quarta-feira, 11 de maio de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 19º capítulo


19. I'm just a pretty little thing that'll make you wanna sing

Você queria brincar, então vamos cair na farra
Este beijo é letal, cara, não tem antídoto
Pergunte sobre mim por aí, todo mundo sabe
Que o meu batom faz a gente roubar a cena

(Sugababes - Wear my kiss)

Luiza

Fato: Eu estava mais rabugenta do que nunca. Não era pelos meus pés estarem doendo. E muito menos por eu estar usando um vestido que me deixava com dificuldade de movimentação ainda maiores que as da Beyoncé quando ela foi naquele evento com o vestido tipo sereia. Não era por causa da miséria de comida que era servida. E muito menos por causa do champanhe quente. Era para ser uma festa de gala, mas francamente? Estava deixando MUITO a desejar. Tudo isso era suportável quando comparado à conversa monótona de pessoas vazias.

O cúmulo foi quando eu estava no banheiro e ouvi duas mulheres conversando:

- Você ouviu o que a Lee falou? Que o Alex marcou o casamento para agora em Agosto...

- Eu ouvi. Quatro meses até lá... Será que...? Sabe...

- Deve. - A outra concordou. - O problema é: De quem será? Sim, porque ela anda para cima e para baixo com aquele outro lá...

- Credo. Assim, eu não acho que ele seja feio. O problema são aquele monte de coisa na cara e as tatuagens.

Não precisei pensar muito para entender que estavam especulando se eu estava grávida e se o filho era do Bill. Se não fosse uma ideia tão absurda, provavelmente teria rido. E alto. Depois que terminei de fazer xixi e dar descarga, saí da cabine e as mulheres se entreolharam chocadas. Lavei a mão, as ignorando e, antes de sair do banheiro, falei:

- Não que isso seja da conta de vocês, mas... O bebê, se existisse, não seria do Bill. E aliás... Por que vocês não fazem uma coisa realmente útil ao invés de ficar fazendo chacota sobre a vida alheia? Como por exemplo, caridade. Mas não é só de fazer festa e arrecadar dinheiro. Se, precisar, ir até a África, por exemplo. Enfim. Não vou perder mais tempo. Boa noite.

E saí dali. Estava fula ao encontrar o Alex, que perguntou:

- O que foi?

- Vamos embora?

- Iza... Eu não posso sair agora.

- Muito bem. A gente se vê amanhã. - Falei, decidida. Ele ficou tão em choque que nem reagiu direito. Saí dali marchando a passos firmes e, assim que cheguei à porta, consegui um táxi e pedi ao motorista:

- Por favor, vai na Baker Street, no número 113.

Obedeceu, mesmo estranhando a roupa que eu estava usando. Peguei o celular dentro da bolsa e liguei para o primeiro número que sempre me vinha à cabeça. No quinto toque, ele atendeu:

- O que foi? O Alex te deixou na mão?

- Tá ocupado?

- Não. Por quê?

- Estou morta de fome, indo para um restaurante na Baker Street. Quer me encontrar lá?

- Luiza... Você estava numa festa.

- Que serviu champanhe quente e uma comida tão miserável que nem dava para tampar o buraco do dente! Anda, Bill... Anima, por favor.

Ele e o motorista riram da história da comida, mas, no final, consegui companhia. Quando cheguei ao restaurante, o motorista disse, depois que paguei a corrida:

- Desculpa me intrometer, mas esse tipo de festa em que você estava é o pior. Fez bem em ter ido embora e vindo comer aqui.

Sorri e agradeci, desejando uma boa noite para ele ao sair do carro. Eu já estava pensando em como faria para encontrar o Bill quando o vi encostado na parede ao lado da porta do restaurante, com um cigarro nas mãos. Assim que saí do táxi, me olhou de cima a baixo e falei:

- Nem uma palavra. Foi definitivamente uma das piores festas que eu já fui!

- Eu estava só pensando que foi bom você ter me emprestado uma cópia da chave da sua casa. Peguei para você. - Me estendeu uma sacola e não me controlei, o abraçando.

- Vou te falar a verdade. Descobri hoje como uma salsicha se sente.

Ele riu, apagando o cigarro e entramos. Pedi que escolhesse uma mesa enquanto eu ia trocar de roupa. Por sorte, o zíper do maldito do vestido era do lado e não nas costas, então consegui me virar sozinha. De camiseta, jeans e sapatilhas, além de um casaco e com o vestido dobrado dentro da sacola, consegui encontrar o Bill logo e estava sentado num canto mais reservado do lugar. Um dos garçons veio anotar os pedidos e, logo que ele se afastou, o Bill quis saber:

- Não saiu de lá por causa de champanhe quente e comida “tão miserável que nem dava para tampar o buraco do dente”. O que foi?

- Consegui ir ao banheiro - Vi a expressão de surpresa dele. - É, eu sei. Ganhei duas cãibras por causa dessa bodega de vestido. Ô raiva! - Falei e ele riu. - Mas tô lá, termi-nando de fazer xixi e me vem duas dondocas fazer especulação sobre o casamento.

- O que elas falaram?

- Que para eu me casar tão rápido, é porque estava grávida. Não bastasse, as... Aqueles despachos ainda me inventam que o filho não era do Alex.

- E de quem era?

Olhei para ele, tombando a cabeça para o lado um pouco.

- Meu? - Ele perguntou, não acreditando. - Quer dizer que vamos ter um filho? Ok. Fiquei preocupado agora, porque vai que o Alex encrenca...

- Besta. Não estou grávida. Nem de você e nem do Alex.

- Ah. - Ele falou, murchando. OK. Quando aquela conversa tinha ficado estranha? - Mas não tem chance mesmo, falando sério?

- De quê?

- Você estar grávida.

- Kaulitz, que cisma! Eu não estou grávida, não tem a menor chance de isso acontecer por agora. Talvez, depois que me casar e, no mínimo dois anos depois...

- Por que dois anos?

- Quero aproveitar um pouco a vida com o Alex antes de pensar em filhos. - Respondi, pensativa. Logo, o garçom finalmente trouxe os pedidos e eu devorei tudo. Sim, sem a menor importância do olhar chocado do Bill. Depois que consegui engolir um pedaço generoso de frango frito, retruquei:

- Eu falei que estava com fome.

- Mas não podia imaginar que era um apetite tão... Voraz!

Fiz língua (Obviamente depois de terminar de engolir a comida) e, logo, voltei a dar atenção ao prato de frango frito à minha frente.

Mais tarde, quando chegamos à nossa rua, eu tentava imitar uma das dondocas que estava na festa e o Bill gargalhava.

- E o pior era a infeliz andando toda...

Estufei o peito, endireitando a postura e empinando a bunda, e andei, rebolando e mexendo a bunda de um lado para o outro.

- Ela estava pior que eu.

Ele riu e perguntou:

- Lembra do que eu te falei, não é? Que sua vida vai ser isso até o último dos seus dias. Imagina... Cem anos dessa tortura?

- Vai precisar de muito mais do que as alfinetadas para me fazer desistir do casamento. - Respondi, sem pensar.

- Só... De curiosidade, o que faria? Só um exemplo.

Estreitei os olhos e desconversei.

Ao chegarmos em casa, notei que as luzes da sala de estar estavam acesas. Respirei fundo e falei:

- Hã... Eu acho que...

- O Alex está aí. - Ele concluiu. - E ele tinha que estar na festa, não?

- Tinha. Bom, qualquer coisa te chamo.

Concordou e nos despedimos com um beijo no rosto. Entramos ao mesmo tempo em nossas casas e, quando destranquei a porta, não me surpreendi ao ver o fraque preto que o Alex usava jogado sobre o sofá. Fui até a cozinha e estava vazia e escura. Só tinha um único lugar possível que ele podia estar: Meu quarto. Assim que entrei lá, notei que não tinha ninguém lá e as luzes também estavam apagadas. Ia começar a me virar para sair quando o Alex me assustou, me fazendo gritar, e segurou as minhas mãos para trás. Aproximou a boca do meu ouvido e disse, com a voz mais grave que de costume:

- Quando eu te vi indo embora, me deu vontade de te bater. E ia te buscar onde você estivesse só para poder... Saciar essa vontade.

- Você sabe que eu gosto de desafiar os outros... - Retruquei. Pude notar que ele estava sorrindo.

- A minha mão está coçando agora.

- Tá de sacanagem... - Suspirei e ele estranhou. - Citando “Cinquenta tons”?

Me soltou, mas fez com que eu me virasse de frente para ele. Aproveitando que estava livre, levei as mãos até a gravata e desfiz o nó. Em seguida, comecei a desabotoar a sua camisa, ao mesmo tempo em que decidira provoca-lo, beijando seu pescoço. Vez ou outra, eu me divertia ao deixar a minha respiração se chocar contra a sua pele. E, por causa da proximidade entre nós, eu conseguia senti-lo endurecendo cada vez mais. Assim que terminei com o último botão da sua camisa, mordi o lábio e comentei:

- Mais do que te ver num terno... Eu amo tirar peça por peça das suas roupas.

- E eu amo você. Cada mínimo pedacinho.

Não resistindo, roubei um selinho mais demorado, mas, consegui dar um jeito de morder o seu lábio inferior. Quando nos separamos, ele perguntou:

- Não acha que eu estou em desvantagem aqui?

Suspirei e afastei as minhas mãos dele. Fiquei descalça e tirei o casaco.

- Satisfeito?

- Não. Para falar a verdade, eu estou longe de estar satisfeito.

- É por que te desafiei?

Assentiu, mordendo o lábio enquanto dava um dos seus sorrisos lascivos; Fato: Eu amava esse sorriso.

- E... Vai me castigar por eu ter sido uma garota má? - Perguntei, me reaproximando dele e empurrando a camisa pelos seus ombros.

- Vou. E não é só porque você foi embora da festa daquele jeito.

- E por que mais? - Perguntei, mordendo o seu pescoço de leve.

- Eu sei que você foi atrás do Bill.

Me endireitei e suspirei.

- Vai mesmo começar com isso de novo? Ele é meu amigo. Você é o meu noivo.

- Não está parecendo...

Grunhi baixo e, já começando a sentir uma irritação, retruquei:

- Me diz então por que eu aceitei me casar com você? Não vem falar que foi por pressão por você ter me pedido na frente de todo mundo no bar. Ainda mais que não respondi naquele instante.

- Você brigou comigo depois.

- Não briguei. O que eu fiz foi reclamar que foi feito daquele jeito, quando preferia que tivesse sido uma coisa mais... Nossa.

Ele empinou o nariz.

- Se você não quer...

- Eu vou te falar o que eu quero. Quero me casar com você por livre e espontânea vontade. Eu te amo, essa é a verdade. Se não tivesse certeza absoluta, não teria nem aceitado namorar com você, para começo de conversa. E além disso... Eu quero você agora. E sempre. Mas, agora que tirei sua camisa ficou um pouco mais... Descontrolada.

Ele riu fraco e se aproximou de mim. Segurou pelo meu queixo e disse:

- Eu sei que estou andando um pouco... Ciumento demais. Me desculpa.

Dei um sorriso tímido e ele logo me beijou de uma maneira tão... Apaixonada. E graças à diferença de tamanho entre nós, logo deu um jeito de me levantar do chão e me levar até a cama. Me deitou sobre o colchão com uma delicadeza rara; Normalmente, éramos menos... Românticos. Sem falar que quase sempre, um dos dois já estava deitado.

Depois de algum tempo, ele deixou a minha boca para ir na direção do pescoço. Deixou a barba raspar minha pele e me encolhi. Continuou a beijar cada mínimo pedaço de pele e, de repente, estranhei que não passou pelo ponto crítico perto da minha orelha. Mas não falei nada, sabendo que, se o fizesse, ele provavelmente ia se aproveitar toda chance que tivesse.

Justamente por estar tão... Perdida no que eu sentia, nem notei quando ele começou a tirar a minha roupa. Só sei que, quando chegou na minha barriga, intercalou os beijos com algumas mordidas de leve e sempre manteve o olhar fixo no meu. Tão logo chegou no meu sexo, usou a ponta da língua para ajudar nos estímulos e estranhei de novo. Parecia que eu estava sentindo falta de alguma coisa... Afastei esses pensamentos imediatamente e, assim que começou a me masturbar, usando só um dedo enquanto o outro se movia em círculos no meu clitóris, tentei me controlar, mas não consegui. Ia ficando cada vez mais difícil de não corresponder à todos seus estímulos e, quando menos esperei, lá veio a sensação de prazer, que começava fraquinha e ia rapidamente se tornando cada vez mais intensa até que não aguentasse mais. E foi justamente quando eu estava quase no meu limite que ele parou. Consegui abrir os olhos e já ia tentar reclamar quando o Alex ficou por cima de mim e me fixando, começou a me penetrar, investindo lentamente. Passei as minhas pernas em volta da sua cintura enquanto ele finalmente beijava a minha boca. Enterrei os dedos nos seus cabelos e os puxei, mas sem machucá-lo. Correspondi às investidas como pude, rebolando lentamente, e do nada, ele saiu totalmente de mim. Abri os olhos, confusa e também me observava. Interrompeu o beijo e disse:

- Você tem o dom de me tirar do sério...

Por que eu não estava gostando daquilo?

- O... Que você vai fazer comigo?

- Melhor se segurar.

E voltou a investir de uma vez. Quase gritei e aquilo pareceu atiça-lo ainda mais. Já que apertou minha cintura com tanta vontade que quase me machucou. A partir dali, foi mais agressivo. Quando começou a me incomodar de verdade, reclamei e, vendo que não ia ter resultado, o chamei pelo nome, não pelo apelido. Finalmente parou para prestar atenção em mim.

- O que foi? - Perguntou, deixando a preocupação transparecer em seu semblante. - Te machuquei?

- Quase. Vai... Com mais calma, ok?

Atendeu ao meu pedido e foi com mais... Cuidado. Talvez por isso, consegui ter um pouco mais de... Liberdade, digamos assim, de movimentos e não demorou muito para que finalmente atingíssemos o clímax, sendo que ele foi logo depois de mim. Quase imediatamente, se levantou da cama e foi até o banheiro. Continuei deitada, esperando que voltasse e, uma vez que estava deitado comigo, me puxou para mais perto e, enquanto eu deitava a cabeça no seu peito, fiquei desfrutando da sensação deliciosa que tinha quando ele deixou as unhas percorrerem quase toda a extensão da minha coluna.

- Eu saí da festa daquele jeito depois que ouvi duas mulheres especulando sobre a gente.

- E o que elas falaram?

- Que, para a gente se casar tão depressa, é porque eu estava grávida. - Respondi, olhando para ele e esperando uma reação. Propositalmente, escondi o resto do que tinha ouvido.

- E está?

- Você sabe que não! - Apertei sua cintura, fazendo com que ele risse. - Ainda mais que, mesmo que a gente não use camisinha vez ou outra - Olhei implicante para ele. - ainda tem a pílula.

- Só te avisar que eu quero, no mínimo, três filhos. E um tem que ser menina.

- E se forem só meninos?

- A gente tenta até conseguir. E apoio aquela sua ideia de a gente educar para se-rem cavalheiros.

Dei um meio sorriso e o beijei.

- Ah! E eu gosto do nome Izabela. - Avisou, assim que nos separamos.

- Gosta de verdade ou só está falando para me agradar? - Perguntei, estreitando os olhos e já me preparando para reagir.

- Aprendi a gostar.

Beijou o topo da minha cabeça, aproveitando que estava deitada sobre seu peito de novo, e ele disse, mudando o rumo da conversa:

- Sabe o que eu estava pensando?

- Hum?

- A gente nunca experimentou uma posição.

- Que posição?

- Com você de quatro.

Abri a boca para protestar e ele tentou me convencer:

- Estava pensando nisso desde ontem, quando escutei a Beth conversando com uma das secretárias.

- Mas que...? Por que você fica de orelha em pé nos assuntos sexuais das secretárias da sua empresa, hein? - Perguntei, apertando a sua cintura.

- Porque elas estavam falando de uma matéria que viram numa revista e eu lembrei que você e a Nadine morreram de rir no dia que leram.

- Mesmo assim. Uma coisa não anula a outra. E eu quero comandar agora nesse segundo round.

- Posso te perguntar como?

Dei um meio sorriso e me inclinei na sua direção. Comecei a beijá-lo lentamente e, logo, começou a dar os primeiros sinais de excitação. Passado um bom tempo em que ele não conseguia mais se segurar, me estiquei até a gaveta e peguei uma camisinha. Pus sob o travesseiro enquanto começava a beijar seu pescoço. Notei sua respiração ficando ainda mais acelerada e entrecortada e continuei com a provocação. Ao chegar à sua barriga, mantive o olhar fixo no seu rosto enquanto deslizava a língua em linha reta pelo “caminho da felicidade”. Logo que cheguei onde queria, o segurei e comecei a movê-lo para cima e para baixo, sem a menor pressa. Depois de alguns poucos minutos, ele fechou os olhos e tombou a cabeça um pouco para trás.

- Alex... - O chamei e, mais que depressa, ele tentou se endireitar. Deixei a ponta da minha língua percorrer toda sua extensão e, ao chegar à glande, a cobri com a boca, protegendo os dentes com os lábios. Continuei com o movimento de vai-e-vem da minha mão ao mesmo tempo em que o sugava. Não demorou muito mais para que eu o ouvisse ofegando e comecei a aumentar a velocidade com que o masturbava. Pouco antes de sentir seu gosto, ele gemeu e por muito pouco mesmo, não parei com tudo; Eu sempre me deleitava com a visão dele, sem a sua postura de chefe mandão e um pouco arrogante, se desmanchando por causa do prazer que sentia. Gostava de observar tudo aquilo que eu causava nele e cada mínima reação que era por minha “culpa”: Desde a expressão de deleite, passando pelos músculos se contraindo, a pele brilhando com o suor, a boca entreaberta, tentando respirar um pouco melhor...

Antes que gozasse, porém, me chamou e, assim que o olhei, me entregou a camisinha e abri o pacote, a colocando nele. Em seguida, subi no seu colo, o guiando para dentro de mim e comecei a me mover, bem lentamente. Aos poucos, eu ia aumentando a velocidade que rebolava. Depois que chegou ao clímax, alguns minutos depois de mim, me puxou para mais perto e ficamos abraçados de conchinha. Enquanto acariciava as minhas costas, comentou:

- Acho que acabei de eleger essa posição como uma das minhas preferidas.

- Por quê?

- Dá para ver todo seu corpo. E posso falar? Você é muito gostosa.

- Ai meu Deus. - Eu resmunguei antes de cair na risada.

- Eu estou falando sério. - Ele respondeu e mantive o sorriso.

Na manhã seguinte, saí com as meninas para me ajudarem a escolher o vestido de noiva. A Lee apareceu de surpresa e acabou falando tanto na minha orelha que acabei irritada, com dor de cabeça e escolhi o vestido que ela queria, que era daqueles que pareciam um bolo. Por sorte, recebeu uma ligação e teve que ir embora. Quando eu e as meninas íamos escolher os vestidos para elas, a vendedora, muito tímida, contou:

- Ela... Já pediu para deixarmos o modelo reservado. Faltam poucas coisas, só to-mando as medidas das madrinhas. Até a cor já está escolhida.

Sabe aquela cor de burro fugido? Pois é. Não combinava com nenhuma das meninas e as duas ficaram apagadas.

Quando chegamos à Starbucks perto de casa, eu estava chiando por causa da Lee:

-... E sério. Eu quero trocar os vestidos.

- E se ela brigar? - A Di questionou.

- Que brigue! - Retruquei. - O casamento é meu, não dela. Tudo bem que nunca quis me casar, mas... Que seja do jeito que eu quero!

- Eu acho que você está com a razão. Tem que dar um basta nisso. Quer dizer, pensa bem. Se a mãe do Charlie começasse a dar palpite, eu chegaria e falaria com ela.

- Posso ajudar? - A atendente perguntou ao chegarmos no balcão.

- Pode. - A Lola falou. - Um espresso macchiato e duas fatias de pão de li-mão, por favor.

- Eu quero croissant de amêndoa e um mocha. - A Di pediu. A meni-na me olhou e respondi:

- Caramelo macchiato e um muffin de mirtilo.

- Nomes? - A menina quis saber, já empunhando a caneta em uma das mãos e a outra segurava um copo transparente.

- Nadine. - A Di levantou a mão. - Nicola e Luiza.

A menina anotou os nomes nos copos certos e fomos atrás de uma mesa. Quando nos sentamos, a Lola me perguntou:

- Se eu te conheço... Você está doida para ver alguém de smoking, não é?

- Vocês sabem que eu tenho uma... Tara por homens de terno, não é?- Devolvi a pergunta e elas riram.

Quando nós pegamos os pedidos, começamos a comer e a Di comentou:

- A Iza não é a única que está ansiosa para ver alguém de terno.

- Ah é! - Exclamei. - O Tom não usou terno no casamento da Lola...

- É verdade... - A Nicola respondeu, pensativa. - Usou foi um blazer com camisa social e sem gravata.

- Deixa comigo. - Falei para as duas. - Vou fazer com que ele use. Aliás... Os quatro.

As meninas sorriram.

Depois que saímos dali, resolvemos olhar os vestidos para as meninas. A Lola sugeriu:

- A gente compra aqueles que a Lee escolheu. Deixa esses em segredo até o último minuto.

Sorrimos, daquele jeito que nos fazia parecer um bando de crianças que estavam prestes a aprontar.

Ajudei as duas a escolherem um vestido para cada uma usar. E elas deram uma mão para escolher a cor e decidimos que o modelo seria de livre escolha, contanto que tivesse a saia curta. (No máximo, dois dedos acima dos joelhos).

Eu estava esperando as duas terminarem de experimentar os vestidos quando a Claire me ligou.

- O que vocês estão fazendo?

- Eu te conto se você jurar que não vai contar nada para ninguém. Só para o Stephen e, mesmo assim, só se ele jurar manter segredo também.

- Wow! O que você está aprontando?

- As meninas estão me ajudando com um segundo casamento. Quer dizer, a gente não gostou muito das escolhas da Lee e estamos fazendo as nossas próprias. E você? O que está fazendo?

- Estou de bobeira. Onde você está? Quero encontrar vocês.

- Perto de casa. Tem uma loja de roupas de festa e estamos olhando alguns vestidos para as madrinhas. E, como você é uma delas...

Avisou que já estava vindo. Nem bem desliguei e me ocorreu uma coisa. Liguei para a Seren e a convenci a vir também. E, menos de vinte minutos depois, as duas estavam ali. De repente, as quatro saíram das cabines, usando o mesmo modelo de vestido, só que em dois tons diferentes; A Lola e a Claire usavam um vestido magenta enquanto a Di e a Seren tinham escolhido, cada uma, um fúcsia. Eu não consegui segurar o riso ao ver a coincidência (já que não tinha visto quando as quatro pegaram os vestidos) e perguntei:

- Seren... Aceita ser minha madrinha?

- Sério? - Ela perguntou.

- Por que o povo nunca me leva a sério em horas como essas?- Resmunguei. - É seríssimo. - E aí? O que me diz?

- Bom, já que vamos fazer os pares de vasos... - A Di comentou. - Se eu fosse você, aceitaria o convite.

- Nesse caso... Por livre e espontânea pressão, eu aceito. - A Seren respondeu rindo.

E assim, passamos o resto daquela semana correndo atrás de praticamente tudo: No dia seguinte, fomos até a floricultura com a Lee e, de novo, acabamos fazendo a encomenda das flores que eu queria, inclusive para o buquê; Tinha escolhido, de propósito, as flores que combinassem com os vestidos das madrinhas.

No sábado, o dia mais aguardado de todos, estávamos todas esperando pelos meninos, que pareciam não chegar nunca. Acabou que a Seren teve que ir resolver um problema então, ficamos só a Claire, Nadine, Nicola, Sophia e eu à espera deles. O primeiro a aparecer foi o Stephen. Eu havia convidado ele para padrinho (Tinha decidido, em consenso com o Alex, que seriam cinco padrinhos e cinco madrinhas para cada um) e, assim que nos viu sentadas e com as maiores caras de tédio, perguntou:

- Nada ainda?

Negamos com as cabeças.

- Finalmente! - A Di falou, do nada. Quando olhamos na mesma direção que ela, vimos os meninos se aproximando e olhei em volta, esperando encontrar a Lola e a Sophia, que tinha ficado impaciente com toda aquela espera.

- A gente teve um contratempo. - O Tom tentou se justificar, mas àquelas alturas, a Di já tinha começado a dar aquele esporro nele.

- E a Lola? - Perguntei e a Nadine respondeu:

- A gente avisa por celular. Vamos entrar finalmente ou tem alguém que precisa fazer mais alguma coisa?

Como a resposta foi negativa, lá fomos nós. O vendedor que se aproximou primeiro tomou um susto daqueles ao ver aquele monte de gente entrando de uma só vez. Enquanto os meninos e o Stephen iam escolher os ternos, a Lola apareceu com a Sophia, que devorava um donut. Perguntei, brincando com a baixinha:

- Vai me dar um pedaço desse donut que tá com uma cara divina?

A Sophia fez cara de quem estava pensando e, depois de um segundo, negou com a cabeça, rindo.

- Ah, não acredito! - Brinquei mais e ela me surpreendeu, logo em seguida, me oferecendo um pedaço. Agradeci e recusei com o máximo de educação. Ela achou que eu estava falando sério e só parou de insistir quando eu finalmente aceitei. Peguei um pedaço pequeno e, logo, ela começou a zanzar pela loja, aproveitando que a Lola estava distraída com a Di e a Claire. A segui por todos os lados e, quando um vendedor conseguiu me distrair, perdi a Sophia de vista. Fui encontra-la na cabine em que o Bill estava. Assim que me viu, através do reflexo do espelho, o observando, perguntou:

- O que você acha?

Um pecado, honestamente. Daqueles que te dá passe-livre para uma excomunhão, para pegar mais leve.

- Eu não gostei da gravata. - Falei. O vendedor, um baixinho careca, de óculos e com um farto bigode preto sob o nariz, parou de arrumar o terno e disse:

- Eu... Se quiser, posso buscar algumas gravatas.

- Por favor. - Pedi, gentil e ele logo nos deixou sozinhos. A Sophia saiu também e a vi andar até a Nicola.

- Realmente não gostou da gravata? - Ouvi o Bill perguntando.

- Não. - Respondi, não conseguindo evitar o sorriso amarelo. Me aproximei dele e comecei a desfazer o nó da gravata. Era realmente feia, fato.

- Dá para perceber. Você está fazendo uma careta daquelas. - Observou e dei um estalo com a língua.

- Você sabe que eu sou mais discreta quando o assunto é roupas.

- E muito me admira.

Olhei rapidamente para ele, finalmente tirando aquele pedaço de tecido horroroso do seu pescoço.

- Senhorita?- O vendedor reapareceu. - trouxe algumas das opções que nós temos...

Ele trazia uma caixa enorme, cheia de gravatas. E todas dos mais variados estilos. Peguei uma, lisa e que era prata, mas puxava um pouco para o azul claro. A segurei perto do colarinho da camisa e perguntei para o vendedor:

- Posso?

Ele assentiu e passei a gravata pelo pescoço do Bill (Que se abaixou o suficiente para que eu conseguisse alcança-lo) e comecei a dar o nó. Me afastei um pouco, dando uma olhada no geral: O terno era preto, de alfaiataria e estava perfeito. A gravata que ficou um pouco... Apagada. Peguei outra, preta, e falei com o vendedor:

- Tem mais quatro dessas? Se tiver, fala com os outros padrinhos que é exigência da noiva. E estou fechada à negociações.

O vendedor, rindo um pouco, saiu, levando as gravatas consigo. Em seguida, o Bill perguntou, me olhando de cima a baixo:

- Agora que eu pude reparar melhor... Que roupa é essa?

- Antes de vir para cá, fui almoçar com a Lee.

- Tá explicado. - Respondeu. - Mas... O lugar era tão chique assim?

Assenti.

- Country club.

Fez um sinal, indicando que tinha entendido.

- Bill... - Chamei, quando ele começou a desabotoar a camisa. Parou para me olhar por um instante. - Eu... Chamei a Seren para ser madrinha.

- Ah... Tudo bem. - Respondeu, indiferente. Aí tinha.

- Está acontecendo alguma coisa?

Imagine a seguinte situação, sim? Estávamos eu e ele, num mesmo provador (Que não era tão estreito quanto os das lojas âncora*) e o sem-vergonha com a camisa aberta.

- Então. Na realidade, está.

- O que?

- Eu decidi dar uma chance para a Seren.

Por fora, eu estava feliz. Por dentro...

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*Lojas tipo Renner, C&A, Riachuelo, Zara...

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