quarta-feira, 1 de junho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 22º capítulo - Interativa








What is wrong with me? All that I wanna be is through with you

Toda vez que estou pronta para ir embora
Sempre pareço estar sendo
Puxada na direção errada
Mergulhando sem proteção
Rapaz, você não pode continuar me guiando para a direção errada

(Pixie Lott - Gravity)



No dia seguinte, quando eu estava saindo de casa para ir ao supermercado, vi uma coisa que realmente não esperava: A Nadine na porta da casa do . O problema foi justamente o que ela fez: Deu aquele tapa estalado no rosto dele e que dói também em quem vê. Em seguida, começou a dar aquele esculacho no . Mesmo com a diferença de tamanho, era ele quem parecia cada vez menor, não ela. Eu não conseguia entender o que a Di falava, graças ao meu mp3 que, naquele instante, estava ligado no modo de rádio. E, decidindo que o melhor era ir embora antes que sobrasse para mim (E, a julgar pelo estado da Di, ia sobrar mesmo).

Um dia depois, as meninas, o e eu estávamos saindo da Starbucks quando ouvi uma garota chamando o . Nos viramos ao mesmo tempo e me surpreendi ao ver o quanto ela se parecia com a . Saía da mesma loja de noivas e ele estava numa falta de graça...

- Você não está se lembrando de mim, não é? - A garota perguntou e ele negou. - Há uns dois anos, em outubro, você foi com uns amigos numa boate lá de Los Angeles. A gente dançou e se divertiu um pouco.

Arqueei as sobrancelhas, cruzando os braços na altura do estômago, vendo o nervosismo tomar conta do .

- Estou me lembrando agora...

- Jade. - Respondeu, sorrindo. Ele a cumprimentou e o olhar dela caiu em cima de mim. - Você deve ser a ... A mulher dele, não é?

- Ex. - Enfatizei. - É uma longa história, mas não estamos mais juntos.

- Sério? Que pena... Naquela noite o só falou de você.

Pensa numa pessoa que está quase correndo dali a qualquer instante. Essa pessoa era o .

- Espero que ele tenha falado bem...

- Falou.

- Jade, eu posso te perguntar uma coisa? - O perguntou, de repente. Ela assentiu e ele quis saber: - O que, exatamente, aconteceu entre a gente naquela noite?

Ela riu e disse:

- Você tinha bebido um pouco demais e o máximo que rolou foi um beijo. De repente, você começou a passar mal e eu acabei cuidando de você.

Espera.

- Tem certeza?

Assentiu.

- A gente não transou naquela noite. E eu até achei bom porque assim, pude voltar com meu namorado. E a gente vai se casar.

- Parabéns. - Falei e ela começou a contar sobre os preparativos, animada. Dei algumas dicas de lojas e agradeceu. Não muito depois, ela teve de ir. Logo, a Nadine e a Lola deram uma desculpa qualquer e foram embora. Assim que fiquei sozinha com o , falei:

- Isso foi bem... Inesperado.

Assentiu, ainda surpreso.

- Sabe o que isso significa, não é? - Ele perguntou, começando a se recuperar.

- Que você nunca me traiu.

- A menos que você considere um beijo como traição...

- Eu não ia sequer ficar perto de você de novo se por um acaso, você tivesse engravidado uma das duas. Ou as duas. Se tivesse só ido para a cama com elas... Ia demorar, mas dependendo, poderia te perdoar. - Respondi.

- Se fosse o ...

- Essa hipótese não é exclusivamente sua. - Respondi, seca.

Assentiu, já com a cabeça baixa.

- Bom, eu tenho algumas coisas para resolver. A gente se vê. - Falei, já indo para a beirada do passeio e tentando ver um táxi. De repente, o segurou meu braço. - Oi!

Fez sinal para um táxi e, assim que o carro parou, me fez entrar ali e ficou ao meu lado. Depois que chegamos à nossa rua, me fez sair, depois de pagar a corrida, e ir até a sua casa. Assim que trancou a porta, fiz menção de tomar as chaves da sua mão, mas ele esticou o braço, as deixando fora do meu alcance.

- Vai mesmo fazer isso, não é?- Perguntei, já perdendo a paciência.

- Vou, porque você vai me ouvir até o final.

Cruzando os braços, fui até o seu sofá e me sentei, cruzando também as pernas e o observando.

- Estou ouvindo. - Avisei.

Suspirou e disse:

- Sabe o que mais me irrita em você? Essa indiferença. Soube que eu nunca fui para a cama com outra enquanto estava casado com você e aí... Fica mantendo essa pose de superior, fingindo que nada aconteceu.

- E o que espera que eu faça? Volte correndo para você, jogando tudo para o alto, sendo que esperei por você depois do que aconteceu em Roma?

- E quem te garante que o vai te fazer mais feliz do que eu possa?

Dei um riso de escárnio e falei:

- O próprio . Afinal de contas... Ele nunca me abandonou depois de passar a noite comigo. Sem falar que você está com a Seren agora.

Travou o maxilar e disse:

- Eu errei em não ter te procurado. Mas você podia muito bem ter tentado também.

- Ah, desculpa se não consegui ser como o e adivinhar que você queria que eu te ligasse. Você sumiu sem me dar a porra de uma satisfação e achei que simplesmente tinha seguido em frente. Por isso que fiz o mesmo! - Respondi, perdendo a paciência e levantando do sofá.

- Com o .

- E com quem mais seria? Ele sempre ficou do meu lado em todos esses anos. Quando eu mais precisei, nesses dois anos... Era ele quem estava ali. Enquanto você ficou pulando de cama em cama lá em Los Angeles!

Abriu a boca para argumentar, mas, de imediato, não conseguiu emitir qualquer som.

- Você não tem ideia do que passei nesses dois anos. Ninguém sabe. Só eu sei o quanto foi difícil ver as notícias de que você estava transando com a primeira que te aparecesse na frente.

Assumiu uma postura diferente e disse:

- Mas pelo menos eu não fiz isso enquanto estava casado com você.

- Ah, então você está insinuando que eu te traí? - Perguntei, incrédula.

- Não. Mas me desrespeitou do mesmo jeito.

- Ah é? E quando foi isso?

- O tempo inteiro! Ou achou mesmo que eu não ia prestar atenção quando você falava com o ? Sabia que nunca suportei ele e mesmo assim... Insistia em ficar ligando para ele, mandando mensagem...

Balancei a cabeça em negação.

- É por isso que não ia funcionar. Ia te dar razão se eu tivesse realmente te traído, mesmo se só tivesse beijado ele. Não foi o caso.

- Para mim, foi como se tivesse só beijado.

Assenti em silêncio e falei:

- Pode fazer o que quiser, mas não vou desistir de me casar com ele. Ainda mais que foi mais meu companheiro do que você foi. Quando me falou que não ia ser feliz com ele, tive certeza de que era só uma das suas crises idiotas de ciúmes. Só que você não percebeu que, agindo desse jeito, me afasta cada vez mais. E, se por um acaso do destino, não der certo entre o e eu, suas chances vão se esgotando.

Respirou fundo. O meu celular começou a tocar e, por causa do toque personalizado, não precisei olhar para saber que era o .

- Eu preciso ir. - Avisei, indo até o sofá e pegando a bolsa. O não se mexeu e falei: - , abre a porta, por favor?

De repente, tomou a minha bolsa e começou a mexer até encontrar o celular. Claro que tentei impedi-lo, mas por causa da diferença de altura, não consegui. Atendeu à ligação e disse, apenas:

- Ela está ocupada. Depois te liga de volta.

E desligou. Não só a chamada, mas também o celular. E ainda tirou a bateria. Claro que reagi da pior maneira, batendo em qualquer parte do seu corpo que eu conseguia alcançar, intercalando com todos os xingamentos que me vinham à mente. De início, ele não reagiu por ter sido pego de surpresa. Mas, logo que teve a chance, começou a tentar me segurar, embora fosse uma tarefa difícil, apesar de tudo. Num segundo que dei bobeira, ele se aproveitou e conseguiu me imobilizar. Só que eu ainda tinha as pernas livres e tentei usá-las como pude, fosse para tentar dar uma pisada daquelas no seu pé (Aproveitando que estava de salto), fosse só para “bater” nele com o meu. Se aproveitou do fato de que havia uma parede ali perto e pronto: Logo, usou todo o corpo para me segurar e mesmo assim, eu me debatia com toda a força que consegui reunir e até tentei derrubá-lo.

- ME SOLTA! - Esbravejei. (Para não dizer que eu estava gritando)

- PARA COM ISSO, ! - Ele avisou, com um volume de voz bem próximo ao meu.

- ME SOLTA AGORA, !

Continuei me debatendo, tentando soltar, não só as mãos, mas o resto do meu corpo e até mesmo tentei bater nele e, quando menos esperei... Conseguiu segurar meus pulsos com uma só mão enquanto a outra afastava os meus cabelos do rosto. Me olhou fixamente e disse:

- Você é impossível...

E de repente, me beijou. Travei o maxilar, ficando imóvel para que ele desistisse logo, mas claro que isso não aconteceu. Me prensou contra a parede, mordendo e sugando o meu lábio inferior, para que eu pudesse abrir a boca, mas resisti. Ele perdeu a paciência e decidiu começar a atacar meu pescoço, indo direto para o meu ponto sensível. A sua barba raspando minha pele foi de uma sensação tão... Indescritível que eu não consegui me controlar; Gemi e foi alto, ainda por cima. E como estamos falando do ... Claro que ele tinha que judiar de mim mais um pouco. Mordeu o lóbulo da minha orelha e ouvi a sua voz rouca:

- Não sente falta disso?

Mordi o lábio e senti todo meu corpo sendo tomado por uma onda de calor. Onda não. Tsunami mesmo. Cada milímetro da minha pele se arrepiou ao sentir a sua respiração quente e forte bater no meu pescoço. Logo, senti a sua mão sobre a minha coxa. Libertou as minhas mãos e imediatamente cravei as unhas na sua nuca. Puxou meu quadril na direção do seu e por muito pouco mesmo não resisti. E ele percebeu a minha resistência. Suspirou , escondendo o rosto perto da base do meu pescoço. Respirei fundo e ele falou:

- Essa sua resistência é estupidez, . Não vai ser a primeira e nem a última vez que a gente vai se beijar.

- Ah, vai. - Respondi, olhando para ele. - Entende de uma vez por todas que vou me casar com o .

Se endireitou e, estreitando os olhos, disse:

- Engraçado, porque nesse tempo todo, não ouvi você dizer que o ama.

- Se não amasse, por que teria aceitado me casar com ele?

- Por puro capricho. - Disse, ainda mantendo o olhar fixo em mim. - Você vai continuar teimando, vai quebrar a cara... Não vou falar para você se apressar para vir correndo atrás de mim porque não seria justo. Por isso... Vou esperar. Sem problema nenhum. Eu sei que, quando você voltar para mim, vai valer a pena.

- Você realmente está confiante, não é?

- Não. É só você quem está previsível demais.

Travei o maxilar e ele disse, voltando a se inclinar na minha direção:

- Mal posso esperar para ter você de novo. Estou realmente com saudade e vontade de te tocar.

- ... - Falei em tom de aviso assim que apertou minha cintura.

- Se soubesse o quanto senti falta de ouvir você me chamando desse jeito...

Engoli em seco.

- Você não tem ideia do quanto eu senti falta de ter você perto de mim. - Me olhou fixamente. - De poder segurar sua mão. De poder te beijar quando eu bem entender. Toda vez que te vejo rebolando em cima daquele maldito balcão de bar, eu lembro do dia em que você tirou a roupa para mim e eu sinceramente não sei de onde eu tiro tanto autocontrole para não te tirar dali de cima, simplesmente sumir do bar e acabar de uma vez por todas com a vontade que eu tenho de você. Não me importo se tem , se tem qualquer outra pessoa no mundo além de nós dois. A única coisa que me interessa é ter você na minha cama de novo.

- Então é só isso? - Perguntei. - Só sirvo para ir para a sua cama?

- Claro que não! Você é muito mais do que isso!

Não contive o sarcasmo e falei:

- Foi o que pareceu. E me solta, por favor? Tenho um monte de coisas para fazer ainda hoje e já deveria estar em Southwark.

Respirou fundo e lentamente, me soltou. Só que nem bem tinha dado um passo e me puxou de volta e, antes mesmo que eu conseguisse dizer qualquer coisa, ele se aproveitou que eu tinha aberto a boca e me beijou de novo. Consegui resistir até quando começou a me ser de um jeito mais... Provocante. Logo, parecia que meus ossos tinham virado gelatina e tinha certeza que podia desabar a qualquer instante. Estava tão envolvida que só fui me dar conta do que estava acontecendo quando notei que lentamente erguia minha saia, sem a menor cerimônia. Segurei seu pulso com firmeza e interrompi o beijo. Ainda mantendo o rosto próximo do meu, disse:

- Você ainda vai ser minha de novo. É uma promessa.

Dei uma guinada com o corpo e consegui fazer com que ele me soltasse. Em seguida, destrancou a porta e pude ir. Não ousei olhar para trás enquanto estava andando na direção da avenida. Dentro do táxi, claro que fiquei pensando naquele maldito beijo.

Depois de pagar a corrida, entrei no prédio onde o tinha o escritório. Assim que saí do elevador e a recepcionista me viu, sorriu e liberou minha entrada. Perguntei:

- A Cate está aí?

Assentiu e agradeci. Passei pelas baias até parar na frente de uma mesa onde uma mulher ruiva de meia idade falava impaciente ao telefone. Assim que me viu, disse:

- Faz o seguinte: Retorne a ligação amanhã, sim? Ele vai entrar em reunião agora depois, ele tem um compromisso.

Esperou a resposta e, no final das contas, agradeceu e desligou. Assim que me viu, sorriu largamente e disse:

- Olá, moça!

- Ele realmente está ocupado?

Sorrindo, se levantou da mesa e bateu na porta. Enfiou a cabeça por uma fresta e disse:

- Tenho uma entrega para você. Posso...?

Ouvi uma resposta afirmativa dele e, depois de se endireitar, a Cate fez sinal para que eu entrasse. Antes disso, porém, me avisou de que o estava ao telefone. Agradeci e ela avisou:

- Vou tomar um café.

Assenti, sorrindo e, depois que entrei, tranquei a porta. O estava virado de costas para mim e ouvi:

- É. O Morrison tá querendo £ 7 mil, mas é impossível!

Tirei os sapatos (Apesar de o chão ser coberto por carpete) e os deixei próximo ao sofá preto de couro que havia ao lado da porta. O escritório do me lembrava o do James Stephens de “A feiticeira”, mas com um toque mais moderno.

Ele rodou na cadeira e, assim que me viu, franziu as sobrancelhas e disse:

- Jim, tenho que ir agora. Eu te ligo depois.

E desligou depois de se despedir rapidamente. Em seguida, veio andando até onde eu estava e perguntou:

- O que aconteceu?

- Nada. Estou com enxaqueca. - Menti. Deu um estalo com a língua e sorri timida-mente, perguntando em seguida: - E então? Vamos?

Sorrindo, pegou as suas coisas e, depois de nos despedirmos da Cate, fomos até o estacionamento do prédio.

Cerca de meia hora depois, notei que saímos de Londres e perguntei:

- Ainda demora muito?

- Ansiosa. - Respondeu, sorrindo.

Mais meia hora havia se passado e finalmente chegamos. Era uma daquelas propriedades gigantes, com uma mansão enorme, jardim tipicamente inglês, até com um labirinto de sebe alta. Não sabia para onde olhar. Tudo o que eu sabia era que era um lugar incrível e o perguntou:

- E então?

Só consegui sorrir e pular para abraça-lo. Eu estava feliz de verdade e nada podia estragar a minha alegria...

... A não ser um cliente do , que também era fre-quentador do The Coyote. O infeliz foi, dois dias depois, fazer fofoca, falando que eu tinha dado um escândalo, morta de ciúmes pelo estar dormindo com a Seren. O que não era verdade. Quer dizer, ele tinha o direito de ir para a cama com quem quisesse. O que eu impliquei (E tentei explicar isso para o ) era a falta de profissionalismo dos dois, que não pareciam saber separar o trabalho da vida particular.

- Quer saber? - Perguntei, já cansada daquela discussão toda. - Eu acho melhor a gente dar um tempo. Cada vez que você tem uma crise de ciúmes, sem motivo - Dei ênfase. - a briga é sempre pior.

- Sem motivo? - Ele perguntou, carregado de sarcasmo na voz. - Você anda para cima e para baixo com ele e eu não tenho motivo? Sem falar que, naquele dia da festa lá no Coyote, eu vi aquela pulseira que ele ganhou no leilão, logo que chegou em Londres. Você não ter me contado e isso, de passar mais tempo com ele do que comigo não é motivo mais que suficiente para ter “crise de ciúmes”? E eu vejo como está te afetando o fato de que ele está comendo a Seren. E sei que você bem que queria estar no lugar dela. Ou vai me negar isso?

Acabei perdendo a cabeça:

- Eu não te falei nada da porcaria da pulseira porque sabia que você ia brigar. E se passei mais tempo com ele foi porque você ficou mais tempo na porra de outra cidade, do outro lado do oceano, do que aqui, comigo, me ajudando a resolver tudo para o casamento. E entende uma coisa: Ele que foda a Seren o quanto quiser. Estou com você. Eu te amo e se aceitei o seu pedido de casamento foi porque eu quis, não foi por obrigação. Do mesmo jeito que aceitei quando você me pediu em namoro. O que mais posso fazer para te fazer acreditar que eu amo você pelo jeito que você é? Desde o primeiro instante até agora, você não foi só um amigo com quem, até pouco tempo atrás, eu transava. Você sempre foi e sempre vai ser muito mais do que isso! Se estou pedindo um tempo é porque, como eu te falei, as brigas estão cada vez piores e se a gente não tiver esse espaço... Nossa vida como um casal vai ser pior e não quero isso. Você sabe que não sou uma Kim Kardashian da vida, que gasta uma fortuna num casamento para ele durar dois meses e pouco.

- Quer esse tempo? Muito bem. Vai ter. Mas, se quiser voltar comigo, tenha certeza de que não vou ser tão... Tolerante assim. Já estou ficando de saco cheio de te dividir com ele.

Assenti e não me demorei mais tanto tempo na sua casa.

Assim que cheguei na minha, desci do táxi depois de pagar a corrida e já estava abrindo o portão quando tive uma espécie de estalo e atravessei a rua. Bati a campainha da casa da Di e ela, de imediato, abriu a porta.

- Oi! Eu estava mesmo pensando em você, ainda mais que... - Falou, animada, mas, assim que me viu, murchou. - O que houve?

- Me diz que você ainda tem aquele conhaque que o seu pai te deu no Natal. Vou precisar.

Me deixou entrar e, ouviu em silêncio tudo aquilo que eu falei. Assim que terminei, disse, com menos emoção do que antes:

- Eu ia te falar que a Lola estava dando a ideia de a gente ir para Ryde por uma se-mana.

Suspirei, realmente achando aquela ideia ótima.

Na sexta-feira, eu estava no bar, em pleno pico de movimento quando ouvi uma confusão vinda da área dos escaninhos.

- Mas que...? - Pensei alto e, logo, a Lola passou correndo, seguida de perto por dois lobinhos. - Di! - Chamei e ela veio imediatamente até onde eu estava.

- A Seren tá quebrando o pau com o . - Ela avisou e na mesma hora, depois de resmungar um palavrão, pedir desculpas para o cliente e avisar que o drink que eu tinha acabado de fazer para ele era por conta da casa, fui correndo tentar controlar a situação. O Stephen já estava descendo as escadas que levavam ao seu escritório, seguido de perto pela Claire e, assim que ele me viu, falou:

- Fica com o enquanto eu resolvo com a Seren.

Segurei a língua e entramos ali. Eu juro que nunca imaginei que a Seren podia ser tão... Brava e mesmo assim, não era um adjetivo bom o suficiente para descrever como ela estava. Com um custo daqueles, o Stephen conseguiu tirá-la dali e, logo, fez todo mundo se dispersar.

Vendo que estava sozinho ali comigo, o evitava me olhar.

- Não precisa ficar aqui comigo. - Ele rosnou.

- Não é só porque o Stephen mandou que vou ficar. - Falei.

- O não vai gostar...

Ergui a sobrancelha, me sentando no banco de frente para ele.

- Achei que já estivesse sabendo, ainda mais que a Nadine é linguaruda, com certeza já abriu o bico para o , que te contou.

- Eu nem falei com o direito essa semana. - Admitiu, ainda sem me olhar.

- A menos que eu tenha criado uma outra cabeça, toda purulenta e cheia de meleca, verde e cheia de furúnculos... Quer fazer o favor de me olhar? Eu estou falando com você e, do mesmo jeito que presto atenção quando conversam comigo, gosto que olhem nos meus olhos.

Finalmente ergueu o olhar para mim.

- Pronto. Satisfeita?

- Muito. E para o seu governo... Por enquanto não me importa se o gostar ou não de eu estar aqui.

- Brigaram de novo, foi?

- Estamos dando um tempo. Como você é um dos padrinhos, tem que saber disso.

- Mesmo contra sua vontade.

- Não é contra a minha vontade, apesar do seu comportamento.

- Quer dizer então... - Começou a dizer e, à medida que ia pronunciando cada pala-vra, um sorriso malicioso aparecia em seus lábios. - Aqueles beijos surtiram efeito...

Decidi ignorar aquilo.

- A Seren me dispensou. - Ele avisou.

- Assim, do nada?

- Ela percebeu que não ia dar certo, quando o meu coração já tem dona.

- Ai meu Deus. - Falei, incapaz de me controlar. Ele começou a se inclinar na minha direção e não ousou me tocar.

- Eu te ignorei esse tempo todo porque estava tentando te esquecer. Achei que, se mantivesse distância, ia conseguir.

Respirei fundo discretamente e ele não se movia um milímetro além do estritamente necessário:

- E vai tentar, mesmo sabendo que eu não terminei o noivado? Sim, porque estou dando um tempo e não acabei com tudo.

- Quantos casais você viu que reataram depois de um tempo no namoro ou até mesmo no noivado? - Perguntou, começando a se inclinar na minha direção.

Travei o maxilar e não conseguia desprender o meu olhar do seu, que só se desviava para fixar a minha boca.

- Ainda sim, não quer dizer nada. - Teimei. OK. Aquilo estava começando a ficar realmente... Absurdo.

- Bom, se você quiser continuar se enganando desse jeito... - Falou e perdi a paciência:

- E o que você me sugere que eu faça?

Só fui perceber a besteira que tinha feito quando vi o seu olhar se transformando; Ficou bem mais intenso.

- Você quer mesmo que eu te responda à essa pergunta, sendo que já sabe a resposta? - Perguntou e neguei com a cabeça. - Imaginei.

Continuou me observando em silêncio e, depois de um minuto inteiro, me falou:

- Eu realmente não esperava que você fosse terminar com o ... Principalmente quando você estava tão... Obsti-nada.

- Eu não terminei com ele!

- Que seja. Se você quiser continuar se enganando tanto quanto antes... O problema é seu. - Suspirou, se levantando.

- Você realmente adora me tirar do sério, não é? - Perguntei, fazendo com que parasse de andar. Se virou de frente para mim e me observava com interesse. - Engraçado como você sempre gosta de apontar os meus defeitos e não olha para os seus próprios.

Cruzou os braços.

- Eu juro que tento entender por que você simplesmente não aceita de uma vez por todas que não quero mais nada com você. Não vou largar tudo e ir correndo para a sua cama só porque estou dando um tempo com o ...

- É, eu sei que você não quer nada comigo... A prova disso é que você, na primeira oportunidade, transou comigo. Enquanto ainda estava namorando o . E esses dias mesmo, você descobriu que sempre fui fiel. Enquanto ele...

Estreitei os olhos.

- Foi um momento de fraqueza. - Respondi, me esforçando para soar o mais fria possível. Claro que falhei.

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