terça-feira, 12 de novembro de 2013

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 9º capítulo



Sabe-se que algumas pessoas têm feito isso
Durante todas as suas vidas
Mas você se vê sozinho
Assim como se via antes

(John Mayer - Shadow days)

Luiza

Na manhã seguinte, nem bem tinha acordado quando ouvi a campainha. Tive que ir atender, já que o Kaulitz parecia uma pedra, dormindo tão profundamente. Assim que abri a porta, quase fui atropelada por duas criaturas extremamente animadas e gritantes. E logo que a ficha caiu, me juntei à elas no festival de gritos. Não demorou muito para que o Bill aparecesse, parecendo mais um zumbi que qualquer outra coisa e reclamando do barulho que eu e as minhas amigas fazíamos. Enquanto ele estava na cozinha, perguntei para as duas:

          - Mas... Di, você não estava em Londres?

          - Falou certo. Estava. Cheguei ontem à noite. - Respondeu. - Aliás...

Me entregou uma caixa de transporte de bichos e quase gritei de novo. Fiz sinal para que as duas fossem comigo até o andar de cima da casa e, depois de fechar a porta do quarto, pude soltar a Vivi, que não saiu de primeira.

          - Ih... Tá me estranhando... Também, depois de tanto tempo...

As duas sorriram e a Di quis saber:

          - E aí? Como estão as coisas?

          - Um pesadelo. - Respondi. - Ela já sabe de ontem? - Perguntei para a Lola, que negou.

          - O que houve?

          - Teve uma festa ontem, porque uma banda que ele estava produzindo assinou contrato com uma gravadora. No melhor de tudo, ele bancou o Khal Drogo* e me pôs em cima do ombro e saiu andando. - Expliquei.

          - Ah, mentira! - A Di retrucou.

          - Verdade. Até eu fiquei com medo. Iza, você provocou demais. - A Lola disse e dei de ombros.

          - Não fui eu quem ficou agarrando uma prótese siliconada ambulante. - Falei e as duas riram. - Ai, mas estou tão feliz que estão aqui... Vão ficar quanto tempo?

          - Pois é. - A Nadine disse, depois de trocar significativamente um olhar com a ruiva.

          - Não! - Falei, captando a mensagem. As duas sorriram e concordaram com a cabeça.

          - E suas coisas estão lá em casa. Aquela aqui do lado. - A ruiva disse. - Agradeça ao... Khal Drogo.

Rimos.

          - E aí? Não vai mostrar a casa? - A Di falou, toda animada.

Logo, estava mostrando praticamente cada cantinho. Depois que passamos em frente à porta fechada do estúdio, a Nadine brincou:

          - Por um acaso ele não é uma espécie de Barba Azul, é?

          - Não... A barba dele é castanha... - Provoquei e ela me deu um tapa de leve. - E aqui é o estúdio. Carinhosamente chamo de “Ala leste”, já que não posso entrar.

          - Por quê? - A Lola perguntou.

          - Pergunta para ele. - Respondi.

Quando chegamos ao meu quarto, é claro que continuamos a falar dele:

          - Ah! E vocês não sabem da maior...

          - Quê? Ele tem uma foto da tal na cabeceira? - A Di perguntou e neguei com a cabeça.

          - Até onde eu vi... Não. Mas é pior.

          - Ele é gay? - A Di quis saber.

          - Pelo contrário!

De repente, elas se entreolharam e na mesma hora, entendi tudo.

          - Acho que só de ver o jeito que ele te pegou ontem já deu para imaginar. - A Lola disse.

          - Sabe que esse seu “o jeito que ele te pegou” dá ambiguidade, né?- Perguntei, de novo sem pensar e as duas mantiveram o sorriso malicioso. - AI QUE SACO VOCÊS DUAS!

Elas riram e falei:

          - Mas ele andou aprontando umas coisas aí que simplesmente não dá para deixar passar. E o agarramento com o pedaço de silicone está excluso.

          - E o que você está planejando fazer? - A Di quis saber e respondi, simplesmente:

          - O que mais senão dar aquela lição nele?

          - Alguma coisa em mente? - Ela perguntou.

          - Por enquanto, só algumas ideias e todas elas desfavorecem e muito o Sr. Bill Kaulitz.

          - Coitado. - A Lola respondeu, rindo. - Mas aposto que você vai adorar judiar dele, não é, Iza?

Ergui a sobrancelha, dando um meio sorriso e respondi:

          - Pode ter certeza. Mas deixa... A hora em que ele menos esperar... Ataco.

          - Ô dó... - A Di falou, rindo.

          - Tá com peninha? Pega para você então.

          - Se eu não estivesse correndo de confusão... Pegava mesmo. Ainda mais que ele é tão... - Fez um gesto como se estivesse apertando algo.

          - Tarada. - Resmunguei e riu.

Continuamos conversando até que decidir ir buscar minhas coisas na casa das meninas. Depois que voltamos e enquanto estávamos arrumando as coisas no closet, a Lola quis saber, aproveitando que a Di tinha ido ao banheiro:

          - Estou pensando aqui... Você disse que beijou o Bill, não é?

Assenti. Sabia que aí vinha...

          - E aí? Gostou? - Perguntou e respondi:

          - E por que eu gostaria? Ele fuma. Tem um piercing na língua e dois no lábio. Sem falar na barba, que ficou me arranhando o tempo inteiro!

Me olhou com uma expressão de “Você não me engana” e revirei os olhos, suspirando.

          - Tirando o gosto do cigarro... Foi um dos melhores.

Sorriu e perguntou:

          - Borboletas no estômago?

          - E como!

Riu e, de repente, quis saber:

          - Parecido com o que o Alex te faz sentir?

          - É... Só que elevado à quinquagésima potência. - Admiti e ela sorriu. Pegou na minha mão e disse:

          - Sabe que eu vou estar aqui para o que der e vier, não é? Mesmo se você não quiser mais voltar para Londres...

          - Para falar a verdade... Eu ia acabar contando, de um jeito ou de outro.

Me olhou, estranhando.

          - O que foi?

          - Lola, eu... Depois que acabar esse prazo do juiz, vou para Roma. Não estava brincando quando falei que ia tentar comprar o apartamento que minha avó morou até quando ela se casou.

Sua expressão era de choque, mas não parecia que iria chorar. Ou brigar comigo.

          - Então... Você vai se mudar para lá?

          - Quero fazer uma experiência de um semestre para ver se dá certo. Se der, fico. Senão, volto para Londres e alugo o apartamento.

          - A Di já sabe?

Neguei com a cabeça.

          - Só você e o Alex. Pelo menos por enquanto.

Me abraçou e disse:

          - Vou sentir muito a sua falta.

          - Nicola, entendeu o que eu falei? A mudança, a princípio, não é definitiva. E eu sempre vou para Londres para visitar vocês! E serão muito bem-vindas, principalmente para verem os belli ragazzi.

Riu fraco e sibilou:

          - Shhh! O Charlie nem pode sonhar que vou para Roma por essa razão, além da óbvia, que é te visitar.

          - Olhar não tira pedaço. - Respondi, dando uma piscada. Nesse instante, a Di irrompeu no meu quarto, bufando e assustando a Vivi, que se enfiou debaixo da minha cama.

          - Ai que ódio! - Falou, ao se jogar numa poltrona que havia ali.

          - Que foi, criatura? - Perguntei e ela revirou os olhos, dizendo:

          - Aquele despacho do seu cunhado! Ficou se achando o gostosão, dizendo que pegava todas, que era o sexgott... Ele que pegue esse sexgott e enfie no...

          - NADINE! - Exclamei e ela bufou. - E além do mais... Você já sabia que ele era assim... Não tem motivo para ficar se estressando, ainda mais com uma coisa tão... Besta. E ego gigante por ego gigante, já está acostumada com o meu, lembra?

          - Mas é essa a diferença. Você é mulher, não fica se vangloriando de ser a deusa do sexo e muito menos fica com chatice de contar com quantos dormiu.

          - Mesmo porque a gente já sabe com quantos a Iza transou, não é? - A Lola perguntou e assenti, rindo.

          - Taí uma coisa que me irrita. O Tom é homem, pode ser pegador o quanto quiser que não tem problema nenhum. Agora se eu transar com um desconhecido... Sou xingada de vagabunda para baixo. - Reclamei e as duas me deram razão. Assim, continuamos com a discussão sobre o assunto e, não muito tempo depois, mudamos de assunto. Principalmente porque a Di contou que descobriu uma loja do Louboutin e estava animadíssima para que fôssemos com ela. Então, combinamos um dia qualquer e sua animação acabou nos contagiando. E a propósito... O Tom virou assunto porque havia chegado.

Por fim, acabamos decidindo ir à praia. Estávamos sentadas cada uma numa espreguiçadeira, tomando sol quando meu celular começou a tocar. Peguei o aparelho e já imaginei que era o Bill, que tinha sumido logo depois que cheguei com as minhas coisas. Olhei quem era e atendi:

          - É muito bom que a senhorita venha até a praia de Santa Monica. As minhas amigas chegaram de Londres e quero que você as conheça.

          - Ok. Quando estiver chegando, te ligo. - Disse e desliguei, depois de me despedir.

          - Quem era? - A Lola perguntou, demonstrando interesse.

          - Então. Secretária do Bill e a primeira amiga que fiz aqui.

          - Ah, então é assim? - A Di se fingiu de ofendida. - A gente te deixa sozinha por um tempo e já vai fazendo novas amizades, é isso?

          - Oi! Achei que ficaria um ano inteiro sem ver vocês! Sem falar que eu preciso de ter contato com outras pessoas!

          - E como é essa garota? - A Lola tentou amenizar a situação, embora eu soubesse que a Di não estava realmente brava.

          - Sabem as angels da Victoria’s secret? - As duas assentiram. - Então. Parece uma Barbie mesmo, loira, alta, magra... Dá até raiva!

Elas riram.

Não muito tempo depois, a Lola foi dar um mergulho e a Di perguntou:

          - É impressão minha ou... Você implementou o regime de relacionamento aberto com o Bill também?

          - Também uma ova! Eu e o Alex nunca tivemos tempo para ter um relacionamento propriamente dito.

Me olhou, fazendo uma cara de descrente e falou:

          - Cut the crap! Antes mesmo de eu te conhecer você já estava enrolando o Alex.

          - Enrolando? Não senhora!

          - Enrolando sim! Ou vai dizer que esses três anos que você está stalling o coitado!

Revirei os olhos, impaciente e ia responder quando a Claire ligou, avisando que já havia chegado. Usei um ponto de referência e, justamente quando ela chegou, a Nicola estava de volta. Apresentei as três e logo em seguida, decidimos comer alguma coisa ali no píer mesmo. Claro que as minhas amigas não iam deixar passar em branco...

          - E então? O Bill é um chefe muito pain in the arse
? - A Nicola perguntou e a Claire quase teve um treco. Fato é que nós três éramos desbocadas. E a secretária era um poço de educação.

          - Às vezes. Mas de... Um mês para cá, as coisas melhoraram.

Nem olhei para as duas criaturas ao meu lado para descobrir que cara estavam fazendo; Era óbvio até demais.

          - Nem imagino o que tenha causado essa mudança, não é, Di? - A Lola perguntou e suspirei.

          - Então... Como ele é, de verdade? - A Di quis saber e a Claire começou a contar. Mesmo que tentasse, não conseguiria ignorar aquela enxurrada de informações. O curioso foi que a Claire o descrevia como sendo alguém extremamente soturno, solitário e reservado.

          -... E logo depois de toda a confusão, eu acho que ele só passava em casa para trocar de roupa mesmo. - A loira disse e senti o olhar das minhas amigas em cima de mim; Sabia muito bem o que estavam pensando.

Não muito tempo depois, acabamos decidindo sair mais à noite e fizemos hora na casa das meninas.

Lá pelas tantas e depois de uma boa quantidade de álcool, a Claire desatou a falar várias coisas que havia reparado que mudaram no Bill. As meninas dançavam e, portanto, não consegui controlar minha curiosidade e fiquei ao lado dela, que disse:

          -... E outro dia mesmo aconteceu uma coisa estranhíssima. Ele ligou para Londres.

          - A troco de quê?
        
          - Pois é. Não entendi muito bem, já que pediu que não passasse nenhuma ligação. E como não aguentei de curiosidade, dei um jeito de ficar na extensão e descobri que ele estava falando com o assessor de um cara chamado Alex Ireland. Conhece?

Arqueei a sobrancelha e respondi:

          - Só te digo uma coisa. Pode ficar despreocupada porque, no que depender de mim, sem trabalho você não fica.

Estranhou e quase imediatamente, passou mal.

Quando cheguei em casa, o Bill ainda estava acordado, vendo alguma coisa na TV. Ao me notar ali, perguntou:

          - Não está um pouco cedo para você estar em casa?

          - Ah tá. Se quiser, dou meia-volta e vou ficar lá com as meninas, que estão exaustas e, conhecendo as peças muito bem, vão me botar para fora sem nem pensar duas vezes.

Me olhou, de cima a baixo e, dando um sorrisinho um pouco estranho, desligou a TV. Em seguida, se levantou e eu não consegui me mover. Foi se aproximando lentamente e, quando estava realmente muito perto, pôs o meu cabelo atrás da orelha, sem desviar seu olhar fixo no meu por um segundo sequer. De repente, começou a deslizar o polegar lentamente sobre minha bochecha e prendi a respiração. Sorriu e perguntou:

          - O que você está sentindo?

          - Sono. - Respondi, não querendo entregar nada de bandeja.

          - Só?

          - Um pouco de tontura, afinal de contas, tomei um pouco de álcool. Não se preocupe, porque estou completamente ciente do que faço.

          - Bom saber. - Disse, se inclinando na minha direção. Esperei que estivesse perto o bastante para me afastar e falei:

          - Um beijo em vinte e quatro horas é mais que suficiente.

Suspirou e disse:

          - Quer saber? Cansei. Toda vez que tentei me aproximar de você, mesmo sem segundas intenções, você me repele. A partir de agora, se quiser qualquer coisa, vai ter de correr atrás de mim.

Arqueei a sobrancelha e falei:

          - Então senta. Vai se cansar de esperar.

          - Duvido.

          - Oi?

          - Não dou nem uma semana para você estar correndo atrás de mim.

Ri, não conseguindo acreditar naquilo.

          - Em primeiro lugar: Abaixa essa bola que você não está com o mínimo cartaz. Ainda mais comigo. Em segundo: Eu tenho uma coisa chamada amor próprio. Em terceiro: Eu não correria atrás de você nem que fosse o último cara do universo inteiro! E nós dois sabemos muito bem que o universo é infinito! - Só então percebi que estava soando um pouco histérica demais. - E quarto e último: Acho que quem vai dar o primeiro passo é você. Afinal de contas, quem sempre tomou a iniciativa? Sem falar na sua crise de ciúmes na festa, me tratando como se eu fosse um saco de batatas usando um par de Jimmy Choos vermelhos!

Ok. Estávamos os dois prestes a cair no riso.

          - Eu te proponho uma coisa então. - Falou. - Uma aposta. Quem perder, vai fazer qualquer coisa que o outro escolher, sem contestar ou dissuasão. Começa hoje e vai até a meia-noite do dia trinta e um de agosto. Quem ceder primeiro, obviamente, perde. E no dia do meu aniversário... O vencedor pode reclamar seu... Prêmio.

Sorria de maneira maliciosa e perguntou:

          - E então? O que você me diz?

Estendeu a mão para mim e perguntei:

          - Tem certeza que quer mesmo apostar comigo?       

          - Por quê? Está com medo de perder?

          - Na realidade... Era você quem tinha que estar com medo de perder.

          - Um pouco confiante demais, Sra. Kaulitz?

          - Não. Só vou fazer questão de ganhar essa aposta. E quando quero... Sou muito persistente. Então, meu único conselho para você é que desista quando ainda é tempo.

          - Não vou desistir. Quero ver até quando vai conseguir resistir... Até já estou pensando no que você vai ter de fazer depois que eu ganhar essa aposta...

Sorri e falei:

          - Vai sonhando.

Apertei sua mão. Não muito tempo depois, cada um foi para o seu próprio quarto e assim que deitei, fiquei pensando em tudo que ia fazer para que ele perdesse a aposta.

Na manhã seguinte mesmo já comecei a ter umas ideias. As meninas e a Claire até me ajudavam, dando sugestões e esperei o momento propício para começar a executá-las.

Uma semana inteira havia se passado e eu estava agindo normalmente. Aparentemente, o Bill nem imaginava o que eu estava aprontando e isso só fazia aumentar a minha vontade de começar logo a fazer o que estava planejando, mas justamente por ser tão óbvio que era melhor esperar um pouco.

Na quinta-feira, quando estava almoçando com as meninas em um restaurante perto do estúdio, estávamos conversando quando a Nadine me fez uma proposta irrecusável. Desde já começamos a fazer vários planos. Assim que terminamos e ia voltar para o estúdio, mas as meninas me pediram:

          - Vê com a Claire se ela aceita fazer parte do nosso plano...

Assenti e voltei para o trabalho. Assim que cheguei ao estúdio, conversei com a Claire e ela, de imediato, aceitou.

          - E o Bill? - Perguntei, antes de ir para a sala dele.

          - Ainda não voltou.

          - Ok...

          - Posso te pedir um favor?

          - Claro.

          - Posso transferir as ligações diretamente para a sala dele enquanto dou uma saída rapidíssima? Antes mesmo de ele chegar, estou de volta.

          - Pode deixar. - Respondi e ela mexeu em alguns botões do telefone e, ao pegar a bolsa, saiu correndo depois de se despedir de mim e fui para a sala. Estava brincando com alguns efeitos quando o telefone tocou. Imitando a postura da Claire, atendi e ouvi do outro lado da linha:

          - Por favor, eu gostaria de falar com o Bill...

          - Então. Ele ainda não voltou do almoço. Quer que eu peça a ele para retornar a ligação?

          - Ah não. Só avise a ele que a mãe dele ligou.

Gelei.

          - Ah... Ok. Como a senhora está?

          - Estou bem, obrigada... E a Claire? Onde ela foi?

          - Precisou dar uma saída rápida.


          - Sei... Por um acaso você é a mulher do Bill?

          - Sim, senhora. - Respondi e ela começou a conversar comigo. Foi simpática e, quando menos esperei, quis saber:


          - Eu fiquei sabendo que você impôs uma condição para ir à festa com ele na semana passada...

          - Ele te contou?

Respondeu que sim e falei:

          - Foi. Eu impus essa condição de ele voltar com a banda porque sei o quanto é importante... Sei que é, literalmente, a vida dele. Então, me pareceu razoável pedir uma coisa dessas. Ainda mais que eu sei que ia gostar...

          - Fez mais alguma coisa desse tipo?

          - Ainda não. E... Será que posso contar com a sua ajuda?

          - Claro que sim!

Combinei com ela de como faríamos para que ele não desconfiasse de nada. Por fim, avisou que, assim que desse, viria para Los Angeles.

Cerca de cinco minutos depois que desliguei, me foquei no trabalho e, quando estava com os fones de ouvido, vendo o resultado de uma coisa que tinha feito, tomei um susto ao sentir uma coisa que era áspera, macia e morna encostar na minha nuca. Parei a música e tirei os fones, olhando para trás e falei:

          - O que diabos você pensa que está fazendo? Sabe que, só de fazer isso, podia muito bem te fazer perder a aposta, não é?

          - Escolhe o meu castigo então...

Estreitei os olhos e falei:

          - Está desistindo assim, tão fácil?

Deu de ombros e avisei:

          - Desta vez, vou deixar passar. Mas a próxima gracinha que inventar de fazer, já perde a aposta, entendido?

Concordou. Puxou a cadeira até o meu lado e se sentou. Perguntou, se aproximando de mim:

          - O que você está fazendo?

          - Estava brincando um pouco. - Entreguei os fones para ele e, depois que os colocou, mostrei o que estava fazendo. No final das contas, ele gostou.

          - Ficou muito bom. - Disse e sorri, satisfeita.

Começamos a trabalhar numa música de uma girl band e a Claire, pouco tempo depois, nos interrompeu:

          - J.J. na linha cinco.

O Bill pegou o telefone e começou a conversar animadamente com o J.J. Num dado momento, ouvi dizer:

          - Espera aí que vou te colocar no viva-voz e aí você fala com ela.

Apertou um botão no telefone e pude ouvir a voz do outro, alta e clara:

          -... E pelo que pude ouvir, a voz da Sra. Delícia é mesmo de quem canta.

Ri e o Bill avisou:

          - Ela está te ouvindo.

          - Filho da mãe! Podia ter me avisado! Oi, Sra. Kaulitz.

          - J.J. - Falei, imaginando sua falta de jeito. - Então... O que queria falar comigo?


          - Então. Fiquei sabendo do seu trabalho no bar em Londres e de que aquela sua amiga ruiva, assim como você, se mete a cantar.

          - Tem mais uma.

          - Mais uma o quê?

          - Mais uma amiga. Somos como as três mosqueteiras. Onde uma está, as outras duas estão também.

          - E essa terceira mosqueteira é tão... É como você e a ruiva?

          - De nós três, é ela quem faz mais sucesso. Em seguida, a Nicola. E eu, por ser mais comum, fico em terceiro. - Senti o olhar fixo do Bill em cima de mim.

          - Ah não... Não foi isso o que eu pude ver na festa... Enfim. Queria pedir um favor.

          - Manda.

          - Preferia que fosse você a mandar, mas, enfim. Estou com uma proposta de um projeto e queria saber se poderia marcar uma reunião com as suas amigas para poder discutirmos isso melhor.

          - Tem alguma coisa para fazer hoje à noite?

          - Não fala uma coisa dessas... Isso é perigoso, Sra. Kaulitz...

          - Ele é sempre assim?- Perguntei para o Bill, que concordou. - Então, J.J.?

          - Então. Meu programa para hoje à noite é ver todos os filmes de Star Wars. Sozinho.

          - Faz o seguinte então. Leva os filmes lá para a casa, lá pelas... Oito da noite. E para de comer às cinco. Vou falar com as meninas e avisar para elas irem para lá.

Nesse meio tempo, escrevi num papel:

Liga para o Tom e manda ele levar os caras até em casa hoje.

Pude ver que o Bill digitou uma mensagem para o irmão e continuei falando com o J.J. Depois que desliguei o telefone, o Bill quis saber:

          - O que você está planejando?

          - Confia em mim?

Concordou e falei:

          - Acho que a gente tem que passar no supermercado antes de ir para a casa. Já estou pensando aqui no que posso fazer. E preciso ligar para as meninas também.

          - À vontade. - Respondeu, indicando o telefone. Disquei o número da Nadine e no terceiro toque, ela atendeu. Já avisei sobre os planos para a noite e aproveitei para perguntar se ela tinha algumas coisas de que ia precisar. Avisou que, chegando em casa, ia olhar e me mandaria uma mensagem.

No final da tarde, o Bill ia dispensar a Claire do trabalho quando tive uma ideia.

Menos de uma hora depois, quando estávamos num supermercado, o Bill ia empurrando o carrinho e eu só ficava zanzando pelos corredores, procurando tudo o que precisava. Quando finalmente sosseguei um pouco, ele perguntou:

          - Precisa de ajuda?

Olhei a lista e falei:

          - Preciso que você pegue isso aqui. - Mostrei o que precisava e ele concordou, se afastando.

Quando estava escolhendo algumas frutas, ouvi o aviso de mensagem do meu celular e fui ver o que era.

Descobri o que me pediu e já te mandei tudo por e-mail. Alex.

Justamente na hora, o Bill reapareceu, trazendo tudo que eu havia pedido.

          - O que foi? - Perguntou, ao me ver guardando o celular na bolsa.

          - Mensagem de operadora, enchendo o saco. - Respondi, conferindo tudo o que ele havia trazido. Depois que acabamos, fomos para a casa e já comecei a colocar a mão na massa.

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* Personagem da série Game of Thrones------------

Imagens da fic

Casa das meninas

2 comentários:

  1. Gente... Essa aposta não vai prestar, e eu já tenho uma desconfiança que será o Bill que vai perder kkkkkkkkkkkkkkk' Ele não resiste a Lu, não adianta.
    Até as personagens da fic estão indo para a praia e eu aqui, numa cidade com 7 praias... não vou em nenhuma ¬¬
    Eita, a sogra no telefone kkkkkkkk' Tem que tratar ela bem senão perde o filho, ainda mais que eu li que o Bill é mais apegado com a mão do que o Tom.
    Quero vê o que a Lu vai aprontar... e o que o Alex conseguiu para ela...

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    1. Oie!
      Pois é... Vamos ver o que vai acontecer com essa aposta...
      Shame on you! Se eu morasse numa cidade litorânea, ia viver na praia sempre que fizesse calor.
      E sogra de mulher é sempre ciumenta. E eu já vi essa história do Bill realmente ser mais próximo da Simone que o Tom.
      Tô tão perdida com a fic que confesso que nem me lembro mais qual era essa mãozinha que o Alex ia dar...
      Obrigada pelo comentário e até a próxima ;*

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