu estava pensando em você agora mesmo...

- É? - Perguntei, tentando disfarçar a tristeza na voz.

- É. Eu... Queria conversar com você, pode ser?

- Claro. Eu também preciso falar com você.

- O que me diz então de a gente ir almoçar naquele restaurante em Mayfair? Posso passar aí e te buscar...

Combinei com ele e, logo em seguida, comecei a me arrumar. Tentei fazer a maquiagem de um jeito que não denunciasse o que eu tinha feito na noite anterior e muito menos o que eu estava sentindo. Peguei um vestido rosa que o próprio Alex tinha me dado e escolhi uma das sandálias de marca que tinha comprado. Se eu realmente ia levar o meu plano até o final... Era bom que eu começasse a ir me acostumando à vida que eu ia ter dali para a frente.

Cerca de uma hora depois, quando o garçom levou os pratos vazios da entrada que havía-mos pedido, eu achei que era uma boa hora para falar:

- Alex, eu... Estive pensando muito e... Eu decidi voltar atrás.

- Voltar atrás em...?

- Na decisão de adiarmos o casamento. Eu... Me desculpe. Essa ideia de pedir um tempo foi péssima e se você ainda quiser...

- Claro que eu quero! - Respondeu, sorridente. Por mais que eu gostasse do Alex, não tinha a impressão que era a coisa errada. Mas ainda sim... Não conseguia me sentir genuinamente feliz com tudo aquilo. Como estava decidida, ia levar tudo até o final.

Naquela noite mesmo, fui jantar na casa do Alex, que tinha chamado a Lee para dar a notícia que tínhamos voltado e ela estava em puro êxtase.

- Ainda bem que não cancelamos nada. Quer dizer... - Começou a dizer e a observei. O Alex tinha saído naquele momento e, por isso, pude perguntar:

- Como assim?

- Eu ultrapassei todos os limites. Me desculpe.

- Eu entendo, Lee.

- Enfim. Eu dei um jeito de encomendar tudo aquilo que você tinha já preparado sem eu saber.

- O... Alex te contou?

- Sim. Mas eu soube através do cerimonialista. Ele deixou escapar e foi justamente esse... Choque de realidade que eu precisava para ver o que estava fazendo.

Dei um sorriso tímido, sem mostrar os dentes e ela falou:

- Mas tem uma coisa que eu quero que você me permita fazer.

- O quê?

- A despedida de solteira.

Ri, concordando.

Assim, o tempo passou e eu ainda estava um pouco brava com as meninas (E os meninos), que descobri que foram os mentores da sabotagem ao casamento, mas não o suficiente para desfazer o convite para madrinhas e padrinhos.

Na semana anterior ao casamento, o Stephen me chamou no seu escritório e, logo que me sentei na cadeira de frente para a sua mesa, ele disse:

- Eu te chamei aqui por dois motivos. O primeiro é para te avisar que hoje é a sua última noite como Coyote.

- Você está me demitindo? - Perguntei, não acreditando.

- É, estou. Ainda mais que sabemos muito bem que assim que você passar por aquela porta no final do expediente, vai ser a esposa de um empresário e provavelmente não vai mais precisar trabalhar pelo resto da vida.

Eu realmente não conseguia acreditar.

- Stephen... - comecei a dizer, mas ele me impediu.

- Eu te conheço. Por mais que você me diga que não vai mudar nada... Estamos falando do Alex. Não do Bill. Vai ser difícil vir aqui e encontrar só duas mosqueteiras ao invés das três. Mas eu quero que você saiba que as portas sempre vão estar abertas para você, independente de quanto tempo demore para você voltar. Eu estou te dispensando agora porque você vai se casar semana que vem e eu realmente não quero mais confusão com o Alex.

- E o outro motivo?

- Ah sim. Eu queria saber se você acha que eu devo contratar um dos lobinhos que estavam em espera.

- Por quê?- Perguntei, mesmo já sabendo da resposta.

- Porque você não vai ser a única quem vai sair do Coyote.

Naquele momento, entendi de quem mais ele estava falando. Me mantive quieta e, antes de sair dali, prometi que, sempre que desse... Voltaria ao lugar que, durante todos aqueles anos, era minha segunda casa.

Na sexta-feira à noite, durante a despedida de solteira, eu estava melancólica. Tentava disfarçar, mas não tinha muito jeito, principalmente com as meninas, que me conheciam muito bem.

Naquela noite, as duas foram para a minha casa e obviamente, não teve como não falar do Bill.

- Ele vai voltar para Los Angeles. - A Nicola comentou. - Já está preparando tudo tem um mês mais ou menos.

- E por que ainda não foi? - Eu quis saber.

- Eu te falei... Ele está se preparando. - A ruiva respondeu.

- E ele falou que já marcou a passagem para amanhã. - A Di falou e eu, para não demonstrar qualquer emoção, logo mudei de assunto.

Quando deitei a cabeça sobre o travesseiro, eu tive certeza de que não ia conseguir dormir naquela noite.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 25º capítulo


But when our fingers interlock can't deny, can't deny, you're worth it

Devia ter superado todos os calafrios
Mas estou a fim de você (estou a fim de você)
E baby, mesmo nas nossas piores noites
Estou a fim de você (estou a fim de você)
Deixe-os se perguntarem como chegamos tão longe
Porque eu realmente não preciso me perguntar

(Paramore - Still into you)

Bill

Na manhã seguinte, tinha esquentado um pouco e por isso, tínhamos decidido ir à praia. A água, como era de se esperar, estava gelada e a Luiza, que foi uma das poucas que tinha tomado a coragem de ir até lá, voltou correndo quando a onda fraca tocou os seus pés. Voltou resmungando e fazendo com que a gente risse dela.

- Cacete! Tá um gelo! - Disse, se sentando do meu lado e enrolando os pés na toalha.

Logo, o Tom saiu carregando a Nadine, que esperneava, na direção da água e ela, assim que sentiu a temperatura, começou a bater no meu irmão.

- Se quiser... Posso te esquentar. - Ofereci para a Luiza, que tinha me ignorado a manhã inteira quando estávamos sozinhos. Travou o maxilar e disse:

- Pode deixar.

Se levantou e foi para perto da Nicola.

Assim que voltamos para a casa, não resistimos e ficamos um pouco na piscina. Inclusive a Luiza, que tentava ao máximo ficar longe de mim. Perto da hora do jantar, quando finalmente saímos da água, fui tomar banho. Logo que terminei, ia avisar que ela podia usar o banheiro quando aconteceram duas coisas. A primeira foi que a Luiza estava enrolada na toalha de um jeito que parecia que também tinha acabado de sair do banho. E a outra... Bom...

A porta de entrada se abriu exatamente quando encontrei a Luiza e a Nadine entrou.

- O que vocês fizeram com... - A Luiza começou a dizer, mas parou ao ver que a Di não estava sozinha; Atrás dela, estava o Alex. Com a maior cara de poucos amigos. E, ao se dar conta de que eu estava de toalha e concluir o errado a respeito da Luiza, falou:

- Então foi por isso que você me pediu um tempo, não é? Para poder vir correndo para ele na primeira oportunidade...

- Vem comigo. Agora. - Ela falou, autoritária, mas quem disse que ele obedeceu? (E ainda bem que não fez o que ela pediu.) O Alex simplesmente se virou e foi embora. A Luiza suspirou, impaciente. Foi para o andar de cima e, depois de meia hora, eu fui até o quarto. Ela já tinha se vestido e perguntei:

- Por mais quanto tempo vai ficar brava comigo?

Deu um estalo impaciente com a língua e resmungou:

- Eu não consigo ficar brava com você. Não importa o quanto eu tente.

Sorrindo, me aproximei dela e falei:

- Não fica chateada pelo que aconteceu agora há pouco.

- O problema é que não é só o que aconteceu agora há pouco. É o efeito bola de neve. - Respondeu e me aproximei dela, dando um beijo na sua bochecha.

- Se precisar, eu estou aqui. Sempre.

Sorrindo timidamente, repetiu o meu gesto e também ganhei um beijo no rosto.

- Estou começando a ficar de saco cheio.

- De quê?

- Tudo! Dos ciúmes descabidos do Alex, de todo mundo ficar contra o meu casamento com ele... Chegou num ponto em que eu não tenho mais tanta certeza se estou certa em teimar nisso. Não é por causa da torcida negativa, mas por causa dele mesmo. Era diferente. Não era esse... Controlador ciumento insuportável que eu não conheço mais. Era outra pessoa. Não era só o meu melhor amigo, mas era quem eu gostava de verdade.

- E não gosta mais?

Me olhou e estava triste.

- É o que mais me preocupa. Ainda mais que a tendência é só piorar, que ele fique ainda mais ciumento, mais controlador... E que aquele Alex que eu conheci na loja da Bertha seja cada vez mais só uma lembrança.

- Ainda está em tempo de desistir.

Assentiu em silêncio.

No sábado, tivemos que voltar, já que o Charlie precisou resolver um problema com o trabalho. E desta vez, fui eu quem dirigiu durante todo o caminho de volta. Quer dizer, da casa até a balsa, foi a Luiza. Mas de Porthsmouth para a casa... Fui eu. E, ao contrário de mim... Ela não dormiu. Em nenhum momento.

Naquela noite, voltamos ao batente. O bar ainda não tinha aberto para os clientes e, por isso, consegui ouvir a Luiza falar com o Stephen:

- Stephen, eu estava pensando numa coisa. Quer dizer, se você concordar.

- Que coisa?

- Que a gente faça uma espécie de eleição para os temas das festas. Não só com o resto da equipe, mas também, com os frequentadores. Pode até colocar uma enquete no site.

Pareceu considerar e prometeu que ia pensar no assunto. Na primeira oportunidade que eu tive, perguntei:


- Já tem alguma ideia para o tema da próxima festa?

Me olhou por cima do ombro, sorrindo e disse:

- Não se preocupa que, pelo que estou pensando aqui, os lobinhos não vão se preocupar tanto assim com fantasia.

- Por quê?

Se limitou a manter o sorriso.

- Se eu quiser sugerir um tema... - Comecei a dizer e ela disse:

- Fique à vontade. Já tem alguma ideia?

Neguei com a cabeça.

- Ó... Se tiver alguma ideia, pode falar. Não importa se você achar que é ruim... Talvez possa se surpreender.

Cerca de meia hora depois, ela e as meninas já estavam sobre o balcão, dançando e se divertindo. Esse era um dos momentos que eu gostava de ficar olhando para ela. Dava para ver que aquilo era algo que ela realmente amava fazer. Era ali que podia ser ela mesma, sem se preocupar com julgamentos e até mesmo com o que devia ou não fazer. No dia que o Alex ia ao bar, principalmente depois que noivaram, a Luiza se transformava. Era mais contida, não brincava tanto com os caras e até ficava menos tempo sobre o balcão do que atrás dele. Já quando ele não ia...

Assim que eu terminei de servir o drink Coyote para uma cliente, começou a tocar uma música que reconheci imediatamente e, quando olhei para a Luiza, ela sorriu e piscou para mim. As três mais rebolavam do que qualquer outra coisa. O pior de tudo não era o jeito provocante da Luiza. O pior era quando ela virava de costas para mim e rebolava de uma maneira bastante sugestiva. Por sorte, o bar estava cheio naquela noite, então não precisei ficar prestando atenção demais à dança por mais tempo.

No final do expediente, enquanto terminávamos de arrumar tudo, o Stephen havia ligado a jukebox que tinha no escritório (E era ligada à um sistema de som que funcionava em todo o bar) e tocava “Love in an elevator”. A Luiza, que estava me ajudando com os copos, cantava a música baixinho e até dançava um pouco. Depois que acabou, começou a tocar uma versão diferente de “Walk this way” e, logo, ela e as meninas estavam cantando. Me lembrei que era a mesma versão que elas apresentaram uma vez e elas se contentaram em continuar cantando sem parar com o que faziam. Depois que elas terminaram, foram andando na direção uma da outra e, de brincadeira, andaram lado a lado, como se estivessem desfilando. A maioria do pessoal que ainda estava ali, observava e alguns riam da palhaçada das três.

Tão logo fomos liberados, como sempre, a Luiza me ofereceu uma carona e aceitei. Não só por causa do horário, mas também porque estava com preguiça, admito. Perguntei, logo que paramos no mesmo sinal:

- É impressão minha ou aquela blusa da Nadine é sua?

- Não. Eu que peguei emprestado dela. Achei que não tivesse se esquecido desse... Sistema que a gente tem, de vez ou outra, pegar as roupas e, no caso da Di, sapatos emprestados. Bom, ela pega mais os meus sapatos do que vice-versa, ainda mais que você já cansou de ver meu pé e sabe como é diferente do dela.

- Só porque o dela é mais magro... Grande diferença! - Resmunguei e ela me bateu de leve.

Quando estávamos mais perto de casa, comentei:

- Sabia que eu nem achei tão ruim assim que você dançou uma das minhas músicas?

Me olhou e sorriu.

- A gente queria uma música diferente e estava tocando de fundo...

- Falou com o Alex depois daquela confusão na ilha? - Perguntei, tentando parecer desinteressado.

Concordou.

- Ele foi até lá porque saiu uma foto de paparazzi nossa que parece que a gente estava... Próximos demais um do outro e o Alex achou que a gente estava se beijando. O ciúme, como sempre, falou mais alto e ainda não sei como foi que consegui dobrar a fera.

Sorri fraco.

- Ainda está decidida a se casar com ele?

- Eu ainda estou pensando, inclusive naquilo tudo que eu te disse. Acho que esse... Tempo longe de mim está sendo bom para ele acalmar os ânimos um pouco, apesar do que houve em Ryde.

Concordei.

Assim que chegamos, eu estava indo diretamente para minha casa quando ela me chamou. Parei e a Luiza veio correndo. Parou na minha frente e me puxou e, quando quase bati de frente com ela, literalmente, passou os braços em torno do meu pescoço e ficou na ponta dos pés. Fiz a única coisa que podia naquele instante, que era corresponder ao abraço, passando meus braços em volta da sua cintura.

Aproximando a boca da minha orelha, pediu:

- Não fica bravo comigo.

- Não estou. Quer dizer, deveria porque está sendo teimosa como sempre - Riu fraco, sem saber os efeitos que aquilo causava em mim. - e provavelmente vai quebrar a cara, mas eu não consigo. Gosto e me importo demais com você para simplesmente me afastar.

- Se você ousar sumir de novo, juro que te caço até o fim do mundo e te arrasto de volta pela orelha! Isso é uma promessa! - Ri e ela me acompanhou.

- Não vou te deixar. Nunca. Já te falei isso. - Estreitei o abraço ainda mais e ela fez o mesmo. Escondi o rosto na curva do seu pescoço e inspirei, tentando gravar mais ainda o cheiro da sua pele.

Na manhã seguinte, quando o Tom apareceu, a primeira coisa que notou foi meu desânimo.

- O que houve?

- A Luiza... Ainda não desistiu do Alex.

Ele respirou fundo e falou:

- A gente vai ter que fazer alguma coisa drástica.

- E o que você me sugere, exatamente? - Perguntei, não conseguindo esconder a irritação. - Eu não sei mais o que fazer. Tudo que a gente podia ter feito para estragar o casamento, a gente fez.

- Não. Ainda tem uma coisa. - Falou e olhei para ele, entendendo na mesma hora.

- Eu não vou fazer ela trair o Alex.

- É o único jeito. Se ela está teimando em não dar logo um pé na bunda dele, eu não acho que vão se separar assim - Estalou os dedos. - apesar de tudo.

Ele realmente conseguiu me dar algo em que pensar.

Mais tarde, eu decidi olhar uma coisa, só de curiosidade, e que não tinha saído da minha cabeça ainda. Procurei pelas tais fotos que a Luiza tinha falado e que fizeram o Alex ter uma impressão errada. Tinham sido tiradas uns cinco dias antes de irmos para a ilha. Tinha ido com a Iza ao supermercado e ela estava estranhamente feliz naquele dia. Não sabia dizer o motivo. Só que ela chamava a atenção. Estava mais risonha. E o Alex, obvia-mente, deve ter percebido que era porque eu estava com ela.

Fui tirado dos meus pensamentos pelo toque do meu celular. Assim que vi o nome da Seren na tela, apertei o botão para atender e falei:

- Não precisa nem me perguntar como eu estou, porque pior impossível.

- O que houve?

- Apesar de tudo... A Luiza ainda não desistiu do casamento.

Sabia que estava mordendo o lábio.

- Está muito ocupado? Eu queria conversar com você.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim. Um amigo meu está precisando desabafar. E eu prefiro falar com ele pessoal-mente do que por telefone.

- E você quer vir aqui ou a gente se encontra em algum lugar?

- Tem esse pub em Belgravia... Vou te mandar o endereço e a gente se encontra lá, pode ser?

Concordei. Em pouco tempo, recebi sua mensagem, avisando onde era o pub e saí.

Assim que cheguei lá, não demorei a encontra-la e pedi para me servirem uma cerveja.

- E então... O que houve? - A Seren quis saber, depois que peguei o copo e me sentei na sua frente.

- A Luiza pediu um tempo para o Alex, como você já sabia. Só que a gente foi à Ryde e ele apareceu. Achou que eu tinha transado com ela, que fez questão de esclarecer que não era nada daquilo que ele tinha imaginado.

Mordeu o lábio e perguntou:

- E se eu bem te conheço... Você está chateado porque, não é que ela te deu falsas esperanças.

- É porque ela está teimando.

Concordou.

- O problema é que a gente tem que fazer alguma coisa drástica e definitiva. E não é só eu levá-la para a cama.

A Seren pareceu pensar um pouco e, no final, respondeu:

- Não tem o efeito bola de neve que vocês estavam sempre falando? Ela pode ser muito útil agora nessa reta final...

- Como assim? - Perguntei.

- Banca o cachorro. - Respondeu, tomando uma colherada do ensopado na tigela à sua frente. - Vai demarcando território. E se o Alex rosnar... Mostra quem manda.

Não teve como me manter sério.

Acabou que a Seren me deu ótimas ideias do que fazer dali para a frente e, por causa do tempo, não esperei para começar a agir.

Tanto que no dia seguinte mesmo, acordei cedo e fiquei de olho na casa ao lado, só esperando o primeiro sinal de que a Luiza tinha acordado. E, assim que a vi na cozinha, saí correndo até a sua casa e bati a campainha. Não demorou a vir atender a porta e perguntou:

- O que...?

- Eu estava pensando uma coisa. Preciso da sua ajuda com uma música.

- Ok... - Respondeu, estranhando. - Eu acabei de fazer café. Quer?

- Por que você ainda oferece se sabe que eu vou aceitar? - Perguntei, entrando na sua casa depois que ela abriu passagem.

Depois de algum tempo (E de servir os cafés nas xícaras), pus a letra de música que real-mente estava com dificuldade de terminar e mostrei para ela.

- E então? - Perguntei, quando ela terminou de ler.

- Depois eu que sou fácil de ler, não é? - Devolveu a pergunta. - Dá para ver sobre quem é essa música.

- Alguma objeção?

Me olhou e segurei a vontade de rir. Pegou um lápis e fez as anotações em uma segunda folha.

Durante toda aquela semana, fiquei o máximo de tempo que consegui com a Luiza. No sábado à noite, eu dei uma desculpa qualquer para ficar com ela antes de irmos para o bar.

- Ok. O que você está aprontando, hein, seu sem-vergonha? - Ela perguntou, terminando de vestir a camiseta enquanto saía do closet.

- Eu não estou aprontando nada! - Tentei me defender e ela, obviamente, não acreditou; A prova eram os olhos estreitos. O jeito foi distraí-la: - E aí? Já está pronta?

- Quase.

Além de calçar as botas, pegou uma sacola e falei:

- Depois sou eu quem apronta, não é?

Deu um sorriso travesso e saímos.

Perto da meia-noite, notei que a Luiza e as meninas sumiram. Todo o bar ficou escuro. De repente, a Luiza começou a cantar acapella:

She got a body like an hourglass
(Ela tem um corpo igual à uma ampulheta)
But I can give it to you all the time
(Mas eu posso te dar o tempo inteiro)
She got a booty like a Cadillac
(Ela tem um bumbum como um Cadillac)
But I can send you into overdrive (oh)
(Mas eu posso te fazer andar à toda velocidade)

E foi justamente por causa da letra que eu tive certeza absoluta que aquela seria uma apresentação daquelas mais provocantes.

Logo, pude ouvir as meninas a acompanhando e no refrão, apareceram as imagens delas no telão. Eu tinha visto, durante a semana, o Stephen correr atrás de um telão que pudesse, inclusive, exibir imagens holográficas; Sabia que ele estava guardando dinheiro para esse investimento.

A Nicola foi a próxima a cantar:

She might've let you hold her hand in school
(Ela pode te deixar segurar a mão dela na escola)
But I'mma show you how to graduate
(Mas eu vou te mostrar como se formar)
No, I don't need to hear you talk the talk
(Não, eu não preciso te ouvir falando daquele jeito)
Just come and show me what your momma gave (ooh, yeah)
(Só vem e me mostra o que sua mãe te deu (ooh, sim))

Quando elas cantaram o refrão mais uma vez, não sei explicar como, mas a imagem holo-gráfica se “transformou” nas meninas.

No entanto, eu percebi que a coisa que mais atiçou os caras naquela noite não foi a dança; Foi o fato de elas estarem usando vestidos. E diga-se de passagem... Não tinha como tirar a razão dos caras; Eram vestidos, aparentemente, normais: De manga curta, decote comportado e batendo no meio da coxa; A Nadine era a única que usava um top e saia. Mesmo de frente, dava para ver o detalhe das fitas rosa, verde, turquesa e roxa nas laterais da saia. No entanto, quando elas se viraram de costas... Ela, a Luiza, a Nicola e a Claire tinham as faixas cruzadas nas costas. O vestido da Luiza tinha as faixas só sobre o final do decote generoso nas costas e eram só quatro, uma de cada cor. Já o vestido da Claire, que tinha o decote igual, mas tinham as faixas, duas de cada cor, cruzadas ao longo das suas costas. E a Nicola... Uma faixa laranja tinha sido costurada na altura das mangas. Acima da sua bunda, tinha uma verde. E no meio do decote, tinha uma rosa e duas amarelas cruzadas. Só quando ela foi parar entre a Luiza e a Nadine é que notei que o seu vestido era mais curto. E sabia que, se o Charlie estivesse aqui, não ia gostar muito, ainda mais que a Lola era uma das que mais rebolava...

Ao final da apresentação, elas saíram do palco e o DJ começou a tocar as músicas. Não consegui evitar e pedi para um dos lobinhos me dar cobertura. Em seguida, fui até o camarim e encontrei as meninas, já com as roupas que usavam antes da apresentação e esperei até que elas saíssem para falar com a Luiza, que eu concluí que ainda estava terminando de se vestir. Bati na porta e confirmei esse palpite que tive:

- Entra. - Ouvi a Luiza falar. Girei a maçaneta e, uma vez ali dentro, ela me observou através do reflexo do espelho e perguntou: - E aí? O que achou do teste da projeção holográfica?

- A minha parte preferida foi quando a projeção virou 3D.

Ela riu e perguntei:

- Você realmente não tem ideia do efeito que causa nos caras todas as vezes que sobe naquele balcão, não é?

Deu um meio sorriso e quis saber:

- Só... Nos caras?

Fui andando até ela.

- Quando dança em cima do balcão... Sim.

- Mas... E você? - Perguntou, se levantando da cadeira em que estava sentada.

- O que tem eu?- Me fiz de inocente.

- Kaulitz... - Respondeu, parando na minha frente. - Sabe muito bem do que eu estou falando... Não é possível que o fato de eu estar rebolando em cima daquele balcão, seja usando uma saia, seja usando as roupas justas como as de costume não te afete nem um pouco...

- E... Por que afetaria?

Estreitou os olhos e, cruzando os braços na altura do estômago, disse:

- Além de eu ter visto o jeito que você me olhou durante todo o tempo em que estávamos em Ryde e eu só usava biquíni... Preciso mesmo te lembrar de tudo?

- Estou com a memória péssima. - A provoquei.

- Sei...

- A única coisa que eu consigo me lembrar é que daqui a cinco dias vai ser aniversário da Nadine. - Falei, na esperança que ela entendesse minhas reais intenções.

- Eu sei. - Respondeu. - E a Di quer esperar até sábado para comemorar.

Comecei a perder a paciência e ela notou.

- Seriam três anos. - Disse, depois de um minuto quieta.

- Pois é. Um bom tempo, você não acha? Era mais do que suficiente para ter certeza de algumas coisas.

- Como...?

- Ah... Talvez a Sophia tivesse... Companhia para brincar.

Deu um meio sorriso e, justo quando ia responder... Alguém nos interrompeu, batendo na porta.

- Eu já vou. - A Luiza disse. - Melhor a gente voltar ao trabalho.

A segui quando saiu dali e, antes de começar a andar na sua frente, eu admiti:

- O fato de você rebolar todo final de semana em cima daquele balcão não me afeta. Me faz ter vontade de te tirar dali de cima e te trazer aqui, justamente por ser menos movimentado do que a sala lá embaixo, não ia ter ninguém para atrapalhar.

Me olhava com certo interesse e não falou nada; Limitou-se a ir andando na minha frente e não pude ignorar que rebolava um pouco. Fato: Ela adorava me levar ao meu limite.

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 25º capítulo - Interativa







But when our fingers interlock can't deny, can't deny, you're worth it

Devia ter superado todos os calafrios
Mas estou a fim de você (estou a fim de você)
E baby, mesmo nas nossas piores noites
Estou a fim de você (estou a fim de você)
Deixe-os se perguntarem como chegamos tão longe
Porque eu realmente não preciso me perguntar

(Paramore - Still into you)



Na manhã seguinte, tinha esquentado um pouco e por isso, tínhamos decidido ir à praia. A água, como era de se esperar, estava gelada e a , que foi uma das poucas que tinha tomado a coragem de ir até lá, voltou correndo quando a onda fraca tocou os seus pés. Voltou resmungando e fazendo com que a gente risse dela.

- Cacete! Tá um gelo! - Disse, se sentando do meu lado e enrolando os pés na toalha.

Logo, o saiu carregando a Nadine, que esperneava, na direção da água e ela, assim que sentiu a temperatura, começou a bater no meu melhor amigo.

- Se quiser... Posso te esquentar. - Ofereci para a , que tinha me ignorado a manhã inteira quando estávamos sozinhos. Travou o maxilar e disse:

- Pode deixar.

Se levantou e foi para perto da Nicola.

Assim que voltamos para a casa, não resistimos e ficamos um pouco na piscina. Inclusive a , que tentava ao máximo ficar longe de mim. Perto da hora do jantar, quando finalmente saímos da água, fui tomar banho. Logo que terminei, ia avisar que ela podia usar o banheiro quando aconteceram duas coisas. A primeira foi que a estava enrolada na toalha de um jeito que parecia que também tinha acabado de sair do banho. E a outra... Bom...

A porta de entrada se abriu exatamente quando encontrei a e a Nadine entrou.

- O que vocês fizeram com... - A começou a dizer, mas parou ao ver que a Di não estava sozinha; Atrás dela, estava o . Com a maior cara de poucos amigos. E, ao se dar conta de que eu estava de toalha e concluir o errado a respeito da , falou:

- Então foi por isso que você me pediu um tempo, não é? Para poder vir correndo para ele na primeira oportunidade...

- Vem comigo. Agora. - Ela falou, autoritária, mas quem disse que ele obedeceu? (E ainda bem que não fez o que ela pediu.) O simplesmente se virou e foi embora. A suspirou, impaciente. Foi para o andar de cima e, depois de meia hora, eu fui até o quarto. Ela já tinha se vestido e perguntei:

- Por mais quanto tempo vai ficar brava comigo?

Deu um estalo impaciente com a língua e resmungou:

- Eu não consigo ficar brava com você. Não importa o quanto eu tente.

Sorrindo, me aproximei dela e falei:

- Não fica chateada pelo que aconteceu agora há pouco.

- O problema é que não é só o que aconteceu agora há pouco. É o efeito bola de neve. - Respondeu e me aproximei dela, dando um beijo na sua bochecha.

- Se precisar, eu estou aqui. Sempre.

Sorrindo timidamente, repetiu o meu gesto e também ganhei um beijo no rosto.

- Estou começando a ficar de saco cheio.

- De quê?

- Tudo! Dos ciúmes descabidos do , de todo mundo ficar contra o meu casamento com ele... Chegou num ponto em que eu não tenho mais tanta certeza se estou certa em teimar nisso. Não é por causa da torcida negativa, mas por causa dele mesmo. Era diferente. Não era esse... Controlador ciumento insuportável que eu não conheço mais. Era outra pessoa. Não era só o meu melhor amigo, mas era quem eu gostava de verdade.

- E não gosta mais?

Me olhou e estava triste.

- É o que mais me preocupa. Ainda mais que a tendência é só piorar, que ele fique ainda mais ciumento, mais controlador... E que aquele que eu conheci na loja da Bertha seja cada vez mais só uma lembrança.

- Ainda está em tempo de desistir.

Assentiu em silêncio.

No sábado, tivemos que voltar, já que o Charlie precisou resolver um problema com o trabalho. E desta vez, fui eu quem dirigiu durante todo o caminho de volta. Quer dizer, da casa até a balsa, foi a . Mas de Porthsmouth para a casa... Fui eu. E, ao contrário de mim... Ela não dormiu. Em nenhum momento.

Naquela noite, voltamos ao batente. O bar ainda não tinha aberto para os clientes e, por isso, consegui ouvir a falar com o Stephen:

- Stephen, eu estava pensando numa coisa. Quer dizer, se você concordar.

- Que coisa?

- Que a gente faça uma espécie de eleição para os temas das festas. Não só com o resto da equipe, mas também, com os frequentadores. Pode até colocar uma enquete no site.

Pareceu considerar e prometeu que ia pensar no assunto. Na primeira oportunidade que eu tive, perguntei:


- Já tem alguma ideia para o tema da próxima festa?

Me olhou por cima do ombro, sorrindo e disse:

- Não se preocupa que, pelo que estou pensando aqui, os lobinhos não vão se preocupar tanto assim com fantasia.

- Por quê?

Se limitou a manter o sorriso.

- Se eu quiser sugerir um tema... - Comecei a dizer e ela disse:

- Fique à vontade. Já tem alguma ideia?

Neguei com a cabeça.

- Ó... Se tiver alguma ideia, pode falar. Não importa se você achar que é ruim... Talvez possa se surpreender.

Cerca de meia hora depois, ela e as meninas já estavam sobre o balcão, dançando e se divertindo. Esse era um dos momentos que eu gostava de ficar olhando para ela. Dava para ver que aquilo era algo que ela realmente amava fazer. Era ali que podia ser ela mesma, sem se preocupar com julgamentos e até mesmo com o que devia ou não fazer. No dia que o ia ao bar, principalmente depois que noivaram, a se transformava. Era mais contida, não brincava tanto com os caras e até ficava menos tempo sobre o balcão do que atrás dele. Já quando ele não ia...

Assim que eu terminei de servir o drink Coyote para uma cliente, começou a tocar uma música que reconheci imediatamente e, quando olhei para a , ela sorriu e piscou para mim. As três mais rebolavam do que qualquer outra coisa. O pior de tudo não era o jeito provocante da . O pior era quando ela virava de costas para mim e rebolava de uma maneira bastante sugestiva. Por sorte, o bar estava cheio naquela noite, então não precisei ficar prestando atenção demais à dança por mais tempo.

No final do expediente, enquanto terminávamos de arrumar tudo, o Stephen havia ligado a jukebox que tinha no escritório (E era ligada à um sistema de som que funcionava em todo o bar) e tocava “Love in an elevator”. A , que estava me ajudando com os copos, cantava a música baixinho e até dançava um pouco. Depois que acabou, começou a tocar uma versão diferente de “Walk this way” e, logo, ela e as meninas estavam cantando. Me lembrei que era a mesma versão que elas apresentaram uma vez e elas se contentaram em continuar cantando sem parar com o que faziam. Depois que elas terminaram, foram andando na direção uma da outra e, de brincadeira, andaram lado a lado, como se estivessem desfilando. A maioria do pessoal que ainda estava ali, observava e alguns riam da palhaçada das três.

Tão logo fomos liberados, como sempre, a me ofereceu uma carona e aceitei. Não só por causa do horário, mas também porque estava com preguiça, admito. Perguntei, logo que paramos no mesmo sinal:

- É impressão minha ou aquela blusa da Nadine é sua?

- Não. Eu que peguei emprestado dela. Achei que não tivesse se esquecido desse... Sistema que a gente tem, de vez ou outra, pegar as roupas e, no caso da Di, sapatos emprestados. Bom, ela pega mais os meus sapatos do que vice-versa, ainda mais que você já cansou de ver meu pé e sabe como é diferente do dela.

- Só porque o dela é mais magro... Grande diferença! - Resmunguei e ela me bateu de leve.

Quando estávamos mais perto de casa, comentei:

- Sabia que eu nem achei tão ruim assim que você dançou uma das minhas músicas?

Me olhou e sorriu.

- A gente queria uma música diferente e estava tocando de fundo...

- Falou com o depois daquela confusão na ilha? - Perguntei, tentando parecer desinteressado.

Concordou.

- Ele foi até lá porque saiu uma foto de paparazzi nossa que parece que a gente estava... Próximos demais um do outro e o achou que a gente estava se beijando. O ciúme, como sempre, falou mais alto e ainda não sei como foi que consegui dobrar a fera.

Sorri fraco.

- Ainda está decidida a se casar com ele?

- Eu ainda estou pensando, inclusive naquilo tudo que eu te disse. Acho que esse... Tempo longe de mim está sendo bom para ele acalmar os ânimos um pouco, apesar do que houve em Ryde.

Concordei.

Assim que chegamos, eu estava indo diretamente para minha casa quando ela me chamou. Parei e a veio correndo. Parou na minha frente e me puxou e, quando quase bati de frente com ela, literalmente, passou os braços em torno do meu pescoço e ficou na ponta dos pés. Fiz a única coisa que podia naquele instante, que era corresponder ao abraço, passando meus braços em volta da sua cintura.

Aproximando a boca da minha orelha, pediu:

- Não fica bravo comigo.

- Não estou. Quer dizer, deveria porque está sendo teimosa como sempre - Riu fraco, sem saber os efeitos que aquilo causava em mim. - e provavelmente vai quebrar a cara, mas eu não consigo. Gosto e me importo demais com você para simplesmente me afastar.

- Se você ousar sumir de novo, juro que te caço até o fim do mundo e te arrasto de volta pela orelha! Isso é uma promessa! - Ri e ela me acompanhou.

- Não vou te deixar. Nunca. Já te falei isso. - Estreitei o abraço ainda mais e ela fez o mesmo. Escondi o rosto na curva do seu pescoço e inspirei, tentando gravar mais ainda o cheiro da sua pele.

Na manhã seguinte, quando o apareceu, a primeira coisa que notou foi meu desânimo.

- O que houve?

- A ... Ainda não desistiu do .

Ele respirou fundo e falou:

- A gente vai ter que fazer alguma coisa drástica.

- E o que você me sugere, exatamente? - Perguntei, não conseguindo esconder a irritação. - Eu não sei mais o que fazer. Tudo que a gente podia ter feito para estragar o casamento, a gente fez.

- Não. Ainda tem uma coisa. - Falou e olhei para ele, entendendo na mesma hora.

- Eu não vou fazer ela trair o .

- É o único jeito. Se ela está teimando em não dar logo um pé na bunda dele, eu não acho que vão se separar assim - Estalou os dedos. - apesar de tudo.

Ele realmente conseguiu me dar algo em que pensar.

Mais tarde, eu decidi olhar uma coisa, só de curiosidade, e que não tinha saído da minha cabeça ainda. Procurei pelas tais fotos que a tinha falado e que fizeram o ter uma impressão errada. Tinham sido tiradas uns cinco dias antes de irmos para a ilha. Tinha ido com a ela ao supermercado e estava estranhamente feliz naquele dia. Não sabia dizer o motivo. Só que ela chamava a atenção. Estava mais risonha. E o , obviamente, deve ter percebido que era porque eu estava com ela.

Fui tirado dos meus pensamentos pelo toque do meu celular. Assim que vi o nome da Seren na tela, apertei o botão para atender e falei:

- Não precisa nem me perguntar como eu estou, porque pior impossível.

- O que houve?

- Apesar de tudo... A ainda não desistiu do casamento.

Sabia que estava mordendo o lábio.

- Está muito ocupado? Eu queria conversar com você.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim. Um amigo meu está precisando desabafar. E eu prefiro falar com ele pessoal-mente do que por telefone.

- E você quer vir aqui ou a gente se encontra em algum lugar?

- Tem esse pub em Belgravia... Vou te mandar o endereço e a gente se encontra lá, pode ser?

Concordei. Em pouco tempo, recebi sua mensagem, avisando onde era o pub e saí.

Assim que cheguei lá, não demorei a encontra-la e pedi para me servirem uma cerveja.

- E então... O que houve? - A Seren quis saber, depois que peguei o copo e me sentei na sua frente.

- A pediu um tempo para o , como você já sabia. Só que a gente foi à Ryde e ele apareceu. Achou que eu tinha transado com ela, que fez questão de esclarecer que não era nada daquilo que ele tinha imaginado.

Mordeu o lábio e perguntou:

- E se eu bem te conheço... Você está chateado porque, não é que ela te deu falsas esperanças.

- É porque ela está teimando.

Concordou.

- O problema é que a gente tem que fazer alguma coisa drástica e definitiva. E não é só eu levá-la para a cama.

A Seren pareceu pensar um pouco e, no final, respondeu:

- Não tem o efeito bola de neve que vocês estavam sempre falando? Ela pode ser muito útil agora nessa reta final...

- Como assim? - Perguntei.

- Banca o cachorro. - Respondeu, tomando uma colherada do ensopado na tigela à sua frente. - Vai demarcando território. E se o rosnar... Mostra quem manda.

Não teve como me manter sério.

Acabou que a Seren me deu ótimas ideias do que fazer dali para a frente e, por causa do tempo, não esperei para começar a agir.

Tanto que no dia seguinte mesmo, acordei cedo e fiquei de olho na casa ao lado, só esperando o primeiro sinal de que a tinha acordado. E, assim que a vi na cozinha, saí correndo até a sua casa e bati a campainha. Não demorou a vir atender a porta e perguntou:

- O que...?

- Eu estava pensando uma coisa. Preciso da sua ajuda com uma música.

- Ok... - Respondeu, estranhando. - Eu acabei de fazer café. Quer?

- Por que você ainda oferece se sabe que eu vou aceitar? - Perguntei, entrando na sua casa depois que ela abriu passagem.

Depois de algum tempo (E de servir os cafés nas xícaras), pus a letra de música que real-mente estava com dificuldade de terminar e mostrei para ela.

- E então? - Perguntei, quando ela terminou de ler.

- Depois eu que sou fácil de ler, não é? - Devolveu a pergunta. - Dá para ver sobre quem é essa música.

- Alguma objeção?

Me olhou e segurei a vontade de rir. Pegou um lápis e fez as anotações em uma segunda folha.

Durante toda aquela semana, fiquei o máximo de tempo que consegui com a . No sábado à noite, eu dei uma desculpa qualquer para ficar com ela antes de irmos para o bar.

- Ok. O que você está aprontando, hein, seu sem-vergonha? - Ela perguntou, terminando de vestir a camiseta enquanto saía do closet.

- Eu não estou aprontando nada! - Tentei me defender e ela, obviamente, não acreditou; A prova eram os olhos estreitos. O jeito foi distraí-la: - E aí? Já está pronta?

- Quase.

Além de calçar as botas, pegou uma sacola e falei:

- Depois sou eu quem apronta, não é?

Deu um sorriso travesso e saímos.

Perto da meia-noite, notei que a e as meninas sumiram. Todo o bar ficou escuro. De repente, a começou a cantar acapella:

She got a body like an hourglass
(Ela tem um corpo igual à uma ampulheta)
But I can give it to you all the time
(Mas eu posso te dar o tempo inteiro)
She got a booty like a Cadillac
(Ela tem um bumbum como um Cadillac)
But I can send you into overdrive (oh)
(Mas eu posso te fazer andar à toda velocidade)

E foi justamente por causa da letra que eu tive certeza absoluta que aquela seria uma apresentação daquelas mais provocantes.

Logo, pude ouvir as meninas a acompanhando e no refrão, apareceram as imagens delas no telão. Eu tinha visto, durante a semana, o Stephen correr atrás de um telão que pudesse, inclusive, exibir imagens holográficas; Sabia que ele estava guardando dinheiro para esse investimento.

A Nicola foi a próxima a cantar:

She might've let you hold her hand in school
(Ela pode te deixar segurar a mão dela na escola)
But I'mma show you how to graduate
(Mas eu vou te mostrar como se formar)
No, I don't need to hear you talk the talk
(Não, eu não preciso te ouvir falando daquele jeito)
Just come and show me what your momma gave (ooh, yeah)
(Só vem e me mostra o que sua mãe te deu (ooh, sim))

Quando elas cantaram o refrão mais uma vez, não sei explicar como, mas a imagem holo-gráfica se “transformou” nas meninas.

No entanto, eu percebi que a coisa que mais atiçou os caras naquela noite não foi a dança; Foi o fato de elas estarem usando vestidos. E diga-se de passagem... Não tinha como tirar a razão dos caras; Eram vestidos, aparentemente, normais: De manga curta, decote comportado e batendo no meio da coxa; A Nadine era a única que usava um top e saia. Mesmo de frente, dava para ver o detalhe das fitas rosa, verde, turquesa e roxa nas laterais da saia. No entanto, quando elas se viraram de costas... Ela, a , a Nicola e a Claire tinham as faixas cruzadas nas costas. O vestido da tinha as faixas só sobre o final do decote generoso nas costas e eram só quatro, uma de cada cor. Já o vestido da Claire, que tinha o decote igual, mas tinham as faixas, duas de cada cor, cruzadas ao longo das suas costas. E a Nicola... Uma faixa laranja tinha sido costurada na altura das mangas. Acima da sua bunda, tinha uma verde. E no meio do decote, tinha uma rosa e duas amarelas cruzadas. Só quando ela foi parar entre a e a Nadine é que notei que o seu vestido era mais curto. E sabia que, se o Charlie estivesse aqui, não ia gostar muito, ainda mais que a Lola era uma das que mais rebolava...

Ao final da apresentação, elas saíram do palco e o DJ começou a tocar as músicas. Não consegui evitar e pedi para um dos lobinhos me dar cobertura. Em seguida, fui até o camarim e encontrei as meninas, já com as roupas que usavam antes da apresentação e esperei até que elas saíssem para falar com a , que eu concluí que ainda estava terminando de se vestir. Bati na porta e confirmei esse palpite que tive:

- Entra. - Ouvi a falar. Girei a maça-neta e, uma vez ali dentro, ela me observou através do reflexo do espelho e perguntou: - E aí? O que achou do teste da projeção holográfica?

- A minha parte preferida foi quando a projeção virou 3D.

Ela riu e perguntei:

- Você realmente não tem ideia do efeito que causa nos caras todas as vezes que sobe naquele balcão, não é?

Deu um meio sorriso e quis saber:

- Só... Nos caras?

Fui andando até ela.

- Quando dança em cima do balcão... Sim.

- Mas... E você? - Perguntou, se levantando da cadeira em que estava sentada.

- O que tem eu?- Me fiz de inocente.

- ... - Respondeu, parando na minha frente. - Sabe muito bem do que eu estou falando... Não é possível que o fato de eu estar rebolando em cima daquele balcão, seja usando uma saia, seja usando as roupas justas como as de costume não te afete nem um pouco...

- E... Por que afetaria?

Estreitou os olhos e, cruzando os braços na altura do estômago, disse:

- Além de eu ter visto o jeito que você me olhou durante todo o tempo em que estávamos em Ryde e eu só usava biquíni... Preciso mesmo te lembrar de tudo?

- Estou com a memória péssima. - A provoquei.

- Sei...

- A única coisa que eu consigo me lembrar é que daqui a cinco dias vai ser aniversário da Nadine. - Falei, na esperança que ela entendesse minhas reais intenções.

- Eu sei. - Respondeu. - E a Di quer esperar até sábado para comemorar.

Comecei a perder a paciência e ela notou.

- Seriam três anos. - Disse, depois de um minuto quieta.

- Pois é. Um bom tempo, você não acha? Era mais do que suficiente para ter certeza de algumas coisas.

- Como...?

- Ah... Talvez a Sophia tivesse... Companhia para brincar.

Deu um meio sorriso e, justo quando ia responder... Alguém nos interrompeu, batendo na porta.

- Eu já vou. - A disse. - Melhor a gente voltar ao trabalho.

A segui quando saiu dali e, antes de começar a andar na sua frente, eu admiti:

- O fato de você rebolar todo final de semana em cima daquele balcão não me afeta. Me faz ter vontade de te tirar dali de cima e te trazer aqui, justamente por ser menos movimentado do que a sala lá embaixo, não ia ter ninguém para atrapalhar.

Me olhava com certo interesse e não falou nada; Limitou-se a ir andando na minha frente e não pude ignorar que rebolava um pouco. Fato: Ela adorava me levar ao meu limite.