terça-feira, 1 de setembro de 2015

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 23º capítulo - Interativa











You make me hard... You make me weak

Do que você tem medo, querida
É mais do que só um sonho
Eu preciso de algum tempo
Nós fazemos um belo time

(The Rolling Stones - Love is strong)


document.write(Bill) .

Justo quando estava me arrumando com as meninas para irmos à tal festa de Halloween da gravadora, eis que ele simplesmente aparece, vestido como o décimo Doutor. Nem era tanto pelo fato de que era o meu Doutor preferido e o estava um atentado violento à sanidade feminina com o cabelo todo bagunçado. E muito menos que, de nós três, ele ficaria perfeito fazendo par com a Nadine, que estava vestida de Rose Tyler. Não. O problema foi que ele deu para implicar justo com a minha roupa, sendo que a Nicola estava usando uma saia muito mais curta que a minha, que era uns três dedos acima do joelho. E nem era tão curta assim.

- Troca de roupa. - Praticamente mandou e arqueei a sobrancelha. - Essa sua saia está curta demais.

- Oi?- A Nadine interveio. - Onde é que a saia da está curta, ? Só não é mais longa que a minha!

- Não interessa. Não quero ninguém olhando para as pernas da .

Para o azar dele, tinha uma almofada com a estampa da TARDIS ao meu alcance. E para o maior azar dele, a minha pontaria decidiu se dignar e acertei em cheio o seu... Enfim. As meninas, obviamente, caíram na gargalhada e até ele não levou aquilo a sério; Dava para ver que estava se segurando para não rir.

- Como quiser. Mas se algum cara folgado e bêbado tentar se aproveitar de você... Não diz que não foi avisada.

- Beleza. Mas, se alguma piriguete arrastar asa para cima de você e na minha frente... Banco o Dalek. Com a mesma impiedade.

Deu de ombros e, quando saiu, a Nicola perguntou:

- Ele não sabe o que o Dalek faz, sabe?

- Deve saber que não é tão bonzinho e, estourando sobre o “Exterminate!” - Imitei a voz do bicho e as meninas riram.

Não muito tempo, saímos e todo mundo olhava para nós três e se perguntava se ao menos estávamos fantasiadas. Foi quando tive uma ideia. Sabe-se lá como, consegui três daquelas etiquetas “Hi! My name is...” e escrevi em cada uma o nome das personagens, além de qual série eram e ainda pus um post scriptum fofo (Só que não):

Se não souber, olha no Google ;)

As meninas riram da observação e cada uma pôs as etiquetas em um lugar visível da roupa. Quando vimos o , tentamos entender qual era a fantasia dele e, assim que tivemos oportunidade... Perguntamos. Ele disse, negando com a cabeça:

- É sério que vocês não descobriram?

- Policial? - A Nadine arriscou e ele suspirou. Olhei bem e falei, entendendo:

- Fantasia perfeita. Ainda mais que na primeira temporada, ele aparece e encanta a Rose.

- E por que você acha que eu escolhi justamente essa? - Perguntou, sorrindo malicioso. Retribuí e ele perguntou:

- Só... De curiosidade. Por que a Clara?

- Não sei se você percebeu, mas a Nadine e a Rose são loiras. A Amy e a Nicola são ruivas. E, apesar de a Clara ter os cabelos castanhos, é uma das poucas companions morenas. E como você sabe quem é a Clara?

- Comecei a ver a série.

Ergui as sobrancelhas em sinal de entendimento.

- E você tem razão. O décimo Doutor é o mais legal. O décimo primeiro também, mas...

- Você viu que o se vestiu como o Tennant? - Perguntei e ele assentiu, sorrindo.

- Fui com ele comprar os tênis.

Dei um meio sorriso e, logo, a Nicola me arrastou para ir dançar. A Nadine assumiu meu posto e, quando olhei para ela e o , estavam se agarrando. Depois de alguns minutos, começou a tocar uma música que costumávamos dançar no bar e, quando assustamos, estávamos as três, em plena pista de dança, com as pessoas nos olhando e até mesmo se divertindo com o showzinho particular. Depois de um rodopio, consegui encontrar o , que surpreendentemente, estava sozinho. E não era por nada não, mas a abstinência estava fazendo muito bem para ele, que praticamente me comia (Dadas as circunstâncias, entenda como quiser) com o olhar.

Depois de algum tempo, estávamos zanzando pelo lugar e encontramos o J.J.

- Será que você não sabe de algum lugar com karaokê? - A Nicola choramingou e ele respondeu:

- Então... Eu estou indo para outra festa que tem. Querem vir?

Imediatamente, nos animamos. Só deu tempo de correr atrás dos meninos e arrastarem os dois com a gente. Essa outra festa era num teatro antigo que havia sido reformado para servir de casa de festas. E tão logo chegamos, já ouvíamos algumas pessoas cantando. Procuramos por uma mesa e, quase imediatamente, a Nicola já nos arrastou para cantar. De repente, notei que ela deu um pendrive para o DJ e falou algo com ele. Em seguida, entregou um microfone para cada uma e avisou:

- Biology. Com a mesma introdução do bar.

Olhei feio para ela e um dos funcionários trouxe duas cadeiras. Outro mais atrás, trazia a terceira. Nos posicionamos e a Nadine começou a cantar. Fazíamos a mesma coreografia que em Londres e o olhar de todos que estavam ali me deixou um pouco tímida, mas mesmo assim, não podia parar. E agradeci mentalmente por estar usando um short por baixo do vestido. Quando chegou a minha vez, respirei fundo e tentei imaginar que estava no bar de novo, apesar de ali ter muito mais gente do que em Londres. O refrão acabou entusiasmando todo mundo e aí que nos empolgamos mesmo. Foi divertido como sempre e, assim que voltamos à mesa, o era o único quieto.

Quando ficamos só nós dois na mesa, perguntei:

- Vai ficar com essa tromba pelo resto da noite?

Me olhou rapidamente e sério. Crispou os lábios e suspirei. Decidida a acabar com a cara de emburrado dele, me inclinei para a frente, virando um pouco a cabeça e sorrindo. Começou a funcionar e falei:

- Se você continuar do jeito que está, vou ser obrigada a te fazer rir. E cá entre nós...
Você está ferrado se eu cismar.

Me olhou, fazendo uma falsa postura séria e o imitei, fazendo cara de brava. Consegui outro sorriso disfarçado e falei:

- Anda... Desfaz essa cara amarrada.

- Me beija então.

Olhei ao redor e, assim que encontrei um lugar perfeito, o guiei até lá. Fiz com que se encostasse na parede e, agradecendo por estar de salto, o beijei.

Depois de um tempo, estava dançando com a Nicola quando, de repente, senti dois braços me envolvendo pela cintura e já estava pronta para botar o folgado para correr quando, sei lá como, consegui ver que era o . A Lola logo deu um jeito de sumir e continuei dançando com ele, que me virou. Aproximando sua boca da minha orelha, pediu:

- Acaba com aquela ideia da abstinência...

- Me dá um bom motivo.

- Estou morrendo de vontade de você. Quando me beijou, quase não consegui me controlar.

Dei um meio sorriso e avisei:

- Vai ficar na abstinência, para aprender a não aprontar mais.

Suspirou e, apertando minha cintura, me puxou para mais perto. Começou a beijar meu pescoço e me foquei em um mantra: Tentava imaginar um homem velho, banguela e de fralda.

- Anda, ... Para de ser teimosa... - Disse, com aquela voz rouca e sexy. Quase não resisti mais. Quase. Imaginei o velho fazendo coisas tipo dando um sorriso e sem a fralda.

Sua mão desceu da minha cintura e apertou a minha bunda com vontade. Deixei um ofego escapar e aquela era a confirmação que ele precisava para continuar com seu ataque. Puxou meu quadril de encontro ao seu e disse:

- Está vendo o que você faz comigo?

Em seguida, mordeu o lóbulo da minha orelha e, vendo que não ia conseguir me manter firme por mais tempo, reuni o máximo de força que consegui e o empurrei. Me olhava, confuso e avisei:

- Se falei que ia te deixar na abstinência, não estava brincando. E se você aprontar, nunca mais te deixo nem encostar em mim.

Me afastei dali e, assim que saí do teatro por uma passagem lateral, me encostei numa parede próxima e fechei os olhos, respirando fundo. Estava num beco sem saída e a única iluminação era de um poste perto dali. Decidindo não me arriscar mais, fui andando até a avenida e consegui encontrar um mercadinho vinte e quatro horas. Entrei ali e perguntei ao indiano que estava no caixa:

- Vocês vendem água mineral aqui?

- Terceiro corredor.

- Obrigada.

Fui andando até lá e, assim que encontrei, peguei logo duas garrafas e, antes que ele pudesse registrá-las, vi um senhor pacote de alcaçuz. Peguei um e entreguei para o indiano. Enquanto embalava as coisas, me olhou e perguntou:

- Está tudo bem, senhorita?

Olhei para ele e respondi:

- Tirando a vontade que eu estou de dar uma sova no meu marido como se ele fosse uma massa de pão...

- Ele fez algo de errado?

- Fez. Foi para Las Vegas e se casou comigo. - Respondi. - Obrigada e boa noite.

Saí da loja e tive uma ideia maluca. Consegui um táxi e falei para o motorista:

- Pode ir para a praia de Santa Monica, por favor.

Pouco tempo depois, consegui ir até o píer e havia poucas pessoas ali, inclusive alguns seguranças, e fui até bem a beirada, me sentando numa escada e observando o Pacífico enquanto comia o alcaçuz. Senti meu celular tremendo dentro da bolsa e peguei o aparelho, para ler uma mensagem da Lola:

Cadê você?

Hesitei por um instante e respondi:

Estou bem. Daqui a pouco vou para a casa.

Fiquei ali por mais um tempo até que, de repente, recebi outra mensagem:

Como a Di e a Lola me avisaram de que você está sozinha e sumida... Está precisando conversar?

Olhei para a tela do celular e digitei seu número. No terceiro toque, atendeu e perguntei:

- Algum motivo especial para a sua preocupação? Achei que estivesse interessado exclusivamente na ...

- Pelo tom sarcástico, diria que está com ciúmes. - O respondeu e bufei.

- Não é ciúmes. É preocupação. Afinal de contas, nós dois sabemos que essa garota... - Olhei ao redor para ver se tinha alguém. - Fodeu com a vida do .

- Eu sei. As pessoas podem mudar, não passou isso pela sua cabeça?

- Eu sei. Só que uma garota que faz o que ela fez... Não acredito tanto assim.

Suspirou e perguntei:

- E então? O que está fazendo às... - Olhei o meu relógio e fiz rapidamente a conta. - Dez da manhã?

- Hoje é meu dia de folga. Estava vendo à reprise de um filme policial. E você?

- Estou olhando o Pacífico. Acompanhada de duas garrafas de água e um pacotão de alcaçuz.

- Por que não estou surpreso que você está se entupindo de doce?

Ri fraco e falei:

- Por que você me conhece muito bem?

- Exatamente. E para você estar sozinha, olhando o Pacífico é porque aconteceu alguma coisa. O que foi?

Respirei fundo e falei tudo. Assim que terminei, disse:

- Honestamente? Te dou razão à parte da abstinência. Mas mesmo assim, acho que você deveria conversar com ele.

- Claro que você ia dar razão para deixar o na abstinência! - Resmunguei e ele riu. - Mas você sabe muito bem que não é nada fácil para mim sentar e conversar com alguém quando tem algo de errado.

- É, mas você se esquece que nem todo mundo tem seus poderes psíquicos.

Dei um estalo impaciente com a língua.

- E tenta a conversa.

Suspirei e concordei. Não continuamos a conversa por mais tempo pelo motivo óbvio de ser ligação internacional. Mas eu estava realmente precisando. Aos poucos, fui vendo o céu clareando e, quando o pacote de alcaçuz já tinha acabado e a segunda garrafa de água estava pela metade, me levantei e quando ergui o olhar, vi o parado ali.

- Eu mato o . - Pensei em voz alta. Fui andando até o e sabia que estava me seguindo. Durante todo o caminho de volta para a casa, não disse uma única palavra e, só quando entramos, perguntei: - Foi o quem te disse onde eu estava. A pergunta é... Como ele tem seu telefone?

Trancou a porta e simplesmente foi andando até as escadas.

- Oi! Estou falando com você! É muito custoso me responder à uma pergunta tão simples?

Não parou. Suspirei e fui andando até a escada. Assim que cheguei ao topo, o vi entrando no quarto e entrei no meu, fechando a porta e xingando o de todos os nomes imagináveis. Quando finalmente estava livre do vestido, usando só o robe por cima da calcinha e do sutiã, com o cinto amarrado de qualquer jeito, me virei para sair do closet e o vi ali. Não usava mais nem o paletó e a gravata. A camisa tinha começado a ser aberta, expondo até, pelo menos, a metade da sua tatuagem. Me olhando fixamente, ergueu as mãos e, dando um meio sorriso, disse:

- Quando você simplesmente saiu, me deixando no meio da pista de dança, naquele estado e ainda me falou que não ia mais me deixar tocar em você, tive vontade de fazer uma coisa. Pode tentar adivinhar o que é?

Neguei.

- Me amarrar na cama e me bater e depois, transar comigo até eu não poder sentar pelas próximas quarenta e oito horas? - Brinquei, mas de um jeito mais ácido.

- É. Era exatamente isso. - Disse, um pouco desconcertado, talvez por eu ter adivinhado seus planos.

Dei um meio sorriso e comecei a andar até ele. Parando na sua frente, fiquei na ponta dos pés e perguntei, roubando alguns selinhos:

- Sabe quando você vai poder realizar essa sua... Bom, esse seu desejo?

Entreabriu a boca e murmurou um “Nunca?”

- Não. - Respondi e pude perceber sua animação. Em todos os sentidos. - Nos seus sonhos. Nenhum cara conseguiu me convencer a ficar amarrada e você não vai ser o primeiro.

Comecei a me afastar lentamente e ele, ainda não se aguentando, questionou:

- Será mesmo?

Olhei para ele e perguntei:

- Quer pagar para ver?

Deu um sorriso canalha, típico do , e fui andando até o closet. Fechei a porta e tirei o robe. Em seguida, me livrei do conjunto da Agent Provocateur que usava e vesti o robe, tomando mais cuidado ao fechá-lo desta vez. Estava distraída e não vi o entrando ali. Só fui me dar conta disso quando o senti atrás de mim. Afastou o cabelo do meu pescoço e o outro braço envolveu minha cintura. Começou a beijar a minha pele perto da minha orelha e disse:

- Por favor, ... Pelo menos desta vez...

Respirei fundo e falei, firme:

- Deveria saber há um bom tempo que eu sou teimosa. E se eu cismo com alguma coisa, não vou ser dobrada por uns beijos no pescoço e a voz mais sedutora.

Suspirou e parou.

- Como quiser. Mas depois não venha reclamar.

Se afastou e, antes mesmo que pudesse chegar à metade do caminho, agi rápido e até um pouco sem pensar.

- ... - Se virou e lentamente me despi do robe. - Fecha a porta do meu quarto depois que sair, por favor.

Travou o maxilar e foi andando rápido. Bateu a porta e não contive o riso fraco. Fui até o meu banheiro e me enfiei sob o chuveiro. Enquanto lavava os cabelos, fiquei pensando no quanto ia precisar ser forte daqui para a frente. Sabia que iam ter horas em que a tentação seria grande demais e precisava do meu autocontrole mais firme que nunca.

Uma semana depois, quando a substituta da Claire foi dispensada e tínhamos a nossa secretária de volta, ela percebeu que havia alguma coisa de diferente e quis logo saber, durante o almoço com as meninas, numa quinta-feira:

- E então? Vai me explicar que tensão sexual quase palpável é aquela entre você e o poderoso chefão?

- Experimenta arrumar um homem e deixar na abstinência para ver se a tensão não fica palpável desse jeito. - Respondi.

- Agora sabe uma coisa que eu não estou conseguindo entender, sinceramente? - Olhei para a Nadine. - Como é que você está conseguindo? Quer dizer, você é a única mulher no universo inteiro que é avessa à vibradores. E cá entre nós, com um homem daqueles dentro de casa deve ser uma tarefa arduíssima!

Ri e falei:

- Tem horas que acho que realmente não vou conseguir me controlar, porque a peste vai direto nos meus pontos fracos. Mas me concentro em imaginar um velho barrigudo, babão, banguela, careca e de fralda.

Claro que elas caíram na risada antes de me xingarem.

- Você é inacreditável! - A Lola falou, em meio às risadas.

Mais tarde, quando cheguei em casa, percebi que estava tudo escuro. Então, concluí que o ainda não tinha chegado. Lá pelas quatro da tarde, ele havia inventado que precisava resolver um assunto e saiu mais cedo. Então, aproveitando essa chance, fui até a escada e tirei os sapatos, adorando a sensação do mármore frio sob meus pés, que estavam doloridos por causa dos saltos. Me sentei num dos degraus e lembrei do que o me disse no dia de Halloween. Não nego que estava deixando o na abstinência de birra por ele ter ficado com a garota. E estava com raiva dele por isso. Decidindo que o melhor que eu podia fazer era não me preocupar mais com isso, simplesmente peguei os sapatos e fui até o banheiro. Deixei as roupas dobradas perto da pia e entrei no box, abrindo o registro. Assim que senti a água quente atingindo minha pele, dei um gritinho, mas não saí. Sem pressa, tomei o banho e, quando saí, encontrei um pijama curto e, já com as piores intenções possíveis, o vesti. Em seguida, desci até a cozinha e, chegando lá, ouvi o barulho do carro. Dei um meio sorriso e, de repente, me deu vontade de comer uma coisa. Peguei tudo que precisava e, quando pus a água para ferver, ouvi que estava entrando em casa. Seu celular começou a tocar e o ouvi dizer:

- Oi, estava pensando em você agora mesmo.

Seu tom de voz era animado. Riu e percebi que estava se aproximando da cozinha. Entrou ali e passou direto por mim, sem nem olhar na minha direção.

- É, eu sei. Também estou com saudade.

Arqueei a sobrancelha. Riu mais uma vez e abriu a geladeira. Peguei um tomate e uma faca, indo até a bancada em seguida e começando a cortá-lo.

- Ah! Esqueci de te falar. - Fechou a geladeira depois que me afastei e pegou uma garrafa. - Tem um par de algemas te esperando.

Me controlar para não reagir àquela provocação foi uma tarefa quase impossível. Mas consegui. Ele continuava falando ao telefone, começando, inclusive, a dizer algumas coisas bem picantes e que me fizeram sentir o rosto queimando.

- Eu sei. O problema é que não acho que ela ia aceitar. Quer dizer, me parece... Conservadora demais para isso. - Disse, me olhando. - Eu sei que ela já apertou a bunda da amiga, mas foi em uma situação distinta.

Cruzei os braços na altura do estômago, fechando a cara. Me olhava, com um sorriso canalha, e brincava com as tampas dos temperos que eu ia usar.

- Pois é. O problema é que ela não aceita ser nem amarrada... Ainda bem que você não é como ela. - Disse. Como se besteira pouca fosse bobagem, começou a fazer um movimento bem... Específico com a mão. Respirei fundo, tentando manter a calma e tomei o bendito das suas mãos. Rindo fraco, continuou a conversar no telefone, me olhando enquanto fazia o macarrão. Estava tão incomodada com aquilo que acabei deixando cair a colher que usava para mexer o molho.

- Tá. Depois te ligo então. - Disse. - Beijo.

Perdi o pingo de paciência que tinha e falei, me virando de frente para ele:

- Bela ideia de jacu ao falar com uma piriguetona na minha frente e ficar falando certas coisas!

- Bela ideia nada! Se não tivesse funcionado, você não estaria nervosa desse jeito.

Bufei e falei:

- Estou me controlando para não dar com essa colher de pau em você!

Sorriu malicioso e fiquei ainda mais irritada.

- Some daqui, ! Agora! - Praticamente gritei e ele não se moveu. Continuou com aquele sorriso irritante e me olhava. Peguei o pano de prato e comecei a bater nele. Teria rido se fosse em outra situação. E a peste nem tentava se esquivar. Foi quando me surpreendeu, me pegando pela cintura e facilmente me erguendo do chão, fazendo com que eu ficasse sentada sobre a bancada. Afastou as minhas pernas e, se aproximando, disse, com a boca praticamente colada à minha:

- Eu saio... Se você ceder e for comigo lá para cima.

Por impulso, comecei a bater nele em vários lugares que a minha mão conseguia alcançar e conseguiu segurar meus pulsos, me imobilizando.

- Desiste, ...

- Não!

Se inclinou na minha direção e, com uma mão que eu nem sabia que estava livre, segurou meu rosto.

- Você é muito... Teimosa!

- Wow! - Falei, sarcástica. - Só agora, depois de quase cinco meses, é que você percebeu isso?

Me olhou sério e, de repente, me dei conta de uma coisa, assim que desligou o fogo.

- Sabe qual era a minha vontade? - Perguntou, me segurando.

- De me bater e ensinar a ser uma boa menina? Ai, , para com essa lengalenga previsível!

De repente, fui erguida do balcão e posta sobre o seu ombro.

- Me põe no chão agora!

Eu esperneava e tentava bater nele, em vão, claro.

- Fica quieta.

E bateu na minha bunda sem a menor cerimônia. Ignorou totalmente meus protestos, além de não ceder. Simplesmente me levou até o andar de cima e, quando entendi que estava me levando ao seu quarto, esperneei mais ainda, tentando até mesmo derrubá-lo mas ele se manteve surpreendentemente firme. Abriu a porta e não me pôs na cama, como achei que faria; Foi andando comigo sobre seu ombro até o closet e não vi o que pegou. Sei que foi rápido e, quando vi, já estava de volta ao quarto e aí sim, me pôs sobre a cama. Não consegui descobrir o que raios ele tinha pegado e, só disse:

- Se você não ficar quieta e se rebelar, pode apostar que vai ser pior. Agora une as mãos.

Não obedeci e ele, impaciente, me derrubou, segurando meus pulsos acima da minha cabeça enquanto prendia as minhas pernas com as suas. Parou por um instante e tirou a parte de cima do baby doll que eu usava. Voltou a erguer meus braços acima da cabeça e só então descobri o que ele tinha pegado: Três gravatas. Era algo que eu realmente não estava esperando. Quer dizer, não imaginava que ele as tivesse. Depois de amarrar firmemente os meus pulsos, disse:

- Realmente cansei de ser bonzinho e paciente.

- Você não ouse a me forçar a fazer sexo! Isso é crime!

Deu um estalo com a língua e respondeu:

- Quer apostar que você vai me implorar para não parar?

Engoli em seco.

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