quarta-feira, 9 de março de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 10º capítulo


10. I'll wait right here till you get bored

Onde você tem estado?
Aonde você foi?
E eu fiz algo errado?

(...)
Você é como o ruído branco
Quando quero ouvir minha música favorita

(Pink - How come you're not here)

Alex

Desde a primeira vez em que a vi, naquela loja esotérica em que ela trabalhava e que nos conhecemos, eu sabia que a Luiza não era como as outras garotas. Havia algo de especial nela que me chamou a atenção e fio por isso que não sosseguei até conseguir chama-la para sair. Enquanto a maioria das meninas, quando iam jantar comigo, cortavam um pedaço mínimo de uma única folha de alface e se diziam cheias... A Luiza devorava, sem o mínimo pudor, um hambúrguer. Tudo bem que ela não costumava comer aqueles de trailer, mas ainda sim... Apesar de ser magra, gostava de comer. E comer bem. Cozinhava bem também.

Sabia que era diferente e, por isso, tratei de conquista-la aos poucos. Normalmente, não me importava de ir para a cama com as mulheres por só uma noite. De alguma forma, tive a certeza quando comecei a testá-la, dando indiretas e ela recuava. Outra coisa que me surpreendeu foi que quase todas as garotas com quem eu namorei não tinham um pingo de vergonha em me pedir coisas... Caras. E a Luiza... Quase me matou quando eu dei para ela uma pulseira da Tiffany de aniversário. “Não tinha nada que gastar essa fortuna!” me disse, depois de quase voar no meu pescoço. “Era preferível que tivesse me comprado um livro que eu estivesse querendo.”.

Justo quando estávamos nos dando melhor... Ela conheceu a Nadine e a Nicola. Por mais que soubesse que elas faziam bem para a Luiza, que era bem solitária, ainda sim, não conseguia simpatizar totalmente com as duas. E sabia que era recíproco.

E antipatizei ainda mais quando elas viajaram para Las Vegas. Eu sabia que alguma coisa ruim ia acontecer e, quando a Nicola voltou para Londres, me contando o que aconteceu... Não fosse ela ter levado o Charlie junto, nem sei o que teria feito.

Apesar de sempre ter sabido que a Luiza era fã do Kaulitz, ela era bem pé no chão. Dizia que sabia que as chances de sequer se encontrarem, eram mínimas. Mas ainda sim... Foi difícil ficar aquele ano longe dela. E, quando o prazo finalmente acabou, me mandou uma mensagem, avisando que ia para Roma. E eu a segui até lá. E o Kaulitz também. Sabia que tinha perdido a Luiza para sempre naquele dia. Só que, depois daquilo, os dois passaram pouco tempo, nem um mês, juntos e brigaram, indo cada um para um lado. Ela esperou por ele durante seis meses. Por todo esse tempo, tive que me contentar em ser só amigo dela. Mas ainda sim, era melhor que nada. Quando ela finalmente percebeu que ele não ia voltar... Veio a minha grande chance. Ela finalmente aceitou ser a minha namorada e, quando as coisas estavam começando a melhorar... O maldito do Kaulitz reapareceu. E foi ainda pior, porque agora, ele morava de frente para o apartamento dela e os dois viviam colados. Por isso que simplesmente não conseguia suportar a presença constante dele.

No dia vinte e um de dezembro, eu estava no meio de uma reunião e, durante uma pequena pausa, quando menos esperei, senti o celular tremendo e dando um aviso de alerta que eu tinha criado com o nome da Luiza para monitorar o que saía na imprensa e, quando abri o link da notícia... Era uma manchete de um tabloide, com uma foto dela sentada à uma mesa de lanchonete em Heathrow, de acordo com a legenda, e o artigo era basicamente sobre os dois, que pareciam muito íntimos e iam para a Alemanha. Numa das fotos, ela havia posto a cabeça sobre o ombro dele e qualquer um podia muito bem dizer que eram namorados. Tanto que o próprio tabloide levantou essa hipótese. O mais absurdo foi que acusaram o meu namoro com ela de ser de fachada para encobrir a reconciliação dos dois.

Acabei tendo de esperar pelo fim da reunião e consegui um jatinho assim que saí do prédio. Logo que cheguei no aeroporto, eu liguei para o Charlie, que estava servindo de “espião”. No terceiro toque ele atendeu e tratou logo de me acalmar.

- Você conhece muito bem a Luiza. Sabe que ela não ia te trair.

- Será mesmo?

- Claro! E olha: Eu sei que eles vão voltar dia 26.

- Convence a Nicola a fazer um almoço e chama-los. Daí, você joga a isca.

- Seja sincero comigo, por favor. Você realmente gosta da Luiza?

- O suficiente para pedi-la em casamento. Eu sei que pode não dar muito certo, mas o que for preciso para manter ela longe do Kaulitz... Eu faço.

- Casar?

- É. Casar. Apesar de tudo, já estou com a Luiza há quase dez anos e acho que, ainda que o namoro tenha se oficializado há quase dois, ainda sim, eu quero arriscar. E sabendo que sou tão importante para ela do mesmo jeito que ela é importante para mim... Por que não?

- Se quiser... Te ajudamos com tudo.

- Pode deixar. - Respondi, sorrindo. A aeromoça apareceu e disse:

- Senhor Ireland, eu lamento, mas tem que desligar o celular agora. Vamos decolar.

- Só... Um instante, por favor. - Voltei a falar com o Charlie: - Olha, vou decolar ago-ra e, assim que eu chegar em Londres, a gente se fala.

¬- Ok. Boa viagem.

Me despedi dele, já começando a ter algumas ideias enquanto desligava o celular.

Nicola

- ELE O QUÊ? - Perguntei, não acreditando no que o Charlie tinha acabado de me contar. - Não, ele não vai!

- Ele está determinado.

- Que se foda que está determinado. O Alex não vai pedir a Luiza em casamento. Nem que eu tenha que... Dar laxante para ele e trancar a porta do banheiro por fora.

Ele riu e disse:

- Você está se esquecendo de um detalhe importante. Se a Luiza demorou tanto tempo para aceitar o namoro dele... O que te garante que não vai cozinhar o Alex em banho-Maria por mais um tempo até se casarem?

- É justamente isso! Para ela se casar com o Bill foi isso aqui. - Estalei os dedos. - O Bill, que ela tinha acabado de conhecer e estava difícil de saber quem estava mais bêbado ali.

Ele me olhava, paciente.

- Que seja. Se ele pedir a Luiza e levar um sonoro não... Quero só estar de camarote. E de preferência, com pipoca e refrigerante.

- Por que você tem tanta antipatia do Alex?

- Porque ele e a Izzy são como óleo e água. Simplesmente não pertencem ao mesmo mundo. São as personificações daquela expressão, de que as mulheres são de Vênus e os homens são de Marte! Ela é simples. Do tipo que, quando está frio, parece uma mendiga quando fica dentro de casa. E o Alex... É a Cleópatra com pinto!

Claro que rimos depois daquela.

- Lola, fica tranquila. Lembra do que a Luiza falou? Que a Bertha tinha feito uma previsão e tinha um cara no caminho dela?

- É, mas o Alex é loiro também! Quem garante que não é ele?

- Faz o seguinte: Depois do Natal, você vai lá na loja dela e pergunta.

Mesmo não tão satisfeita, concordei com a ideia.

Então, no dia 26, depois que todo mundo chegou e as meninas estavam me ajudando com o almoço, aproveitei que estávamos só nós ali na cozinha e conversamos. Até que a Luiza contou:

- Eu... Beijei o Bill.

O choque foi tão grande que realmente deixei uma travessa cair. A sorte é que ainda não tinha comida ali.

- Espera. Você beijou ele ou os dois se beijaram? - A Nadine perguntou.

- E faz diferença?- Questionei e ela logo explicou:

- Claro que faz! - A Di respondeu. - A Luiza pode muito bem ter começado o beijo. Ele pode não ter correspondido. O Bill pode ter beijado e ela não ter correspondido. Ou os dois foram logo para o ataque.

- Foi o que aconteceu. - A Iza falou. - A gente se beijou. E se eu não tivesse um estalo, acho que teríamos ido além.

Nós duas a olhávamos, estarrecidas.

- Na boa? Mete logo um pé na bunda do Alex e vai logo ser feliz, Izzy! - A Nadine falou.

A Sophia entrava na cozinha enquanto eu ainda estava recolhendo os cacos da travessa e a impedi:

- Sophia, não! Vai lá no papai que quebrei uma travessa e não quero que você se machuque.

- Sophia, vem cá. - A Di falou, indo até a minha filha e a tirando dali. Quando termi-nei de limpar toda a bagunça, olhei a Iza e perguntei:

- Eu te conheço. Você está com essa carinha porque tem motivo. Esse beijo mexeu de verdade com você.

Assentiu, pesarosa.

- É clichê, mas... Sabe aquela história da faísca que a gente estava discutindo outro dia?

Concordei.

- Que as faíscas acontecem quando você é beijada por um cara legal. Mas um incêndio acontece quando é o cara que você ama.

- Toda vez que o Bill me beija, é como aquela erupção do Vesúvio que acabou com Pompeia e Herculano.

Típico dela, dar uma de nerd.

- O que você vai fazer? - Perguntei. Deu de ombros e respondeu:

- Vou levando o namoro com o Alex e vejo o que vai dar.

- Você sabe que está dando para perceber de longe que está morrendo de ciúmes do Bill com as mulheres que dão em cima dele.

- Porque me afeta! - Respondeu. Olhei para ela, que continuou: - Eu nunca deixei de sentir alguma coisa por ele. Mesmo contra a minha vontade. Por mim, eu ficaria com o Alex, por ser mais seguro.

- Mas em casos como o seu... Quem disse que o caminho mais seguro é o certo? Izzy, eu não consigo te imaginar tendo uma vida tranquila, morando numa casa tipo a de bonecas, sendo submissa ao marido em todos os sentidos e sendo feliz em ser uma dona-de-casa que cuida daquele monte de filhos e recebendo o marido com um sorriso de comercial de pasta de dentes, uma torta pronta nas mãos e o jantar pronto sobre o fogão. Eu sempre te imaginei viajando pelo mundo, realmente com uma penca de filhos, mas... Sei lá. Criando a turma livre, se dependurando em galhos de árvore, passando longe de conformismo e monotonia. E não deixando os vizinhos dormir com os gemidos e range-range da cama quando você e o seu marido...

- OK! Entendi! - Ela falou e ri.

- Mas sabe... Eu sempre te imaginei numa vida diferente. Não sendo uma dona de casa sossegada. Ou uma dondoca, dadas as circunstâncias do Alex.

- Você sabe que eu sou volúvel. Às vezes, a gente precisa fazer certas... Mudanças. Talvez seja melhor escolher uma vida tranquila e certa do que cair na estrada e não saber o dia de amanhã.

Franzi as sobrancelhas e, me apoiando na beirada da pia, pondo uma mão na cintura e a observando, falei:

- Tá... Quando você parar de tentar se enganar desse jeito, espero de verdade que não seja tarde demais.

- Não vai. - Respondeu.

Durante todo o almoço, era impossível não notar os olhares do Bill na direção dela e vice-versa. Sem falar que os dois faziam questão de se tocar o tempo inteiro. Mas tocar sutilmente, como, por exemplo, quando ele foi pegar mais água e encostou o braço nela. Ninguém falava nada; Só observava e, vez ou outra, trocávamos olhares entre nós. A Di me deu um olhar que captei a mensagem na mesma hora.

Na manhã seguinte, saí bem cedo e fui diretamente na loja da Bertha. Assim que entrei, ela me reconheceu e, sorrindo, perguntou:

- O que eu posso fazer por você?

- Eu queria conversar sobre uma coisa, mas que não tem a ver comigo.

- Não? E tem a ver com quem?

- Luiza.

- Está tudo bem com ela?

Assenti.

- Bom, neste caso... Pode entrar ali enquanto eu fecho a loja por um instante.

Virou uma placa que estava presa à porta e dizia “Em sessão”. Me indicou uma saleta que ficava nos fundos e, assim que me sentei em um pufe daqueles bem fofos, quis saber:

- Como a Luiza está?

- Então. Está bem. Apesar de continuar com aquela cabeça dura e teimosia de sempre... - Ela riu. - Como você deve estar sabendo, ela está namorando o Alex. Mas, em setembro, o Bill veio para cá, inclusive, comigo, e está trabalhando no bar. Antes do Natal, o Alex fez com que ela desistisse dos planos de ir para Roma e, de última hora, falou que não ia poder vir. A Luiza, então, foi para a Alemanha com o Bill e eu soube que eles se beijaram. Teima em dizer que o certo é ficar com o Alex, mas ela é duas pessoas completamente diferentes quando está com cada um. Com o Alex, é mais... Sisuda, distante e até mesmo apagada. Com o Bill... Parece a Luiza de sempre. Ri praticamente o tempo inteiro, a energia dela muda. É mais... Viva. O olhar ilumina... Está na cara que é com ele quem ela tem que ficar. Só que teima em dizer o contrário. O nosso medo, meu e do resto do povo, é de que esteja indo por um caminho sem volta.

A Bertha concordou lentamente.

- Eu sei que você viu nas cartas alguma coisa a respeito. O que foi? Eu prometo que não conto para ela e... Não vou interferir no curso das coisas.

- Ah, mas vai. - Ela disse. - Uma das coisas que uniu você, a Luiza e a Nadine, em primeiro lugar, foi o instinto protetor de cada uma. A Luiza trabalhava aqui quando conheceu vocês, portanto, soube que ela ajudou a proteger a Nadine e você de uma tentativa de assalto. Vocês duas foram para Los Angeles para proteger a Luiza. Não é à toa que receberam o nome de “três mosqueteiras” no bar. Do mesmo jeito que Athos, Porthos e Aramis se protegem e são unidos, vocês são assim. Querem a felicidade uma da outra e é algo admirável. E é justamente por saber que você quer o bem, tanto da Luiza quanto da Nadine, e é recíproco, que vou te contar o que eu vi nas cartas.

Me endireitei na cadeira.

- Tem uma tormenta a caminho. - Franzi as sobrancelhas. - Não vai ser fácil. Mas ainda sim... Depois que essa tormenta passar, a calmaria vai tomar conta. Quando falei que você ia interferir, não é um desafio. É uma certeza. Por mais que tente se manter de espectadora, não vai conseguir.

- Ok... - Falei, lentamente. - Mas...

- É o Bill. - Ela respondeu e entendi na mesma hora.

- Eu sabia. - Falei, sorrindo e ela imitou o gesto.

Algum tempo depois, quando eu estava com a mão na maçaneta, me disse:

- Serão três meninas.

Parei e olhei para ela, que apenas concordou com a cabeça.

- E... Quando?

Limitou-se a só sorrir.

Fui andando até em casa, ainda com sua última previsão ecoando na minha cabeça. O Charlie, naquela noite, percebeu que eu estava mais avoada que de costume e até tentou me fazer falar, mas não conseguiu.

Na última noite do ano, eu aproveitava cada brecha que tinha para planejar com a Nadine um jeito de fazer com que a Luiza se acertasse com o Bill. Como nada dava certo, então, tive que apelar para medidas mais drásticas. Perto da meia-noite, o Stephen, percebendo quais eram as nossas intenções, ajudou sem pedirmos e, quando a Iza e o Bill foram até o escritório do chefe, vi a oportunidade perfeita. Tranquei os dois ali dentro e, mesmo durante a virada, não consegui deixar de desejar que, quando eu abrisse a porta, os dois tivessem, no mínimo, voltado às boas. Só que quase fui atropelada pela minha amiga, que estava furiosa. E ele, exibia um sorriso canalha, típico do Tom.

- Ele aprontou. - Falei com a Nadine.

- Deixa comigo. - Ela pediu.

A noite inteira fizemos de tudo um pouco para que os dois se acertassem. Quando vi que a Luiza dormiu no colo dele, fiz um sinal para a Nadine, que ficou ajudando o Stephen com o dinheiro arrecadado naquela noite, e fui falar com ele:

- Faz o seguinte: Leva ela para a sua casa.

- E o Alex? - Ele perguntou.

- Que se foda o Alex. Leva a Luiza para a sua casa e cuida dela. E quando eu digo cuidar, não quero dizer que é para...

- Eu entendi, Nicola. Se ela não quiser... Não vai acontecer nada. E como eu prefiro ter a Luiza só para mim do que pela metade...

Entendi na mesma hora e falei, me ajoelhando na sua frente e pegando na sua mão:

- Eu sempre torci por vocês.

- Eu sei, ginge. - Ele falou meu apelido. - Só que nem tudo é perfeito.

- A gente nunca sabe o dia de amanhã... Vai que ela resolve dar um pé no Alex e vai para Los Angeles atrás de você? Ou decidiu ficar aqui em Londres definitivamente?

- Acho que vale a pena a tentativa.

Sorri largamente.

Não muito tempo depois, eu e o Charlie estávamos andando até em casa, de mãos dadas, e ele perguntou:

- Por que você está me parecendo estranhamente feliz?

- Convenci o Bill a levar a Luiza para a casa. Dele.

- Imagina quando o Alex souber...

- Que saiba. É bom que aí ele abre o olho, fica esperto e se liga que está atrapalhando o caminho dos dois.

- Eu tenho até um pouco de pena dele.

Olhei feio para o Charlie.

- Me sinto mal em ser um... Espião duplo. - Confessou e ri fraco.

- Alguém tem que fazer o trabalho sujo, não é? Não dava para ou a Di ou eu fazermos o papel. Ele não gosta de nós. Qualquer um dos meninos estava fora de cogitação porque ele sabe que são amigos do Bill. Como você estava acima de qualquer suspeita...

- Eu fui o escolhido.

- Exatamente. - Respondi, sorrindo.

Quando estava destrancando o portão do nosso prédio, ele perguntou:

- Não vai mesmo me contar o que a Bertha te falou que te deixou tão... Cismada?

- E estragar a surpresa? Não. De jeito nenhum.

Começou a fazer um joguinho sujo de sedução para me fazer falar, aproveitando que estávamos no elevador, e eu disse:

- Vai ter de se contentar com só um detalhe.

- Qual?

- Tem algo a ver comigo e as meninas. E não me faz mais perguntas.

- O que é?

- Eu falei sem perguntas. - Respondi, em tom de aviso. Finalmente, parou de insistir. Assim que chegamos em casa, tomei um banho e fui dormir. E como o Charlie estava se saindo um excelente marido e pai... Ficou tomando conta da Sophia para mim.

Por volta de quatro da tarde, quando acordei, ouvi o celular tocando e, assim que peguei o aparelho, vi que era uma mensagem do Bill:

Ela acordou e está fazendo o “café da manhã”.

Não aprontou nada, não é?
Mandei. Quase no mesmo instante, veio a resposta:

Só troquei a roupa dela.

Suspirei e mandei:

Kaulitz, Kaulitz... Não vai com muita sede ao pote...

Não esperei sua resposta, porque naquele exato instante, meu estômago deu um senhor ronco.

Durante o resto do dia, eu fiquei de folga. Aproveitei para brincar um pouco com a Sophia, depois que ela foi dormir, aproveitei para ficar um pouco com o Charlie, conversamos e namoramos até bem mais tarde.

No dia seguinte, aproveitei para sair e ir almoçar com a Nadine. Só nós duas, uma vez que a minha mãe ficou cuidando da Sophia para mim e o Charlie estava no pub do pai dele. E o Tom, segundo fiquei sabendo, estava enfiado no estúdio. Eu sabia que ele e o resto da banda estavam voltando às atividades, embora o Georg e o Gustav tiveram que adiar a volta para Londres antes do réveillon. Mas imaginei que, mesmo com a distância, estivessem trabalhando nas músicas também.

Quando a Di e eu estávamos comendo e conversando, ela perguntou:

- E aí? O que o Charlie falou do Alex?

- Que ele vai propor casamento para a Luiza.

- Sério?

Assenti.

- Eu não acho que ela vai aceitar.

- Por quê? - Perguntei.

- Estamos falando da Luiza. Uma coisa é você, que sempre sonhou em se casar. Outra bem diferente é ela, que gosta de casamento. Dos outros. E Las Vegas foi... Um erro de percurso, porque tanto ela quanto o Bill estavam bêbados.

- Eu não acho. - Respondi. - Ela sempre gostou dele. E dizem: A ocasião faz o ladrão.

- E a Iza roubou foi o coração dele. Sim, porque se o Bill não gostasse dela de verdade, nem teria se dado ao trabalho de vender a casa lá em Los Angeles e vir despencar aqui, trabalhar de lobinho e ainda, de quebra, mudar de casa em tão pouco tempo.

- Não dá para deixar de pensar que é romântico...

- É. - Ela respondeu, sorrindo toda apaixonada.

- E você pode falar com autoridade, porque o Tom fez a mesma coisa. Tirando só a parte da história de trabalhar de lobinho.

Sorriu e perguntei:

- E como vocês estão?

- Bem. Ainda mais depois de ficarmos aqueles dias separados... Ah! Você não sabe quem me ligou outro dia.

- Quem?

- A Simone. Me avisou que vai vir para o aniversário da Izzy e quer fazer uma surpresa para os meninos.

- Sério?

Concordou.

- Sabe o que eu estava pensando? - Perguntei. - Por que a Iza sempre conquista as sogras de primeira?

A Di deu de ombros e comentou:

- Eu acho que, se a Simone e a Lee se encontrarem... É capaz de rolar briga para disputar a nora...

- Fato: A Iza realmente tem brigadeiro correndo nas veias ao invés de sangue. - Falei e rimos.

- Bom, a gente não pode reclamar. A Simone também gosta muito de mim e eu dela e você também teve sorte com a mãe do Charlie.

- É verdade. - Respondi, pensativa.

Depois do almoço, decidimos ir bater perna num shopping ali perto e, quando estávamos numa loja, eu percebi que tinha um paparazzo tirando fotos nossas. Cutuquei a Di e apontei para o homem, que tentava disfarçar, mas era tarde demais.

- Uma coisa é você e a Iza, que dá para entender a perseguição. Agora eu? O que eu fiz?

- É nossa amiga. - A Di respondeu, pegando um vestido da arara e me mostrando. Concordei.

- É. Entrei de gaiato na mira das lentes... - Falei, resignada. - E não! - Respondi, quando ela me mostrou outro vestido, realmente feio.

Quando estávamos cada uma num provador, ela perguntou:

- Sabe o que eu acho que a gente tinha que fazer?

- Trancar o Bill e a Iza numa mesma sala? Tentei e não deu certo, você viu.

- Não. Não era isso o que eu quis dizer. Eu acho que a gente tinha que começar a planejar uma festa surpresa para ela.

- Por conta do aniversário?

- É. Podemos fazer o seguinte: Você fala com o Charlie para induzir o Alex a leva-la para jantar na semana seguinte. E a gente, no dia mesmo, sequestra ela e faz a festa.

- Taí... Só que não vai ser fácil convencer o Alex a abrir mão dela no dia do aniversá-rio.

- Foda-se. Dá-se um jeito. - A Di respondeu, no exato instante em que saíamos ao mesmo tempo dos provadores. - Eu gostei. - Disse, apontando para o vestido que eu usava.

- Também. - Fiz o mesmo, indicando o dela. - Levo?

Concordou. E a aconselhei a fazer o mesmo.

- Tem outra saída. - Falei, quando entramos nos provadores de novo e trocávamos de roupa.

- Qual?

- A gente dá um sumiço no Alex no dia. - Sugeri.

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