Graças à insônia, havia se levantado da cama, levando consigo seu gato preto de estimação até a cozinha e preparara um chá de camomila e, ao invés de usar açúcar, pôs uma colherada de mel para adoçar a bebida quente. Em seguida, enquanto esperava a infusão do chá, Bertha foi até o quarto onde guardava a maioria dos seus instrumentos de trabalho, desde búzios que comprara de uma conhecida vinda da Bahia, passando por cristais até chegar nas cartas de tarô. Pegou o baralho cigano e dispôs as cartas conforme o recomendado. Em seguida, pensou na jovem brasileira que trabalhava em sua loja. Ao voltar de Los Angeles, dissera que boa parte das suas previsões havia se realizado e, desde então Bertha andava ressabiada com tudo que cercava Luiza. Por isso decidiu fazer o jogo mais uma vez. Não se surpreendeu ao descobrir que o destino da moça ainda estava entrelaçado ao do rapaz com quem se casara em Las Vegas e passara um ano inteiro morando sob o mesmo teto que ele. Por um acaso, esse rapaz era o ídolo de Luiza. Bertha mal podia esperar para dar as boas novas à ela...
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