quarta-feira, 16 de março de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 11º capítulo - Interativa







11. There's no one quite like you, you push all my buttons down

Ao mesmo tempo, quero abraçá-lo
Quero colocar as minhas mãos em volta do seu pescoço
Você é um babaca, mas eu amo você
E você me deixa tão louca que fico me perguntando
Por que ainda estou aqui, ou aonde eu poderia ir?

(Pink & Lily Allen - True Love)



Ok. Respire. E tente não tremer feito uma vara verde. Senão vai ser aquela tragédia e as meninas vão te azucrinar pelo resto da vida. Mesmo assim, consegui me desligar totalmente de quem estava me observando e dancei. Tínhamos decidido cantar umas cinco músicas usando e abusando da temática de Cabaré, então estávamos vestidas à caráter. Eu sabia que ia me arrepender. Só que, antes de subir ao palco, estava tão nervosa que tive que tomar alguma coisa para me ajudar a desinibir um pouco.

Tínhamos caprichado tanto na produção daquela noite que até conseguimos encontrar os postes de pole dance que iam nos ajudar. Na terceira música, o nervosismo voltou e bastou meu olhar cruzar com o do que me lembrei do que aconteceu no escritório do Stephen e, justamente na hora que nossos olhares se cruzaram, uma cliente chamou a sua atenção e ele começou a jogar charme para ela. Dei um meio sorriso bem na hora em que começava a música. As meninas e eu fomos andando de um jeito provocante, rebolando mesmo, mais para a beirada do palco e, antes de irmos cada uma para seu poste, demos tipo uma “quebrada” com o quadril. Continuamos a dançar de um jeito que estava longe de ser como de costume e até mesmo inocente, com direito à nos arriscarmos um pouco mais. A Nicola até ficou dependurada e, pelo jeito que a Nadine estava dançando... Eu até imaginava como o estava. Realmente era uma das apresentações mais sexies que já havíamos feito em todos esses anos. E obviamente, isso atiçou e muito os caras que estavam ali. Num dado momento, ficamos de costas para o poste, ainda que o segurássemos e inclinamos o corpo para frente. Assim que olhei por cima do ombro, vi que a cliente que ganhou a atenção do por alguns instantes tinha sido deixada de lado e a cara que ele estava fazendo... Teria me dado pena se ele não tivesse quase me beijado (E ainda me provocado daquele jeito) mais cedo.

Conforme o previsto, o sol nasceu e ainda estávamos no bar. Quando o céu começou a clarear, o pessoal começou a ir embora e, até as sete da manhã, o bar estava vazio e finalmente pudemos ir para a casa. Eu mal me aguentava de pé de tanto cansaço e até mesmo sono (Apesar das latas de energético que havia tomado), e não via a hora de finalmente me deitar na cama. Talvez por isso, a Claire e a Lola fizeram a contagem do arrecadamento daquela noite e eu me sentei nos sofás da área VIP por um instante. Estava quase pegando no sono quando notei um movimento ao meu lado e nem precisei abrir os olhos para saber quem era. Comentei:

- Achei que à essa hora, você estaria na cama de alguma cliente...

- O que mais tive foram propostas. - Falou.

- E por que não aceitou? - Perguntei.

- Porque eu sabia que ia demorar para sair daqui e estaria cansado. - Respondeu. Abri os olhos por um instante e me deitei no seu colo. Perguntou:

- Ainda não gosta que mexam no seu cabelo?

Assenti.

- Me acorda quando o Stephen liberar a gente, por favor? - Perguntei e ele concordou. Claro que não resisti e acabei dormindo no seu colo.

Quando acordei, notei que estava num quarto. Que não era o meu. Olhei para o relógio digital na cabeceira do criado-mudo ao meu lado e vi que eram quatro da tarde. Me espreguicei como deu e notei que também não estava mais com o meu vestido; Reconheci a blusa xadrez vermelha e preta na mesma hora e não contive um sorriso. Olhei para o lado e o estava dormindo, virado de frente para mim. Resisti à tentação de tocá-lo, mas fiquei o observando por um bom tempo.

Depois de algum tempo, quando eu tinha acabado de sair do seu banheiro (É... Tomar aquele bando de Red Bull deu naquilo...), vi que ele estava acordado. Perguntei:

- Por que eu estou aqui?

- Porque foi mais fácil do que caçar as suas chaves dentro da bolsa. Ia ter de te soltar, você ia acordar e provavelmente ia brigar comigo. E só para eu saber... Está brava por isso?

- Não. E não estou brava.

- Jura?

- Juro. Mas vou ficar brava se você não levantar daí e a gente for comer alguma coisa.

Rindo, ele se pôs de pé e, logo, fui para a cozinha. Não resistindo, aproveitei que ele ainda não tinha dado as caras e liguei o seu aparelho de som e, justo naquela hora, estavam anunciando uma música que eu adorava. E justamente a minha versão preferida. Me esquecendo totalmente que eu não estava sozinha ali, acabei dançando enquanto preparava tudo. E o pior foi que, por causa do ritmo da música, não consegui me segurar e acabei rebolando um pouco. Quando me virei para pegar uma coisa na geladeira, notei um movimento pela visão periférica e vi que era o , sentado à bancada e me observava, com um sorrisinho sacana nos lábios.

- Se divertindo?

- Principalmente na hora em que você virou e a camisa mexeu um pouco... Deu para ver quase tudo. Eu gostei, apesar de ser grande.

- Você sabe muito bem que eu não sou fã de desconforto.

- Pensando bem... É até melhor. Já está bem difícil de me segurar e não te comer em cima da bancada... - Falou com aquele tom de voz de quem comenta sobre o tempo. Mas a sua expressão... Além de ser a mais pura lascívia, ele ainda dava um meio sorriso e seu olhar parecia me queimar de tão intenso que era.

- Ok... - Respondi, me virando de costas para ele, aproveitando que as torradas tinham acabado de ficar prontas.

- Sabe uma coisa que eu estou pensando? - Perguntou enquanto eu terminava de colocar as benditas fatias de pão no prato. Ainda estava um pouco em choque e, por isso, acabei esquecendo de uma coisa óbvia: As torradas estavam quentes. Pelando mesmo. Acabei queimando o dedo e, por instinto, pus na boca. Me virei, sem pensar, e, assim que notei o seu olhar na minha direção, automaticamente, parei de ficar chupando o dedo e pus a mão para trás. Respirando fundo e agindo como se não tivesse acontecido nada, perguntei, tendo a certeza de que ia me arrepender:

- No que você estava pensando?

Piscou algumas vezes, como se estivesse com o pensamento longe, e disse:

- Me esqueci. Deixa para lá.

Sabia que era mentira, mas não insisti. Assim que me servi um pouco de leite numa caneca, me encostei na beirada da pia, virada de frente para ele, que só me observava enquanto comia. Vez ou outra, seu olhar se demorava ao subir pelas minhas pernas. E, quando ele finalmente chegava ao rosto, eu virava minha atenção para outra coisa. Assim que terminou, teve que se levantar e fez questão de manter o prato e a caneca longe do meu alcance. Me encurralou entre seu corpo e a pia e, se inclinando na minha direção, disse:

- Eu estava pensando que o deve deixar muito a desejar... Não acho que ele olhe para você e te deixe de pernas bambas.

- Quem te garante?

- Eu. Num dia que ele foi ao bar, ele não te olhou com desejo enquanto você dançava. Te olhava como se você fosse só mais uma Coyote. Não a mulher com quem ele transa e supostamente deveria desejar.

Sem que eu percebesse, comecei a controlar a respiração e ele estava cada vez mais perto.

- Tem um cara com quem eu conversei, que frequenta o bar desde que você começou a trabalhar lá. Ele, que você nem conhece, te olha mais como mulher que seu próprio namorado.

Decidi reagir, mesmo sabendo que, com certeza, aquilo teria consequências;

- Por mais que você fique falando do , pelo menos ele nunca me olhou com raiva... Diferente de você, que me fuzila toda santa vez que subo naquele palco.

- A única vez que eu te fuzilei com o olhar foi no dia do leilão. E você fica tão atenta ao assédio de quem está mais perto que nem olha direito para mim.

- Ah não? - Devolvi. - Toda vez que eu olho, tem ao menos seis garotas dando mole para você.

Seu sorriso se transformou em um convencido e me apressei a dizer:

- Você tem todo o direito de levar quem quiser para a sua cama. Fora do horário de trabalho. Não se esqueça que ainda é meu subordinado.

Levantou a mão e me preparei para reagir ao primeiro sinal. Afastou uma mecha dos meus cabelos, a colocando atrás da minha orelha e disse:

- Às vezes você é tão mandona que me dá vontade de te pegar de jeito e te botar no seu lugar.

- Experimenta. Quero ver se você tem coragem. - O desafiei. Claro que meu cérebro não estava mais funcionando direito àquelas alturas.

- Olha que eu posso aceitar o desafio... - Disse, se aproximando cada vez mais de mim. Mantive meu olhar fixo no seu e até empinei o nariz um pouco.

- Eu estou começando a achar que você está mais falando do que é capaz de fazer. - Falei, sem que pudesse me controlar. Deu um meio sorriso e, de repente, me ergueu do chão e me pôs sentada sobre o tampo da bancada. Começou a se inclinar na minha direção e só então percebi que tinha feito besteira.

Com a maior delicadeza do mundo, afastou os meus cabelos e eu sentia a sua respiração forte se chocando contra a minha pele e me arrepiei. Logo, deixou a barba arranhar aquele ponto crítico perto da minha orelha e, quando menos esperei, mordeu o lóbulo e disse, com aquela voz rouca e sexy que me deixava louca:

- Eu te avisei, ...

De repente, meu coração acelerou e pressenti que dali em diante, ia ser um caminho sem volta.

Sem qualquer aviso prévio, me puxou para mais perto (Se é que aquilo era fisicamente possível) e me beijou daquele jeito mais... Logo de cara, foi muito mais do que no Natal: Muito mais intenso, sensual, apaixonado, cheio de desejo... Era uma miríade de sensações e sentimentos que me quase fizeram perder o juízo naquele mesmo instante. Não acho que nem o , no... Auge da sua excitação, conseguia me causar tudo aquilo que eu sentia. Naquele momento, eu percebia as diferenças mais gritantes entre eles: O , apesar de conseguir fazer com que ficasse de pernas bambas e conseguisse me levar ao clímax facilmente, ainda sim, com o era diferente. Era tudo muito mais intenso. E deliciosamente viciante.

Logo, suas mãos foram para os meus cabelos, seus dedos se entrelaçando nos fios e os puxando com a força o suficiente para não me machucar e aprofundava o beijo. Sem que eu me desse conta, enrosquei as pernas em torno da sua cintura, ansiosa por um contato maior, e me sentei quase na beirada da bancada. Logo que parou de beijar a minha boca, começou a descer com a trilha de beijos, ainda me segurando com firmeza, e fazendo com que eu tombasse a cabeça para trás, conseguindo livre acesso ao meu pescoço enquanto sua outra mão ia direto para minha coxa e eu não conseguia simplesmente parar de tocá-lo. Ao mesmo tempo em que quase enlouquecia só de sentir seus dedos acariciando minha pele, que só esquentava cada vez mais, queria cau-sar nele tudo aquilo que me fazia sentir. Eu quase havia me esquecido do quanto era bom.

Não consegui me controlar e acabei arranhando as suas costas. Assim que alcancei a sua bunda, a tentação era irresistível demais e acabei a apertando com vontade e puxando o seu quadril mais na direção do meu. Ouvi um gemido rouco ao mesmo tempo em que ele beijava cada mínimo pedaço do meu pescoço. Chegando perto da minha orelha esquerda, conseguiu me dar uma mordida leve. Arquejei, sentindo mais uma onda de arrepio misturada ao calor, e até resmunguei, mas ele só riu. Aproveitou a primeira brecha que teve para começar a abrir a camisa que eu usava e voltou a beijar a minha boca. Uma vez que o último botão tinha sido aberto, o mordeu o meu lábio inferior com vontade. E, de quebra, não satisfeito com a mordida, ainda o sugou. Foi só então que tive noção do quanto o queria. Eu tinha uma necessidade dele; De sentir a sua boca me cobrindo de beijos, seus lábios mornos se deliciando com a minha pele e seu corpo unido ao meu.

Sem um pingo de vergonha, começou a deixar uma das mãos deslizar livremente, a partir da minha cintura e, ao chegar na minha bunda, a apertou com vontade. Em seguida, senti que estava se aproximando cada vez mais do fecho do meu sutiã e ameaçou abri-lo quando consegui interromper o beijo e segurei seu pulso, conseguindo falar só uma coisa:

- Quarto.

Entendeu na mesma hora e, dando um sorriso daqueles mais maliciosos possíveis, me segurou firme e recomeçou com o beijo tão quanto antes enquanto voltávamos até o quarto. Uma vez ali, tirei a sua camisa e, assim que encontrou a cama, ele ficou deitado por cima de mim. Parou por um instante e me fixou; E eu não consegui evitar de olhá-lo também. E nem resisti à tentação de tocá-lo em algumas das minhas partes preferidas dele. Comecei acariciando seu rosto, sentindo que ele segurava minha mão e beijou a palma. Quando me soltou, passei o polegar de leve pelo seu lábio inferior; Sempre fui apaixonada pelo desenho dos seus lábios. Em seguida, deixei meus dedos passearem pelo seu peito e barriga, sentindo os “gominhos” formados pelos músculos e só parei quando cheguei ao elástico da sua boxer. Àquelas alturas, ele começou a traçar um caminho de beijos, começando pela minha bochecha. Subiu até os olhos, beijando cada pálpebra com delicadeza, foi até a ponta do meu nariz e finalmente chegou à boca. Começou com calma, mas aos poucos, foi ficando cada vez menos inocente.

Pouco tempo depois, recomeçou a beijar o meu pescoço, passando pelo colo e a parte descoberta do meu busto. Ao mesmo tempo em que beijava o seio esquerdo, mesmo sobre o sutiã, apertava o direito. Estava tão perdida em tudo o que eu sentia naquele momento que mal notei quando ele deslizou as mãos por baixo do meu corpo e, desta vez, conseguiu tirar o sutiã, o jogando num canto qualquer. Não segurei um gemido assim que o senti abocanhando o meu seio. Sua língua brincava com o bico, que enrijecia cada vez mais e, ao mesmo tempo, seus dedos faziam o mesmo com o outro. Uma das minhas mãos bagunçava seus cabelos enquanto eu me agarrava aos lençóis com a outra. Arqueei as costas quando comecei a sentir meu autocontrole se acabando rapidamente e o começou a apalpar o seio esquerdo enquanto cobria o direito com a boca, me torturando cada vez mais.

Quando começou a beijar minha barriga, me atrevi a olhá-lo por um instante e me arrependi na mesma hora, já que seu olhar era intenso ao ponto de fazer com que eu sentisse cada pedaço do meu corpo queimando. Quando chegou onde queria, enganchou os dedos nas laterais da minha calcinha e começou a puxá-la para baixo. Assim que terminou de passa-la pelas minhas pernas, ficou me observando por um instante e senti meu rosto esquentar conforme seu olhar passeava pelo meu corpo. Mas não tentei me cobrir; Nunca tive vergonha dele e não seria agora que ia começar com timidez. Começou a brincar, desenhando círculos com as unhas sobre a minha coxa. Aos poucos, ia se aproximando cada vez mais da parte interna e da minha virilha e não demorei a sentir um dos seus dedos dentro de mim e começou a movê-lo rapidamente. Depois de algum tempo, começou a usar o polegar para tocar o clitóris e, vez ou outra, intercalava com a ponta da língua. Claro que, passados alguns minutos, eu me aproximava cada vez mais do meu limite e tentei avisá-lo, mas não conseguia; Estava mais concentrado em me torturar do que prestar atenção a qualquer outra coisa que estivesse acontecendo ao nosso redor. Foi quando a sensação de prazer começou a aumentar rapidamente até que não consegui mais me segurar e acabei atingindo o clímax.

Quando eu ainda me recuperava, fechei os olhos por um instante e foi aí que ele se aproveitou e veio na minha direção. Só fui me dar conta disso quando senti a sua boca na minha. Me beijou tão sensual e intensamente quanto antes e, por um reflexo, enrosquei a perna em torno do seu quadril. Por isso, consegui sentir o quanto estava excitado. Mordi seu lábio enquanto arranhava sua nuca e ele começou a me provocar. Mesmo com a boca unida à sua, gemi e não muito tempo depois, interrompi o beijo e notou que hesitei por um instante. Se apoiou nos cotovelos e tombando a cabeça um pouco para o lado e fazendo uma expressão de falsa inocência, me perguntou:

- O que foi?

Deslizei a ponta da língua sobre os lábios e respirei fundo antes de responder, fechando os olhos para tentar não sentir tanta vergonha:

- Eu quero te chupar.

Como não houve qualquer reação dele... Abri os olhos e vi que estava se livrando da sua única peça de roupa. Depois de atirá-la num canto qualquer, se aproximou de mim e consegui deixa-lo por baixo. O guiei até a minha boca e deixei a ponta da língua deslizar por toda sua extensão, sem pressa e o olhei fixamente. E ele me observava de volta. Ao mesmo tempo em que havia começado a suga-lo, movia uma das mãos, o masturbando, enquanto a outra estava quieta sobre a sua coxa. Claro que não ia conseguir ser boazinha e por isso, decidi continuar com a provocação, vez ou outra repetindo seus círculos até decidir ser mais ousada; Diminuí o ritmo da mão que o segurava e, voltando o olhar para ele, notei que sua expressão tinha mudado; Era de puro êxtase, com os olhos fechados, a boca entreaberta e o peito subindo e descendo cada vez mais rápido. Depois de algum tempo, quando percebi que ele não ia mais aguentar, perguntei:

- Onde tem camisinha?

Indicou o criado-mudo com o queixo e abri a gaveta, encontrando vários pacotes ali. Ignorei todo e qualquer pensamento negativo que pudesse vir e peguei uma embalagem. Rasguei um pedaço com o dente, sentindo o olhar fixo do em cima de mim e, assim que terminei de colocar a camisinha nele, deu uma guinada com o corpo e ficou em cima de mim. Sem qualquer aviso prévio, senti sua boca na minha enquanto acariciava minha cintura com uma das mãos. As minhas foram imediatamente para cima do seu corpo também, sendo que uma bagunçava seus cabelos enquanto a outra ficou sobre o seu ombro. Estava tão envolvida no beijo que, quando notei, ele já estava dentro de mim e investia com os quadris de um jeito diferente do de costume: não era tão delicado; Era... Ansioso, necessitado mesmo. E o jeito que me beijava também era fora do comum. Parecia que tudo o que estava acontecendo não era só porque ainda sentíamos alguma coisa pelo outro. Era por puro desejo. Assim que caiu a ficha do que eu estava fazendo e quem estava fazendo, estranhamente não senti vontade de parar. Pelo contrário; Eu queria que não acabasse nunca. Azar se eu tivesse um ataque, de tanto que o meu coração batia rápido e forte. Azar se eu não estivesse conseguindo respirar direito. Azar se eu tivesse uma hipertermia brava e literalmente pegasse fogo. A única coisa que me importava era que eu estava ali, com o .

Mais alguns minutos, quando ele estava investindo cada vez mais rápido e comecei a sentir que o clímax estava cada vez mais perto. Só que quando finalmente veio, foi muito mais intenso. Tanto que eu não consegui me controlar e gemi alto ao mesmo tempo em que fui tomada por um tremor leve. Assim que chegou sua vez, o se deitou do meu lado e me puxou para perto. Por causa da posição, ele conseguiu ter livre acesso ao meu pescoço e se divertia em me torturar com beijos e até mordidas leves. Isso quando não sentia a sua respiração, ainda ofegante, se chocando com a minha pele e me arrepiando.

- Descansa um pouco. - Falou, com a boca próxima à minha orelha. - Principalmente porque você vai precisar, já que não vou te deixar sair daqui até amanhã.

Foi quando caiu a ficha do que eu tinha feito. E foi pela falta de remorso que me esforcei para conseguir me soltar dos braços dele e me levantei, indo em busca das minhas roupas. Sentia o seu olhar em cima de mim o tempo inteiro, mas não me virei para olhá-lo até que estivesse, ao menos, com a calcinha e o sutiã.

- Não vou falar que isso não tinha que ter acontecido porque eu quis. - Falei. - E por ter sido um erro... Não vai acontecer de novo. Se você não quiser perder a minha ami-zade, vai...

- Depois do que aconteceu agora, eu não vou conseguir ser só seu amigo.

- Bom, o que posso te oferecer é a minha amizade. Só. Mais do que isso... Não dá.

- Ah, dá. Você sabe que é só dar um pé no...

Me odiando pelo que eu ia fazer, terminei de me vestir rapidamente, pegando inclusive o meu vestido, e falei, olhando para ele e tentando não fraquejar:

- Entende uma coisa. Eu não vou desistir do só porque você apareceu de repente, depois de dois anos, jogou um charme e, por puro instinto, caí na sua lábia.

- Se você caiu, foi porque ainda sente alguma coisa por mim.

Respirei fundo e respondi:

- Não. Eu caí porque eu estava com vontade. Foi sexo casual e só. Do mesmo jeito que você vai para a cama de qualquer garota, seja lá em Los Angeles ou aqui em Londres. Não significou absolutamente nada.

Eu vi sua expressão se tornando cada vez mais dura e, antes que me arrependesse ainda mais, saí dali sem dizer absolutamente nada.

Alguns dias depois, não estávamos nos falando. As meninas, que só sabiam da parte da briga, mas não do real motivo, ficaram mais do meu lado do que do . Sabiam que tinha acontecido alguma coisa, mas não conseguiam descobrir o que era.

Tinha passado aquela semana toda indo até a minha casa nova para ver o andamento das obras, que estavam na reta final. Quem ia olhar como estava na futura casa do eram ou o ou a Nadine.

Na tarde de quinta-feira, aproveitando que eu estava lá, o veio falar comigo:

- O que você vai fazer depois que sair daqui?

- A princípio nada. Por quê?

- Eu queria conversar com você.

Tive certeza, naquele mesmo instante, que ia ser sobre o .

Então, quando fui liberada para ir para a casa, o foi comigo e, assim que chegamos, ofereci alguma coisa para ele comer e beber e acabou aceitando só uma caneca de chá. Escolhi a caneca que era a metade debaixo de um Dalek e, assim que viu, sorriu. Me sentei ao seu lado no sofá e ele perguntou:

- Eu sei que você não confia em mim tanto quanto nas meninas, mas...

- Quem disse que eu não confio? - O interrompi. - Eu acho ótimo que você e a Nadine estão juntos. Você faz um bem enorme à ela e dá para ver isso de longe.

Deu um meio sorriso.

- A questão é que você não confia porque sabe que, por mais que eu tente guardar segredo, o descobre que sei de certas coisas.

- Por que você acha isso?

- Porque dois anos foi mais do que o suficiente para te conhecer bem. Desde quando você fez aquele pedido para o , de voltarmos com a banda, que comecei a perceber que você não era como as outras meninas. Eu gosto de você, . De verdade. Ainda que você não seja mais a mulher do meu melhor amigo, ainda me preocupo.

Peguei na sua mão e sorri timidamente.

- Eu sei que aconteceu alguma coisa entre você e o . E tem uma semana que vocês não se falam. O que houve, exatamente?

Respirei fundo e admiti:

- Eu transei com o .

Sentia o seu olhar em cima de mim. Não sabia se era de reprovação ou não. O que sabia era que eu estava morrendo de vergonha.

- Sério? - Ele perguntou e seu tom de voz incrédulo atraiu a minha atenção. Ergui o olhar para ele, que não esboçava qualquer outra reação que não fosse a curiosidade. Con-cordei com a cabeça e falei:

- Eu não... Sei o que me deu. Foi tão... No instinto, sabe?

Concordou.

- Você ainda gosta do , não é?

Hesitei.

- Gosto. - Admiti. - Só que estou com o ainda. Estou me sentindo culpada por ter... Acontecido.

- Se arrepende?

- Não. E o pior disso tudo é justamente a falta de arrependimento.

- Nada te impede de terminar com o e ficar com o .

- Não. Mas eu não seria capaz de uma coisa dessas com o . Quer dizer, ele sempre tentou me namorar e, agora que conseguiu, apesar de tudo, simplesmente jogo tudo para o alto e termino com ele?

- O fez isso.

- O é doido!

- Ele não é doido. É apaixonado.

Evitei olhar para o .

- Como amigo - Disse, pegando a minha mão. - te digo que o melhor a fazer é terminar tudo com o , já que vocês estão quites no quesito traições, e ainda tem tempo de mantê-lo como amigo, pelo menos. Vai que vocês se casam e lá pelos... Cinquenta anos, enquanto você ainda estiver uma coroa gostosona - Eu ri e ele também. - e ele tiver com uma bela barriga de chope, bigode e meio careca, não se suportem nem olhar um para a cara do outro? Como vai ser? Eu te conheço, . Sei que você vai acabar se arrependendo de não ter escolhido o . Apesar de achar o meu melhor amigo um idiota, ainda acho que era melhor você ficar com ele.

Suspirei e perguntei:

- Então você não está me julgando por eu ter traído o ?

- Claro que não! Ele bem que merecia e coisa pior! Acho que eu só ia puxar sua orelha se ele fosse realmente um cara legal. Se te respeitasse e não tivesse te traído.

Não resisti e o abracei.

- Te adoro, viu, buff ?

Deu um estalo impaciente com a língua e ri.

Depois que o deixei em casa, quase no final da tarde, estava chegando em casa quando ouvi o telefone tocar. Vi no identificador de chamadas que era o e hesitei antes de pegar o aparelho. Falei:

- Oi.

- Onde você está?

- Em casa. Por quê?

- Eu queria falar com você.

- Quer vir aqui? Acho que vai ser melhor porque não vai ter perigo de alguém atrapalhar a gente.

- Tá. Estou perto do Hyde Park. Daqui a pouco eu chego aí.

Tive tempo só de tirar os sapatos e prender o cabelo antes que eu ouvisse o barulho das suas chaves. Se encostou no batente da porta do quarto e me observou em silêncio.

Quando me sentei na cama, ele ficou ao meu lado e, antes que pudesse me controlar, eu falei:

- Eu... Perdi o controle. - Me olhou, a princípio sem entender. - Foi... Um misto de raiva das suas implicâncias somadas àquela vez que você me traiu e acredita em mim quando te digo que não estou nem um pouco feliz com o que aconteceu.

Antes mesmo que eu pudesse continuar, ele entendeu o que tinha acontecido.

- Você me deu o troco. E com o , não foi?

Assenti, morrendo de vergonha.

- Não vou te implorar para continuarmos se você não quiser mais. Tem todo o direito de não querer nem me ver pintada de ouro, mas... Eu sou sincera quando te peço para me desculpar.

De repente, senti as suas mãos sob o meu queixo e me fez erguer o rosto até que pudesse olhar para ele, que me fixava de volta.

- Nós dois sabemos que eu fiz coisa muito pior com você. Não é por ter ido para a cama com o por uma única vez que vou querer te perder, ainda mais agora, que estamos juntos. Eu te amo, . Não vou simplesmente te entregar de bandeja para ele.

- Então...

- Estou com raiva sim. Mas mais dele do que de você. Afinal de contas... Ele ficou te cercando desde o primeiro instante.

Respirei fundo e falei:

- Eu não vou mentir para você. Se aconteceu foi porque deixei. Não me isenta da culpa e joga tudo em cima do . Não sou santa e você sabe disso.

Me olhou, travando o maxilar e falou:

- Eu não vou te isentar da culpa se você parar de defende-lo desse jeito.

Assenti e continuamos com a conversa, que foi longa. Mas, no final das contas, conseguimos nos acertar.

Mais tarde, quando estávamos deitados na minha cama, vendo um documentário sobre a Malásia na TV, o perguntou:

- Hipoteticamente falando... Se você fosse escolher onde passar a lua-de-mel, caso nos casássemos... Onde seria?

Olhei para ele, franzindo a sobrancelha e respondi:

- Fugiria do tradicional. Ou seja, França, Grécia, Bali...

- E iria...?

- Índia. Você sabe que eu sou doida para conhecer Mumbai.

- E Nova Delhi?

- Também.

- E andria? Desistiu de querer conhecer?

Perguntei:

- O que você está aprontando?

- Estou perguntando só de curiosidade mesmo.

Estreitei os olhos e tive certeza de que aí tinha. E eu ia descobrir o que era.

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