Feels so good to be bad
Eu quero mergulhar em você
Esquecer o que você está passando
Eu chego por trás, faça sua jogada
Esqueça sobre a verdade
(Maroon 5 - Makes me wonder)
Uma semana depois, na noite de sexta-feira, eu estava terminando de arrumar as coisas para irmos à Ryde. De repente, vi o meu celular tremer sobre minha cama. Peguei o aparelho e li:
Lá costuma fazer calor ou frio?
Me atrevi olhar para o lado e vi o , parado perto da janela; Logo depois da confusão com a Seren no bar, a Di apareceu e nos fez voltar às boas. Então, havia uma semana que estávamos de bem de novo. Era uma amizade bem... Montanha-russa, mas ainda sim...
Acho que não faz mal levar um casaco mais leve. Em todo caso, lá tem loja de roupa. Não é das marcas que você gosta, mas ainda sim... Mandei, rindo ao imaginar a careta que ele ia fazer. E de duas uma: Ou ele sabia que eu estava o observando e me ignorava de propósito ou realmente não sabia. Fato é que ele não parecia se incomodar nem um pouco com o fato de ficar desfilando só de calça de moletom preta.
A casa do Charlie é de frente para o mar? Mandou e não resisti:
Olha para a janela, .
Ergueu o olhar e acenei para ele, que abriu a janela e fiz o mesmo.
- Não era mais fácil você ter vindo aqui ao invés de ficar gastando dinheiro com SMS? - Perguntei e ele deu de ombros. - Faz o seguinte: Separa algumas das roupas que você está pensando que acabando aqui, eu te ajudo, feito?
Concordou e não fechamos as janelas, embora cada um continuasse a arrumar as malas. Não deu nem cinco minutos e o ouvi me chamar.
- Uma mala é realmente suficiente?- O quis saber e concordei.
- A gente não vai ficar lá pelo resto do ano. - Respondi.
- Um ano não, mas quinze dias... - Retrucou e suspirei.
- Por que você acha que eu falei da mala grande? - Perguntei e logo voltei a fazer a minha mala.
Depois que acabei, fui até a casa dele e o ajudei, tirando quase tudo aquilo que ele tinha separado. Perguntei, mostrando as três jaquetas reservadas:
- Estamos em Maio! Não está fazendo tanto frio quanto faz em... São Paulo nesta época do ano! Uma jaqueta só está ótima e mesmo assim, corre o risco de ela ficar enfiada dentro da mala durante os quinze dias. E uma pergunta: As sungas ficaram em Los Angeles ou você trouxe?
- Eu mandei de volta para a casa da minha mãe. Não ia imaginar que a gente ia ficar quinze dias na beira da praia! Aliás, eu nem imaginava que tinha praia aqui.
- Vamos fazer o seguinte: Eu tenho que resolver algumas coisas acabando aqui. Você vai comigo e a gente aproveita e... Te compra umas duas sungas, pelo menos.
- Só... De curiosidade. Eu lembro que você comprou um biquíni lá em Los Angeles. Em algum momento, desde que chegou aqui na Inglaterra, usou?
- Eu nunca tive um biquíni que não tivesse usado pelo menos uma vez. - Respondi. - E veja se não atulha demais essa mala senão depois vai ficar impossível de carrega-la. Vou lá trocar de roupa e a gente não vai demorar muito a sair.
Concordou e voltei para a casa. Obviamente, tomei o cuidado de não trocar de roupa em frente à janela que era virada para o quarto dele.
Assim que estava pronta, desci e, no instante em que ia abrir a porta... O ia tocar a campainha.
Depois de resolver algumas coisas, inclusive, deixar a Vivi com uma pessoa de confiança que eu sabia que ia cuidar muito bem da minha gata, fui ao shopping mais perto e, quando esperava o se decidir, me sentei em uma das cadeiras que havia na loja em que estávamos e, para ver se o tempo passava mais rápido, comecei a jogar TETRIS no meu celular. Não conseguia entender a demora para se decidir por duas sungas. Perdendo a paciência, fui até onde o estava e perguntei:
- A indecisão é por conta de quê, exatamente?
Ele me mostrou nada menos que cinco sungas diferentes que tinha gostado.
- Já viu se cabe? - Perguntei e ele concordou.
- É por isso também que eu gostei dessas.
- Me faz um favor, vê para mim se tem uma farmácia aqui perto, por favor. - Falei e, assim que ele foi ver, pedi ao vendedor: - Vou pagar por essas cinco. Azar dele se reclamar.
- O seu namorado é o primeiro que eu vejo que reclama. - O vendedor comentou e me apressei:
- Não é meu namorado. É meu amigo. E ele só não é mais teimoso que eu.
- E vai fazer o pagamento no cartão ou no dinheiro?
- Cartão. - Respondi. Segui o vendedor até o caixa e paguei.
- Eu sabia! - Ouvi o ao meu lado, me assus-tando a ponto de me fazer errar a senha.
- Ô trem! - Resmunguei. - Espera só um segundo para começar a chiar senão eu erro a senha de novo.
Mesmo contrariado, acabou atendendo ao pedido e não disse nada enquanto eu digitava a sequencia de números na máquina. Assim que terminei, o vendedor tirou o recibo e emitiu a segunda via, me entregando junto do cartão. Entregou a sacola e saímos dali.
- Já que você quer tanto pagar as coisas para mim, aproveita que eu estou com fome e me compra alguma coisa para comer! - Resmunguei, assim que o parou de reclamar um pouco.
- E o que você quer? Starbucks?
- Eu estou com fome. - Falei, segurando em seu braço e fazendo com que ele me olhasse, esperando que finalmente entendesse do que eu estava falando.
- Restaurante italiano? - Perguntou e franzi o nariz.
- Na realidade... Estou com desejo de ir comer num pub.
Suspirou e acabou concordando.
Algum tempo depois, quando estávamos saindo do pub, que ficava perto do shopping, notei que um paparazzo estava tirando fotos nossas e comentei:
- Acredita que eu tomei xingo de paparazzo outro dia?
- Você está de sacanagem!
Neguei com a cabeça.
- Por que ele te xingou?
- Porque, nas palavras dele, somos monótonos demais. A gente não faz nada de tão comprometedor assim. Somos amigos. Ele esperava que eu simplesmente arrancasse sua roupa assim, no meio da rua e sem mais, nem menos?
- Eu espero.
Olhei para ele, erguendo as sobrancelhas.
- Espero que você faça isso em particular, não em público. Imagina o furo de reportagem?
Eu tive que rir, não conseguindo acreditar naquilo.
- Toma vergonha nessa sua cara-de-pau, ... - Resmunguei. - Ah! Antes que eu me esqueça... Seria melhor se você dormisse comigo... Lá na minha casa, em outro quarto - Me apressei a acrescentar ao ver a expressão dele ficando cada vez mais maliciosa. - já que amanhã a gente vai sair cedo.
Concordou e, conforme o combinado, ele foi só pegar a mala enquanto eu terminava de arrumar algumas coisas que tinham ficado para a última hora. Assim que ele chegou, fui arrumar o quarto de hóspedes para ele. Perguntou, quando entreguei uma toalha, para o caso de ele querer tomar banho:
- E o café da manhã?
- Adivinha?- Perguntei, sorrindo.
- Starbucks.
Assenti e falei:
- Bom, se eu fosse você... Tomaria um banho e já deixava a roupa separada para amanhã. Se quiser comer alguma coisa, me avisa que eu faço.
Concordou e ia sair do quarto quando ele me chamou. Assim que me virei, avisou:
- Eu... Vou precisar de ajuda com as minhas costas...
- É por isso que eu providenciei um daqueles escovões de banho só para você. - Pisquei, saindo do quarto. Esperei que o terminasse de tomar banho para fazer o mesmo e não muito tempo depois, fomos dormir.
Na manhã seguinte, às seis da manhã, eu já estava de pé, terminando de me vestir quando a Lola me ligou. Assim que peguei o telefone, disse:
- Tentei ligar para a Nadine agora há pouco e ela não atendeu...
- Deve estar dormindo ainda. Mas se quiser, a hora que a gente aqui sair, passo lá e tiro ela e o da cama.
- E o ?
- Estou dando para ele uns cinco minutos a mais de sono enquanto termino de me arrumar. Daí é só o tempo dele se arrumar e a gente sai. Ah! A gente vai parar um minuto na Starbucks. E por aí?
- O Charlie está na luta com a Sophia. A gente pode atrasar um pouco...
- Tá precisando de alguma coisa? Tipo protetor solar?
- Não. Eu tenho e, se quiser, posso te emprestar.
- Ok. Vou ver e, todo caso, te falo.
Assim que terminei de vestir a calça, avisei à Lola que tinha que ir. Nos despedimos e, pouco depois, fui até o quarto que o estava e, assim que entrei, o vi, dormindo de barriga para cima e com o lençol baixo o suficiente para que eu visse que não usava nada. Respirei fundo e fui andando até ele. Um dos seus braços estava esticado e cobria os olhos. Aproveitei que havia um espaço ao seu lado e me sentei ali. Toquei de leve seu braço enquanto o chamava, num tom de voz baixo e, logo, ele começou a se mexer. Assim que vi que tinha acordado, falei:
- Já tá na hora de levantar...
Resmungou uma resposta positiva e, logo, se levantou. Quer dizer, ficou sentado no colchão e perguntou, esfregando o olho:
- Que horas são?
- Seis e quinze. - Respondi. - Te aconselho a, antes de qualquer coisa, começar a se arrumar para não precisar se preocupar depois.
- Pode ir na frente.- Disse e retruquei:
- Ah tá... Para você voltar à dormir e fazer a gente sair atrasado? Capaz! Anda, levanta.
Suspirou e fez sinal para que eu me levantasse. Assim que o fiz, ele afastou os lençóis e realmente estava sem nada. Desviei o olhar e falei:
- Vê se não demora.
Assentiu e fui fazer algumas coisas, inclusive pôr a minha mala no carro. Logo que entrei em casa, vi o descendo as escadas, já vestido, usando uma camiseta cinza e uma calça de moletom preta. Assim que estava tudo pronto, ele guardou a mala ao lado da minha e, em seguida, entrou no lado do passageiro. Antes mesmo de dar a partida no motor, peguei o celular e liguei para as meninas. A Lola foi a primeira e avisou que já estavam saindo também. Tentei ligar para a Nadine e, depois de três tentativas, ela não atendeu. Respirei fundo e falei:
- Será o Benedito que vou ter de tirar a Nadine à força da cama?
Suspirei e finalmente recebi uma mensagem da Lola, avisando que tinha conseguido falar com a terceira “mosqueteira”.
Fui até a Starbucks, comprando os cafés para cada um, além de mais algumas coisas para comermos e, logo que entrei no carro, falei:
- E aí? Alguém deu sinal de vida?
Ele agradeceu, pegando o copo de café que eu oferecia e, respondeu, depois de dar um gole:
- Ainda não.
No exato instante em que terminamos de comer, o os nossos celulares deram aviso de mensagem; O meu recebeu um aviso da Nicola, que já estavam a caminho. O do era uma mensagem do , avisando que já tinham pegado o e o e estavam perto. Logo, vi o carro da Di e ela parou do outro lado da rua. Baixei o vidro e ela perguntou:
- E Lola?
- Vindo.
E, acabando de dizer isso, vi o carro do Charlie.
- E indo. - Respondi. - Tenta não perder nem o carro do Charlie e nem o meu de vista, ok?
- Como se fosse possível perder uma Ferrari de vista! - Reclamou e, logo, foi virar o carro. Liguei o meu e em seguida, partimos.
Logo que saímos de Londres, estava inquieta com o silêncio que havia se instalado no carro e liguei o rádio. Em menos de quinze minutos, o dormiu e abaixei o volume da música. Fiquei o tempo inteiro olhando furtivamente pelo retrovisor, para garantir que a Di estava nos seguindo. Quando estava quase na metade do caminho para a balsa, o acordou e perguntou:
- Já chegamos?
- Não. Tem uns cinco minutos desde que passamos por Petersfield. Agora é cerca de vinte minutos até a balsa.
- Sério?
- Você dormiu por mais de vinte minutos e nem viu quando passamos pelo túnel. Chegar até a balsa agora vai ser brincadeira para você!
- Está cansada?
Neguei.
- E a Nadine?
- Atrás da gente. Fiquei de olho nela o tempo inteiro.
Aumentou a música e ficou em silêncio por todo o tempo até chegarmos à balsa. Entreguei a chave ao e falei:
- Vou lá pagar pela taxa.
- Precisa de alguma coisa? - Perguntou, tateando os bolsos e neguei, sorrindo fraco.
Ao passar pelos carros das meninas, o Charlie, o , o e o tinham ficado dentro de cada veículo, cada um com uma cara de tédio maior que a outra. Fomos andando as três, lado a lado e conversando até o caixa.
Uma vez pagas as taxas, voltamos cada uma para o carro e aguardamos na fila. Depois de estacionar o meu, o e eu saímos (Assim como os outros) e subimos por uma escada que levava à um saguão e, como a Sophia começou a reclamar de fome... Cada um foi para um lado: Lola, Charlie e foram comer alguma coisa. Di e sumiram, assim como e eu e o simplesmente fomos ao deque e nos sentamos lado a lado em uma cadeira cada um, observando a travessia.
Ao nosso lado, havia um casal com a filha, uns três anos mais velha que a Sophia. Ficou nos observando com certa curiosidade e o começou a brincar com ela. De início, ficou um pouco tímida, mas, logo, foi se entusiasmando e não demorou a começar a perguntar:
- Como vocês se chamam?
- . - O pôs a mão no meu ombro. - E eu sou o . E você?
- Rose. Vocês são namorados?
- Não. - Respondi. - Somos amigos.
- Duvido. Só tem vocês dois aqui! - Retrucou.
- Aqui. - O interveio. - Mas o resto da nossa turma está por aí. Três estão no café. Um deve estar vagando e tentando arrumar o que fazer. E meu melhor amigo... Bom, você é novinha demais para descobrir.
A Rose sorriu, exibindo uma janelinha bem na frente.
Depois de algum tempinho, o apareceu e começou a conversar com o . A Rose quis saber:
- O que estão falando?
Parei para tentar pescar alguma coisa e falei:
- O está reclamando que o pacote de balas de goma de ursinho dele acabou graças ao , um dos amigos que está no restaurante.
A Rose riu e continuei traduzindo a conversa para ela. Obviamente, o e o não falavam nada daquilo (Na realidade, estava difícil descobrir quem reclamava mais da demora para chegarmos.). Quando a Rose foi ao banheiro com a mãe, o me perguntou:
- Por que bala de goma e ainda mais de ursinho?
- Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. E onde você estava?
- Tentando não me entediar. - Falou. - Só o mesmo para ser empata-foda da Nicola...
Ri e falei:
- Acho que mais que a Sophia... Impossível!
- De qualquer maneira, justamente por saber que não são um casal que vim para cá. Quer dizer... Não tem problema, tem?
- Claro que não! - O respondeu.
- Se quiser vir com a gente pelo resto da viagem... - Ofereci e o recusou:
- Estava engraçado com a Nadine e o . Ela estava quase batendo nele a cada cinco minutos.
- Por quê? - Perguntei.
- O ficou dando palpite o tempo inteiro. E ela perdeu a paciência. Estava engraçado por causa dela, principalmente. Depois de um tempinho, a Nadine começou a resmungar em irlandês. - Contou e imaginei a cena, rindo.
Pouco tempo depois, avisaram que estávamos chegando e deveríamos ir para os carros. No caminho, encontramos o resto do pessoal e, quando paramos em frente à Ferrari, vi a expressão do e fui até o lado do passageiro. Parei atrás do e enfiei a chave do carro no bolso da sua calça. Me olhou confuso e falei:
- Só não se empolga demais porque, além de aqui ter limite de velocidade, ainda tem o fato de que eu não quero correr riscos desnecessários.
Todo satisfeito, foi para o lado do motorista e ajustou o banco. Logo que atracamos, abriram o “portão” para os carros poderem sair. Já em terra firme, percebi que o procurava pelo carro do Charlie. Indiquei o veículo e logo, consegui achar o da Nadine também.
Num instante que o Charlie sumiu, avisei:
- Entra à direita.
- Qual direita?
- Direita. Direita. - Indiquei com a mão e ele fez a curva. Continuamos por uma es-tradinha e continuei dando as indicações. Em poucos minutos, chegamos e o Charlie já estava lá. A Nadine vinha atrás de nós e, assim que terminamos de descarregar as bagagens, a Lola falou:
- Seguinte: . . Se incomodam de dividir o quarto?
Negaram com a cabeça.
- Ok. Nesse caso, terceira porta à esquerda. Di... Já sabe. E e ... Vocês dois vão ter de ficar no mesmo quarto também.
Olhei para o , que deu a entender que não tinha problema. Assenti e o levei até o quarto em que costumava ficar quando íamos para lá. Tinha uma cama de casal, ainda que eu costumasse ir para lá sozinha, mas mesmo assim... Estava dando um tempo com o , então não via problema também.
Assim que entramos ali, ele ficou impressionado.
- Caralho... - Ele resmungou e bati no seu braço.
- Oi! Educação não faz mal à ninguém, viu?
Sorriu e logo, começamos a arrumar as nossas coisas.
Depois do almoço, quando estava todo mundo na sala, com a Sophia quase dormindo em cima do Charlie (Que não estava tão diferente assim...), vendo um filme qualquer, pedi o celular da Lola emprestado. Mesmo estranhando, me entregou o aparelho e ficou espiando o que eu estava fazendo. Perguntou, em tom de voz baixo:
- O que você está olhando?
- O que a gente pode fazer durante os quinze dias que vamos ficar aqui, caso não dê para ir à praia e a gente fique de saco cheio de bancar as esponjas ambulantes na piscina. - Respondi. Achei um site que era tipo um guia turístico e vi as opções. Falei: - Ok. Kart para os meninos. Para a gente...
- Olha, tem um museu de cartões postais.
Olhei para ela e falei:
- Então vai você sozinha, que eu duvido que até a Sophia vá querer ir.
Riu e disse:
- E você ainda acredita... Gente! Que tanto de salão que tem aqui! Tem uns cinco novos desde a última vez que a gente veio.
- Acho que encaro o kart.
Me olhou, surpresa e perguntou:
- O que te deu para trocar uma tarde no salão por kart?
- Boa pergunta. - Respondi. - Sei lá, ir ao salão para quase me escalpelarem não me parece tão atraente assim...
- Exagerada. - Resmungou e ri fraco.
- Acontece que, conhecendo a competitividade entre quatro pessoas que estão nesta sala... Eu sei que vai ser divertido.
Sorriu e vi mais uma coisa que podíamos fazer:
- Ah, olha! Boliche!
- Ah! Esqueci. Charlie é sócio do clube de croquet e tênis. Se quiser...
Assenti.
- Se o povo animar...
Continuamos discutindo as opções e, no final, decidimos que íamos sair à noite. A Lola ia pedir à uma vizinha para olhar a Sophia, como das outras vezes.
Naquela noite, fomos até uma pizzaria e, enquanto comíamos, discutíamos arduamente sobre o que íamos fazer no dia seguinte:
- Ok. - A Lola falou. - e eu fizemos uma lista-gem do que podemos fazer durante nossa... Estadia aqui. Com e sem Sophia.
- Eu ouvi a palavra salão... - O falou.
- Pois é. A falou que preferia ir com vocês, meninos, ao kart ao invés de ficar a tarde inteira quase sendo escalpelada pela cabeleireira.
- Quem é você e o que fez com a ? - O perguntou e sorri.
- Tá vendo? Nisso que dá ficar andando demais com meninos. - O provoquei e ele riu.
Depois de comermos a pizza, ficamos andando pela praia, meio sem rumo e falando besteira.
Assim que chegamos em casa, cada um foi para o quarto e, quando deitei na cama, virada de frente para o , ele ficou quieto, só me observando. Franzi as sobrancelhas antes de perguntar:
- O que foi?
- Estava só... Pensando.
- Em quê?
- Várias coisas.
- Tipo...?
- Que dificilmente um casal volta depois de dar um tempo.
Respirei fundo e falei:
- Você não vai desistir, não é?
- Enquanto ainda existir uma chance...
- Mesmo se eu me casar com o ?
- Sempre tem a possibilidade de vocês verem que são melhores como amigos do que como marido e mulher...
Sorri fraco e perguntei:
- Tem certeza que sou eu quem é impossível?
Riu e falou:
- Absoluta.
Dei um estalo com a língua e virei de costas para ele. Logo, senti seu braço sobre a minha cintura, me puxando para mais perto e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, senti sua boca encostando muito de leve sobre o meu ombro. Em seguida, disse, quase em um sussurro, com a boca colada à minha orelha:
- Boa noite, .
Eu quero mergulhar em você
Esquecer o que você está passando
Eu chego por trás, faça sua jogada
Esqueça sobre a verdade
(Maroon 5 - Makes me wonder)
Uma semana depois, na noite de sexta-feira, eu estava terminando de arrumar as coisas para irmos à Ryde. De repente, vi o meu celular tremer sobre minha cama. Peguei o aparelho e li:
Lá costuma fazer calor ou frio?
Me atrevi olhar para o lado e vi o , parado perto da janela; Logo depois da confusão com a Seren no bar, a Di apareceu e nos fez voltar às boas. Então, havia uma semana que estávamos de bem de novo. Era uma amizade bem... Montanha-russa, mas ainda sim...
Acho que não faz mal levar um casaco mais leve. Em todo caso, lá tem loja de roupa. Não é das marcas que você gosta, mas ainda sim... Mandei, rindo ao imaginar a careta que ele ia fazer. E de duas uma: Ou ele sabia que eu estava o observando e me ignorava de propósito ou realmente não sabia. Fato é que ele não parecia se incomodar nem um pouco com o fato de ficar desfilando só de calça de moletom preta.
A casa do Charlie é de frente para o mar? Mandou e não resisti:
Olha para a janela, .
Ergueu o olhar e acenei para ele, que abriu a janela e fiz o mesmo.
- Não era mais fácil você ter vindo aqui ao invés de ficar gastando dinheiro com SMS? - Perguntei e ele deu de ombros. - Faz o seguinte: Separa algumas das roupas que você está pensando que acabando aqui, eu te ajudo, feito?
Concordou e não fechamos as janelas, embora cada um continuasse a arrumar as malas. Não deu nem cinco minutos e o ouvi me chamar.
- Uma mala é realmente suficiente?- O quis saber e concordei.
- A gente não vai ficar lá pelo resto do ano. - Respondi.
- Um ano não, mas quinze dias... - Retrucou e suspirei.
- Por que você acha que eu falei da mala grande? - Perguntei e logo voltei a fazer a minha mala.
Depois que acabei, fui até a casa dele e o ajudei, tirando quase tudo aquilo que ele tinha separado. Perguntei, mostrando as três jaquetas reservadas:
- Estamos em Maio! Não está fazendo tanto frio quanto faz em... São Paulo nesta época do ano! Uma jaqueta só está ótima e mesmo assim, corre o risco de ela ficar enfiada dentro da mala durante os quinze dias. E uma pergunta: As sungas ficaram em Los Angeles ou você trouxe?
- Eu mandei de volta para a casa da minha mãe. Não ia imaginar que a gente ia ficar quinze dias na beira da praia! Aliás, eu nem imaginava que tinha praia aqui.
- Vamos fazer o seguinte: Eu tenho que resolver algumas coisas acabando aqui. Você vai comigo e a gente aproveita e... Te compra umas duas sungas, pelo menos.
- Só... De curiosidade. Eu lembro que você comprou um biquíni lá em Los Angeles. Em algum momento, desde que chegou aqui na Inglaterra, usou?
- Eu nunca tive um biquíni que não tivesse usado pelo menos uma vez. - Respondi. - E veja se não atulha demais essa mala senão depois vai ficar impossível de carrega-la. Vou lá trocar de roupa e a gente não vai demorar muito a sair.
Concordou e voltei para a casa. Obviamente, tomei o cuidado de não trocar de roupa em frente à janela que era virada para o quarto dele.
Assim que estava pronta, desci e, no instante em que ia abrir a porta... O ia tocar a campainha.
Depois de resolver algumas coisas, inclusive, deixar a Vivi com uma pessoa de confiança que eu sabia que ia cuidar muito bem da minha gata, fui ao shopping mais perto e, quando esperava o se decidir, me sentei em uma das cadeiras que havia na loja em que estávamos e, para ver se o tempo passava mais rápido, comecei a jogar TETRIS no meu celular. Não conseguia entender a demora para se decidir por duas sungas. Perdendo a paciência, fui até onde o estava e perguntei:
- A indecisão é por conta de quê, exatamente?
Ele me mostrou nada menos que cinco sungas diferentes que tinha gostado.
- Já viu se cabe? - Perguntei e ele concordou.
- É por isso também que eu gostei dessas.
- Me faz um favor, vê para mim se tem uma farmácia aqui perto, por favor. - Falei e, assim que ele foi ver, pedi ao vendedor: - Vou pagar por essas cinco. Azar dele se reclamar.
- O seu namorado é o primeiro que eu vejo que reclama. - O vendedor comentou e me apressei:
- Não é meu namorado. É meu amigo. E ele só não é mais teimoso que eu.
- E vai fazer o pagamento no cartão ou no dinheiro?
- Cartão. - Respondi. Segui o vendedor até o caixa e paguei.
- Eu sabia! - Ouvi o ao meu lado, me assus-tando a ponto de me fazer errar a senha.
- Ô trem! - Resmunguei. - Espera só um segundo para começar a chiar senão eu erro a senha de novo.
Mesmo contrariado, acabou atendendo ao pedido e não disse nada enquanto eu digitava a sequencia de números na máquina. Assim que terminei, o vendedor tirou o recibo e emitiu a segunda via, me entregando junto do cartão. Entregou a sacola e saímos dali.
- Já que você quer tanto pagar as coisas para mim, aproveita que eu estou com fome e me compra alguma coisa para comer! - Resmunguei, assim que o parou de reclamar um pouco.
- E o que você quer? Starbucks?
- Eu estou com fome. - Falei, segurando em seu braço e fazendo com que ele me olhasse, esperando que finalmente entendesse do que eu estava falando.
- Restaurante italiano? - Perguntou e franzi o nariz.
- Na realidade... Estou com desejo de ir comer num pub.
Suspirou e acabou concordando.
Algum tempo depois, quando estávamos saindo do pub, que ficava perto do shopping, notei que um paparazzo estava tirando fotos nossas e comentei:
- Acredita que eu tomei xingo de paparazzo outro dia?
- Você está de sacanagem!
Neguei com a cabeça.
- Por que ele te xingou?
- Porque, nas palavras dele, somos monótonos demais. A gente não faz nada de tão comprometedor assim. Somos amigos. Ele esperava que eu simplesmente arrancasse sua roupa assim, no meio da rua e sem mais, nem menos?
- Eu espero.
Olhei para ele, erguendo as sobrancelhas.
- Espero que você faça isso em particular, não em público. Imagina o furo de reportagem?
Eu tive que rir, não conseguindo acreditar naquilo.
- Toma vergonha nessa sua cara-de-pau, ... - Resmunguei. - Ah! Antes que eu me esqueça... Seria melhor se você dormisse comigo... Lá na minha casa, em outro quarto - Me apressei a acrescentar ao ver a expressão dele ficando cada vez mais maliciosa. - já que amanhã a gente vai sair cedo.
Concordou e, conforme o combinado, ele foi só pegar a mala enquanto eu terminava de arrumar algumas coisas que tinham ficado para a última hora. Assim que ele chegou, fui arrumar o quarto de hóspedes para ele. Perguntou, quando entreguei uma toalha, para o caso de ele querer tomar banho:
- E o café da manhã?
- Adivinha?- Perguntei, sorrindo.
- Starbucks.
Assenti e falei:
- Bom, se eu fosse você... Tomaria um banho e já deixava a roupa separada para amanhã. Se quiser comer alguma coisa, me avisa que eu faço.
Concordou e ia sair do quarto quando ele me chamou. Assim que me virei, avisou:
- Eu... Vou precisar de ajuda com as minhas costas...
- É por isso que eu providenciei um daqueles escovões de banho só para você. - Pisquei, saindo do quarto. Esperei que o terminasse de tomar banho para fazer o mesmo e não muito tempo depois, fomos dormir.
Na manhã seguinte, às seis da manhã, eu já estava de pé, terminando de me vestir quando a Lola me ligou. Assim que peguei o telefone, disse:
- Tentei ligar para a Nadine agora há pouco e ela não atendeu...
- Deve estar dormindo ainda. Mas se quiser, a hora que a gente aqui sair, passo lá e tiro ela e o da cama.
- E o ?
- Estou dando para ele uns cinco minutos a mais de sono enquanto termino de me arrumar. Daí é só o tempo dele se arrumar e a gente sai. Ah! A gente vai parar um minuto na Starbucks. E por aí?
- O Charlie está na luta com a Sophia. A gente pode atrasar um pouco...
- Tá precisando de alguma coisa? Tipo protetor solar?
- Não. Eu tenho e, se quiser, posso te emprestar.
- Ok. Vou ver e, todo caso, te falo.
Assim que terminei de vestir a calça, avisei à Lola que tinha que ir. Nos despedimos e, pouco depois, fui até o quarto que o estava e, assim que entrei, o vi, dormindo de barriga para cima e com o lençol baixo o suficiente para que eu visse que não usava nada. Respirei fundo e fui andando até ele. Um dos seus braços estava esticado e cobria os olhos. Aproveitei que havia um espaço ao seu lado e me sentei ali. Toquei de leve seu braço enquanto o chamava, num tom de voz baixo e, logo, ele começou a se mexer. Assim que vi que tinha acordado, falei:
- Já tá na hora de levantar...
Resmungou uma resposta positiva e, logo, se levantou. Quer dizer, ficou sentado no colchão e perguntou, esfregando o olho:
- Que horas são?
- Seis e quinze. - Respondi. - Te aconselho a, antes de qualquer coisa, começar a se arrumar para não precisar se preocupar depois.
- Pode ir na frente.- Disse e retruquei:
- Ah tá... Para você voltar à dormir e fazer a gente sair atrasado? Capaz! Anda, levanta.
Suspirou e fez sinal para que eu me levantasse. Assim que o fiz, ele afastou os lençóis e realmente estava sem nada. Desviei o olhar e falei:
- Vê se não demora.
Assentiu e fui fazer algumas coisas, inclusive pôr a minha mala no carro. Logo que entrei em casa, vi o descendo as escadas, já vestido, usando uma camiseta cinza e uma calça de moletom preta. Assim que estava tudo pronto, ele guardou a mala ao lado da minha e, em seguida, entrou no lado do passageiro. Antes mesmo de dar a partida no motor, peguei o celular e liguei para as meninas. A Lola foi a primeira e avisou que já estavam saindo também. Tentei ligar para a Nadine e, depois de três tentativas, ela não atendeu. Respirei fundo e falei:
- Será o Benedito que vou ter de tirar a Nadine à força da cama?
Suspirei e finalmente recebi uma mensagem da Lola, avisando que tinha conseguido falar com a terceira “mosqueteira”.
Fui até a Starbucks, comprando os cafés para cada um, além de mais algumas coisas para comermos e, logo que entrei no carro, falei:
- E aí? Alguém deu sinal de vida?
Ele agradeceu, pegando o copo de café que eu oferecia e, respondeu, depois de dar um gole:
- Ainda não.
No exato instante em que terminamos de comer, o os nossos celulares deram aviso de mensagem; O meu recebeu um aviso da Nicola, que já estavam a caminho. O do era uma mensagem do , avisando que já tinham pegado o e o e estavam perto. Logo, vi o carro da Di e ela parou do outro lado da rua. Baixei o vidro e ela perguntou:
- E Lola?
- Vindo.
E, acabando de dizer isso, vi o carro do Charlie.
- E indo. - Respondi. - Tenta não perder nem o carro do Charlie e nem o meu de vista, ok?
- Como se fosse possível perder uma Ferrari de vista! - Reclamou e, logo, foi virar o carro. Liguei o meu e em seguida, partimos.
Logo que saímos de Londres, estava inquieta com o silêncio que havia se instalado no carro e liguei o rádio. Em menos de quinze minutos, o dormiu e abaixei o volume da música. Fiquei o tempo inteiro olhando furtivamente pelo retrovisor, para garantir que a Di estava nos seguindo. Quando estava quase na metade do caminho para a balsa, o acordou e perguntou:
- Já chegamos?
- Não. Tem uns cinco minutos desde que passamos por Petersfield. Agora é cerca de vinte minutos até a balsa.
- Sério?
- Você dormiu por mais de vinte minutos e nem viu quando passamos pelo túnel. Chegar até a balsa agora vai ser brincadeira para você!
- Está cansada?
Neguei.
- E a Nadine?
- Atrás da gente. Fiquei de olho nela o tempo inteiro.
Aumentou a música e ficou em silêncio por todo o tempo até chegarmos à balsa. Entreguei a chave ao e falei:
- Vou lá pagar pela taxa.
- Precisa de alguma coisa? - Perguntou, tateando os bolsos e neguei, sorrindo fraco.
Ao passar pelos carros das meninas, o Charlie, o , o e o tinham ficado dentro de cada veículo, cada um com uma cara de tédio maior que a outra. Fomos andando as três, lado a lado e conversando até o caixa.
Uma vez pagas as taxas, voltamos cada uma para o carro e aguardamos na fila. Depois de estacionar o meu, o e eu saímos (Assim como os outros) e subimos por uma escada que levava à um saguão e, como a Sophia começou a reclamar de fome... Cada um foi para um lado: Lola, Charlie e foram comer alguma coisa. Di e sumiram, assim como e eu e o simplesmente fomos ao deque e nos sentamos lado a lado em uma cadeira cada um, observando a travessia.
Ao nosso lado, havia um casal com a filha, uns três anos mais velha que a Sophia. Ficou nos observando com certa curiosidade e o começou a brincar com ela. De início, ficou um pouco tímida, mas, logo, foi se entusiasmando e não demorou a começar a perguntar:
- Como vocês se chamam?
- . - O pôs a mão no meu ombro. - E eu sou o . E você?
- Rose. Vocês são namorados?
- Não. - Respondi. - Somos amigos.
- Duvido. Só tem vocês dois aqui! - Retrucou.
- Aqui. - O interveio. - Mas o resto da nossa turma está por aí. Três estão no café. Um deve estar vagando e tentando arrumar o que fazer. E meu melhor amigo... Bom, você é novinha demais para descobrir.
A Rose sorriu, exibindo uma janelinha bem na frente.
Depois de algum tempinho, o apareceu e começou a conversar com o . A Rose quis saber:
- O que estão falando?
Parei para tentar pescar alguma coisa e falei:
- O está reclamando que o pacote de balas de goma de ursinho dele acabou graças ao , um dos amigos que está no restaurante.
A Rose riu e continuei traduzindo a conversa para ela. Obviamente, o e o não falavam nada daquilo (Na realidade, estava difícil descobrir quem reclamava mais da demora para chegarmos.). Quando a Rose foi ao banheiro com a mãe, o me perguntou:
- Por que bala de goma e ainda mais de ursinho?
- Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. E onde você estava?
- Tentando não me entediar. - Falou. - Só o mesmo para ser empata-foda da Nicola...
Ri e falei:
- Acho que mais que a Sophia... Impossível!
- De qualquer maneira, justamente por saber que não são um casal que vim para cá. Quer dizer... Não tem problema, tem?
- Claro que não! - O respondeu.
- Se quiser vir com a gente pelo resto da viagem... - Ofereci e o recusou:
- Estava engraçado com a Nadine e o . Ela estava quase batendo nele a cada cinco minutos.
- Por quê? - Perguntei.
- O ficou dando palpite o tempo inteiro. E ela perdeu a paciência. Estava engraçado por causa dela, principalmente. Depois de um tempinho, a Nadine começou a resmungar em irlandês. - Contou e imaginei a cena, rindo.
Pouco tempo depois, avisaram que estávamos chegando e deveríamos ir para os carros. No caminho, encontramos o resto do pessoal e, quando paramos em frente à Ferrari, vi a expressão do e fui até o lado do passageiro. Parei atrás do e enfiei a chave do carro no bolso da sua calça. Me olhou confuso e falei:
- Só não se empolga demais porque, além de aqui ter limite de velocidade, ainda tem o fato de que eu não quero correr riscos desnecessários.
Todo satisfeito, foi para o lado do motorista e ajustou o banco. Logo que atracamos, abriram o “portão” para os carros poderem sair. Já em terra firme, percebi que o procurava pelo carro do Charlie. Indiquei o veículo e logo, consegui achar o da Nadine também.
Num instante que o Charlie sumiu, avisei:
- Entra à direita.
- Qual direita?
- Direita. Direita. - Indiquei com a mão e ele fez a curva. Continuamos por uma es-tradinha e continuei dando as indicações. Em poucos minutos, chegamos e o Charlie já estava lá. A Nadine vinha atrás de nós e, assim que terminamos de descarregar as bagagens, a Lola falou:
- Seguinte: . . Se incomodam de dividir o quarto?
Negaram com a cabeça.
- Ok. Nesse caso, terceira porta à esquerda. Di... Já sabe. E e ... Vocês dois vão ter de ficar no mesmo quarto também.
Olhei para o , que deu a entender que não tinha problema. Assenti e o levei até o quarto em que costumava ficar quando íamos para lá. Tinha uma cama de casal, ainda que eu costumasse ir para lá sozinha, mas mesmo assim... Estava dando um tempo com o , então não via problema também.
Assim que entramos ali, ele ficou impressionado.
- Caralho... - Ele resmungou e bati no seu braço.
- Oi! Educação não faz mal à ninguém, viu?
Sorriu e logo, começamos a arrumar as nossas coisas.
Depois do almoço, quando estava todo mundo na sala, com a Sophia quase dormindo em cima do Charlie (Que não estava tão diferente assim...), vendo um filme qualquer, pedi o celular da Lola emprestado. Mesmo estranhando, me entregou o aparelho e ficou espiando o que eu estava fazendo. Perguntou, em tom de voz baixo:
- O que você está olhando?
- O que a gente pode fazer durante os quinze dias que vamos ficar aqui, caso não dê para ir à praia e a gente fique de saco cheio de bancar as esponjas ambulantes na piscina. - Respondi. Achei um site que era tipo um guia turístico e vi as opções. Falei: - Ok. Kart para os meninos. Para a gente...
- Olha, tem um museu de cartões postais.
Olhei para ela e falei:
- Então vai você sozinha, que eu duvido que até a Sophia vá querer ir.
Riu e disse:
- E você ainda acredita... Gente! Que tanto de salão que tem aqui! Tem uns cinco novos desde a última vez que a gente veio.
- Acho que encaro o kart.
Me olhou, surpresa e perguntou:
- O que te deu para trocar uma tarde no salão por kart?
- Boa pergunta. - Respondi. - Sei lá, ir ao salão para quase me escalpelarem não me parece tão atraente assim...
- Exagerada. - Resmungou e ri fraco.
- Acontece que, conhecendo a competitividade entre quatro pessoas que estão nesta sala... Eu sei que vai ser divertido.
Sorriu e vi mais uma coisa que podíamos fazer:
- Ah, olha! Boliche!
- Ah! Esqueci. Charlie é sócio do clube de croquet e tênis. Se quiser...
Assenti.
- Se o povo animar...
Continuamos discutindo as opções e, no final, decidimos que íamos sair à noite. A Lola ia pedir à uma vizinha para olhar a Sophia, como das outras vezes.
Naquela noite, fomos até uma pizzaria e, enquanto comíamos, discutíamos arduamente sobre o que íamos fazer no dia seguinte:
- Ok. - A Lola falou. - e eu fizemos uma lista-gem do que podemos fazer durante nossa... Estadia aqui. Com e sem Sophia.
- Eu ouvi a palavra salão... - O falou.
- Pois é. A falou que preferia ir com vocês, meninos, ao kart ao invés de ficar a tarde inteira quase sendo escalpelada pela cabeleireira.
- Quem é você e o que fez com a ? - O perguntou e sorri.
- Tá vendo? Nisso que dá ficar andando demais com meninos. - O provoquei e ele riu.
Depois de comermos a pizza, ficamos andando pela praia, meio sem rumo e falando besteira.
Assim que chegamos em casa, cada um foi para o quarto e, quando deitei na cama, virada de frente para o , ele ficou quieto, só me observando. Franzi as sobrancelhas antes de perguntar:
- O que foi?
- Estava só... Pensando.
- Em quê?
- Várias coisas.
- Tipo...?
- Que dificilmente um casal volta depois de dar um tempo.
Respirei fundo e falei:
- Você não vai desistir, não é?
- Enquanto ainda existir uma chance...
- Mesmo se eu me casar com o ?
- Sempre tem a possibilidade de vocês verem que são melhores como amigos do que como marido e mulher...
Sorri fraco e perguntei:
- Tem certeza que sou eu quem é impossível?
Riu e falou:
- Absoluta.
Dei um estalo com a língua e virei de costas para ele. Logo, senti seu braço sobre a minha cintura, me puxando para mais perto e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, senti sua boca encostando muito de leve sobre o meu ombro. Em seguida, disse, quase em um sussurro, com a boca colada à minha orelha:
- Boa noite, .
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