quarta-feira, 13 de abril de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 15º capítulo


I didn't go and try to change my mind

Sempre deixe o seu coração trancado
Não deixe a sua mente descansar
Oh, mas eu não pude aguentar
Eu tentei muito não fingir
Mas eu me atrapalhei quando tudo ficou por um fio

(HAIM - The Wire)

Bill

Na manhã seguinte, meio sem pensar, fui até a casa da Nadine, sabendo que o Tom estava lá. Só que, antes mesmo de bater a campainha, a porta se abriu e a Luiza, ainda com a roupa do dia anterior, saiu. Perguntei, a observando:

- O que...? Por que você está aí e não em casa?

- Eu dormi aqui. Quer dizer, eu fiquei aqui, já que a Di e eu passamos a noite inteira conversando.

Sabia que as duas eram capazes de fazer aquilo.

- Já... Tomou café?

Negou.

- E você?

- Também não.

- Eu... Estava pensando seriamente em uma coisa. Panquecas. O que me diz?

Sorri e fomos até a sua casa. Me pediu:

- Faz o seguinte: Começa escolhendo o que vai querer usar para incrementar as panquecas que vou só trocar o vestido e já venho. Pode olhar na geladeira e no armário sobre a pia.

Concordei. Esperei alguns poucos minutos até que ela voltasse. Quando terminamos de fazer, nos sentamos à bancada e comemos as panquecas em silêncio.

Por ter passado a noite em claro, notei que não demorou a começar a ficar pescando. Fui até ela e, quando fiz menção de pegá-la no colo, protestou.

- Para de teimosia, Luiza. - Avisei e ela me olhou.

- Achei que já tivesse se acostumado...

Suspirei e consegui fazer com que concordasse em ir dormir. E sendo ela danada, conse-guiu me fazer prometer que ficaria ali. Aproveitando que tinha subido, lavei a louça rapidamente, guardei as coisas em seus lugares e, quando entrei no seu quarto, já estava deitada, deixando o espaço vazio à sua esquerda. Assim que me deitei, a Luiza se aconchegou mais perto de mim e passei meu braço em torno da sua cintura. Não resistindo, me inclinei na sua direção e beijei de leve o seu rosto. A ouvi suspirar e comecei a desenhar círculos na base da sua coluna, um pouco acima da sua tatuagem. Fiquei a observando dormir até quando eu mesmo acabei caindo no sono.

Quando acordei, ela continuava na mesma posição de antes, virada de frente para mim, e ainda dormia. Por um instante, eu me esqueci de tudo: Que estava noiva, que estávamos em Londres, que não éramos só amigos... Por um instante, desejei que ainda estivésse-mos em Los Angeles e pudesse tocá-la sempre que quisesse. A recaída que tivemos só me fez querer ainda mais que a Luiza fosse só minha.

Quando acordou, já era tarde e, por ter dormido praticamente o dia todo, estava morta de fome. Acabamos pedindo uma pizza e continuei ali com ela.

- O Alex não vai implicar? - Perguntei e ela negou.

- Viajou ontem para a Austrália. Vai ficar pelo menos uns quinze dias fora.

- Tem certeza que vai querer se casar com ele, sendo que nem para direito em casa?- Provoquei e ela concordou.

- Falou o rockstar que passava um ano fora de casa. - Me provocou e claro que tinha que cobrar: - E falando nisso... O que aconteceu com a sua parte na promessa?

Suspirei e disse:

- Achei que já estivesse sabendo, fosse através do twitter ou do facebook...

Me olhou confusa e respondi:

- A gente decidiu entrar em hiato. Com o Tom aqui, eu sozinho lá em Los Angeles e Georg e Gustav na Alemanha...

- Quer saber? Dane-se. A banda é sua e faz o que quiser. Só fico chateada porque cumpriu com parte da sua palavra. Não com tudo. - Disse e deu para ver que realmente estava sentida.

- O que me impede de aproveitar que estamos os quatro aqui e acabar com esse hiato?

- Bom mesmo. - Respondeu, se fingindo de brava. Não resisti e mordi sua bochecha. Ela, claro, tentou me afastar e me xingou: - Seu canibal!

- Só porque eu gosto de coisas gostosas?

- Ai meu Deus. - Suspirou e ri.

- Aliás... Eu descobri uma cantada ótima outro dia.

Me olhou e sabia que não ia acabar resistindo à curiosidade.

- Ah, então você não gosta muito de sexo casual...

A cara que ela fazia era realmente engraçada.

- Não. - Respondeu, já prevendo o que vinha pela frente.

- Tudo bem. Eu ponho um smoking e vamos chamar de sexo formal.

Ela não resistiu e acabou rindo.

- Eu sabia que aí ia ter... - Respondeu.

- E você? Conhece alguma?

- Eu vi uma outro dia... Você não é tampinha de iogurte, mas bem que eu queria dar uma lambida!

- À vontade. - Brinquei, oferecendo a minha mão e a Luiza a afastou.

- Bobo.

- É, mas nega que você gosta...

- Não gosto. - Disse, mas eu sabia que era para me provocar. Me levantei e fiz que ia embora e ela acreditou. Tanto que veio correndo atrás de mim. Acabei dormindo lá de novo.

Na semana seguinte, quando tinha saído com o Tom e os caras e ido até um pub que, inclusive, tinha bilhar, claro que o assunto não podia ser outro:

- E aí? Aquele seu plano de semana passada deu certo? - O Georg quis saber e, depois de tomar um gole de cerveja, respondi, vendo o Tom jogando:

- Mais ou menos.

- Ela não ficou com ciúmes da Seren? - O Gustav perguntou e neguei.

- De duas uma. - O Tom falou. - Ou a Luiza é uma ótima atriz e está conseguindo enganar todo mundo ou... Ela não gosta mais tanto assim de você.

- Considerando que ela é péssima para mentir... - Respondi, resignado.

- Se te servir de consolo - O Georg disse. - Ela é péssima mentirosa com quem gosta de verdade. E pelo que a gente andou observando...

- Então por que ela aceitou o pedido do Alex?

- Se nem ela se entende, por que a gente ia? - O Tom perguntou.

- Mas a gente conhece duas pessoas que talvez consigam. - O Gustav disse e nós três olhamos para ele. - E que podem muito bem ser espiãs.

- Acho que a Nicola é mais fácil. - O Tom respondeu. - A Luiza confia mais na Nadine e acho que isso pode atrapalhar.

- E o que, exatamente, estamos planejando, além de fazer a Nicola de espiã?- Eu quis saber.

- Não está óbvio? - O Georg perguntou, depois de jogar. - Acabar com o casamento da Luiza com o Alex. E, para ele não ficar na mão, literalmente... A gente pode dar uma de cupidos com ele e a Seren. Nesse meio tempo, nada te impede de ficar com ela enquanto o Alex aproveita os últimos momentos do lado da Luiza.

- Eu não acho que seja boa ideia. Sei lá, vou me sentir como se estivesse usando a Seren. - Respondi.

- Sei... E essa sua... Crise de consciência é por que...? - O Tom quis saber e respondi:

- Não é crise de consciência. Só...

- Não é a Luiza. - O Georg concluiu.

- Também. Mas não é só isso.

- E é o quê então? - O Tom insistiu. Respirei fundo e admiti:

- A Seren é péssima de cama.

Eu esperava um monte de zuação da parte deles. Mas no final, descobri que só ficaram me olhando.

- Quando você diz péssima... - O Georg começou.

- Quis deixar a luz apagada, cheia de frescura, não sabia fazer oral... Não me deixou fazer oral nela...

- Foda. - O Tom comentou.

- Nem me fale. - Resmunguei.

- Mas ela é ruim mesmo? - O Georg perguntou. Concordei.

- É péssima. - Respondi. - Está entre as três piores. O que irrita mesmo é a falta de confiança dela. Parece que tem medo.

- Sabe uma coisa que eu estava pensando? - O Tom perguntou, depois de jogar e conseguir encaçapar uma das bolas. - Talvez isso de ser Coyote ajude. Talvez, com o tempo e o costume, a Seren mude.

- Acho difícil. Mesmo dando dicas e tal, não adiantou muita coisa. - Falei. De repente, o Georg fez uma cara e sabia que aí vinha.

- O que foi? - Perguntei para ele.

- É uma... Curiosidade mórbida que eu tenho. Não vou fazer nada, não se preocupe. Mas é só... Vontade de saber mesmo.

- Fala logo. - Retruquei e ele perguntou:

- Você fala que a Seren é péssima e tal e... A Luiza? Como ela é?

- É curiosidade mórbida mesmo? - Indaguei e ele concordou. O Gustav até parou para ouvir.

- É o oposto da Seren.

- Sério? - O Georg perguntou e concordei.

- Se ela sente vergonha de alguma coisa, consegue disfarçar muito bem.

- Quer dizer então que a Luiza está longe de ser... Inocente e até mesmo doce, como no dia-a-dia? - O Gustav quis saber e, mesmo a contragosto, assenti.

- Agora sabe quem eu ficaria chocado de descobrir que não é nenhuma santa? A Nicola. - O Georg comentou. Hesitei e isso não passou despercebido. - Quê? Vai dizer que ela é pior que a Luiza?

- Então. Eu não sei. A Luiza falou uma coisa que me deixou cismado.

- O que foi?- O Tom perguntou.

- Ela falou que, quem é quieto, é pior porque apronta mais. - Respondi e eles se entreolharam.

- A Nadine é faladeira. - O Gustav começou. - Mas não quer dizer nada. - Apressou a dizer assim que viu a olhada que o Tom deu na sua direção. - Em seguida, vem a Nicola. É. Realmente acho que a Luiza é a pior das três.

- Ainda mais se considerarmos como o Bill a conheceu... - O Georg falou, me olhando. Suspirei e eles riram. - Fala a verdade. Você teria agarrado a Luiza, se tivesse a chance, não é?

- Não. - Os três me olharam, incrédulos. - Eu agarrei, mas quando tive chance e ela estava vestida.

Assim, o assunto se estendeu por um bom tempo. Quando cheguei em casa, comi qualquer coisa que encontrei na geladeira e fui para a cama logo em seguida.

No dia seguinte, eu ainda estava dormindo quando ouvi o toque do celular. Xinguei quem estava ligando antes de finalmente atender:

- Fala.

- Três horas da tarde de domingo e você ainda estava roncando e babando no seu travesseiro, Kaulitz? Coisa feia! - Ouvi a Luiza.

- Me dá um bom motivo para eu não desligar o telefone.

- Te dou três, tá bom? O primeiro é que você vai ter a companhia de três e meia mulheres lindas. Segundo: Festival de pizza lá na Di. Estou no supermercado aqui perto da sua casa, comprando algumas coisas. E terceiro? Bom... Depois de um debate mais acirrado do que os que acontecem no parlamento, a sobremesa vai ser nhá Benta recheada de briga-deiro.

- Espera. O que é que vai ser recheada de brigadeiro?

- É um doce. É uma... Coisa feita com chocolate derretido e recheada, normal-mente, de marshamallow. Mas como a Sophia manda mais na gente que qualquer outra pes-soa, eu estou comprando coisas para fazer recheios alternativos. E aí? Te convenci?

- Não.

Pude ouvi-la respirando fundo e disse, abaixando o tom de voz um pouco:

- Eu estou usando minissaia.

- Em quanto tempo você chega aqui?

Ela riu e respondeu:

- Estão faltando só duas coisas, mas que são na mesma sessão. Eu acho que... De quinze a vinte minutos.

- Ok. Vou me arrumar então. Até daqui a pouco.

- Até.

Algum tempo depois, quando tinha acabado de me arrumar, a Luiza me mandou uma mensagem, avisando que tinha chegado e já estava me esperando. Peguei o celular, as chaves, a carteira e um maço de cigarros e saí.

Logo que ia entrar no carro, vi um paparazzo com a câmera pronta. A Luiza perguntou:

- O que foi?

- Paparazzo. - Respondi, não conseguindo deixar a preocupação de lado.

- E...? Qual é o problema?

- Tem nome e sobrenome. Alexander Ireland.

- E...? Está com medo de o Alex vir tirar satisfação com você por causa de algumas fotos de paparazzi?

- A preocupação não é comigo.

Deu a partida em silêncio e, logo fomos para a casa da Nadine. Antes de sairmos do carro, porém, a Luiza falou:

- Os vidros são escuros, não tem jeito de ver que sou eu. Ainda mais à luz do dia.

- Mas e a placa do carro? Apesar de tudo, não vi tantas Ferrari como a sua circulando por Londres.

- Esta aqui é do Alex. Ele me deixa usar quando viaja justamente para não deixar encostada e estragar. A mãe dele também passa a dirigir os carros dele.

Ergui a sobrancelha, um pouco surpreso. Não imaginava mesmo que ele teria DUAS Ferrari.

Logo que a Nadine abriu a porta, disse, depois de dar uma olhada rápida na quantidade de sacolas que a Luiza trazia:

- Comprou o supermercado inteiro, foi?

- Engraçadinha. - A Luiza retrucou ao passar pela porta. Cumprimentei a Nadine e, logo, fui procurar o Tom. Acabei encontrando o Georg e o Gustav por lá e, enquanto as meninas estavam na cozinha, ficamos ali conversando.

- Ainda tá com receio por causa da história de a gente atrapalhar o noivado da Luiza com o Alex?- O Georg perguntou e concordei.

- Continua assim que você vai perdê-la para sempre então. - O Tom falou e mesmo assim, me mantive firme na decisão de não atrapalhar. Afinal de contas, se ele realmente fazia a Luiza feliz... Por que não?

No final do dia, depois de muita bagunça e quando estávamos empanturrados de pizza e de doce, a Luiza me convenceu, daquele jeito manhoso que conseguia tudo aquilo que queria, a passar a noite na casa dela.

- Só um segundo que eu já venho. - Avisou e subiu. Sabia muito bem que ia trocar de roupa e, por isso, não me importei de esperar na sala. Isso até ela voltar e mexer no aparelho de som. Começou a tocar uma música que eu conhecia, mas não conseguia lembrar de onde...

- É a música do Clube dos cinco, aquele filme dos anos oitenta, sabe?

- Não, não é da minha época. - A provoquei e ela se sentou ao meu lado. Bateu o ombro no meu e comentou:

- Nunca vi o filme, acredita?

- Sério? É legal. Qualquer dia desses, a gente vê.

- Ó... Vou cobrar a promessa, hein?

- Pode cobrar. Aliás... A gente bem que podia era ir atrás de vários filmes da época, tipo “Caça-fantasmas”, “De volta para o futuro”, “Flashdance”...

- Eu escolho. Não quero correr o risco de pagar pela locação de “Grease” e não ver.

- Nunca entendi sua aversão à filmes musicais.

- Porque é cantoria o tempo inteiro! Imagina um filme onde o Van Damme estivesse atirando nos caras e cantando? - Pior é que eu imaginei e caí na risada. - Imagina o Chuck Norris ou até mesmo o Clint Eastwood com aquelas caras de maus cantando no ápice da cena? Nem... Broxante demais. Acho que Moulin Rouge é o único que eu consegui ver, gostar e assistir mais de três vezes porque são músicas que eu já conhecia. Bom, a maioria. Uma coisa é como o próprio “Flashdance”, que a menina lá dança.

- A menina lá que dança, se eu não estiver enganado, tem o nome do seu noivo.

- Eu vi “Flashdance” uma vez na vida, há anos. Não me perturba, Kaulitz.

Ri e ela comentou:

- Agora sabe um filme que eu sempre via passando na TV e demorei a assistir até o final e acabei gostando?

Olhei para ela, dando a entender que era para continuar.

- “Dirty Dancing”. Não tem nada a ver com aquela coisa clássica, do Patrick Swayze levantando a Jennifer.

- Jennifer...?

Deu um estalo impaciente com a língua e respondeu, me fazendo perceber que tinha se esquecido do sobrenome da atriz:

- Grey, eu acho.

- Eu achava que você gostava do filme por causa da cena famosa.

- Então. Nada me tira da cabeça que eles devem ter caído pelo menos umas vinte vezes durante os ensaios. Mas eu gostei foi principalmente das partes em que ele ensinava a Baby a dançar. E no final, os dois deram foi um belo cala a boca nos pais dela, que ficavam enchendo o saco até dizer chega.

Ri fraco e ela, percebendo o que eu estava pensando, falou:

- Não. Pode tirar o cavalo da chuva que eu não ia fazer isso nem com você e nem com ninguém. Não sou tão leve assim, sem falar que é perigoso.

- Eu estava lembrando é de quando a gente estava em Los Angeles e você cismou de me ensinar a dançar.

- E você morreu de medo que eu fosse pisar no seu pé. Eu lembro muito bem desse dia.

Rimos.

- Acho que eu tive essa... Impressão de que você podia pisar no meu pé porque eu via o quanto você é desastrada. Lembra do dia que você e a Nadine trombaram uma com a outra?

- Quando?

- Ah, foi num domingo que as meninas tinham ido lá para a casa e vocês estavam na piscina. Num minuto que eu saí do estúdio, passei pela cozinha e vi vocês trombando uma com a outra na hora que iam pular na piscina. O que eu fiquei surpreso foi que quem caiu foi você. Não ela.

- Acho que eu estou lembrando... Foi quando eu tive de dormir de bunda para cima por quase um mês.

Não segurei o riso e ela me bateu.

- Pior foi que justamente na época, você estava com um fogo... E eu lá, aguentando firme.

- Devia ter me dito. Eu pegaria mais leve.

- Do jeito que você estava? Capaz!

- Se eu bem me lembro, você não achou tão ruim.

- Tá. E como você sabia que eu não estava gemendo de dor?

- Gemido de dor é mais curto. É diferente. Eu teria parado no mesmo instante em que notasse a menor diferença.

Ela me observou em silêncio.

Respirou fundo antes de perguntar:

- Eu te vi beijando a Seren naquele dia que a gente tinha saído. Vocês estão juntos?

- Não. E nem sei se vai rolar de novo.

- Por que não?

- Somos muito... Diferentes um do outro.

- E daí? Você e eu também e olha só. Estamos sendo civilizadíssimos.

- É justamente isso. Com ela não teve a química que eu tenho com você.

- Sabe o que eu acho? Você está desanimado com ela porque a Seren é tímida demais. Provavelmente, ela morre de vergonha do próprio corpo e dá para ver isso de longe. A noite inteira eu vi que ela ficou puxando o vestido para baixo.

- Ela não me faz rir como você consegue.

- Bom, tem gente que também não me faz rir, pasme. E olha que tenho o riso frouxo e rio com coisa besta, tipo... Bom, piada de toc-toc não que eu nunca entendi aquela porcaria.

Ri e tentei explicar:

- É justamente isso. Você pode me contar a pior piada de toc-toc que existe que vou achar graça. E com a Seren não é bem assim. Com ela é diferente. Gosto da companhia dela, mas não sinto a necessidade de ficar perto dela o tempo todo.

- E comigo... Você sente?

Concordei.

- É sério. - Afirmei. - Eu não sei o motivo, mas gosto de ter a sua companhia. Seja só pela necessidade de ter você acabando com o silêncio e me fazendo rir já é o suficiente.

Desviou o olhar por um instante e perguntei:

- Se... Você não estivesse noiva do Alex e eu... Quisesse tentar de novo, aceitaria?

Respirou fundo antes de responder:

- O problema é que estamos falando hipoteticamente. Você teve a chance.

- Eu tive? Quando? Eu cheguei aqui e descobri que você estava namorando o Alex. Quando tive chance?

- A partir do momento em que você foi embora de Roma até o dia em que eu aceitei o pedido de namoro. Por que você simplesmente não me procurou? As coisas com certeza seriam diferentes agora.

- Eu não acho.

- Não tem como você saber.

- Tem. Um ano foi suficiente para te conhecer. Se a gente já começou brigando, imagina o que seria esse tempo todo?

Suspirou e ficou em silêncio. Depois de um minuto inteiro, respondeu:

- Eu estou começando a achar que você não estava tão disposto assim a tentar.

- Quem disse?

- Eu. Se realmente estivesse disposto, não teria esperado dois anos para fazer essa loucura de vender a sua casa e vir para cá.

Como sempre, ela me deixou sem resposta...

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