quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 13º capítulo


Tão nebuloso, mas está tudo bem, você me leva para o lado negro
perigoso, mas eu tenho medo, oh
Meus olhos são azuis, mas eu estou vendo vermelho
E eu simplesmente não consigo me livrar você da minha cabeça

(Little Mix - Love Drunk)

Bill


Acabou tendo uma mudança de planos e uma semana depois, estávamos indo para Nova Iorque. Já havíamos embarcado e, por causa do tamanho do avião, tivemos de nos sentar em duplas. Então, a Luiza se sentou na poltrona ao meu lado. Atrás de nós, estavam Georg e Gustav. E na poltrona ao lado, Tom e Nicola, sendo que ela estava à janela. Faltando poucos minutos para a decolagem, a ruiva chamou a minha mulher e, assim que a Luiza a olhou, disse:

          - Não podemos esquecer dos Crocs para a Nadine.

          - Chegando em Nova Iorque, a gente manda uma mensagem para ela, enchendo o saco.

A ruiva concordou e, logo, a Luiza teve de se endireitar, já que as aeromoças haviam começado com as instruções. Uma vez que ouvimos o aviso de que as portas seriam fechadas, pediram que desligássemos os celulares e logo, todo mundo o fez. Só então, vi o celular da Nicola: Parecia com o das japonesas, com a capa toda enfeitada e comentei com a Luiza:

          - Pelo visto a discrição da Nicola não fica só nas unhas...

Ela me olhou e indiquei a amiga, que guardava o celular na bolsa. A minha mulher sorriu e disse:

          - De nós três, a única que tem o celular mais discreto sou eu.

Me mostrou o aparelho e parecia uma pintura de Van Gogh. Olhei bem e, antes de devolver, falei:

          - Por que não estou surpreso?

Sorriu e disse:

          - Tenho uma outra com a Union Jack. Acredite se quiser, as duas são mais discretas que as das meninas, que são todas nesse estilo, com pedraria e afins.

          - Duvido. - A provoquei e deu um estalo com a língua.

A viagem até a escala em Phoenix foi tranquila. Cada um aproveitou como quis o tempo de pouco mais de meia hora para troca de aviões: O Georg e o Gustav foram comer alguma coisa, meu irmão foi ao banheiro e fiquei com as meninas, andando um pouco pelo saguão.

De volta ao avião, o esquema de duplas se manteve. Depois de um tempo, tanto a Luiza quanto a Nicola começaram a ficar entediadas. A ruiva, para a sorte do meu irmão, dormiu. Já a minha mulher... Tirou um livro da bolsa e ficou lendo. Toda vez que eu tentava falar com ela, recebia uma olhada feia.

Quando finalmente chegamos em Nova Iorque, a Nicola ainda dormia e percebemos que o Georg também. Claro que eu e meu irmão, bem como o Gustav não resistimos e começamos a encher o saco dele, que demorou para acordar.

Depois do desembarque, as duas andavam mais à frente e, enquanto íamos até a esteira para pegar as malas, o Tom ligava o celular. Fiz o mesmo e, quando parei ao lado da Luiza, mandei uma mensagem para a minha mãe, avisando que chegamos.

          - Por que vocês sempre têm que ter tudo chamativo? - O meu irmão perguntou, ajudando a Nicola com a mala rosa-choque. É. E a Luiza não era tão diferente assim, com a mala vermelha.

          - A mala tem que ser diferente para não dar confusão e correr o risco de alguém pegar. - A ruiva disse. - E já avisaram à mãe de vocês que chegamos?

          - Já. Ela está esperando com o nosso padrasto. - O Tom respondeu.

          - Como assim ela está esperando? Que horas os dois chegaram? - A Luiza me perguntou e tive que contar:

          - Chegaram há uma hora, mais ou menos.

          - E vocês fizeram a coitada esperar esse tempo todo? - Ela indagou e assenti. - Inacreditável.

          - Ela e o Gordon esperaram mais tempo na conexão em Londres. - O Tom falou. - Depois de toda a viagem da Alemanha para cá, uma hora é fichinha.

Ela arqueou a sobrancelha e perguntou:

          - E onde eles estão?

          - Starbucks. Tem uma neste terminal. - Falei. Mesmo contrariada, foi comigo e o Tom. Já a Nicola, o Georg e o Gustav foram atrás de um táxi. Ou táxis, no caso. Fomos andando até a Starbucks e minha mãe e o Gordon não estavam lá. Peguei o celular, estranhando e liguei para ela. Depois de três toques, a ouvi:

          - Oi, meu filho.

          - Vocês saíram da Starbucks?

          - Onde vocês estão?

          - Aqui na frente.

          - Tudo bem. Esperem a gente aí. Estamos indo.

Depois de me despedir dela, desliguei e o Tom perguntou:

          - E aí?

Dei de ombros e vi que a Luiza estava olhando o menu e me aproximei dela. Perguntei:

          - Quer alguma coisa?

Negou com a cabeça.

          - E a sua mãe?

          - Estão vindo. Pediram para a gente esperar aqui.

Assentiu.

Depois de alguns minutos, eles apareceram. Depois de me cumprimentar e ao Tom, perguntei para minha mãe:

          - Onde vocês foram?

          - Banheiro. Demoramos porque era perto do portão 42.

Assenti e seu olhar parou em cima da Luiza.

          - Mãe... Gordon... Essa é a Luiza. Esses são minha mãe e o meu padrasto. - Apresentei e ela os cumprimentou, de forma tímida.

          - E o Georg e o Gustav? - Meu padrasto quis saber.

          - Foram tentar arrumar um táxi para todo mundo. - Meu irmão respondeu. Logo em seguida, fomos ao encontro deles e, quando estávamos tentando encontra-los, a Luiza apertou minha mão de leve e apontou para uma direção específica. Olhei e consegui enxergar os outros três.

          - Como você achou? - Perguntei e ela sorriu.

          - Dos três, quem chama mais a atenção? - Devolveu a pergunta e entendi na mesma hora.

Acabou que minha mãe, o Gordon e o Tom foram em um táxi, Georg e Gustav em outro e eu fui com as meninas em um terceiro. Fiquei no banco do passageiro e, vez ou outra, dava uma olhada nas duas. Ainda mais que a Nicola estava sentada atrás de mim e, portanto, podia ver a Luiza, que por mais que tentasse se controlar, estava encantada. As duas conversavam animadas, tiravam foto e, quando entramos numa rua, elas viram o nome e começaram a discutir a respeito de alguma coisa.

          - Mas tem algum trecho da música que fala? - Ouvi a Nicola perguntar e concluí que a Luiza negou com a cabeça.

          - Só olhar na internet. - Ela respondeu. Assim, toda a ida para o hotel foi com o falatório das duas e não me incomodou.

No instante em que desceram do carro, já em frente ao hotel, a Nicola olhou para cima e a Luiza, sem que a amiga percebesse, tirou uma foto.

          - É nesse hotel? - A ruiva quis saber e então viu que a minha mulher estava tirando as fotos. - LUIZA, ME DÁ ESSE CELULAR AGORA!

Olhei e a Luiza segurava o celular baixo enquanto a outra tentava toma-lo.

          - Que histeria é essa? - Meu irmão quis saber e falei:

          - Luiza tirou foto da Nicola.

De repente, a minha mulher falou:

          - Vem cá... O que me dizem de entrarmos? Sua mãe e seu padrasto devem estar morrendo de cansaço...

Decidindo que realmente era o melhor a ser feito, seguimos a sugestão dela. Estávamos na recepção, fazendo o check-in e, enquanto isso, vi a Luiza apresentando a Nicola à minha mãe.

          - Te falei que ela gostou da Luiza... - O Tom disse e respondi:

          - E ela está com medo. Olha só como está.

Sorriu e fomos liberados para irmos para os quartos.

Assim que chegamos no nosso, perguntei:

          - Eu vi que você apresentou a Nicola para minha mãe...

          - Ela achou que a Lola fosse a Di.

          - Sério?

Assentiu, sorrindo.

          - Acho que vou tomar banho agora. Depois que eu terminar, se quiser...

Concordei e, depois de alguns minutos, enquanto ela estava no banheiro, seu celular tocou. Hesitei e acabei ignorando a vontade de ir ver o que ou quem era. Decidi, então, dar um jeito de me distrair, pegando o meu próprio celular e vendo umas coisas na internet. Assim que ela saiu, enrolada só numa toalha, não teve como não olhá-la. Saiu andando rapidamente até a sala, onde sua mala estava e falei:

          - Eu estava pensando... Amanhã à noite a gente podia dar uma saída.

          - E para onde? - Quis saber e respondi:

          - Estamos em Nova Iorque. O que não faltam são opções.

Estreitou os olhos e perguntou:

          - Por que está tanto querendo sair?

          - Vamos ficar aqui por, no máximo, três dias. Achei que a gente podia ter um dia de folga e aproveitar...

Não se convenceu. Pus o meu celular sobre o criado-mudo e, em seguida, tirei quase toda a roupa na frente dela, que desviou o olhar para a janela.

          Depois de poucos minutos, saí do banho e ela estava sentada na cama, mas mexendo no celular. Só para provoca-la, decidi colocar só uma boxer e fiz questão de vesti-la na sua frente. Não pareceu nem notar e, de repente, riu fraco. Fui até a cama e, me deitando ao seu lado, perguntei:

          - O que foi?

          - Nadine. Lembra que a Lola falou dos Crocs antes de sairmos de Los Angeles? - Concordei, a olhando. - É uma breve história. Um dia, fomos ao shopping para comprar um tênis para um dos irmãos da Lola.

          - Ela tem irmãos?

          - Tem. Dois meninos e uma menina. A Di só tem irmãs.

          - E acabei de perceber que não sei se você tem ou não.

          - Sou filha única. E voltando à história. A gente tinha ido com o Clayton, o irmão da Lola, à essa loja. E enquanto ela estava ajudando ele a escolher, fiquei zanzando com a Di até que achamos um stand cheio daqueles tamancos. A Nadine é chiliquenta, mas nesse dia... Extrapolou.

Sorri e contou o resto do caso, que era basicamente a Nadine falando mal do sapato e até brincando que dava para levar à praia e usar como balde de areia.

          -... E desde então, a gente enche o saco dela, mandando foto de um par, ameaçando comprar para ela... Somos basicamente terroristas de saias.

Ri e ela mostrou o comentário da amiga no Facebook.

          - Ela é sempre tão rabugenta assim? - Perguntei e negou com a cabeça.

          - Do trio... Só eu que sou. - Pôs o celular sobre o criado mudo e avisei que tinha feito barulho.

          - Era da operadora, avisando do vencimento da conta. - Respondeu, se deitando de frente para mim.

          - Sabe o que estou estranhando? - Perguntei e me olhou. - Que você não está reclamando de ter de dividir o quarto comigo...

Deu de ombros e disse:

          - Não me importo.

          - Isso significa que, quando voltarmos à Los Angeles... Vai dormir comigo?

          - Quem sabe... - Sorriu, misteriosa. Claro que, não muito tempo depois, acabamos dormindo.

Na manhã seguinte, as meninas aproveitaram para dar umas voltas pela cidade, acompanhadas da minha mãe e o Gordon acabou indo junto. 

Enquanto esperava por ele, o Tom me fazia companhia.

          - E aí? Alguma notícia do Ireland? - Quis saber e neguei com a cabeça.

          - Ela até recebeu uma mensagem ontem, mas era da operadora.

          - Tem certeza?

          - Se for ele também... Depois daquele dia do estúdio, não acho que ela vai querer me trair.

Ficou pensativo e perguntei:

          - Eu sei o que está pensando. E não. A Luiza é diferente da Lydia.

          - O que te garante? Quer dizer, eu gosto dela, mas pensa bem: O quanto você conhece dela? Como pode ter certeza absoluta de que pode confiar cem por cento nela?

Parei para pensar e falei:

          - Eu ainda não tenho certeza. O que eu sei é que ela está casada comigo, a cada dia, conheço um pouco mais dela e está ganhando a minha confiança aos poucos. Apesar de tudo, ela não mentiu sobre o Alex como a Lydia fez com aquele idiota.  Pode não ter me contado de imediato, mas eu sei que os dois não têm nada. E ela não aceitou o pedido de namoro dele.

          - Mas ia. A Nicola me falou. - Retrucou e suspirei.

          - Mesmo que ela seja como a Lydia, acabando o prazo, ela vai para a Itália e nunca mais vamos nos ver.

          - Quem te garante? Ainda mais que sei muito bem como você é e, por mais que negue, está gostando dela. Se acontecer tudo aquilo por uma segunda vez, não venha dizer que foi falta de aviso. E desta vez, se quiser correr atrás dela, não vou te deixar ir.

          - Você está se esquecendo de uma coisa importante. - Falei e me olhou, sério. - A Lydia conseguiu acabar com a banda. E olha o que a Luiza está conseguindo.

Respirou fundo e nesse instante, bateram na porta do quarto. Fui atender e eram o Georg e o Gustav. Não muito tempo depois, o Jost chegou e, depois que cumprimentou cada um, disse:

          - Soube que se casou... Eu jurava que o primeiro seria o Georg...

          - É... O que aconteceu em Vegas não ficou em Vegas. - Meu irmão disse e falei:

          - Se quiser, pode ficar aqui e esperar para conhecê-la.

 Assentiu e, logo, começamos a conversar sobre a volta da banda. Quando estávamos quase terminando, a Luiza chegou.

          - Ai... Desculpem. Achei que já tinham acabado. Eu vou...

          - Vem cá. - Falei, indo até ela, que já estava quase saindo do quarto. Fiz com que voltasse e a apresentei ao Jost. Imediatamente percebi que gostou dela.

Depois que ele foi embora e fiquei sozinho com a Luiza, perguntou, animada:

          - E então?

          - Indo conforme você quer. - Falei e ela quase deu pulinhos, batendo palmas e tudo mais. Ri da sua reação e perguntei: - E você? Como foi?

          - Lola quase ficou doida na Saks. Comprou uma bolsa que eu acho que a Nadine vai passar a mão quando menos esperar... - Respondeu.

          - Como assim?

Respirou fundo, se sentando sobre a cama e, enquanto tirava as sandálias, explicou:

          - A Nadine é doida com as coisas da Jimmy Choo. E a bolsa que a Lola comprou é justamente da marca. E a gente já vive pegando uma coisa da outra...

          - Imagino a casa de vocês em Londres. - Falei, me sentando numa poltrona de frente para ela. - Deve ser tipo... “Onde está minha saia?” “Ah, a Nadine pegou!” “Não, foi a Luiza!”

Riu e disse:

          - Não. Todas nós costumamos pedir antes de pegar as coisas emprestadas. Mesmo porque, cada uma tem um tipo de corpo e nem tudo que serve na Nicola serve em mim e na Nadine e vice-versa.

          - Mesmo assim... Imagino vocês três se arrumando antes de sair.

Sorriu e se levantou, tirando a jaqueta e perguntando:

          - E aí? Conseguiu descobrir uma balada para a gente ir?

          - Tem uma aqui perto. Se vocês não gostarem, a gente pode ir a outra.

Assentiu e disse:

          - Fala com os meninos e vê se eles querem ir também, por favor?

Fato: Nunca ia me acostumar com a educação da Luiza. Talvez porque alguém que sempre dizia “por favor”, “obrigada”, etc. era raro.

          - Tudo bem.

          - Vou tomar um banho e passar no quarto da Nicola, para ajuda-la a escolher a roupa. - Avisou.

          - Será que eu posso tomar banho com você? Sabe, para economizar água...

Me olhou, sorrindo maliciosamente e veio andando até onde eu estava. Aproveitando que eu estava sentado com as pernas abertas, tipo o Tom, apoiou as mãos sobre os braços da poltrona, se inclinando na minha direção. Aproximou seu rosto do meu e disse:

          - Acho que... Nós dois sabemos muito bem o que vai acontecer se você for tomar banho comigo...

Percebi que sorria exatamente do mesmo jeito que ela.

          - Eu nem estava pensando nisso... Já que sugeriu...

Arqueou a sobrancelha e disse:

          - Pois é... - Deixou uma das mãos escorregar até a minha coxa e começou a desenhar círculos com a ponta das unhas. Isso tudo sem quebrar o contato visual. - Mas... Pode esquecer. E vou trancar a porta, só por garantia.

Se endireitou e foi andando até o banheiro. Suspirei ao ouvir o barulho da chave.

Mais tarde, quando saí do banho, ela estava se arrumando. E imediatamente, quase perdi meu autocontrole: A Luiza estava usando um robe preto e curto. Como estava debruçada na direção da cama, mexendo em alguma coisa que não consegui ver de imediato o que era, então o robe subiu um pouco e a oportunidade era boa demais para ser desperdiçada.

          - Ei! - Reclamou, se endireitando, depois que passei e dei um tapa na sua bunda. - Que folga é essa?

          - Não é folga nenhuma. Estou no meu direito.

Arqueou a sobrancelha e falou:

          - Vai se vestir que ganha mais.

De propósito, soltei a toalha e ela revirou os olhos. Pude ouvi-la me chamar de exibicionista e ri, enquanto ia pegar as roupas.

Cerca de uma hora depois, já tínhamos saído.

Fomos à uma boate no centro e as meninas não gostaram tanto assim. Já na segunda...

Nem cinco minutos haviam se passado desde que chegamos e as duas já estavam dançando. Querendo ou não, ficamos de olho para ver se tinha algum folgado que chegasse perto das duas. Por sorte, tinham alguns caras que ficavam olhando, mas não se aproximavam. Enquanto eu observava a Luiza, que estava realmente se divertindo, ouvi meu irmão dizer:

          - Se você visse sua cara agora...

Olhei para ele, sem entender.

          - Por quê?

Simplesmente deu um sorriso e nem precisei pensar muito para descobrir do que ele estava falando...

          - Você está babando pela Luiza. - Respondeu e, por pura teimosia, neguei.

Depois de um bom tempo, ela e a Nicola finalmente pararam um pouco e foram até o bar. De repente, a ruiva veio andando até onde estávamos e, percebendo uma coisa, perguntou:

          - Não tinha que ter mais dois?

          - Estão por aí... - O Tom respondeu. - Cansaram?

          - Pausa para beber. Por um acaso vocês querem alguma coisa?

Negamos em perfeita sincronia e ela riu fraco, assentindo e se afastando. Só que, no meio do caminho, um cara foi se engraçar para cima da Nicola. Quando agarrou seu braço, nos levantamos. Só que, antes mesmo que pudéssemos chegar perto, vimos que ela tinha conseguido se soltar e o agarrou pelo braço, usando o seu próprio e, jogou o cara contra uma pilastra.

          - Você viu o mesmo que eu? - O Tom perguntou e falei:

          - Pela segunda vez. A primeira foi a Luiza, naquele jantar da fusão do estúdio.

          - Como assim?

          - O Paul ficou dando em cima dela e, no final das contas, ela conseguiu dar um jeito nele.

          - Se elas continuarem nesse padrão de, a cada uma ficar pior, nem quero imaginar do que a Nadine é capaz.

Olhei para ele, sorrindo maliciosamente e o provoquei:

          - Ah, eu sei que você quer descobrir...

Me deu um soco leve no ombro e rimos. De repente, a Luiza apareceu e o Tom comentou:

          - A gente estava de olho em vocês, mas ao que parece, não vão precisar de proteção...

          - Por quê?

          - Acabamos de ver a Nicola jogar um cara contra uma pilastra. - Meu irmão disse e a Luiza riu.

          - Não explicou para ele? - Perguntou para mim e neguei com a cabeça. - Fomos obrigadas pelo dono do pub a ter aulas de autodefesa por causa de um incidente que tivemos uma vez. Toda menina que vai trabalhar lá tem que ter as aulas antes mesmo de começar. 

          - E você viu aonde a Nicola foi? - Ele perguntou e a Luiza procurou pela amiga, conseguindo encontra-la no bar. Meu irmão foi até lá e perguntei, indicando o copo que minha mulher segurava:

          - Que bebida é essa?

Deu de ombros.

          - Um coquetel da casa. Quer experimentar?

Concordei e me entregou a taça. Tomei um gole e senti o gosto de maracujá e manga. Sem falar no rum.

          - E aí? - Perguntou e falei:

          - É bom.

Experimentou também e, depois fez uma cara engraçada.

          - Gostou? - Perguntei e ela assentiu.

          - Quando a gente voltar para Los Angeles, vou te fazer de minha cobaia. - Respondeu e perguntei:

          - Cobaia de...?

          - Eu trabalho em um bar... Isso não te dá nenhuma pista? - Perguntou, dando um meio sorriso. - E gostei desse drink. Vou pegar mais um. Quer também?

Neguei com a cabeça e a vi indo até o bar. Quando procurei pelo Tom, estava num canto com a Nicola, que ria de alguma coisa que ele falava. Tentei encontrar o Georg e o Gustav e nem sinal deles. Antes que pudesse me controlar, olhei para o bar e vi a Luiza. Não resisti e fiquei a observando, desde a nuca, agora descoberta graças ao coque improvisado que havia feito, até o decote do vestido, que mostrava as suas costas, e as pernas. Desde o primeiro instante, era uma das partes do corpo dela em que eu mais reparava. E imediatamente já comecei a fantasiar, com elas envolvendo meu quadril.

Cerca de uma hora depois, acabei bebendo um pouco demais e me sentia um pouco alto. Ainda tinha consciência do que estava fazendo, apesar de tudo. A Luiza, por outro lado, estava começando a ficar bêbada. Sabia que na manhã seguinte acordaria com uma ressaca daquelas e, vez ou outra, ficava controlando o que bebia. Ficou brava, mas mesmo assim, acabava se comportando um pouco.

Eu estava sentado em um canto, ainda a olhando dançar e não conseguia prestar atenção em qualquer outra coisa que acontecia naquela boate. Vez ou outra, ela devolvia meu olhar, acompanhado de um sorriso torto. O pior era quando decidia me provocar e rebolava. E sempre que tinha essa provocação, mordia o lábio inferior, mantendo o sorriso. Fato: Ela estava conseguindo me fazer perder o autocontrole com tudo aquilo.

Quando parou um pouco, provavelmente para descansar, veio andando na minha direção e notei que rebolava um pouco ao caminhar. Se sentou ao meu lado e perguntou:

          - Vai só ficar me comendo com o olhar?

          - Eu não...

Riu e disse:

          - Ah, Bill... Estou te vendo. Só não entendo por que você não vai lá dançar comigo...

          - Eu não sei dançar.

          - E eu sei, por um acaso? - Perguntou.

          - Sabe.

          - Anda. Vem. Notei o monte de urubus que têm aqui e com certeza não foi todo mundo que viu a reação da Nicola.

Respirei fundo e, tombando a cabeça para o lado, deu um sorrisinho meigo e pediu:

          - Vem comigo, por favor...

Me levantei e ela sorriu largamente. Fui até a pista de dança com ela, que logo deu um jeito de desviar totalmente minha atenção. Quando ficou virada de costas para mim, com o corpo colado ao meu, não resisti e pus minhas mãos na sua cintura. E no instante em que menos estava esperando... Começou a rebolar. Claro que teve uma reação imediata, mas isso não a afastou ou sequer impediu de continuar. Pelo contrário; Parecia servir de estímulo para que continuasse e aquilo tudo estava sendo uma provação enorme para mim, afinal de contas, estávamos no meio da pista de dança de uma boate, cercados por um monte de pessoas e ela estava me tentando daquela maneira.

Pouco tempo depois, quando não estava mais dando para continuar aguentando tudo aquilo, falei:

          - Acho melhor a gente ir para o hotel...

Me olhou e, por muito pouco mesmo, não a agarrei ali mesmo. Apesar do álcool, sua expressão era de inocência e, querendo ou não, aquilo mexeu comigo. Logo, encontramos a Nicola e o Tom e avisamos que estávamos indo para o hotel.

Nem meia hora depois, chegamos à nossa suíte e, assim que a Luiza parou no meio do caminho para o quarto, me aproximei dela, ficando atrás, e afastei os seus cabelos e descobrindo a nuca, começando a beijar sua pele. Passei um dos braços em torno da sua cintura e quase imediatamente, senti suas mãos o cobrindo. Comecei a traçar um caminho até seu ombro e, à medida que ia avançando, abaixava a manga do vestido. Com isso, via seu busto sendo revelado aos poucos e, de certo modo, sabia que aquele era um caminho sem volta. Refiz o caminho até sua orelha, não parando de beijar sua pele um único segundo sequer, me viciando cada vez mais no seu cheiro, e assim que cheguei aonde queria, mordi o lóbulo e ela estremeceu. Falei, ainda mantendo a boca próxima à sua orelha:

          - Eu quero você.

Ficou quieta e afastou meu braço. Achei que tinha feito alguma besteira quando ela se virou e, surpreendentemente séria, disse:

          - Eu também. Mais até do que imagina.

Me aproximei dela e, no instante seguinte, já estávamos nos beijando.

2 comentários:

  1. As minhas malas são pretas, dai para diferenciar eu amarro fitinhas nelas :3
    Gente... Crocs é broxante, sério. Não sei como tem pessoa que consegue calçar isso.
    Eu ia comentar mais alguma coisa... mas esse cap terminou de uma forma tão... tão... emocionante, que esqueci até do que iria comentar '-'
    Será que agora finalmente vai? Ansiosa pelo próximo cap e já indo pra ele!!!
    *----------*

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    1. Oie!
      Então... Por enquanto... Não tenho mala nenhuma xD Mas quando eu tiver, pode ter certeza que vai ser a mais espalhafatosa de todas, com fitinhas coloridas e tal. Uma papagaiada que só vendo xD
      Depois posto o vídeo que deu origem à essa implicância na fic ;) E eu até já vi um sapato boneca, sem furos, da Crocs que eu compraria. E olha que eu sou chata até dizer chega com sapato....
      Eita! Bom, lembrando o que era... Pode mandar via mensagem no FB ;)
      E eu me resigno ao silêncio :X
      Obrigada pelo comentário ;)
      Beijinhos e até a próxima :*

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