quarta-feira, 22 de junho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 25º capítulo - Interativa







But when our fingers interlock can't deny, can't deny, you're worth it

Devia ter superado todos os calafrios
Mas estou a fim de você (estou a fim de você)
E baby, mesmo nas nossas piores noites
Estou a fim de você (estou a fim de você)
Deixe-os se perguntarem como chegamos tão longe
Porque eu realmente não preciso me perguntar

(Paramore - Still into you)



Na manhã seguinte, tinha esquentado um pouco e por isso, tínhamos decidido ir à praia. A água, como era de se esperar, estava gelada e a , que foi uma das poucas que tinha tomado a coragem de ir até lá, voltou correndo quando a onda fraca tocou os seus pés. Voltou resmungando e fazendo com que a gente risse dela.

- Cacete! Tá um gelo! - Disse, se sentando do meu lado e enrolando os pés na toalha.

Logo, o saiu carregando a Nadine, que esperneava, na direção da água e ela, assim que sentiu a temperatura, começou a bater no meu melhor amigo.

- Se quiser... Posso te esquentar. - Ofereci para a , que tinha me ignorado a manhã inteira quando estávamos sozinhos. Travou o maxilar e disse:

- Pode deixar.

Se levantou e foi para perto da Nicola.

Assim que voltamos para a casa, não resistimos e ficamos um pouco na piscina. Inclusive a , que tentava ao máximo ficar longe de mim. Perto da hora do jantar, quando finalmente saímos da água, fui tomar banho. Logo que terminei, ia avisar que ela podia usar o banheiro quando aconteceram duas coisas. A primeira foi que a estava enrolada na toalha de um jeito que parecia que também tinha acabado de sair do banho. E a outra... Bom...

A porta de entrada se abriu exatamente quando encontrei a e a Nadine entrou.

- O que vocês fizeram com... - A começou a dizer, mas parou ao ver que a Di não estava sozinha; Atrás dela, estava o . Com a maior cara de poucos amigos. E, ao se dar conta de que eu estava de toalha e concluir o errado a respeito da , falou:

- Então foi por isso que você me pediu um tempo, não é? Para poder vir correndo para ele na primeira oportunidade...

- Vem comigo. Agora. - Ela falou, autoritária, mas quem disse que ele obedeceu? (E ainda bem que não fez o que ela pediu.) O simplesmente se virou e foi embora. A suspirou, impaciente. Foi para o andar de cima e, depois de meia hora, eu fui até o quarto. Ela já tinha se vestido e perguntei:

- Por mais quanto tempo vai ficar brava comigo?

Deu um estalo impaciente com a língua e resmungou:

- Eu não consigo ficar brava com você. Não importa o quanto eu tente.

Sorrindo, me aproximei dela e falei:

- Não fica chateada pelo que aconteceu agora há pouco.

- O problema é que não é só o que aconteceu agora há pouco. É o efeito bola de neve. - Respondeu e me aproximei dela, dando um beijo na sua bochecha.

- Se precisar, eu estou aqui. Sempre.

Sorrindo timidamente, repetiu o meu gesto e também ganhei um beijo no rosto.

- Estou começando a ficar de saco cheio.

- De quê?

- Tudo! Dos ciúmes descabidos do , de todo mundo ficar contra o meu casamento com ele... Chegou num ponto em que eu não tenho mais tanta certeza se estou certa em teimar nisso. Não é por causa da torcida negativa, mas por causa dele mesmo. Era diferente. Não era esse... Controlador ciumento insuportável que eu não conheço mais. Era outra pessoa. Não era só o meu melhor amigo, mas era quem eu gostava de verdade.

- E não gosta mais?

Me olhou e estava triste.

- É o que mais me preocupa. Ainda mais que a tendência é só piorar, que ele fique ainda mais ciumento, mais controlador... E que aquele que eu conheci na loja da Bertha seja cada vez mais só uma lembrança.

- Ainda está em tempo de desistir.

Assentiu em silêncio.

No sábado, tivemos que voltar, já que o Charlie precisou resolver um problema com o trabalho. E desta vez, fui eu quem dirigiu durante todo o caminho de volta. Quer dizer, da casa até a balsa, foi a . Mas de Porthsmouth para a casa... Fui eu. E, ao contrário de mim... Ela não dormiu. Em nenhum momento.

Naquela noite, voltamos ao batente. O bar ainda não tinha aberto para os clientes e, por isso, consegui ouvir a falar com o Stephen:

- Stephen, eu estava pensando numa coisa. Quer dizer, se você concordar.

- Que coisa?

- Que a gente faça uma espécie de eleição para os temas das festas. Não só com o resto da equipe, mas também, com os frequentadores. Pode até colocar uma enquete no site.

Pareceu considerar e prometeu que ia pensar no assunto. Na primeira oportunidade que eu tive, perguntei:


- Já tem alguma ideia para o tema da próxima festa?

Me olhou por cima do ombro, sorrindo e disse:

- Não se preocupa que, pelo que estou pensando aqui, os lobinhos não vão se preocupar tanto assim com fantasia.

- Por quê?

Se limitou a manter o sorriso.

- Se eu quiser sugerir um tema... - Comecei a dizer e ela disse:

- Fique à vontade. Já tem alguma ideia?

Neguei com a cabeça.

- Ó... Se tiver alguma ideia, pode falar. Não importa se você achar que é ruim... Talvez possa se surpreender.

Cerca de meia hora depois, ela e as meninas já estavam sobre o balcão, dançando e se divertindo. Esse era um dos momentos que eu gostava de ficar olhando para ela. Dava para ver que aquilo era algo que ela realmente amava fazer. Era ali que podia ser ela mesma, sem se preocupar com julgamentos e até mesmo com o que devia ou não fazer. No dia que o ia ao bar, principalmente depois que noivaram, a se transformava. Era mais contida, não brincava tanto com os caras e até ficava menos tempo sobre o balcão do que atrás dele. Já quando ele não ia...

Assim que eu terminei de servir o drink Coyote para uma cliente, começou a tocar uma música que reconheci imediatamente e, quando olhei para a , ela sorriu e piscou para mim. As três mais rebolavam do que qualquer outra coisa. O pior de tudo não era o jeito provocante da . O pior era quando ela virava de costas para mim e rebolava de uma maneira bastante sugestiva. Por sorte, o bar estava cheio naquela noite, então não precisei ficar prestando atenção demais à dança por mais tempo.

No final do expediente, enquanto terminávamos de arrumar tudo, o Stephen havia ligado a jukebox que tinha no escritório (E era ligada à um sistema de som que funcionava em todo o bar) e tocava “Love in an elevator”. A , que estava me ajudando com os copos, cantava a música baixinho e até dançava um pouco. Depois que acabou, começou a tocar uma versão diferente de “Walk this way” e, logo, ela e as meninas estavam cantando. Me lembrei que era a mesma versão que elas apresentaram uma vez e elas se contentaram em continuar cantando sem parar com o que faziam. Depois que elas terminaram, foram andando na direção uma da outra e, de brincadeira, andaram lado a lado, como se estivessem desfilando. A maioria do pessoal que ainda estava ali, observava e alguns riam da palhaçada das três.

Tão logo fomos liberados, como sempre, a me ofereceu uma carona e aceitei. Não só por causa do horário, mas também porque estava com preguiça, admito. Perguntei, logo que paramos no mesmo sinal:

- É impressão minha ou aquela blusa da Nadine é sua?

- Não. Eu que peguei emprestado dela. Achei que não tivesse se esquecido desse... Sistema que a gente tem, de vez ou outra, pegar as roupas e, no caso da Di, sapatos emprestados. Bom, ela pega mais os meus sapatos do que vice-versa, ainda mais que você já cansou de ver meu pé e sabe como é diferente do dela.

- Só porque o dela é mais magro... Grande diferença! - Resmunguei e ela me bateu de leve.

Quando estávamos mais perto de casa, comentei:

- Sabia que eu nem achei tão ruim assim que você dançou uma das minhas músicas?

Me olhou e sorriu.

- A gente queria uma música diferente e estava tocando de fundo...

- Falou com o depois daquela confusão na ilha? - Perguntei, tentando parecer desinteressado.

Concordou.

- Ele foi até lá porque saiu uma foto de paparazzi nossa que parece que a gente estava... Próximos demais um do outro e o achou que a gente estava se beijando. O ciúme, como sempre, falou mais alto e ainda não sei como foi que consegui dobrar a fera.

Sorri fraco.

- Ainda está decidida a se casar com ele?

- Eu ainda estou pensando, inclusive naquilo tudo que eu te disse. Acho que esse... Tempo longe de mim está sendo bom para ele acalmar os ânimos um pouco, apesar do que houve em Ryde.

Concordei.

Assim que chegamos, eu estava indo diretamente para minha casa quando ela me chamou. Parei e a veio correndo. Parou na minha frente e me puxou e, quando quase bati de frente com ela, literalmente, passou os braços em torno do meu pescoço e ficou na ponta dos pés. Fiz a única coisa que podia naquele instante, que era corresponder ao abraço, passando meus braços em volta da sua cintura.

Aproximando a boca da minha orelha, pediu:

- Não fica bravo comigo.

- Não estou. Quer dizer, deveria porque está sendo teimosa como sempre - Riu fraco, sem saber os efeitos que aquilo causava em mim. - e provavelmente vai quebrar a cara, mas eu não consigo. Gosto e me importo demais com você para simplesmente me afastar.

- Se você ousar sumir de novo, juro que te caço até o fim do mundo e te arrasto de volta pela orelha! Isso é uma promessa! - Ri e ela me acompanhou.

- Não vou te deixar. Nunca. Já te falei isso. - Estreitei o abraço ainda mais e ela fez o mesmo. Escondi o rosto na curva do seu pescoço e inspirei, tentando gravar mais ainda o cheiro da sua pele.

Na manhã seguinte, quando o apareceu, a primeira coisa que notou foi meu desânimo.

- O que houve?

- A ... Ainda não desistiu do .

Ele respirou fundo e falou:

- A gente vai ter que fazer alguma coisa drástica.

- E o que você me sugere, exatamente? - Perguntei, não conseguindo esconder a irritação. - Eu não sei mais o que fazer. Tudo que a gente podia ter feito para estragar o casamento, a gente fez.

- Não. Ainda tem uma coisa. - Falou e olhei para ele, entendendo na mesma hora.

- Eu não vou fazer ela trair o .

- É o único jeito. Se ela está teimando em não dar logo um pé na bunda dele, eu não acho que vão se separar assim - Estalou os dedos. - apesar de tudo.

Ele realmente conseguiu me dar algo em que pensar.

Mais tarde, eu decidi olhar uma coisa, só de curiosidade, e que não tinha saído da minha cabeça ainda. Procurei pelas tais fotos que a tinha falado e que fizeram o ter uma impressão errada. Tinham sido tiradas uns cinco dias antes de irmos para a ilha. Tinha ido com a ela ao supermercado e estava estranhamente feliz naquele dia. Não sabia dizer o motivo. Só que ela chamava a atenção. Estava mais risonha. E o , obviamente, deve ter percebido que era porque eu estava com ela.

Fui tirado dos meus pensamentos pelo toque do meu celular. Assim que vi o nome da Seren na tela, apertei o botão para atender e falei:

- Não precisa nem me perguntar como eu estou, porque pior impossível.

- O que houve?

- Apesar de tudo... A ainda não desistiu do casamento.

Sabia que estava mordendo o lábio.

- Está muito ocupado? Eu queria conversar com você.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim. Um amigo meu está precisando desabafar. E eu prefiro falar com ele pessoal-mente do que por telefone.

- E você quer vir aqui ou a gente se encontra em algum lugar?

- Tem esse pub em Belgravia... Vou te mandar o endereço e a gente se encontra lá, pode ser?

Concordei. Em pouco tempo, recebi sua mensagem, avisando onde era o pub e saí.

Assim que cheguei lá, não demorei a encontra-la e pedi para me servirem uma cerveja.

- E então... O que houve? - A Seren quis saber, depois que peguei o copo e me sentei na sua frente.

- A pediu um tempo para o , como você já sabia. Só que a gente foi à Ryde e ele apareceu. Achou que eu tinha transado com ela, que fez questão de esclarecer que não era nada daquilo que ele tinha imaginado.

Mordeu o lábio e perguntou:

- E se eu bem te conheço... Você está chateado porque, não é que ela te deu falsas esperanças.

- É porque ela está teimando.

Concordou.

- O problema é que a gente tem que fazer alguma coisa drástica e definitiva. E não é só eu levá-la para a cama.

A Seren pareceu pensar um pouco e, no final, respondeu:

- Não tem o efeito bola de neve que vocês estavam sempre falando? Ela pode ser muito útil agora nessa reta final...

- Como assim? - Perguntei.

- Banca o cachorro. - Respondeu, tomando uma colherada do ensopado na tigela à sua frente. - Vai demarcando território. E se o rosnar... Mostra quem manda.

Não teve como me manter sério.

Acabou que a Seren me deu ótimas ideias do que fazer dali para a frente e, por causa do tempo, não esperei para começar a agir.

Tanto que no dia seguinte mesmo, acordei cedo e fiquei de olho na casa ao lado, só esperando o primeiro sinal de que a tinha acordado. E, assim que a vi na cozinha, saí correndo até a sua casa e bati a campainha. Não demorou a vir atender a porta e perguntou:

- O que...?

- Eu estava pensando uma coisa. Preciso da sua ajuda com uma música.

- Ok... - Respondeu, estranhando. - Eu acabei de fazer café. Quer?

- Por que você ainda oferece se sabe que eu vou aceitar? - Perguntei, entrando na sua casa depois que ela abriu passagem.

Depois de algum tempo (E de servir os cafés nas xícaras), pus a letra de música que real-mente estava com dificuldade de terminar e mostrei para ela.

- E então? - Perguntei, quando ela terminou de ler.

- Depois eu que sou fácil de ler, não é? - Devolveu a pergunta. - Dá para ver sobre quem é essa música.

- Alguma objeção?

Me olhou e segurei a vontade de rir. Pegou um lápis e fez as anotações em uma segunda folha.

Durante toda aquela semana, fiquei o máximo de tempo que consegui com a . No sábado à noite, eu dei uma desculpa qualquer para ficar com ela antes de irmos para o bar.

- Ok. O que você está aprontando, hein, seu sem-vergonha? - Ela perguntou, terminando de vestir a camiseta enquanto saía do closet.

- Eu não estou aprontando nada! - Tentei me defender e ela, obviamente, não acreditou; A prova eram os olhos estreitos. O jeito foi distraí-la: - E aí? Já está pronta?

- Quase.

Além de calçar as botas, pegou uma sacola e falei:

- Depois sou eu quem apronta, não é?

Deu um sorriso travesso e saímos.

Perto da meia-noite, notei que a e as meninas sumiram. Todo o bar ficou escuro. De repente, a começou a cantar acapella:

She got a body like an hourglass
(Ela tem um corpo igual à uma ampulheta)
But I can give it to you all the time
(Mas eu posso te dar o tempo inteiro)
She got a booty like a Cadillac
(Ela tem um bumbum como um Cadillac)
But I can send you into overdrive (oh)
(Mas eu posso te fazer andar à toda velocidade)

E foi justamente por causa da letra que eu tive certeza absoluta que aquela seria uma apresentação daquelas mais provocantes.

Logo, pude ouvir as meninas a acompanhando e no refrão, apareceram as imagens delas no telão. Eu tinha visto, durante a semana, o Stephen correr atrás de um telão que pudesse, inclusive, exibir imagens holográficas; Sabia que ele estava guardando dinheiro para esse investimento.

A Nicola foi a próxima a cantar:

She might've let you hold her hand in school
(Ela pode te deixar segurar a mão dela na escola)
But I'mma show you how to graduate
(Mas eu vou te mostrar como se formar)
No, I don't need to hear you talk the talk
(Não, eu não preciso te ouvir falando daquele jeito)
Just come and show me what your momma gave (ooh, yeah)
(Só vem e me mostra o que sua mãe te deu (ooh, sim))

Quando elas cantaram o refrão mais uma vez, não sei explicar como, mas a imagem holo-gráfica se “transformou” nas meninas.

No entanto, eu percebi que a coisa que mais atiçou os caras naquela noite não foi a dança; Foi o fato de elas estarem usando vestidos. E diga-se de passagem... Não tinha como tirar a razão dos caras; Eram vestidos, aparentemente, normais: De manga curta, decote comportado e batendo no meio da coxa; A Nadine era a única que usava um top e saia. Mesmo de frente, dava para ver o detalhe das fitas rosa, verde, turquesa e roxa nas laterais da saia. No entanto, quando elas se viraram de costas... Ela, a , a Nicola e a Claire tinham as faixas cruzadas nas costas. O vestido da tinha as faixas só sobre o final do decote generoso nas costas e eram só quatro, uma de cada cor. Já o vestido da Claire, que tinha o decote igual, mas tinham as faixas, duas de cada cor, cruzadas ao longo das suas costas. E a Nicola... Uma faixa laranja tinha sido costurada na altura das mangas. Acima da sua bunda, tinha uma verde. E no meio do decote, tinha uma rosa e duas amarelas cruzadas. Só quando ela foi parar entre a e a Nadine é que notei que o seu vestido era mais curto. E sabia que, se o Charlie estivesse aqui, não ia gostar muito, ainda mais que a Lola era uma das que mais rebolava...

Ao final da apresentação, elas saíram do palco e o DJ começou a tocar as músicas. Não consegui evitar e pedi para um dos lobinhos me dar cobertura. Em seguida, fui até o camarim e encontrei as meninas, já com as roupas que usavam antes da apresentação e esperei até que elas saíssem para falar com a , que eu concluí que ainda estava terminando de se vestir. Bati na porta e confirmei esse palpite que tive:

- Entra. - Ouvi a falar. Girei a maça-neta e, uma vez ali dentro, ela me observou através do reflexo do espelho e perguntou: - E aí? O que achou do teste da projeção holográfica?

- A minha parte preferida foi quando a projeção virou 3D.

Ela riu e perguntei:

- Você realmente não tem ideia do efeito que causa nos caras todas as vezes que sobe naquele balcão, não é?

Deu um meio sorriso e quis saber:

- Só... Nos caras?

Fui andando até ela.

- Quando dança em cima do balcão... Sim.

- Mas... E você? - Perguntou, se levantando da cadeira em que estava sentada.

- O que tem eu?- Me fiz de inocente.

- ... - Respondeu, parando na minha frente. - Sabe muito bem do que eu estou falando... Não é possível que o fato de eu estar rebolando em cima daquele balcão, seja usando uma saia, seja usando as roupas justas como as de costume não te afete nem um pouco...

- E... Por que afetaria?

Estreitou os olhos e, cruzando os braços na altura do estômago, disse:

- Além de eu ter visto o jeito que você me olhou durante todo o tempo em que estávamos em Ryde e eu só usava biquíni... Preciso mesmo te lembrar de tudo?

- Estou com a memória péssima. - A provoquei.

- Sei...

- A única coisa que eu consigo me lembrar é que daqui a cinco dias vai ser aniversário da Nadine. - Falei, na esperança que ela entendesse minhas reais intenções.

- Eu sei. - Respondeu. - E a Di quer esperar até sábado para comemorar.

Comecei a perder a paciência e ela notou.

- Seriam três anos. - Disse, depois de um minuto quieta.

- Pois é. Um bom tempo, você não acha? Era mais do que suficiente para ter certeza de algumas coisas.

- Como...?

- Ah... Talvez a Sophia tivesse... Companhia para brincar.

Deu um meio sorriso e, justo quando ia responder... Alguém nos interrompeu, batendo na porta.

- Eu já vou. - A disse. - Melhor a gente voltar ao trabalho.

A segui quando saiu dali e, antes de começar a andar na sua frente, eu admiti:

- O fato de você rebolar todo final de semana em cima daquele balcão não me afeta. Me faz ter vontade de te tirar dali de cima e te trazer aqui, justamente por ser menos movimentado do que a sala lá embaixo, não ia ter ninguém para atrapalhar.

Me olhava com certo interesse e não falou nada; Limitou-se a ir andando na minha frente e não pude ignorar que rebolava um pouco. Fato: Ela adorava me levar ao meu limite.

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