segunda-feira, 6 de abril de 2015

The fair lady: Prólogo


Prólogo

Depois de quase duas horas de atraso, a porta do escritório se abriu. O rapaz estava, obviamente, se recuperando da noite de excessos e o fato de não tirar os óculos escuros deu esta certeza aos presentes: A irmã do finado duque, o advogado e o testamenteiro. O rapaz se largou em uma cadeira e a senhora, que o conhecia muito bem, sabia o quanto era irresponsável e não conseguia entender a decisão do irmão.

          - Bem, como estamos todos presentes... Acredito que podemos começar, sim? - O testamenteiro quis saber. Não houve qualquer objeção e ele leu: - “Eu, Hans Adler, deixo aqui expressa a minha vontade em testamento. Para minha irmã, Eva, deixo todas as minhas propriedades e tudo que há nelas. Para o meu afilhado, Bill, eu deixo a minha fortuna e o meu título sob as seguintes condições. Um. Deverá, durante o mínimo de um ano e meio, apresentar um bom comportamento, sem cometer qualquer infração e/ou desrespeito às leis.” - O rapaz tombou a cabeça para trás, não fazendo a menor questão de esconder o tédio e ignorando o olhar reprovador da irmã do duque. - “Dois: Durante esse mesmo tempo, ele deverá manter-se legalmente casado. Caso as condições não sejam obedecidas, o título será extinto e o dinheiro será legalmente dividido entre minha irmã e três instituições por ela indicadas.”

Uma vez que a leitura acabou e cada um recebeu uma cópia do testamento, o herdeiro do duque foi atrás do advogado e perguntou:

          - Posso falar com você por um instante?

          - Claro.

          - Eu tenho algumas dúvidas e gostaria de esclarecê-las. Sobre o casamento... Meu padrinho, por um acaso, disse alguma coisa sobre o regime de comunhão de bens?

          - Não. Deixou isso ao seu critério.

          - E... Eu preciso ter um filho?

          - Seu padrinho, ao tomar a decisão sobre o casamento, não falou nada a respeito, então, acredito que não seja exatamente uma exigência.

          - Tenho um prazo para encontrar uma esposa?

          - O duque sabia que você ia querer se casar rápido, então preferiu estipular somente a condição de ficar casado por um ano e meio, no mínimo, sem um tempo para que você escolha a noiva. Alguma outra dúvida?

          - O casamento vai ter de ser consumado, não?

O advogado, dando um sorrisinho irritante, respondeu:

          - Acho que já sabemos a resposta, não é?

Assim que saiu da mansão do seu padrinho, Bill pegou o celular do bolso da jaqueta e, depois de discar a já conhecida sequência de números, falou assim que ouviu a resposta do outro lado da linha:

          - Doyle? Temos um trabalho para fazer...

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