quarta-feira, 29 de julho de 2015

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 18º capítulo - Interativa












18. Will you stand by me finally

Sou uma bagunça
Mas ao menos eu sei como
Posso te fazer rir como mais ninguém
Tremenda bagunça
Mas ao menos sempre fui eu mesmo
Sem truques de mágica
Oh não

(The Rasmus - I’m a mess)



- Estou tão ferrada. - Gemi, quando estava à beira da piscina da casa das meninas.

- Isso tudo por que o falou que quer conversar com você? - A Nadine perguntou.

- Você está com medo do , Izzy? - A Lola quis saber.

- Então... Estou com medo. Sei lá, apesar de tudo, ele foi o único que eu senti que tem uma... Hostilidade minúscula comigo. Provavelmente porque ele deve imaginar que eu sou como a ex do .

- Mas você conseguir fazer a banda voltar não é prova suficiente de que você é confiável?- A Lola perguntou e dei de ombros.

- A questão é que foi traumático, Lola. Eu sei que a outra lá ferrou, não só com a banda, mas a amizade deles. Não tiro a razão de ele desconfiar de mim. Mas... Sei lá, custa tentar?

- Algum plano em mente? - A Di quis saber. - Além do óbvio?

- E o óbvio é...? - A ruiva perguntou.

A Di suspirou e confessou:

- Vocês são impossíveis! - Rimos. - E como eu sei que vocês vão querer ouvir... Eu estou ficando com o . Querendo, posso muito bem fazer a cabeça dele ao seu favor...

Dei de ombros e mudamos de assunto.

Quando a Lola foi ao banheiro, a Di aproveitou a oportunidade:

- Então... Estou percebendo que você está com um brilho no olhar... Um sorrisinho besta...

Suspirei e admiti:

- É... Ao contrário de umas e outras, Coyle, eu admito quando acontecem as coisas. E não vou negar que noite passada eu dormi com o .

- Tá, eu já dormi com você e a Lola.

Suspirei de novo.

- Eu transei com ele, satisfeita?

- Quantas vezes?

- Nadine!

Riu e confessei:

- Três. Duas ontem à noite e uma hoje de manhã.

- E aí?

Ia responder quando ouvi meu celular dando um aviso de mensagem. Peguei o aparelho e li:

Estou em Los Angeles. Onde você está?

Digitei a resposta, com o endereço da casa das meninas.

- O que foi? - A Di quis saber e falei:

- O está aqui em Los Angeles.

- Nicola! - Gritou, de repente, me olhando. - Vamos ao mercado!

A ruiva apareceu, sem entender nada. Quando elas saíram, esperei um pouco até que ouvisse a campainha. Como as meninas tinham deixado as chaves comigo, então abri o portão. Estava lindo, de terno e, apesar disso, aconteceu uma coisa estranhíssima: Não senti aquele nervosismo monstruoso de sempre que o via.

- Você está linda. - Falou, depois de me cumprimentar. Dei um sorriso fraco e disse:

- Você também.

Entramos e, quando nos sentamos num sofá de frente para o outro, ele perguntou:

- Então... Como estão as coisas por aqui?

- Bem... Quer dizer, eu sei que não tem muito tempo, mas... Estão melhorando desde que cheguei. E você? Foi para Londres?

- Tóquio, resolver uns assuntos para a empresa. E então... O que queria conversar comigo?

Respirei fundo.

- Você... Sabe que eu ia aceitar seu pedido de namoro. Só que fui para Las Vegas e houve toda essa mudança de planos.

- Sim...

- E... Ai... É difícil falar.

- Tive uma ideia. Vem comigo.

Se levantou, me guiando pela mão até o quarto da Lola. Fez com que eu entrasse ali e fechou a porta.

- Senta no chão. - Pediu e obedeci. - Agora fala tudo o que você está sentindo.

Respirei fundo.

- Eu realmente gosto muito de você. Se não, não teria começado nada com você. Mas de uns tempos para cá, as coisas estão mudando. Antes, quando eu te via, tinha aquelas famosas borboletas no meu estômago, faltava meu ar e minhas pernas tremiam. Quando te vi agora... Foi diferente. Não tinha mais nada tão intenso. E me sinto mal por isso. De verdade. Eu queria conseguir corresponder ao que sente por mim, mas não consigo. Não mais. Eu te amo , mas não como você me ama. É mais como... Um amor fraternal. Por favor, não me odeie.

O ouvi suspirar e não consegui mais segurar o choro.

- Eu não quero te perder. - Falei, tombando a cabeça para trás.

- Não vai. - Garantiu. - Pode se casar com todos os roqueiros do mundo desde que eu possa continuar falando com você. Se precisar, sabe que vou estar por perto para te proteger ou, em casos extremos, te resgatar. E... Eu tenho que te dizer que conheci alguém.

- Ah é? E como ela é?

- É... Ainda estamos nos conhecendo, então, é cedo para dizer.

- Se ela te fizer qualquer coisa de mal, avisa que você tem uma amiga que é uma leoa.

Riu fraco e disse:

- Antes que você me pergunte... Não estou bravo com você. Foi honesta e sejamos francos. Quem sou eu para competir com ? O cara que te fez ir para outra cidade para ir ver o show dele mais de uma vez, cometer todas as loucuras que você fez...

- É, mas qual é a garantia de que pode dar certo entre ele e eu depois que o prazo do juiz acabar?

- E qual é a garantia de que não vai?

Parei para pensar e não houve resposta.

- Aquilo que te falei em Nova Iorque, de você me avisar se precisar, ainda está de pé.

Me levantei, abrindo a porta. Ele se levantou rapidamente e, sem deixa-lo dizer qualquer coisa, o abracei apertado, chorando. Ele acariciava os meus cabelos e tentava me acalmar.

Depois que ele foi embora, liguei para o para avisar que iria dormir na casa das meninas e ele percebeu que tinha alguma coisa de errado comigo. Até tentou descobrir o que tinha acontecido, mas não conseguiu.

Na manhã seguinte, quando cheguei ao estúdio, pedi à Claire, aproveitando que só nós duas estávamos ali:

- Eu preciso que você me faça um favor enorme. Liga para o e avisa que, se ele quiser ir almoçar comigo hoje, está tudo bem. E ó... Nada de falar com o .

Mesmo estranhando, atendeu ao meu pedido.

À uma hora em ponto, o já estava ali e, quando entrei no carro, me cumprimentou. Fomos até um restaurante ali perto e esperou até que trouxessem os pedidos para começar a conversa:

- Eu vou ser honesto. Ainda não vi nenhum motivo para confiar em você.

- Eu sei. - Respondi. - E você tem mais motivos para continuar desconfiado. Te entendo e, se estivesse no seu lugar, agiria da mesma forma. Mas o que eu quero te perguntar é outra coisa.

- O que?

- O que eu posso fazer para que me dê uma única chance para mostrar que sou confiável?

Me olhava, avaliando.

- Pode começar me explicando direito o que o foi fazer na casa das meninas ontem.

- Foi para conversar comigo. Eu quis esclarecer algumas coisas.

- Que coisas?

Respirei fundo e avisei:

- Eu sei que, de algum modo, o vai perceber, mas se puder tentar manter segredo, pelo menos por enquanto...

Seu olhar passou de avaliativo para desconfiado.

- Estou gostando de verdade dele. Eu não queria me envolver com seu irmão, mas... Do jeito que as coisas estão, é inevitável. Quis falar com o justamente para esclarecer que ainda gosto dele, mas como amigo. Diferente do que sinto pelo .

- E o que você sente pelo , exatamente?

Hesitei.

- Ainda é cedo para dizer que amo. Posso dizer o mesmo sobre paixão. Eu diria que gosto muito dele.

- Supondo que o prazo do juiz acabe e o te peça para ficar aqui. O que ia fazer?

- Honestamente? Teria de ver como tudo estaria entre eu e ele para poder te dizer com certeza. Dependendo, posso ir para Londres, só para acertar algumas coisas que ficaram pendentes, como meus trabalhos e, na pior das hipóteses, vender a minha parte do apartamento para as meninas e, talvez, possa voltar para cá e ver o que acontece. Normalmente penso no que vou fazer futuramente, mas desta vez, eu não sei o que fazer. Tudo depende de como vamos estar na próxima audiência com o juiz.

- O que quer fazer com a sua parte do dinheiro?

Olhei para ele.

- Investir numa coisa pessoal. Não é algo como cirurgia plástica. Só duas pessoas sabem o que é e prefiro que continue assim.

Estreitou os olhos e falei:

- Olha, eu sei o que aquela... Coisa fez com o e com a banda. Te garanto que, se ela aparecesse aqui e agora, ia fazer um estrago naquela cara de... - Me freei. - Enfim. Se eu estou fazendo tudo isso, de impor condições para que a banda volte, que o volte a conviver com o e o e todo o resto, não é por puro egoísmo, já que sou fã de vocês. Só... Estou aproveitando a oportunidade para tentar arrumar o estrago que aquela monstra do pântano fez. Principalmente com a amizade de mais de uma década de vocês. Vejo o quanto sente falta disso e quis dar esse... Empurrãozinho. E pelo que estou vendo... Ele não é o único.

Continuou me avaliando e disse:

- Você perguntou o que podia fazer para que eu te desse um voto de confiança... Então mostre que merece. Prove que estou errado ao seu respeito. Não quero provas materiais, mas comportamentais mesmo.

Concordei.

Quando cheguei ao estúdio, depois do almoço, o estava concentrado em alguma coisa e, aproveitando que ele não estava me ouvindo, graças aos fones de ouvido, me aproximei sorrateiramente da sua cadeira e, quando estava menos esperando, me inclinei e comecei a beijar sua nuca, o assustando sem querer.

- Me desculpe. - Falei, morrendo de vergonha. Sorriu e me puxou para o seu colo depois de tirar os fones.

- O veterinário ligou, a propósito.

- E o que ele falou dos gatinhos?

- Que depois de passar esses dias todos em observação e fazendo vários exames... Estão bem. Quer dizer, tem um que está com aquela doença da Vivi.

- Ai meu Deus! - Cobri a boca com a mão.

- É. Mas diz ele que já tem algumas pessoas interessadas, então...

Concordou. De repente, a Claire bateu na porta e perguntou:

- Hã... , posso falar com você um instante?

Me levantei e, depois que fui até ela, disse:

- Pode me fazer um favor?

Concordei.

- Aconteceu um imprevisto e tem como você avisar ao Stefan que não vou hoje?

- Tudo bem. - Respondi. O telefone tocou e ela foi correndo atender. Quando me virei para o , claro que quis saber o que tinha acontecido e tive uma ideia. Liguei para as meninas e conversei com as duas. Ficaram um pouco hesitantes, mas, no final, concordaram.

Assim, logo que íamos embora, falei com o :

- Acho que está na hora de você saber o que a gente faz todas as terças e quintas.

Me olhou, estranhando e perguntei, esticando a mão e indicando as chaves do carro:

- Posso?

Me entregou e foi para o lado do passageiro. Ajustei seu banco e consegui sair da vaga com uma habilidade que o deixou surpreso. Fui dirigindo e confesso que estranhei um pouco, principalmente depois de ter passado o último ano dirigindo por Londres. Perguntou:

- Estranhando por que aqui é diferente de Londres?

- É... Um pouco. E o mais absurdo disso é que a minha cidade tem a mesma mão que aqui. Tirei carteira lá e tive que fazer autoescola de novo depois que mudei para a Inglaterra.

Riu fraco e, quando chegamos no centro, não pôde esconder a surpresa por estarmos ali. Entramos num estacionamento aberto e logo vi uma vaga. Depois que parei o carro, abri a porta e não pude deixar de rir da sua cara de surpresa. Perguntei:

- Vai ficar aí?

Parecendo acordar, saiu do carro e foi andando até onde eu estava. Consegui descobrir o botão do alarme e travei as portas. Fui andando com ele até um prédio ali perto e, depois que abriram o portão, fui andando até o elevador, daqueles antigos. Fechou as grades de fora e do interior e apertei o botão três. Perguntou:

- Vai me contar onde estamos indo?

Sorri, misteriosa e, assim que chegamos, havia uma música alta tocando, combinada com as instruções de um homem. A recepcionista, uma jovem mexicana de pele bronzeada e cabelos incrivelmente escuros estava ali, se mexendo levemente. A cumprimentei e arregalou os olhos ao ver o .

O guiei pela mão até o vestiário e, antes de entrar, falei:

- Me espera aqui. Se precisar, o banheiro masculino é ali.

Depois de trocar de roupa, me olhou, não escondendo a curiosidade.

- Vem? - Perguntei, estendendo a mão para ele, que me acompanhou. Assim que chegamos ao mesmo salão de onde vinha a música alta, algumas pessoas olharam para o . Logo encontrei as meninas e fomos até elas. A Lola se aquecia, sentada no chão e esticando a perna. Já a Nadine estava só sentada ao lado, apoiada nos braços. As duas conversavam e, assim que nos notaram ali, cumprimentaram o .

- E a Claire? - A Di quis saber.

- Não vai vir. Disse que teve um imprevisto e pediu para avisar ao Stefan.

- E falando no diabinho... - A Lola disse, indicando o nosso professor. Era um latino típico, com pele bronzeada, traços marcantes e olhos e cabelos escuros. Apesar de ser professor de dança, era gorduchinho e baixo.

- Buenas!

Todo mundo respondeu e ele deu um tempinho para que o resto da turma chegasse. Uma vez que estava todo mundo ali, foi impossível para ele não notar o .

- Já que você está aqui... Vai ser o par da . - Decidiu e, vendo que o ia argumentar, falei baixo:

- Vai por mim... Melhor não argumentar. E eu te ajudo.

Logo, o Stefan começou a explicar o que iríamos fazer e, assim que começaram a tocar a música, fui dando as orientações para o e até que ele estava conseguindo acompanhar o ritmo, ainda que não tivesse feito nenhuma aula.

Quando estávamos dando uma pausa, mal conseguia aguentar ficar de pé e, depois que o percebeu, fez com que eu sentasse numa cadeira e, se ajoelhou no chão. Apoiou meu pé sobre o próprio joelho e tirou meu sapato. Repetiu o gesto com o outro e a Lola se materializou ao nosso lado. Disse:

- Isso está tão fofo...

Ri e ele começou a me fazer uma massagem.

- Ai que inveja. - Ela disse e falei:

- Me resigno a não explicitar o que pensei para não apanhar.

- É... Bom mesmo. Escutem... A Di estava falando de a gente ir comer alguma coisa saindo daqui. Animam a ir?

Demos de ombros e concordamos.

- Algum lugar especial?- Perguntei e ela também deu de ombros. - Ai, mas que preguiça disso!

Ela riu e, logo a pausa acabou.

Quando terminou a aula, viemos embora e as meninas iam nos seguindo até a hamburgueria que o tinha se lembrado. A Nadine foi fazer os pedidos enquanto nós íamos escolher a mesa. A Lola perguntou, depois que nos sentamos:

- , sabia que a não gosta de sorvete?

Senti o olhar dele.

- Não... É sério?

- É. Não gosto.

- Por quê?

- É sério que você está me questionando por eu não gostar de sorvete?

- Estou tentando entender, só isso.

Suspirei.

- Sou intolerante à lactose. Não gosto de coisas muito geladas. Prefiro chá a sorvete...

Olhou para a Nicola, que concordou.

- A já tinha esse hábito antes mesmo de a gente se conhecer.

- Você não é normal... - Disse, rindo. - Preferir chá à sorvete?

Dei de ombros.

- Bom, pelo menos você sabe que eu gosto de chocolate. - Respondi.

- Para de modéstia, . Você não gosta. Você ama. - A Di falou, se sentando ao lado da Lola.

- Mas vocês duas decidiram armar um complô contra mim hoje?

Claro que as duas riram e continuaram com o assunto.

Quando chegamos em casa, estava me preparando para ir dormir quando o bateu na porta.

- Adelante! - Falei, do banheiro.

- ? - O ouvi me chamar e falei:

- Um segundo.

Terminei de vestir a camisola e, assim que saí, me olhou de cima a baixo e perguntei:

- Posso te fazer uma proposta?

Concordou.

- Eu paro de te chamar de se me chamar de .

- E por que não posso te chamar mais de ?

- Porque parece que você está me dando uma bronca. Mesmo quando tenho certeza que não. Sem falar que... - Comecei a andar na sua direção. - é mais íntimo que . Do mesmo jeito que acontece com e , respectivamente.

- Tudo bem então... .

- Então... Queria falar comigo sobre...?

Hesitou por um instante e, em seguida, se aproximou, parando na minha frente. Pôs uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e deixou o dedo deslizar pela linha do meu maxilar. Ergueu meu queixo e começou a se inclinar na minha direção. Fechei os olhos e quase imediatamente senti sua boca na minha. Suas mãos foram para a minha cintura, a apertando com gentileza. Correspondi, tocando seu rosto e o puxando para mais perto. Quando as coisas estavam começando a ficarem intensas e não conseguíamos mais respirar direito, decidimos que era a hora de parar. Manteve seu rosto próximo ao meu e disse:

- Dorme comigo hoje...

- De novo?

O observava quando abriu os olhos.

- Ah... Não. Eu não quis dizer... Isto é. Se você quiser, por mim tudo bem...

- O que você quer? Não precisa ficar sem graça de dizer.

- Só... Dormir com você. No máximo, de conchinha.

Sorri e falei:

- Gostou de ter dormido comigo ontem? Mesmo parecendo que você estava dividindo a cama com um furacão ao invés de uma pessoa comum?

Assentiu e parecia um menino pequeno.

- Tá... - Respondi. Fui andando até a entrada do quarto e, quando já estava com a mão no interruptor, perguntei, o olhando: - Não vai vir?

Nem precisou perguntar uma segunda vez; Quando vi, já estava ao meu lado.

Quando acordei na manhã seguinte, fiz um pouco de preguiça, ficando de olhos fechados e só aproveitando a posição em que estava. Sabia que o me abraçava por trás e ele me parecia estranhamente quente. Me virei de lado como pude e encostei de leve no seu rosto, sentindo sua temperatura e estava normal. De repente, ele gemeu e perguntei:

- Te machuquei?

- Não... Mas... Não mexe.

Estranhei e me manteve imóvel, apoiando o braço no meu quadril.

- Sabia que se tentar me fazer ficar quieta é pior, não é? - Perguntei e ele suspirou. Só então consegui perceber o que estava de errado. Aliás... Perceber não. Sentir.

- Desculpa. - Disse, morrendo de vergonha.

- Te desculpar por algo que é normal?

- Bom, essa sua camisola não ajuda nem um pouco, se quiser saber.

Não consegui segurar o riso e senti que me bateu.

- Sabia que tem gente que se excita batendo nos outros, não é? - O provoquei.

- É, eu sei. - Falou de um jeito meio impaciente.

De repente, me surgiu uma ideia irresistível demais.

- , me solta, por favor.

Mesmo estranhando, obedeceu. O empurrei de leve pelos ombros e fiz com que se deitasse de costas. Fiquei de quatro sobre ele e me inclinei na sua direção, começando a beijar sua bochecha. Não resistindo, dei uma mordida de leve e ele riu. O provoquei:

- A culpa é sua... Quem mandou ser altamente gostoso?

- Eu sou altamente gostoso? - Perguntou, achando graça. Concordei e continuei trilhando um caminho de beijos, passando agora pelo seu pescoço e não deixando nenhum mínimo pedaço da sua pele passar ileso. Quando voltei a beijar sua boca, conseguiu inverter as posições e ficou deitado por cima de mim. Segurou firme em minha perna, a passando em torno do seu quadril e fez o mesmo com a outra, quase imediatamente.

Tão logo sua boca deixou a minha e estava cada vez mais perto do meu ouvido, disse, com aquela voz sexy, rouca e um pouco ofegante:

- Estou reconsiderando irmos ao estúdio hoje.

- E o que vai usar como justificativa?

- Ainda estou tentando pensar em alguma coisa, mas não está fácil.

Ri baixo e mordeu de leve o lóbulo da minha orelha.

Um tempinho depois, já não tinha mais nenhuma barreira de roupas atrapalhando e ele já se movia daquele jeito mais lento e torturante imaginável quando fomos interrompidos por batidas na porta. Nós dois resmungamos e ele, interrompendo o beijo, disse:

- O que foi?

- , a Claire está no telefone e disse que é importante. - Ouvi a Rosa dizer e ele suspirou, saindo de mim e deixando aquela sensação incômoda de vazio. Se esticou para pegar o aparelho sobre o criado mudo ao lado da cama e disse:

- Fala, Claire.

Houve uma pausa e seu rosto ficou tenso.

- E quando foi?

Outra pausa e não ousei tocá-lo; Vai que aquilo só ia piorar ainda mais seu nervosismo evidente?

- Tá. Daqui a pouco estamos aí.

Despediu-se rapidamente e, depois que recolocou o aparelho no lugar, se levantou, procurando a boxer.

- O que foi? - Perguntei. - Alguma coisa séria com o estúdio?

- É. Se arruma que a gente vai sair logo. - Respondeu, um pouco frio. Me levantei e, pegando a minha camisola caída no chão (E fazendo questão de não colocar a calcinha), a vesti quando se distraiu e fui para o meu quarto.

Na primeira oportunidade que tive, porém, avisei à Rosa:

- Deixa o quarto do do jeito que está. Depois dou uma arrumada.

Mesmo estranhando, concordou e ele logo reapareceu, avisando que tínhamos de ir. Corri para acompanha-lo e, assim que chegamos ao estúdio, haviam dois executivos engravatados, de cabelos grisalhos e expressões sérias sentados nos sofás da recepção. Me apresentou brevemente aos dois, que eram representantes da gravadora e fomos até a sala do . Me sentei ao sofá de couro enquanto os dois ocuparam as cadeiras de frente para a escrivaninha. Os dois executivos conversavam sobre amenidades com o e dava para ver que aquilo tudo era para encher linguiça, nada mais além disso. Sem falar na cara de poucos amigos dele...

Quando menos esperei, ouvimos umas batidas na porta e, quando esta se abriu, olhei para ver quem era e, para minha surpresa era aquele nojento do Paul.

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