quarta-feira, 4 de maio de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 18º capítulo - Interativa









Are you sure what side of the glass you are on

E se tudo à sua volta
Não for exatamente como parece?
E se todo esse mundo que você acha que conhece
For um sonho elaborado?
E se você olhar pro seu reflexo
Isso é tudo que queria ser?
E se você pudesse ver através das rachaduras
Você iria se encontrar?
Se encontrar com medo de olhar?

(Nine inch nails - Right where it belongs)



A risada da ecoou pela sala, uma reação espontânea à algo que a Nadine dizia. Não tinha me dado conta do quanto eu sentia falta daquilo. Era noite de sexta-feira e tínhamos decidido fazer uma espécie de festival de pizzas lá em casa para comemorar o aniversário do .

Perto das onze da noite, a Nicola foi buscar o bolo e o perguntou para a :

- Foi você quem fez, não é?

A assentiu.

- Ah, mas não é tão difícil assim de adivinhar. - A Nadine falou. - Eu ia fazer aquela bagunça. E a Lola...

- Ainda estou dominando a arte de ferver água como ninguém! - A ruiva falou, fazendo todo mundo rir.

- É justamente por isso que vamos fazer um curso intensivo de culinária, ok? - A falou, batendo de leve no ombro da Nicola, que concordou.

- Eu tenho uma sugestão para a próxima aula. - A Nadine falou. - “Como fritar perfeitamente um ovo.”.

- É, mas até nisso a erra vez ou outra. - A Lola rebateu. A fez língua para ela e me pediu:

- Tá com o isqueiro aí?

Entreguei para ela, que acendeu cada uma das velas e, logo, se juntou ao coro de “para-béns”.

Algum tempo depois, consegui convencê-la a dormir ali comigo. Uma vez que todo mundo tinha ido embora, se sentou no chão, encostada no sofá enquanto eu pegava uma garrafa de vinho. Assim que entreguei uma das taças para ela, a tomou o primeiro gole. A observei e, logo que terminou de engolir, se virou para mim e perguntou:

- O que foi?

- Estava lembrando de uma coisa aqui...

- Tem a ver comigo?

- Claro.

- Não vai me contar o que é, não é?

- Óbvio. - A provoquei.

- Muito bem. - Falou, colocando a taça sobre a mesa. - Quero deixar claro que não estou no meu juízo perfeito já que alguém - Me olhou. - fez o favor de me embebedar mais cedo.

O que ela queria dizer com aquilo?

Passou uma das pernas por cima do meu corpo e ficou sentada no meu colo, de frente para mim. Ok. Isso não ia ser nem um pouco bom. Se inclinou mais na minha direção e simplesmente deixou a sua respiração, ofegando de propósito, bater num ponto bem específico do meu pescoço.

- ... - Falei, quase gemendo. Sério, não façam isso. Tipo, nunca.

- Ainda não vai me contar o que estava pensando? Olha que eu posso ser mais... Má.

Puta merda...

- Se você continuar, vai ser pior. Vai fazer alguma coisa que amanhã vai te dar um arrependimento daqueles.

- Tá. E...? - Perguntou, trocando a respiração quase ofegante por beijos.

- Eu não quero que você acabe fazendo uma besteira porque está um pouco alta. - Falei, tentando parecer firme. Só que o, que eu não contava, era que ela fosse subir a trilha de beijos até a minha orelha, morder o lóbulo e falar:

- Eu não vou fazer nenhuma besteira porque estou um pouco alta. Eu vou fazer porque quero e não vai ser besteira.

Respirei fundo, tentando manter o controle e reunindo forças sei lá de onde para não tocá-la; No instante em que eu sentisse sua pele sob meus dedos, sabia que não ia resistir. O pior disso tudo é que ela estava conseguindo me excitar de uma maneira...

- ... - Avisei. - Pensa no que você está fazendo.

Ouvi sua risada baixa e ela passou a trilhar um caminho de beijos pela minha bochecha. Conseguiu beijar o canto da minha boca e, quando percebi, foi quase como se uma luzinha de alerta se acendesse. A segurei pelos ombros e consegui afastá-la. Caí na besteira de olhar para ela, que estava ainda mais encantadora e irresistível que nunca: Por causa do vinho, sua boca estava ainda mais vermelha e um dos cantos se curvava para cima. As bochechas estavam cor-de-rosa pálido e o olhar estava brilhante. E, surpreendentemente, firme.

- Eu estou. - Respondeu, começando a puxar a minha camiseta para cima. Não demorou muito a arranhar a minha barriga. Ela com certeza sentiu os meus músculos se contraindo. Sorriu torto e falou, rindo fraco: - Você sabe que não vai conseguir resistir...

Respirei fundo e consegui segurar seus pulsos. Só que ela deu um jeito de se soltar e, segurando meu braço, o guiou até sua coxa. Se inclinou na minha direção e, aproximando a boca da minha orelha de novo, falou:

- Eu decidi seguir o conselho das meninas e fui às compras.

Ainda segurando firme a minha mão, fez com que eu levantasse um pouco a barra do seu vestido até conseguir alcançar uma coisa bem... Específica: Uma cinta-liga. O que quase me fez desistir de tudo foi, não só isso, mas, o fato de que, assim que encontrei a cinta-liga, ela me olhava e mordia o lábio inferior.

- Você está querendo dar o troco no , não é? - Perguntei, percebendo tudo. Ela ficou séria e insisti: - É por isso que você está me provocando desse jeito, não é?

Respirou fundo e se levantou.

- Se você não está me respondendo, é porque eu estou certo.

- Quer mesmo saber? É, eu briguei com ele sim. - Respondeu, irritada. - Mas não é só por isso que eu quero ir para a cama com você. - Apesar de tudo, só conseguia encará-la com surpresa.

- E por que mais?

Riu com uma boa dose de sarcasmo e respondeu:

- Não está óbvio? Se eu quero transar com você é porque eu quero. Não é só por desforra.

- Você até ia conseguir. - Respondi, me concentrando em manter meu foco no plano. - Se não estivesse mais com o . Mas eu sei que você ainda está noiva...

- Quem disse?

- Ele não ia abrir mão de você tão facilmente. Se não conseguiu durante todo esse tempo... Por que ia abrir agora?

Travou o maxilar e falei:

- Você vai se casar com ele. Não posso fazer com que você desista de tudo. E não vem falar que não tenho culpa, porque eu vou ter. Se não resistir, vai acabar sendo minha culpa também e você vai se arrepender. Não importa o que você diga.

Ela respirou fundo e percebeu o que estava prestes a fazer.

Não muito tempo depois, ela dormiu e eu fiquei velando seu sono. Agradeci mentalmente por ter conseguido manter o autocontrole quando a me provocou tanto.

Na manhã seguinte, durante o café, eu consegui convencê-la a se acertar com o . Sabia que era um risco que ameaçava o plano, mas tinha que fazer aquilo. A Nadine apareceu logo depois que a foi embora e, claro que quis saber tudo o que tinha acontecido. Quando terminei de contar, ela estava estarrecida.

- Está pensando mal da , não é? - Perguntei e ela negou com a cabeça.

- Claro que não! Eu ia pensar mal se ela não fizesse nada. Quer dizer, só quem é cego que não consegue ver o quanto ela gosta de você. E não estou falando que é só como amigo.

- Já que é assim, por que ela vai se casar com ele?

Deu de ombros.

- É praticamente impossível entender a . Mas a gente sabe como vai acabar, não é?

Concordei.

- Ela estava de cinta-liga. - Comentei e ela arregalou os olhos.

- Bandida! - Ela falou, me fazendo rir. - Mas eu estou impressionada é com o seu autocontrole. Parabéns. Foi admirável mesmo.

Ri de novo e ela me acompanhou, mais timidamente.

Durante o dia, fiquei longe de casa. Aproveitei para passar no supermercado e, depois de guardar as coisas, saí de novo e fui até uma rua que era lotada de lojas de marca. Fui andando e observando tudo. Em uma, enquanto esperava a vendedora trazer uma camisa que eu havia pedido, encontrei uma corrente comprida e fina de prata com um pingente em formato de rosa. Assim que a vendedora voltou, pedi:

- Separa uma dessas aqui, por favor, que eu vou levar.

Ela sorriu, concordando e já providenciando a corrente.

Mais à noite, quando finalmente cheguei em casa, decidi olhar o celular, que estava carre-gando, e vi que tinham quase vinte ligações de três números diferentes. Todos, de garotas que eu conheci no bar. Já prevendo como seriam... Não retornei de imediato; Ao invés disso, fui até o banheiro e abri o chuveiro, depois de tirar a roupa. Tinha acabado de começar a tomar banho quando lembrei de um dia, lá em Los Angeles.

[Flashback]

Era uma noite de sábado e, enquanto eu estava no meu quarto, a decidiu usar a banheira. Comecei a ouvir seu celular tocando e, quando vi que ela não atendia, fui até o seu quarto, peguei o aparelho e, assim que a chamei, respondeu:

- Estou no banho!

Imediatamente, aquilo causou uma reação... Em mim, se é que me entende. Parei à porta do banheiro e a observei, exatamente como no dia em que nos conhecemos.

- O que foi? - Ela perguntou. Estava exatamente na mesma posição, apoiando os braços sobre a beirada da banheira, com os pés para fora da água, e o queixo sobre as mãos. Não dava para ver mais nenhuma parte do seu corpo e a única diferença para o dia em que nos conhecemos era a de que, agora, ela havia prendido os cabelos num coque.

- Vai ficar só me olhando? - Quis saber, com um sorriso torto. Desliguei o seu celular, o colocando sobre a pia e, mais que rapidamente, tirei toda a minha roupa e me juntei à ela.

[/Flashback]

Notando que aquilo só aumentava mais e mais a minha excitação, mudei a temperatura da água para fria e a poiei a mão na parede e baixei a cabeça, tentando respirar fundo e ignorar o que estava começando a sentir. Mas tudo o que me vinha à mente era a pele macia da . Inevitavelmente, me lembrei de cada uma das vezes em que transamos. Continuei tentando ignorar e resistir à tentação, mas era impossível. Eu tentava pensar em qualquer coisa menos nela. Pensei no Steven Tyler, para ver se me ajudava. Afinal de contas... Bonito ele não era. Talvez adiantasse alguma coisa.

Foi em vão. Ainda mais que eu tive que lembrar de um comentário que a tinha feito sobre uma música do Aerosmith... Uma coisa levou à outra e, quando vi, estava lembrando do strip-tease que ela havia feito no meu aniversário. Lembrei de tudo: Desde a hora em que tirou a venda que pôs em mim, para fazer a surpresa, até quando me deu uma bronca, por estar tímida. Me lembrei de como ela andava lentamente, fazendo charme e mexendo, também sem pressa, nos cabelos. Lembrei do movimento leve dos seus quadris enquanto andava pelo balcão. Também, de quando segurou a barra de pole dance, se abaixando e empi-nando a bunda ao levantar.

Fiquei ainda mais excitado ao lembrar dela engatinhando pelo tampo, se aproximando cada vez mais de mim. E quando, depois de se afastar, tirou o sutiã e o jogou para mim. Claro que, depois, fomos para o quarto.

Lembrei do seu toque no meu rosto, ao mesmo tempo em que deixava os seus dedos passearem livremente pela minha barriga. Reagi à altura, indo diretamente ao ponto sensível perto do seu pescoço e a orelha. Só de me lembrar dos efeitos que causava nela e suas reações à tudo que eu fazia foi o suficiente para perder o controle. Me encostei na parede ao lado, tombando a cabeça um pouco para trás e deixei minha mão deslizar um pouco sem rumo pela minha barriga. Aos poucos, fui indo cada vez mais para baixo e tentei imaginar que era a mão dela ali, apesar de ser menor que a minha. Quando finalmente cheguei onde queria, fechei os dedos em torno da sua extensão e, lentamente, comecei a movê-lo para a frente e para trás. Conforme ia me lembrando das coisas, fossem apenas lapsos ou até mesmo memórias mais... Completas, ia me masturbando mais rapidamente, sempre pensando no corpo dela até quando não consegui mais aguentar. Depois que atingi meu limite, mantive os olhos abertos e ainda respirava forte e rápido. Logo em seguida, pensei em coisas que não queria e nem deveria. Sabia que ela obviamente dormia com o e por isso, tive raiva. Dele, por ser um completo cretino. Dela, por teimar em se casar com ele. E de mim, por tê-la deixado escapar. Decidindo que o melhor a ser feito era continuar com a farsa de que estaria tudo bem, finalmente tomei banho.

Peguei a primeira roupa que encontrei no armário e saí. Andei um pouco sem rumo até entrar numa boate qualquer. Estava lotada, mas eu consegui ir até a área VIP. De início, fiquei quieto num canto, só observando tudo e todos e meu olhar se fixou numa garota de cabelos vermelhos, que se divertia com as amigas. Não era ruiva natural como a Nicola, mas ainda sim, era linda. O vestido preto era justo e curto e ressaltava toda e qualquer curva do seu corpo. Assim que notou que eu estava a observando, sorriu e começou a dançar, mantendo o olhar fixo em mim.

Não demorou muito mais tempo até que ela viesse falar comigo. Ao contrário do que eu imaginava, não era tão fútil quanto parecia. Na realidade, ela era muito inteligente. Tanto que estava fazendo doutorado em astrofísica.

E mais rápido do que ela chegou em mim, foi o beijo que roubei. E, quando me assus-tei... Estávamos indo para a casa dela. Como sempre, havia uma trilha de roupas por todo o caminho da porta de entrada até o seu quarto e, quando não tinha mais nenhuma peça nos atrapalhando, me surpreendeu, querendo começar com as preliminares. E para aumentar ainda mais a surpresa, ela era boa. Muito boa mesmo no que fazia. Por isso, quando fui retribuir o favor, fiz questão de caprichar.

Quando chegou naquele momento que não dá mais para controlar, fui atrás da minha carteira e, no instante em que percebeu o que eu estava fazendo, perguntou:

- Acabaram as camisinhas?

Concordei, sem graça.

Ela se sentou na beirada da cama, abriu a gaveta do criado-mudo e tirou um pacote dali de dentro. Não segurei o sorriso e, quando ia pegar a embalagem das suas mãos, a tirou do meu alcance e perguntou:

- Posso?

Deixei que colocasse a camisinha em mim e, logo em seguida, fiquei por cima dela.

Depois do segundo round, quando ela pôs a cabeça sobre o meu peito, começou a traçar, com a ponta do dedo, as linhas de uma das minhas tatuagens. Perguntou:

- Você ainda gosta dela, não é?

Franzi as sobrancelhas, olhando para ela, que deu um meio sorriso.

- Você gemeu o nome dela. .

Suspirei, morrendo de vergonha por ter feito aquilo e pedi desculpas.

- Normalmente, eu ia querer matar o cara que fizesse isso, mas... Dá para ver que você ainda gosta dela e muito.

- É... Uma história complicada.

- Ela te traiu?

- Não. Mas vai se casar com outro.

- Ah... - Respondeu. - É, eu estou numa situação parecida. O meu ex também vai se casar. E com minha ex-melhor amiga.

- Nossa... - Suspirei e ela riu sem humor. Ficamos conversando até que pegar no sono. Na manhã seguinte, quando acordei, já tinha feito um café da manhã daqueles e acabei comendo tudo em silêncio. Mais porque estava muito gostoso mesmo do que por constrangimento por ter a chamado de . Acho que foi mais porque ela fez uma coisa que a fazia durante o oral, mas enfim...

Antes de eu sair, no entanto, me chamou e disse:

- A minha avó sempre falou que até o casamento, muita coisa pode acontecer. Então, não desiste.

Sorri e ela retribuiu. Falei:

- Tomara que você encontre alguém que goste muito de você e te mereça.

Ela retribuiu o sorriso, mais timidamente.

Quando eu estava chegando à estação, indo para a casa, ouvi o meu celular tocando e, depois de pescar o celular no fundo do bolso da minha jaqueta, vi uma mensagem da no celular:

Onde tá tu?

Sorri e respondi:

Indo para a casa, numa estação de metrô. Por quê?

Curiosidade. Eu estava tentando falar com as meninas e a Nadine simplesmente sumiu. Às vezes você podia saber onde e o que seu melhor amigo fez com ela.

Franzi as sobrancelhas e respondi:

Não é tão difícil de imaginar o que o faz com ela...

Conseguia ver a careta que ela com certeza faria ao ler a minha resposta.

Vou ignorar esse seu comentário. Bom, se você conseguir falar com ela, por favor, avisa que eu e a Lola estamos loucas atrás dela.

Ok. Eu estava ficando curioso e não era pouco.

O que vocês estão aprontando?

A resposta dela, desta vez, demorou mais para vir:

Estamos na Agent Provocateur da Grosvenor st.

... E por coincidência, eu estava numa linha que passava por lá...

Pode deixar que eu aviso à Nadine, caso consiga falar com ela.

Em menos de quinze minutos, eu cheguei à loja. Consegui encontrar as duas e fiquei observando tudo de longe. A Nicola encontrou um sutiã transparente e a fez uma careta e ri. Logo, elas se separaram, cada uma indo para um canto da loja e a Nicola finalmente me encontrou. Fingindo estar distraída com os biquínis expostos perto de onde eu estava, perguntou:

- E aí? Já teve alguma ideia para a gente começar a agir?

- Já. - Respondi. - A gente pode começar com coisas mais... Pequenas, tipo ligar no bufê e trocar os pedidos.

- Sério? - Perguntou, impaciente. - Isso não vai ser o suficiente para separar a do .

- Será mesmo? A gente pode sabotar tudo, começando pelas coisas pequenas. Vai ser tipo um efeito bola de neve.

Ela entendeu e um sorriso malicioso brotou nos seus lábios.

- E no final...

- Tem que ser alguma coisa que seja definitiva. - Comentei.

- É, mas o quê?

- A gente discute isso mais perto.

Concordou.

- Lola, eu te... - Ouvimos a atrás de nós. Claro que ela parou porque me viu ali. - Por que eu não estou surpresa de te encontrar aqui, hein?

Ri e respondi, descontraído:

- Porque você atiçou a minha curiosidade. E eu não resisti.

Estreitou os olhos e, daquela vez, era ameaçadora.

- Você dizia? - A ruiva interveio. A simples-mente mostrou um sutiã que tinha só aquela parte da estrutura; Não tinha o tecido que cobria o seio.

- Ué... Não é você que fala que, se é para seduzir, que seja feito como se deve? - A Nicola perguntou. - E se você não quer... Passa para cá que eu quero.

- Ai meu Deus. - A resmungou e ri.

- Aliás... Lembrei agora que a gente tem que olhar os chicotes. - A Lola falou e eu vi a ruborizar.

- Vai lá olhar, vai... Daqui a pouco eu vou. - A falou e a Nicola praticamente correu até a vendedora. Quando ficamos sozinhos, ela me ameaçou: - E você fica quieto senão vai sobrar para você.

- Eu estou quieto. - Avisei, levantando as mãos em sinal de rendição.

- É justamente por estar quieto que estou preocupada. - A retrucou.

- Não precisa. - Falei e ela me olhou. - E então... Já se decidiu?

- Já. E já pedi para a vendedora separar.

- E até estou imaginando como é o estilo de cada peça. - A provoquei. Se virou de frente para mim, cruzando os braços na altura do estômago. - Ele tem cara de quem gosta daquelas calçolas de avó.

Ela gargalhou.

- Bege. E totalmente broxantes.

Ela continuou rindo.

- Ele até gosta. Mas quando elas estão no chão e eu não estou usando mais nada. - Devolveu a provocação; Era óbvio que falou sem pensar, já que logo em seguida, fez uma cara de quem se arrependeu amargamente de ter dito aquilo.

- Bom, eu sou obrigado a concordar com ele nesse ponto. Mas, pessoalmente...

Manteve os braços cruzados.

- Eu gostava mais da combinação de espartilho e cinta-liga. - Continuei, vendo que ela tinha prendido a respiração. - E pretas.

Uma das vendedoras se aproximou, quebrando a “bolha” em que a e eu estávamos envoltos.

- Hã... Desculpa, mas só temos preto mesmo.

A menina mostrava um espartilho, bem do jeito que eu gostava. Era de cetim, todo preto e eu conseguia facilmente imaginar a usando aquilo.

- Pode... Pode colocar junto das outras coisas, por favor? - Ela perguntou à vendedora. Assim que a menina se afastou, a me olhou e disse, assim que notou que eu ia falar alguma coisa: - Quieto.

- Eu só ia dizer que agora sim estou com inveja do .

Ela respirou fundo e continuei a provoca-la:

- Sim, porque se eu bem me lembro... Você nunca usou um espartilho enquanto a gente era casado.

- E...?

Dei um sorriso enigmático e, na mesma hora, ela entendeu a mensagem.

- E qual era a vantagem de perder um bom tempo desfazendo todas as amarrações?- Perguntou, tentando se fazer de inocente.

- A vantagem eram os ganchos na frente.

Respirou fundo e, como eu estava me divertindo...

- E a propósito... Quem ia apanhar com o chicote seria você.

- Vai! - Disse, me empurrando e ri.

Depois que saímos de lá, eu estava quieto, só ouvindo as duas conversarem:

- Mas os vestidos das damas podiam ser azuis. - A Nicola sugeriu quando elas esta-vam discutindo sobre as tradições.

- Não... Prefiro que o meu sapato seja azul. Talvez, uma sandália não muito alta.

- Bom, a coisa emprestada você já tem, que é a minha liga. A coisa nova... A Di vai te dar. E a coisa velha é o noivo.

Elas riram e a observou:

- Então... Eu acho que posso encontrar alguma coisa velha. Tipo uma joia que eu tenha ou algo parecido... Já sei! - Falou, de pronto. - Meu pai tinha comprado uma corrente para mim quando eu nasci. Posso pedir para minha mãe trazer e eu uso.

Meu olhar encontrou o seu e eu pensei numa coisa. E a Nicola também, já que abraçou a amiga pela cintura.

- Sabia que essa é uma das coisas que eu mais odeio? - A ruiva perguntou. - Não é justo você ter de entrar sozinha na igreja.

- Vai ser na igreja mesmo? - Perguntei e a negou.

- A gente vai chamar um juiz de paz. - Respondeu. - Se eu puser o pé no chão de uma igreja, é capaz de derreter que nem uma vampira.

- Nossa... Sem comentários. - A Lola resmungou e rimos. - Mas então... Já pensou na cor dos vestidos das madrinhas?

- Já. Posso fazer um degradê, já que em você pode ficar incrível e na Di, totalmente apagado. - A respondeu.

- Que cor? - Perguntei.

- Rosa, claro. - Ela respondeu, sorrindo. - Aliás... A gente tem que mandar fazer o vestido da Sophia. Vai deixar ela ser minha daminha, não é?

A Nicola concordou. Quando entramos numa loja e a se distraiu, a ruiva falou comigo:

- Eu deixo a Sophia ser dama de honra... Mas não do casamento da com o .

- E como vai fazer?

- Aguarde e confie... - Falou, tentando parecer misteriosa.


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