sábado, 19 de dezembro de 2015

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 40º capítulo


Algumas pessoas se escondem de seus desejos

Mas nós somos os amantes
Se você não acredita em mim
Então olhe dentro dos meus olhos
Porque o coração nunca mente

(McFly - The heart never lies)

Luiza

- Senhores passageiros, pedimos que deixem seus cintos afivelados para a aterrissagem. - A voz de uma das comissárias pediu, através de uma daquelas caixas de som. Como eu raramente saía do meu lugar, então nem precisei me dar ao trabalho de fazer como a maioria das pessoas ali, que soltavam os cintos quando o alerta luminoso se apagava. Logo, o avião começou a descer, fazendo com que as nuvens ficassem cada vez mais espessas e quase imediatamente, pude ver toda a área do aeroporto. Espiei pela janela e achei engraçado como da outra vez o céu me pareceu tão mais azul e límpido...

Assim que o avião finalmente aterrissou, pude desafivelar aquele cinto e, por ter escolhido um lugar perto da porta, então fui uma das primeiras a sair. Fiquei esperando as malas ao lado da esteira e, tão logo as reconheci, peguei todas e coloquei no carrinho. Em seguida, fui andando até o portão de desembarque. Respirei fundo, ignorando as pessoas que estavam ali, esperando pelos outros que também estavam chegando de viagem. Andei por todo o saguão até chegar à área dos táxis. Encontrei um vazio e o motorista perguntou, assim que terminou de me ajudar com as bagagens:

- Per dove, signorina?

- Via di San Giovanni in Laterano, per favore.

Ele assentiu e ligou o carro.

Durante todo o trajeto, fiquei observando a paisagem mudar de apenas alguns campos verdes, depois com algumas casas aparecerem aqui e ali e, aos poucos, a cidade aparecendo.

Assim que o táxi parou em frente ao portão do prédio, o motorista me ajudou a levar as malas para o meu apartamento e, depois que o paguei, ele foi embora. Dei uma olhada ao meu redor e, respirando fundo e tentando manter meu autocontrole, fui até o banheiro, deixando as minhas coisas onde estavam. Me despi enquanto deixava a banheira encher. Encarei meu próprio reflexo no espelho e percebi que o brilho no meu olhar que estava sempre presente em Los Angeles parecia ter se apagado. Controlando o choro, engoli em seco e senti um bolo se formar na minha garganta. Secando uma lágrima que escorreu de teimosia pela minha bochecha, fui até a banheira e me enfiei na água. Prendi a respiração e imergi, ficando ali pelo tempo que consegui aguentar. Ou seja? Pouquíssimo. E quando emergi, tossindo, notei que também estava chorando e não era pouco. A quem eu queria enganar com aquela pose toda de durona? Era óbvio que, à uma hora daquelas, não queria estar sozinha no apartamento de Roma. Desejei, mais que nunca, que ele estivesse ali e aquilo só fez piorar meu choro.

Dominada pelo cansaço e a tristeza, só sei que tomei um susto daqueles quando vi o Alex entrando no banheiro e me chamando, numa tentativa de me acordar. Quando finalmente consegui abrir os olhos, perguntei, com a voz fraca:

- Como... Como você conseguiu entrar aqui?

- Tenho uma chave extra, lembra? - Perguntou, sorrindo. - Anda, vem que eu te ajudo.

Pegou a toalha e, meio a contragosto, me levantei dali. Senti que me envolveu e abraçou e disse:

- Não fica assim... Com o tempo vai melhorar, você vai ver.

Neguei com a cabeça e me ajudou a ir até o quarto. Secou quase todo meu corpo e me ajudou a me vestir. Em seguida, deu um jeito no meu cabelo molhado e, tão logo terminou de secá-lo também, me deitei na cama e, passados alguns minutos, senti que fez o mesmo, me abraçando pela cintura.

- Se eu pudesse, ficaria com essa dor.

- Estou me odiando tanto por ter me deixado envolver com ele... - Respondi e o Alex suspirou. Em seguida, beijou minha bochecha e disse:

- Não se odeie.

Respirei fundo e concordei. Depois daquilo, o Alex não disse mais nada. Apenas ficou ali, velando meu sono.

Aquela primeira semana passou até relativamente rápida. Parecia que a dor que sentia ia diminuindo, ainda que lentamente. Todos os dias, acordava, fazia uma xícara de café e ficava um bom tempo observando o movimento da rua de trás. Vez ou outra, saía e sempre à noite, jantava com o Alex em alguma cantina ali perto. A companhia dele me fazia muito bem. Por mais que meu sentimento por ele tivesse se transformado em amizade (e eu sentia que era recíproco), ainda sim não conseguia imaginar passar mais tanto tempo sem tê-lo ao meu lado, sempre me fazendo rir nas horas certas e me consolando quando era necessário.

O tempo foi passando e, quando me dei conta, estávamos quase em setembro. Andávamos até a Fontana di Trevi, em pleno sábado à noite e um pouco mais altos graças à um vinho que havíamos tomado durante o jantar. Havíamos ido a um restaurante onde os garçons simplesmente destratavam os clientes, falando alguns dos piores palavrões.

- E o pior foi a primeira vez que vim aqui com meu pai e uns clientes dele. - Disse. - Na hora em que o garçom nos xingou pela primeira vez... A gente simplesmente não sabia onde enfiar a cara.

Ri até quase chorar, imaginando a pose de seriedade do pai do Alex desabando com o constrangimento, e os clientes com aquela cara de surpresa.

Chegamos à fonte pouco tempo depois e perguntou:

- Quer uma moeda?

Neguei. Abri a bolsa e consegui encontrar uns centavos que estavam perdidos ali. Seguindo a tradição, me virei de costas para a fonte e, fechando os olhos, fiz os pedidos, aproveitando que eram três moedas. Quando abri os olhos, vi que o Alex fazia o mesmo e perguntei:

- Está lembrado que não pode me contar, não é?

Concordou.

- Bom, já fomos xingados hoje, já fizemos os pedidos... Falta alguma coisa?

- Você me avisar à que horas vamos tomar o famoso gelatto.

- A hora em que você acordar, se arruma e me liga. Só passo para te buscar.

Assenti. Fomos andando até o ponto de ônibus.

Cerca de meia hora depois, já estava me deixando em casa e avisou, antes que eu destrancasse as portas duplas que davam para a rua:

- Olha, qualquer coisa que você precisar, me liga. Mesmo. Não importa a hora.

Concordei e pedi:

- Posso... Te pedir pelo menos um beijo de boa noite?

Concordou e ia se inclinar na direção da minha bochecha quando fui mais rápida e segurei seu rosto, o beijando na boca mesmo. Sentia aquela sensação familiar das borboletas, que estavam meio desanimadas. Quando nos separamos, depois de alguns minutos, ele disse, ainda mantendo seu rosto próximo do meu:

- Entra. Vai ser melhor para você.

Sorri fraco e roubei um selinho demorado. Antes de entrar, porém, olhei para a rua e vi um carro preto parado a certa distância e do outro lado da rua. Me pareceu um pouco familiar e o Alex, notando que eu estava meio cismada, perguntou, olhando na mesma direção que eu:

- O que foi?

- Alex, será que não era melhor você entrar um pouco? - Repliquei e ele negou.

- Assim que eu chegar ao hotel, te mando uma mensagem, combinado?

Concordei, ainda hesitando. Entrei em casa e menos de cinco minutos depois, meu celular deu o aviso de mensagem. Peguei o aparelho e li:

Cheguei são e salvo. Te falei...

Aquilo me tranquilizou.

Na manhã seguinte, conforme o prometido, fomos tomar o sorvete e, claro, fizemos bagunça, brincando um com o outro. Só sei que acabei com o rosto coberto de gelatto de limão e descobri que ele tirou uma foto minha sem que eu soubesse. Mais tarde naquela noite, recebi uma mensagem das meninas, me chamando de “criançona” e “Babona”. Mesmo que eu tenha tentado argumentar que a culpa era do Alex, elas não pararam de me provocar.

E assim, os dias que faltavam para setembro chegar se passaram num piscar de olhos e o Alex continuava explorando Roma comigo.

No dia 31 de agosto, ele prometeu que iríamos dar um jeito de visitar o Coliseu. Só que, na noite anterior, ele desmarcou a saída por causa do trabalho. Sendo assim, decidi ir dar uma volta. Acabou sendo bom, ao contrário do que eu esperava. Fui andando despreocupada e acabei almoçando fora. No final da tarde, quando finalmente cheguei em casa, notei que o mesmo carro preto que vinha aparecendo no mesmo ponto da rua estava ali. Entrei em casa e percebi que já havia alguém ali. Peguei a primeira coisa que podia servir para me defender e comecei a andar pela sala, já me preparando para jogar o que quer que peguei e nem vi o que era. Ouvi um barulho vindo do meu quarto e tirei as sandálias, que eram de salto e me denunciariam. Fui andando até lá e tentando não fazer o qualquer som que fosse. A porta estava entreaberta e vi que a criatura estava sentada sobre minha cama, apesar de ainda não conseguir ver quem era. Consegui entrar no quarto, mesmo com o pouco espaço da porta, e tomei um susto ao reconhecê-lo. Tanto que deixei cair o que havia pegado, o que causou um estrondo daqueles. Imediatamente se virou de frente para mim e contive o ímpeto de ir correndo até ele. Baixei o olhar para ver o que tinha pegado e reconheci um peso de papel que havia ganhado assim que cheguei em Londres.

- Eu... Você não tem ideia do quanto eu estou me odiando por ter deixado você ir embora. - Disse, de repente. - Reconheço que fui um idiota, ainda mais depois que me trouxe de volta à vida.

- Bom, é um pouco tarde para isso.

- Eu sei. O pior de tudo foi ter de te deixar ir. Eu não queria que tivesse saído da minha casa e... Da minha vida. É por isso que eu estou aqui. Cruzei o oceano por sua causa e não vou desistir tão facilmente assim de você. Não depois de tudo o que passei ao seu lado. Já te perdi uma vez e não estou nem um pouco disposto a cometer o mesmo erro de novo.

- Não entende que essa não é a questão? É muito mais do que simplesmente atravessar o Atlântico e me jurar que não vai desistir de mim.

- Eu sei. - Disse, andando na minha direção. - E é por isso que eu vim. Para principalmente te pedir uma nova chance, de começar do zero.

Hesitei por um instante e ele continuou a se aproximar.

- Acredita em mim quando te digo que nenhuma outra mulher me fez sentir o que sinto por você.

Parou na minha frente e me olhou fixamente.

- Se lembra de uma coisa que você me pediu depois que a gente... Que eu só deveria te dizer que te amo quando tivesse certeza disso? - Concordei. - Então. Em nenhuma das vezes em que te falei estava sendo leviano. E nem agora. Ich liebe dich, Iza.

Tentei controlar o choro, mas não consegui.

- Eu te odeio. - Respondi e ele riu, envolvendo minha cintura com seus braços.

- Odeia por te fazer me amar?

Assenti e ergueu o meu queixo.

- É. - Respondi e ele manteve o sorriso. Começou a acariciar minha bochecha e, aos poucos, assumiu uma expressão de seriedade.

- Iza... Me dá outra chance, por favor. - Pediu e suspirei.

- Primeira coisa: Se pisar na bola, não vai ter uma terceira vez. E segunda... Tenta não ficar chato demais. Não costumo dar segunda chance.

Voltou a sorrir e puxou meu rosto na direção do seu. Lentamente fechei os olhos e não demorei a sentir sua boca na minha. Seus dedos, que antes acariciavam meu rosto, se entrelaçaram nos meus cabelos e os puxaram de leve. Não demorou muito para que se transformasse num beijo mais intenso e, quando dei por mim, estava me puxando para mais perto, se é que aquilo era possível. De repente, começou a andar, provavelmente em busca da cama e, assim que senti a madeira bater na parte de trás dos meus joelhos, fez com que eu me deitasse e, automaticamente, ficou por cima de mim. Deixou de beijar meus lábios para ir explorando cada mínimo pedaço do meu pescoço, quase me fazendo perder o pouco de autocontrole que ainda me restava quando senti sua barba raspar de leve o ponto crítico próximo à minha orelha. Ao mesmo tempo, sentia sua mão passear livremente pela minha perna, ameaçando se aproximar cada vez mais da minha virilha, fazendo com que eu me arrepiasse e até estremecesse. Puxou meu quadril de encontro ao seu e, graças ao encaixe dos corpos, senti, mesmo com as barreiras da roupa, seu pênis duro. Instintivamente, movi meu quadril, o provocando e ele gemeu fraco.

- Você quer brincar então? - Perguntou, reaproximando a boca da minha orelha e senti uma pontada de medo. Mas no estado que eu estava, cada vez mais ansiosa para que ele finalmente estivesse em mim, estava disposta a encarar uma provocação. Mordi o lábio e concordei enquanto ele deslizava a mão lentamente pelo meu tronco até achar a barra da minha blusa. Começou a erguê-la, descobrindo a minha barriga e acariciando a minha pele tão delicadamente como se fosse feita de porcelana. Quando faltava pouco para descobrir meu busto, ele parou e com essa mesma mão, começou a descer as alças da blusa que eu usava. Recomeçou a beijar meu pescoço, passando pela base e colo até chegar, primeiro no ombro esquerdo e refez a trilha até o direito. Logo, tirou a minha blusa e ficou me observando por alguns instantes. Quando voltou a se inclinar na minha direção, beijou a minha boca mais uma vez e, agora, mais intensamente. Comecei a tirar a sua camiseta e ele não gostou muito de ter de interromper o beijo, mas não tinha jeito.

À medida que ia tirando a minha roupa e ia revelando mais e mais da minha pele, me tocava de um jeito, fosse com as mãos, fosse com a boca, que parecia que sua vida dependia daquilo. Senti que estava sendo mais carinhoso (Mas não menos sensual) do que nunca. A prova disso foi que, quando senti sua boca no meu seio, não contive um gemido e cravei as unhas nos seus ombros. Arqueei as costas conforme os estímulos iam surtindo efeito e eu já sentia a excitação aumentando, bem como o calor quase insuportável se espalhando pelo meu corpo. Continuou com o caminho de beijos por toda a minha barriga e, querendo fazer um pouco de graça, a mordeu de leve. Começou a beijar o baixo-ventre e, como antes, foi tirando a saia que eu usava e beijava todo e qualquer pedaço de pele que aparecia. Senti que enganchou os dedos nas laterais da calcinha que eu usava também e a tirou junto com a saia. Me olhava fixamente e estava sério.

- O que foi? - Perguntei e ele, sem dizer mais nada, começou a acariciar a minha cintura, a apertando vez ou outra. Uma coisa que eu tenho que admitir que amava era a sensação das suas mãos em mim. Não importa se ele só tocava levemente meu braço para conseguir minha atenção numa conversa com mais pessoas, ou quando ele me tocava... Bom, lá.

Quando ele começou a me masturbar, usando também o polegar para fazer círculos no meu clitóris, ofeguei. Por ter sido impossível manter os olhos abertos, não vi que ele estava com o rosto perto do meu de novo até que puxou meu lábio com os dentes. Me mexi, tentando fazer com que ele alcançasse os pontos certos e aquilo parecia ainda mais tortuoso. Depois de alguns minutos, quando aquela sensação de que estava perto do meu limite começou a aumentar rapidamente, tentei segurar seu pulso e afastá-lo, mas não consegui; A única coisa que fiz foi gemer.

Esperei alguns poucos segundos até que conseguisse me recuperar um pouco (E ele não me ajudou em nada, roubando aqueles beijos mais... Arrebatadores) e, quando tive certeza que ia conseguir, dei uma guinada com o corpo, fazendo com que o Bill ficasse por baixo de mim. Sem muita paciência, fiz a mesma coisa que ele, tirando a boxer junto com a calça antes de me inclinar sobre seu corpo e roubar um beijo nada comportado. Não resisti e mordi de leve a sua bochecha, fazendo com que risse fraco. Continuei com o caminho até chegar perto da sua orelha. Mordi o lóbulo e, de propósito, respirei um pouco mais forte, percebendo que ele tinha se arrepiado. Sorri, satisfeita, e recomecei a beijar o seu pescoço, passando pelo peito e a barriga, sempre sendo observada por ele. Quando estava chegando perto da tatuagem de estrela, ergui o rosto e dei um meio sorriso. Por um instante, me pareceu que seus olhos estavam mais escuros e me sentei, colocando uma perna de cada lado do seu corpo e deixei as unhas passearem livremente pela sua barriga, que começou a se contrair depois de algum tempo. Perguntou:

- É impressão minha ou você está deliberadamente me torturando?

Sorri e falei:

- Já que achou ruim...

Em seguida, segurei o seu pênis e comecei a masturba-lo, de vez em quando, movendo mais rápido e, logo depois, movendo mais lentamente. Aquilo estava uma verdadeira tortura para ele e, só para piorar sua situação, me debrucei e o pus na boca. Usei a língua para ajudar nos estímulos, ao mesmo tempo em que o sugava e, soltando uma das mãos, comecei a usá-la para “brincar” com seus testículos. Claro que, com tudo aquilo, ele não resistiu por mais tempo e, quando estava perto do seu limite, me afastou dali e se deitou em cima de mim. Não me beijou, mas deixou o rosto muito perto do meu e me fixava. Senti que deslizava lentamente para dentro de mim e começou a investir também sem pressa. Depois de alguns minutos, quando começou a ir mais rápido, não aguentei e roubei um beijo. Ele retribuiu da maneira mais sensual possível e o puxei para mais perto.

Depois de algum tempo, ele não conseguiu mais se mover tão lento e, inclusive, parou com a delicadeza. Apertava minha cintura com certa força enquanto tentava ir mais profundamente e, quando eu sentia que estava cada vez mais perto do clímax, cravei as unhas no seu braço. Só que a situação piorou ainda mais quando ele se inclinou na minha direção e deixou a boca próxima à minha orelha, respirando cada vez mais forte e gemendo rouco. Com uma das mãos, baguncei os seus cabelos e arranhei a sua nuca, como sempre.

Quando finalmente cheguei ao clímax, gemi e parecia que todas as sensações tinham ficado, no mínimo, dez vezes mais intensas. Era ainda mais insuportável que de costume... Quer dizer, não que eu achasse ruim normalmente. Só que... Ah, é inexplicável.

Logo que senti meus músculos relaxando, ele também atingiu seu limite e se largou (Sem liberar totalmente seu peso) em cima de mim, roubando um beijo daqueles mais arrebatadores. Quando se endireitou para me olhar, tinha alguma coisa de diferente. Não sabia explicar direito o que era exatamente, mas seu olhar parecia mais... Soturno.

- Como você conseguiu me achar? - Perguntei.

- Tenho as minhas fontes. Sabia que você tinha vindo para cá depois que... Veio embora de Los Angeles. Não imaginava que o motivo de você querer vir para cá é o apartamento que sua avó morou quando criança...

- E qual outro motivo me faria vir para cá, além da minha família?

Deu de ombros.

- Talvez algum italiano...

Tive que rir.

- Não... Principalmente porque quem eu gosto nasceu na Alemanha.

Arqueou a sobrancelha de um jeito sugestivo e perguntei:

- Sua fonte tem cabelos ruivos ou loiros?

Fez uma careta e disse:

- Desiste. Não vou te falar quem é.

- Só duas pessoas sabiam que eu queria comprar o apartamento: Nicola e Alex.

Suspirou e entendi.

- Foi o Alex.

Assentiu.

- E eu descobri que era ele, com a ajuda do Georg, quem me mandava aquelas mensagens anônimas no meu celular.

Ergui as sobrancelhas e confessei:

- Eu desconfiava. Principalmente porque o Georg sempre queria saber como a gente estava...

Deu um meio sorriso e perguntou, assumindo uma expressão séria:

- E agora? Como a gente fica?

Respirei fundo e falei:

- Eu sinceramente não sei se sou capaz de... Lidar com a sua vida. Não me entenda mal. Só que eu acho melhor ser honesta do que fingir que está tudo bem quando não está ou ainda te enganar.

Concordou em silêncio.

- Eu não vou desistir de você. - Falou. - Não depois de tudo o que aconteceu entre a gente, ainda mais depois do que acabamos de fazer.

- Eu não quero que você desista. - Admiti. - Só... Preciso de um tempo. Para me adaptar à sua vida. Só isso.

- Eu... Quero te pedir uma coisa. - Olhei para ele, indicando que estava ouvindo. - Quero que, quando o CD for lançado e tudo mais... Quero que você vá comigo na turnê.

Hesitei.

- Não. Me escuta primeiro. Aproveita esse tempo das gravações para se organizar.

Respirei fundo e concordei.

Algum tempo depois, enquanto ele estava dormindo, tomei uma decisão.

Quando estava na cozinha, fazendo chá, não me dei conta de que ele estava parado atrás de mim até sentir seus braços envolvendo minha cintura.

- Tem muito tempo que você acordou? - Perguntou e falei:

- Não dormi.

- Olha para mim.

Respirei fundo e deixei que me virasse de frente para ele. Ergui o olhar e disse:

- Acho melhor a gente conversar depois que você voltar da turnê.

Suspirou e retrucou:

- Eu não consigo entender como você gosta tanto de complicar as coisas que podem ser mais simples.

- Eu não complico. – Retruquei.

- Ah, complica sim. Se fosse qualquer outra...

- É exatamente essa a questão. - O interrompi. - Ainda não viu que não sou como qualquer outra? - Me olhava, sério. - Se eu estou te pedindo esse tempo, não é por medo. É porque eu quero que dê certo e quero saber lidar com... Tudo que um relacionamento com você vai trazer. Você, muito melhor que eu, sabe como é difícil ter de abrir mão de muitas coisas. E é justamente por saber das... Interferências que podem atrapalhar que as chances de cada um ir para um canto aumentam.

Ainda mantinha a expressão séria.

- Achei que já estivesse acostumada por causa do Alex. - Alfinetou.

- O Alex, diferente de você, só aparece nos tablóides ingleses. Não nos do mundo inteiro.

Travou o maxilar.

- Quer saber? Se você não quer... Não vou ficar insistindo. - Falou, saindo da cozinha. O segui até o quarto. Me encostei no batente e o observei enquanto se vestia.

- Eu queria que você parasse de teimosia pelo menos uma vez. - Falou, mas sem me olhar. - Só assim você finalmente entenderia e aceitaria o que eu sinto por você. Se fosse qualquer outra, eu não ia dar a mínima e muito menos teria vindo até aqui, para tentar uma última vez. Mas você é tão insuportavelmente cabeça-dura e teima em negar o fato que eu te amo e insiste em não aceitar que sente o mesmo por mim... E eu sei disso. Principalmente porque só de você ter transado comigo agora há pouco confirma tudo o que estou falando. Sei que, se você não quer, não vai fazer. Como já te disse uma vez... Se realmente não quisesse ficar em Los Angeles, teria ou ido à outro juiz ou teria recorrido da sentença. Desde o primeiro instante em que te vi, soube que era diferente. E talvez por isso que eu quis me casar com você. Foi por ter certeza de que não era como as outras que me apaixonei.

Hesitei. Terminou de vestir a camiseta e veio andando até onde eu estava. Parou a poucos milímetros e disse:

- Não seja egoísta em achar que só você vai fazer sacrifícios.

E passou por mim, indo até a sala. Respirei fundo e, quando ouvi o barulho das chaves, saí correndo até lá. Parou e se virou para me olhar e, sem dizer uma única palavra, fui até ele e parei na sua frente. Ainda em silêncio, beijei sua boca. O Bill, claro, correspondeu imediatamente e suas mãos foram para minha cintura, a apertando com vontade enquanto me puxava para mais perto. Logo, aproveitou que o sofá não estava longe e me guiou para o móvel. Se deitou por cima de mim enquanto deixava suas mãos passearem livremente e sem nenhum pudor pelo meu corpo. Claro que o beijo ficava mais intenso e até mesmo erótico a cada segundo. Passei minhas pernas em torno do seu quadril e ele o moveu lentamente. Não consegui controlar um gemido ao senti-lo começando a ficar duro. Quando passou a beijar meu pescoço, sua mão deslizou para debaixo da blusa que eu usava. (Detalhe: Era só a blusa - enorme - e a calcinha). Apertou minha cintura, descendo pela lateral do meu quadril e passando pela coxa. A apertou também e me puxou para mais perto. Me segurou firme e me ergueu do sofá, indo até o quarto de novo.

Assim que me pôs deitada sobre a cama, se despiu inteiro, inclusive da boxer, e, em seguida, tirou a minha camiseta e a minha calcinha. Uma vez que eu não tinha mais nenhuma peça de roupa restante, me observou por alguns instantes antes de acariciar meu pescoço, descendo pelo colo, os seios, o espaço entre eles até chegar até a barriga. Deslizou a mão para a minha cintura e a acariciou também. Em seguida, refez todo o caminho, só que começando a beijar meu pescoço e chegando até o baixo-ventre. Foi ainda mais carinhoso e detalhista do que da outra vez e, quando eu ia retribuir, me esforcei ao máximo.

Logo que ele deslizou para dentro de mim, sem pressa e com o máximo de cuidado e delicadeza, me beijou lentamente. Manteve esse ritmo calmo das investidas por um tempinho e, quando eu comecei a ficar impaciente, ele começou a acelerar, tentando ir cada vez mais fundo. Quando já não dava mais para continuar com o beijo, cravei as unhas em seu ombro, tentando manter meu autocontrole (Que já era praticamente inexistente) e sufocava alguns gemidos. Por um instante, me pareceu que aquela seria a última vez. Não só a última vez em que eu estaria com ele, mas também, que eu o veria. E o teria em meus braços, ao meu alcance para beijá-lo quando bem entendesse. Tive essa sensação ruim e inquietante e ele percebeu. Tentou manter um novo beijo, mas, graças à falta de fôlego, não conseguimos continuar. Começou a se mover mais depressa a cada segundo que se passava e eu já tinha desistido de me conter e, não resistindo, mordi seu lábio inferior e o puxei de leve.

Não demorou muito para que eu atingisse o clímax e, depois de algum tempinho, foi a vez dele. Se largou ao meu lado e me puxou, fazendo com que ficássemos de conchinha. Pegou a minha mão e começou a brincar, distraído e em silêncio com os meus dedos e, de repente, beijou meu ombro. Fez uma breve trilha pelo pescoço e mordeu o meu lóbulo. Gemi fraco, do mesmo jeito que fazia quando tinha uma pontada de agonia, e ouvi sua risada.

- O que eu faço com você, hein, Luiza?

Sorri e observei o jeito que meus dedos se encaixavam nos seus. O contraste da minha mão com a sua...

- O que você faz? - Perguntei, sem olhá-lo. - Fica o resto do dia aqui comigo. Quando tiver de ir embora... Se preocupa em fazer uma boa turnê. Daí, se for para a gente se reencontrar... Pode saber que não vai ter escapatória.

- Você é teimosa, hein?

Ri fraco e me virei um pouco. Olhando-o de rabo de olho, o provoquei:

- Só foi descobrir agora?

Deu um estalo com a língua e, assumindo uma postura séria, me virei totalmente de frente para ele e falei:

- Não acho que nada do que aconteceu entre a gente foi coincidência. Nem mesmo irmos para Las Vegas, ter aquela confusão dos quartos e...

- Te ver na banheira. - Me interrompeu, sorrindo malicioso.

- É. - Franzi a sobrancelha. - Provavelmente, se tivesse me conhecido de outra maneira, talvez não teria dado certo. Mas enfim. Já cansei de ter provas de que, quando alguma coisa tem que acontecer, pode acreditar que vai. Você está aqui, afinal de contas.

Me olhava.

- Então você não está me pedindo para desistir de você?

Neguei.

- Só... Bom, não é dar um tempo. Mas... Deixar em suspenso. E não ignorar as oportunidades que surgirem. Sejam elas conforme o esperado ou... O inesperado. Não quero que você deixe de viver a sua vida, justo agora, para me esperar, sendo que pode ser que a gente se esbarre por aí. Como pode ser que você nunca mais vai me ver.

- E a Nadine e o Tom?

- Eu sei. Pode ser que ele consiga o mesmo feito do Charlie e se case com ela. Como pode ser que terminem tudo. E pode ser que eu brigue com a Nadine e não tenha mais volta. Não estou falando que isso obrigatoriamente vai acontecer. Pode ser que sim, como pode ser que não. O que eu quero é que você me prometa que não vai acontecer a mesma coisa de quando você quase se casou. Promete?

Assentiu.

- Acho que um terceiro round podia ser na banheira que tem ali... - Indiquei o banheiro e ele riu.

Na manhã seguinte, claro que foi difícil para nós dois nos despedirmos um do outro. Antes que ele fosse embora, pedi que esperasse e fui correndo até o quarto. Peguei a minha caixa de bijuterias e procurei por um anel que eu sabia que ele tinha gostado. Corri de volta para a sala e falei com ele, colocando o acessório na palma da sua mão:

- Não importa se você tiver que ir atrás de mim para me entregar esse anel ou se ele só for servir de... Lembrança... Quero que fique com ele. E não aceito devoluções e nem recusas por agora.

Sorriu fraco e perguntou:

- Posso fazer um último pedido?

Assenti.

- Me beija?

Sorri timidamente e fiquei na ponta dos pés, atendendo ao seu pedido imediatamente. Depois de alguns minutos, quando íamos perdendo o controle, a despedida foi inevitável.

Assim que fechei a porta, não me sentia tão triste como quando havia chegado, embora tivesse quase certeza de que aquela era a última vez que nos veríamos. Naquela tarde, quando o Alex apareceu, claro que “briguei” com ele por não ter me contado que o Bill estava em Roma. Depois que parei de xingá-lo, perguntou:

- E agora? O que acontece?

Dei de ombros. Não tinha certeza do meu futuro sozinha... Quiçá com o Bill...

- O que acontece é que eu vou voltar para Londres.

- E o apartamento?

- Este? - Perguntei e ele assentiu.

- Vou alugar. A minha vida está em Londres, não em Roma.

Ficou sério e quis saber:

- Como você pode ter tanta certeza que não é em Los Angeles?

Respirei fundo e falei:

- Porque eu acho que ainda não estou pronta para... Uma vida ao lado dele. - Respondi. - Você e as meninas me xingam por não ter largado tudo e feito como a Nadine, só que o problema é justamente porque eu tive uma amostra do que é viver ao lado de alguém como o Bill.

- Quer saber o que eu acho? - Olhei para ele, como se incentivasse a continuar. - Que você está com medo. Não só de dar uma chance para o cara, mas de tudo. Eu te conheço muito melhor que as meninas e por isso que posso falar com essa autoridade. Você tem medo.

Travei o maxilar e falei:

- Acha o que você quiser. O que eu sei é que ele tem que terminar esse bendito álbum e sair em turnê. E eu... Bom, vou continuar a ser o que era antes. Uma Coyote.

Sabendo que não ia adiantar muita coisa continuar naquela discussão comigo, acabou dando o braço a torcer. Se ofereceu para ajudar com as coisas quando voltasse para Londres.

E em menos de uma semana, já estávamos de volta. Assim que entrei no apartamento que eu dividia com as meninas, estava vazio e me senti estranha. Não sabia explicar o motivo, mas tinha certeza que dali para a frente... As coisas seriam muito diferentes...

Nenhum comentário:

Postar um comentário