quarta-feira, 8 de junho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 23º capítulo


Feels so good to be bad

Eu quero mergulhar em você
Esquecer o que você está passando
Eu chego por trás, faça sua jogada
Esqueça sobre a verdade

(Maroon 5 - Makes me wonder)

Luiza

Uma semana depois, na noite de sexta-feira, eu estava terminando de arrumar as coisas para irmos à Ryde. De repente, vi o meu celular tremer sobre minha cama. Peguei o aparelho e li:

Lá costuma fazer calor ou frio?

Me atrevi olhar para o lado e vi o Bill, parado perto da janela; Logo depois da confusão com a Seren no bar, a Di apareceu e nos fez voltar às boas. Então, havia uma semana que estávamos de bem de novo. Era uma amizade bem... Montanha-russa, mas ainda sim...

Acho que não faz mal levar um casaco mais leve. Em todo caso, lá tem loja de roupa. Não é das marcas que você gosta, mas ainda sim... Mandei, rindo ao imaginar a careta que ele ia fazer. E de duas uma: Ou ele sabia que eu estava o observando e me ignorava de propósito ou realmente não sabia. Fato é que ele não parecia se incomodar nem um pouco com o fato de ficar desfilando só de calça de moletom preta.

A casa do Charlie é de frente para o mar?
Mandou e não resisti:

Olha para a janela, Kaulitz.

Ergueu o olhar e acenei para ele, que abriu a janela e fiz o mesmo.

- Não era mais fácil você ter vindo aqui ao invés de ficar gastando dinheiro com SMS? - Perguntei e ele deu de ombros. - Faz o seguinte: Separa algumas das roupas que você está pensando que acabando aqui, eu te ajudo, feito?

Concordou e não fechamos as janelas, embora cada um continuasse a arrumar as malas. Não deu nem cinco minutos e o ouvi me chamar.

- Uma mala é realmente suficiente?- O Bill quis saber e concordei.

- A gente não vai ficar lá pelo resto do ano. - Respondi.

- Um ano não, mas quinze dias... - Retrucou e suspirei.

- Por que você acha que eu falei da mala grande? - Perguntei e logo voltei a fazer a minha mala.

Depois que acabei, fui até a casa dele e o ajudei, tirando quase tudo aquilo que ele tinha separado. Perguntei, mostrando as três jaquetas reservadas:

- Estamos em Maio! Não está fazendo tanto frio quanto faz em... São Paulo nesta época do ano! Uma jaqueta só está ótima e mesmo assim, corre o risco de ela ficar enfiada dentro da mala durante os quinze dias. E uma pergunta: As sungas ficaram em Los Angeles ou você trouxe?

- Eu mandei de volta para a Alemanha. Não ia imaginar que a gente ia ficar quinze dias na beira da praia! Aliás, eu nem imaginava que tinha praia aqui.

- Vamos fazer o seguinte: Eu tenho que resolver algumas coisas acabando aqui. Você vai comigo e a gente aproveita e... Te compra umas duas sungas, pelo menos.

- Só... De curiosidade. Eu lembro que você comprou um biquíni lá em Los Angeles. Em algum momento, desde que chegou aqui na Inglaterra, usou?

- Eu nunca tive um biquíni que não tivesse usado pelo menos uma vez. - Respondi. - E veja se não atulha demais essa mala senão depois vai ficar impossível de carrega-la. Vou lá trocar de roupa e a gente não vai demorar muito a sair.

Concordou e voltei para a casa. Obviamente, tomei o cuidado de não trocar de roupa em frente à janela que era virada para o quarto dele.

Assim que estava pronta, desci e, no instante em que ia abrir a porta... O Bill ia tocar a campainha.

Depois de resolver algumas coisas, inclusive, deixar a Vivi com uma pessoa de confiança que eu sabia que ia cuidar muito bem da minha gata, fui ao shopping mais perto e, quando esperava o Bill se decidir, me sentei em uma das cadeiras que havia na loja em que estávamos e, para ver se o tempo passava mais rápido, comecei a jogar TETRIS no meu celular. Não conseguia entender a demora para se decidir por duas sungas. Perdendo a paciência, fui até onde o Bill estava e perguntei:

- A indecisão é por conta de quê, exatamente?

Ele me mostrou nada menos que cinco sungas diferentes que tinha gostado.

- Já viu se cabe? - Perguntei e ele concordou.

- É por isso também que eu gostei dessas.

- Me faz um favor, vê para mim se tem uma farmácia aqui perto, por favor. - Falei e, assim que ele foi ver, pedi ao vendedor: - Vou pagar por essas cinco. Azar dele se reclamar.

- O seu namorado é o primeiro que eu vejo que reclama. - O vendedor comentou e me apressei:

- Não é meu namorado. É meu amigo. E ele só não é mais teimoso que eu.

- E vai fazer o pagamento no cartão ou no dinheiro?

- Cartão. - Respondi. Segui o vendedor até o caixa e paguei.

- Eu sabia! - Ouvi o Bill ao meu lado, me assustando a ponto de me fazer errar a senha.

- Ô trem! - Resmunguei. - Espera só um segundo para começar a chiar senão eu erro a senha de novo.

Mesmo contrariado, acabou atendendo ao pedido e não disse nada enquanto eu digitava a sequencia de números na máquina. Assim que terminei, o vendedor tirou o recibo e emitiu a segunda via, me entregando junto do cartão. Entregou a sacola e saímos dali.

- Já que você quer tanto pagar as coisas para mim, aproveita que eu estou com fome e me compra alguma coisa para comer! - Resmunguei, assim que o Bill parou de reclamar um pouco.

- E o que você quer? Starbucks?

- Eu estou com fome. - Falei, segurando em seu braço e fazendo com que ele me olhasse, esperando que finalmente entendesse do que eu estava falando.

- Restaurante italiano? - Perguntou e franzi o nariz.

- Na realidade... Estou com desejo de ir comer num pub.

Suspirou e acabou concordando.

Algum tempo depois, quando estávamos saindo do pub, que ficava perto do shopping, notei que um paparazzo estava tirando fotos nossas e comentei:

- Acredita que eu tomei xingo de paparazzo outro dia?

- Você está de sacanagem!

Neguei com a cabeça.

- Por que ele te xingou?

- Porque, nas palavras dele, somos monótonos demais. A gente não faz nada de tão comprometedor assim. Somos amigos. Ele esperava que eu simplesmente arrancasse sua roupa assim, no meio da rua e sem mais, nem menos?

- Eu espero.

Olhei para ele, erguendo as sobrancelhas.

- Espero que você faça isso em particular, não em público. Imagina o furo de reportagem?

Eu tive que rir, não conseguindo acreditar naquilo.

- Toma vergonha nessa sua cara-de-pau, Kaulitz... - Resmunguei. - Ah! Antes que eu me esqueça... Seria melhor se você dormisse comigo... Lá na minha casa, em outro quarto - Me apressei a acrescentar ao ver a expressão dele ficando cada vez mais maliciosa. - já que amanhã a gente vai sair cedo.

Concordou e, conforme o combinado, ele foi só pegar a mala enquanto eu terminava de arrumar algumas coisas que tinham ficado para a última hora. Assim que ele chegou, fui arrumar o quarto de hóspedes para ele. Perguntou, quando entreguei uma toalha, para o caso de ele querer tomar banho:

- E o café da manhã?

- Adivinha?- Perguntei, sorrindo.

- Starbucks.

Assenti e falei:

- Bom, se eu fosse você... Tomaria um banho e já deixava a roupa separada para amanhã. Se quiser comer alguma coisa, me avisa que eu faço.

Concordou e ia sair do quarto quando ele me chamou. Assim que me virei, avisou:

- Eu... Vou precisar de ajuda com as minhas costas...

- É por isso que eu providenciei um daqueles escovões de banho só para você. - Pisquei, saindo do quarto. Esperei que o Bill terminasse de tomar banho para fazer o mesmo e não muito tempo depois, fomos dormir.

Na manhã seguinte, às seis da manhã, eu já estava de pé, terminando de me vestir quando a Lola me ligou. Assim que peguei o telefone, disse:

- Tentei ligar para a Nadine agora há pouco e ela não atendeu...

- Deve estar dormindo ainda. Mas se quiser, a hora que a gente aqui sair, passo lá e tiro ela e o Tom da cama.

- E o Bill?

- Estou dando para ele uns cinco minutos a mais de sono enquanto termino de me arrumar. Daí é só o tempo dele se arrumar e a gente sai. Ah! A gente vai parar um minuto na Starbucks. E por aí?

- O Charlie está na luta com a Sophia. A gente pode atrasar um pouco...

- Tá precisando de alguma coisa? Tipo protetor solar?

- Não. Eu tenho e, se quiser, posso te emprestar.

- Ok. Vou ver e, todo caso, te falo.

Assim que terminei de vestir a calça, avisei à Lola que tinha que ir. Nos despedimos e, pouco depois, fui até o quarto que o Bill estava e, assim que entrei, o vi, dormindo de barriga para cima e com o lençol baixo o suficiente para que eu visse que não usava nada. Respirei fundo e fui andando até ele. Um dos seus braços estava esticado e cobria os olhos. Aproveitei que havia um espaço ao seu lado e me sentei ali. Toquei de leve seu braço enquanto o chamava, num tom de voz baixo e, logo, ele começou a se mexer. Assim que vi que tinha acordado, falei:

- Já tá na hora de levantar...

Resmungou uma resposta positiva e, logo, se levantou. Quer dizer, ficou sentado no colchão e perguntou, esfregando o olho:

- Que horas são?

- Seis e quinze. - Respondi. - Te aconselho a, antes de qualquer coisa, começar a se arrumar para não precisar se preocupar depois.

- Pode ir na frente.- Disse e retruquei:

- Ah tá... Para você voltar à dormir e fazer a gente sair atrasado? Capaz! Anda, levanta.

Suspirou e fez sinal para que eu me levantasse. Assim que o fiz, ele afastou os lençóis e realmente estava sem nada. Desviei o olhar e falei:

- Vê se não demora.

Assentiu e fui fazer algumas coisas, inclusive pôr a minha mala no carro. Logo que entrei em casa, vi o Bill descendo as escadas, já vestido, usando uma camiseta cinza e uma calça de moletom preta. Assim que estava tudo pronto, ele guardou a mala ao lado da minha e, em seguida, entrou no lado do passageiro. Antes mesmo de dar a partida no motor, peguei o celular e liguei para as meninas. A Lola foi a primeira e avisou que já estavam saindo também. Tentei ligar para a Nadine e, depois de três tentativas, ela não atendeu. Respirei fundo e falei:

- Será o Benedito que vou ter de tirar a Nadine à força da cama?

Suspirei e finalmente recebi uma mensagem da Lola, avisando que tinha conseguido falar com a terceira “mosqueteira”.

Fui até a Starbucks, comprando os cafés para cada um, além de mais algumas coisas para comermos e, logo que entrei no carro, falei:

- E aí? Alguém deu sinal de vida?

Ele agradeceu, pegando o copo de café que eu oferecia e, respondeu, depois de dar um gole:

- Ainda não.

No exato instante em que terminamos de comer, o os nossos celulares deram aviso de mensagem; O meu recebeu um aviso da Nicola, que já estavam a caminho. O do Bill era uma mensagem do Tom, avisando que já tinham pegado o Georg e o Gustav e estavam perto. Logo, vi o carro da Di e ela parou do outro lado da rua. Baixei o vidro e ela perguntou:

- E Lola?

- Vindo.

E, acabando de dizer isso, vi o carro do Charlie.

- E indo. - Respondi. - Tenta não perder nem o carro do Charlie e nem o meu de vista, ok?

- Como se fosse possível perder uma Ferrari de vista! - Reclamou e, logo, foi virar o carro. Liguei o meu e em seguida, partimos.

Logo que saímos de Londres, estava inquieta com o silêncio que havia se instalado no carro e liguei o rádio. Em menos de quinze minutos, o Bill dormiu e abaixei o volume da música. Fiquei o tempo inteiro olhando furtivamente pelo retrovisor, para garantir que a Di estava nos seguindo. Quando estava quase na metade do caminho para a balsa, o Bill acordou e perguntou:

- Já chegamos?

- Não. Tem uns cinco minutos desde que passamos por Petersfield. Agora é cerca de vinte minutos até a balsa.

- Sério?

- Você dormiu por mais de vinte minutos e nem viu quando passamos pelo túnel. Chegar até a balsa agora vai ser brincadeira para você!

- Está cansada?

Neguei.

- E a Nadine?

- Atrás da gente. Fiquei de olho nela o tempo inteiro.

Aumentou a música e ficou em silêncio por todo o tempo até chegarmos à balsa. Entreguei a chave ao Bill e falei:

- Vou lá pagar pela taxa.

- Precisa de alguma coisa? - Perguntou, tateando os bolsos e neguei, sorrindo fraco.

Ao passar pelos carros das meninas, o Charlie, o Tom, o Georg e o Gustav tinham ficado dentro de cada veículo, cada um com uma cara de tédio maior que a outra. Fomos andando as três, lado a lado e conversando até o caixa.

Uma vez pagas as taxas, voltamos cada uma para o carro e aguardamos na fila. Depois de estacionar o meu, o Bill e eu saímos (Assim como os outros) e subimos por uma escada que levava à um saguão e, como a Sophia começou a reclamar de fome... Cada um foi para um lado: Lola, Charlie e Georg foram comer alguma coisa. Di e Tom sumiram, assim como Gustav e eu e o Bill simplesmente fomos ao deque e nos sentamos lado a lado em uma cadeira cada um, observando a travessia.

Ao nosso lado, havia um casal com a filha, uns três anos mais velha que a Sophia. Ficou nos observando com certa curiosidade e o Bill começou a brincar com ela. De início, ficou um pouco tímida, mas, logo, foi se entusiasmando e não demorou a começar a perguntar:

- Como vocês se chamam?

- Iza. - O Bill pôs a mão no meu ombro. - E eu sou o Bill. E você?

- Rose. Vocês são namorados?

- Não. - Respondi. - Somos amigos.

- Duvido. Só tem vocês dois aqui! - Retrucou.

- Aqui. - O Bill interveio. - Mas o resto da nossa turma está por aí. Três estão no café. Um deve estar vagando e tentando arrumar o que fazer. E meu irmão... Bom, você é novinha demais para descobrir.

A Rose sorriu, exibindo uma janelinha bem na frente.

Depois de algum tempinho, o Gustav apareceu e começou a conversar em alemão com o Bill. A Rose quis saber:

- O que estão falando?

Parei para tentar pescar alguma coisa e falei:

- O Gustav está reclamando que o pacote de balas de goma de ursinho dele acabou graças ao Georg, um dos amigos que está no restaurante.

A Rose riu e continuei traduzindo a conversa para ela. Obviamente, o Gustav e o Bill não falavam nada daquilo (Na realidade, estava difícil descobrir quem reclamava mais da demora para chegarmos.). Quando a Rose foi ao banheiro com a mãe, o Gustav me perguntou:

- Por que bala de goma e ainda mais de ursinho?

- Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. E onde você estava?

- Tentando não me entediar. - Falou. - Só o Georg mesmo para ser empata-foda da Nicola...

Ri e falei:

- Acho que mais que a Sophia... Impossível!

- De qualquer maneira, justamente por saber que não são um casal que vim para cá. Quer dizer... Não tem problema, tem?

- Claro que não! - O Bill respondeu.

- Se quiser vir com a gente pelo resto da viagem... - Ofereci e o Gustav recusou:

- Estava engraçado com a Nadine e o Tom. Ela estava quase batendo nele a cada cinco minutos.

- Por quê? - Perguntei.

- O Tom ficou dando palpite o tempo inteiro. E ela perdeu a paciência. Estava engraçado por causa dela, principalmente. Depois de um tempinho, a Nadine começou a resmungar em irlandês. - Contou e imaginei a cena, rindo.

Pouco tempo depois, avisaram que estávamos chegando e deveríamos ir para os carros. No caminho, encontramos o resto do pessoal e, quando paramos em frente à Ferrari, vi a expressão do Bill e fui até o lado do passageiro. Parei atrás do Bill e enfiei a chave do carro no bolso da sua calça. Me olhou confuso e falei:

- Só não se empolga demais porque, além de aqui ter limite de velocidade, ainda tem o fato de que eu não quero correr riscos desnecessários.

Todo satisfeito, foi para o lado do motorista e ajustou o banco. Logo que atracamos, abriram o “portão” para os carros poderem sair. Já em terra firme, percebi que o Bill procurava pelo carro do Charlie. Indiquei o veículo e logo, consegui achar o da Nadine também.

Num instante que o Charlie sumiu, avisei:

- Entra à direita.

- Qual direita?

- Direita. Direita. - Indiquei com a mão e ele fez a curva. Continuamos por uma es-tradinha e continuei dando as indicações. Em poucos minutos, chegamos e o Charlie já estava lá. A Nadine vinha atrás de nós e, assim que terminamos de descarregar as bagagens, a Lola falou:

- Seguinte: Georg. Gustav. Se incomodam de dividir o quarto?

Negaram com a cabeça.

- Ok. Nesse caso, terceira porta à esquerda. Di... Já sabe. E Iza e Bill... Vocês dois vão ter de ficar no mesmo quarto também.

Olhei para o Bill, que deu a entender que não tinha problema. Assenti e o levei até o quarto em que costumava ficar quando íamos para lá. Tinha uma cama de casal, ainda que eu costumasse ir para lá sozinha, mas mesmo assim... Estava dando um tempo com o Alex, então não via problema também.

Assim que entramos ali, ele ficou impressionado.

- Caralho... - Ele resmungou e bati no seu braço.

- Oi! Educação não faz mal à ninguém, viu?

Sorriu e logo, começamos a arrumar as nossas coisas.

Depois do almoço, quando estava todo mundo na sala, com a Sophia quase dormindo em cima do Charlie (Que não estava tão diferente assim...), vendo um filme qualquer, pedi o celular da Lola emprestado. Mesmo estranhando, me entregou o aparelho e ficou espiando o que eu estava fazendo. Perguntou, em tom de voz baixo:

- O que você está olhando?

- O que a gente pode fazer durante os quinze dias que vamos ficar aqui, caso não dê para ir à praia e a gente fique de saco cheio de bancar as esponjas ambulantes na piscina. - Respondi. Achei um site que era tipo um guia turístico e vi as opções. Falei: - Ok. Kart para os meninos. Para a gente...

- Olha, tem um museu de cartões postais.

Olhei para ela e falei:

- Então vai você sozinha, que eu duvido que até a Sophia vá querer ir.

Riu e disse:

- E você ainda acredita... Gente! Que tanto de salão que tem aqui! Tem uns cinco novos desde a última vez que a gente veio.

- Acho que encaro o kart.

Me olhou, surpresa e perguntou:

- O que te deu para trocar uma tarde no salão por kart?

- Boa pergunta. - Respondi. - Sei lá, ir ao salão para quase me escalpelarem não me parece tão atraente assim...

- Exagerada. - Resmungou e ri fraco.

- Acontece que, conhecendo a competitividade entre quatro pessoas que estão nesta sala... Eu sei que vai ser divertido.

Sorriu e vi mais uma coisa que podíamos fazer:

- Ah, olha! Boliche!

- Ah! Esqueci. Charlie é sócio do clube de croquet e tênis. Se quiser...

Assenti.

- Se o povo animar...

Continuamos discutindo as opções e, no final, decidimos que íamos sair à noite. A Lola ia pedir à uma vizinha para olhar a Sophia, como das outras vezes.

Naquela noite, fomos até uma pizzaria e, enquanto comíamos, discutíamos arduamente sobre o que íamos fazer no dia seguinte:

- Ok. - A Lola falou. - Iza e eu fizemos uma listagem do que podemos fazer durante nossa... Estadia aqui. Com e sem Sophia.

- Eu ouvi a palavra salão... - O Tom falou.

- Pois é. A Iza falou que preferia ir com vocês, meninos, ao kart ao invés de ficar a tarde inteira quase sendo escalpelada pela cabeleireira.

- Quem é você e o que fez com a Luiza? - O Bill perguntou e sorri.

- Tá vendo? Nisso que dá ficar andando demais com meninos. - O provoquei e ele riu.

Depois de comermos a pizza, ficamos andando pela praia, meio sem rumo e falando besteira.

Assim que chegamos em casa, cada um foi para o quarto e, quando deitei na cama, virada de frente para o Bill, ele ficou quieto, só me observando. Franzi as sobrancelhas antes de perguntar:

- O que foi?

- Estava só... Pensando.

- Em quê?

- Várias coisas.

- Tipo...?

- Que dificilmente um casal volta depois de dar um tempo.

Respirei fundo e falei:

- Você não vai desistir, não é?

- Enquanto ainda existir uma chance...

- Mesmo se eu me casar com o Alex?

- Sempre tem a possibilidade de vocês verem que são melhores como amigos do que como marido e mulher...

Sorri fraco e perguntei:

- Tem certeza que sou eu quem é impossível?

Riu e falou:

- Absoluta.

Dei um estalo com a língua e virei de costas para ele. Logo, senti seu braço sobre a minha cintura, me puxando para mais perto e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, senti sua boca encostando muito de leve sobre o meu ombro. Em seguida, disse, quase em um sussurro, com a boca colada à minha orelha:

- Boa noite, Iza.


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