quarta-feira, 23 de março de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 12º capítulo


Forever may not be long enough for our love

Para sempre pode não ser longo o suficiente para que você saiba
O quão longe eu viajaria, quão longe eu iria
Abra o seu coração e tudo vai ficar bem
Abra seu coração, querida, saia comigo, não tenha medo

(Live - Forever may not be long enough)

Bill

A Nicola reclamava sem parar, mas eu só ouvia o som da sua voz, não as palavras exatas. Isso até que ela dissesse:

-... E não fosse a Luiza abrir a boca e falar que vocês transaram...

Antes de qualquer coisa, eu queria esclarecer que, no momento daquela conversa, estávamos na Starbucks perto de casa. Com um monte de pessoas em volta de nós.

- Ela falou? - Eu perguntei e a Nicola me olhou.

- E quem mais falaria? Quer dizer, vocês dois, um belo par de tratantes, escondendo o que aconteceu entre vocês, sendo que, no que dependesse do Tom, da Di, do Charlie, do Georg, do Gustav, do Stephen, da Claire e principalmente de mim e até da Sophia... Você seria o namorado da Izzy. Não o Alex. Os dois são... Capa de revista demais para mim.

Franzi as sobrancelhas e perguntou:

- Mas o que aconteceu? Eu ouvi só o ponto de vista de uma. Agora quero saber de você o que houve para vocês só se falarem no bar. E mesmo assim, nada além de uma frase.

Respirei fundo antes de começar a contar. Ela pareceu imparcial à primeira vista e acabei não descobrindo o que realmente pensava daquilo tudo.

Durante a folga daquele final de semana seguinte, saí com o Tom, aproveitamos inclusive, que o Gustav e o Georg vieram e fomos à um pub em Bloomsbury. Ainda não tinha voltado a falar com a Luiza e nem tínhamos nos visto fora do bar. Aliás... Não nos encontrávamos nem no hall do prédio. Parecia que ela nem estava lá, para falar a verdade.

O principal assunto, claro, eram as músicas em que estávamos trabalhando e, quando uma das garçonetes veio trazer as bebidas... Ela se atrapalhou e tomei um banho do drink que havia pedido. Morrendo de vergonha, ela pediu milhões de desculpas enquanto tentava me ajudar a me limpar:

- Eu sinto muito mesmo!

- Está tudo bem. - Respondi e senti o olhar do Tom e dos outros em nós.

- SEREN! - Ouvimos um homem gritar e ela se encolheu. Obviamente, ele atraiu a atenção de todo mundo ali e, ignorando os olhares, veio andando até a garçonete. Notei que ela tremia mais do que vara verde. - Eu te avisei. Vai já pegar as suas coisas e some daqui!

- Ei! Foi um acidente! - Eu tentei intervir em favor dela, mas, tanto o Tom quanto nossos amigos tentaram me impedir.

- É justamente essa a questão. Só temos acidentes desde que ela chegou aqui! Quase deixou um cliente estéril por derrubar um caldo quente em seu colo!

Ignorando todo mundo, tentei dissuadir o homem de demitir a garçonete, mas não teve jeito.

Quando ela foi embora do pub, eu não consegui deixar de segui-la e perguntei:

- Escuta... Eu quero te compensar.

- Eu quem tinha que te compensar. Tomou um banho de bebida... - Respondeu, timidamente. Só então, fui reparar melhor nela: Alta, magra, os cabelos eram escuros, mas com reflexos avermelhados, levemente ondulados e uma franja cobria as suas sobrancelhas. Me fez lembrar de uma boneca de porcelana. E sim. Tinha a pele muito branca. Talvez, tanto quanto a de uma certa pessoa...

- É, mas posso tentar te ajudar ao menos?

- Posso saber como?

Peguei o celular e liguei para o Stephen. No quarto toque, ele atendeu e perguntei:

- Escuta... Já achou alguém para ficar no lugar da Jean?

- Ainda não. Tem alguém em vista?

- Posso leva-la até aí?

Concordou e, assim que desliguei, depois de alguns poucos minutos, perguntei:

- Então... Serena, não é?

Negou.

- Seren. Sem o A no final.

- Sério? Você é a primeira pessoa que eu conheço com um nome tão...

- Idiota, pode falar.

- Eu ia dizer único. Sou Bill. Então. Posso te levar até o lugar que eu trabalho?

- E onde é?

- Elephant and Castle. Estou de carro, então não tem problema. O Stephen, meu chefe, liberou e diria que estava até muito curioso.

Ergueu a sobrancelha e perguntou:

- Tá, e por que você não falou que eu sou o desastre em pessoa?

- Quando a gente chegar lá, você vai ver.

- Onde você trabalha, exatamente?

- Um bar. Chama The Coyote.

Estava desconfiada e sugeri:

- Vamos fazer uma coisa, sim? Você vai comigo de táxi até o bar. Conversa com o meu chefe e, se não quiser o emprego, tudo bem. Eu te pago a corrida até a sua casa e não vou mais te encher a paciência com esse assunto. Confia em mim?

Mesmo não conseguindo confiar inteiramente, aceitou. Ainda mais que cumpri com minha palavra até o final. Assim que chegamos lá e ela viu as meninas dançando sobre o balcão, arregalou os olhos e perguntou em meio àquela confusão:

- Você quer que eu faça aquilo?

- Se você se sair melhor do que servindo os clientes... Claro que vai ter um treina-mento antes.

Ela viu a Luiza, que naquela noite não estava de folga, e ficou impressionada.

- Quisera eu ter essa coragem...

- Ela é muito tímida, acredite.

Me olhou e perguntou:

- Ok. Tem alguma coisa aqui que eu ainda não sei?

- Tem. Mas acho melhor você falar com o Stephen agora. Depois, em todo caso, te explico melhor o que aconteceu.

Dava para ver que estava com medo, mas, mesmo assim, me seguiu até o escritório do chefe. Ele a entrevistou por quase uma hora inteira e, no final das contas, ela saiu dali radiante e perguntei:

- E então?

- Começo semana que vem. - Respondeu, sorrindo.

- Sério?

Ela concordou e disse:

- Vamos. Hoje você toma um drink daqui como cliente. E é até bom porque aí já começo a ver como são feitos e tal.

Assenti e, justamente para evitar qualquer problema, sugeri de ficarmos na área VIP por ser mais tranquila.

Depois de quinze minutos, ela já tinha me contado tudo. E naquele instante, explicava o seu nome:

- É galês. Significa estrela.

- E você é de lá?

Negou.

- Sou daqui de Londres mesmo. Quer dizer, eu nasci em uma cidade chamada Co-ventry. Lá tem a sede da Jaguar. Meu pai trabalhava lá e, assim que eu terminei a escola... Juntei as minhas coisas e vim para cá. A minha intenção era a de ser atriz. Mas, entre uma coisa e outra... Acabei tendo que trabalhar em vários lugares. De loja de brinquedos à pubs. E você?

- Então... Eu prefiro esperar um pouco para te contar, se não se importa.

- Não matou ninguém, não é?

- Não. - Respondi rindo. - Só... Que é complicado e você vai tomar um susto quando eu te disser.

- Aquela garota no bar... Ela tem alguma coisa a ver com tudo isso?

- Tem e não tem.

- Mas... Dá para me contar sobre ela ou é algum segredo tão secreto quanto sua... Identidade?

Sorri e respondi:

- Ela é minha ex-mulher.

Seu queixo despencou.

- Tipo... Vocês se casaram de papel passado e tudo?

- É... Foi em Las Vegas. - Comecei a dizer. Não teve como continuar sem contar tudo para ela. No final, ela estava tão surpresa quanto quando eu disse que a Luiza e eu tínhamos nos casado.

- Bom, por um lado, eu tenho vontade de bater nela, porque, afinal de contas... Ninguém é capaz de jogar tudo tão... Facilmente para o alto por causa de um amor desse jeito.

- Eu vim porque nunca perdi a esperança.

- Então você ainda gosta dela.

Assenti.

- Só que ela seguiu em frente. E eu tenho que fazer o mesmo.

Concordou. Se endireitou e, segurando o copo alto, propôs:

- Aos ex que atrasam nossa vida. Que eles sejam felizes.

Bati a beirada do meu copo no seu e tomei um gole do meu drink.

Depois de algum tempo, quando ela ficou observando a Luiza dançar, perguntou:

- Sabe que eu não acreditei na história que ela é tímida?

- Ela é. No primeiro jantar de negócios que ela foi comigo, lá em Los Angeles, demorou para ela falar com alguém.

A Seren continuou observando a Luiza e começou a dizer:

- Ela... Você sabe...

- O que?

- Toma alguma coisa antes?

Neguei.

- Wow... - Respondeu, impressionada. - Se ela é tímida, então como consegue ser tão... Espontânea?

- Isso você vai ter de perguntar para ela. - Falei. - Aliás... É melhor você ir se acos-tumando à ideia de conviver com alguém imprevisível.

- Ela é bipolar?

- Não. - Ela respirou aliviada. - É pentapolar, como a própria diz.

Arregalou os olhos e ri.

- Não se preocupa. É mais difícil de conviver com ela quando estiver com o humor não tão bom assim. A sorte é que vai dar para você perceber de longe.

Ergueu as sobrancelhas.

Na semana seguinte, o Stephen pediu à Seren que fosse mais cedo e eu quis acompanha-la. A Luiza já estava no bar quando chegamos, bem como as meninas e o Alex, que estava quieto num canto. Logo, vi os caras e fui até eles. Estávamos perto o suficiente para ouvir o meu chefe conversando com a Seren:

- O trabalho aqui não é muito difícil. Quer dizer, você vai servir os clientes e a parte complicada é os malabarismos, mas você vai ter as aulas e tal. Todas as meninas e os lobinhos passam por uma avaliação feita por uma das coyotes e eu decidi te colocar como pupila da Luiza.

Todo mundo prendeu a respiração e deu para ouvir.

A Luiza foi andando calmamente até a Seren, que era ligeiramente mais alta, mas que parecia mais baixa. A olhou de cima a baixo e disse:

- Conselho: Nunca venha de saia a menos que a gente tenha alguma apresentação específica e te avise antes.

Pude ver que a Seren engoliu em seco.

- Como você deve ter visto semana passada, a gente costuma usar uma camiseta, seja de alça ou manga curta, jeans e sapatos de salto ou botas tipo de montaria. Vamos fazer o seguinte. Vem comigo. A gente deve ter alguma coisa para você usar hoje.

A Luiza foi andando na frente, feito uma general e a Seren a seguiu.

- Foi bom ter conhecido a Seren. - O Tom falou, batendo no meu ombro de leve. A Nadine veio correndo até a gente e perguntou:

- Só eu que estou achando que a Iza vai acabar com a coitada da menina?

Negamos com as cabeças.

Naquela noite, eu ajudei a Seren sempre que a Luiza não estava olhando. Num dado mo-mento, um dos clientes, já bêbado, começou a dar em cima da Seren, que tentava dar um fora nele, mas não conseguia. O homem falou:

- Uma boneca que nem você tinha que ficar ali em cima - Indicou o palco. - em exibição!

- Eu não danço bem. - Ela respondeu. - E se você não se importa, eu tenho um monte de coisas para fazer aqui. O que vai querer beber?

A resposta dele foi grosseira demais e pedi para um dos seguranças tirá-lo dali. Perguntei, quando o homem já estava longe:

- Está tudo bem?

Ela concordou com a cabeça e a Luiza logo a chamou:

- Kendrick!

A Seren foi correndo até a outra e as duas sumiram. Quando voltaram, depois de algum tempo, tinha alguma coisa estranha acontecendo.

- O que ela te disse? - Perguntei e a Seren negou com a cabeça. Fui andando até a Luiza e disparei: - Por que toda vez você tem que ficar com perseguição com os novatos, hein? O cara que deu em cima da Seren, não o contrário!

Me olhou e disse:

- Se você sabe o que é bom para você e para ela, vai voltar agora para o seu lugar e não vai me encher a paciência com isso. Se continuar insistindo em me questionar, eu te boto na rua assim. - Estalou os dedos. - Vai querer arriscar?

Suspirei e tentei manter a calma enquanto andava até o meu canto.

No final do expediente, a Seren tinha sumido. A Luiza também tinha ido embora e tive certeza que era com o Alex.

No dia seguinte, quando saí para almoçar com a Nicola, claro que o assunto não podia ser outro:

- Sério, eu já estou de saco cheio dessa briga sua com a Luiza. É tão bom quando tá todo mundo bem...

- Quem brigou aqui foi ela. Ela quem falou que... - Olhei para ver se tinha mais al-guém ouvindo. - Foi a Luiza quem falou explicitamente que a transa não tinha significado nada para ela.

De repente, fez uma ca-ra um pouco estranha e perguntei:

- Que foi?

- Nada. - Falou, enfiando uma garfada de alface na boca.

- Eu conheço essa cara porque sua amiga - Acusei. - fazia muito isso quando estava bancando a sabichona.

- A Luiza não é amiga só minha e você sabe disso.

Suspirei e ela pegou na minha mão.

- Anda. Dois turrões a gente não dá conta. E olha que a gente custou a achar alguém com uma teimosia tão... Teimosa quanto a dela.

Ri fraco e falei um pouco sombrio:

- Vão ter de dar conta. Afinal, eu não duvido nada que ela se case com o Alex e vire a cara para a gente.

- Você enche a boca para falar que passou um ano com ela e já conhece a Iza como a palma da sua mão, não é?

- E não é verdade?

- Claro que não! A Nadine e eu conhecemos a Luiza há uns cinco anos, pelo menos. Acho que a gente sabe que em 99% do tempo, ela realmente não quer dizer o que fala.

- Mesmo assim.

- Mesmo assim o quê? Quer deixar de ser tão cabeça-dura e dar o braço a torcer ainda mais que está todo mundo vendo que vocês estão sentindo falta um do outro?

- Ela te falou?

- Não foi preciso. Conheço a Luiza melhor do que você, Bill.

Terminamos o almoço falando de outros assuntos e, quando estávamos saindo do restaurante, notei que tinha um paparazzo tirando fotos nossas.

- Posso te pedir um favor? - Pedi e ela concordou, enquanto colocava os óculos de sol. - Será que você me consegue o telefone da Seren?

Me olhou, surpresa e comentou:

- Eu jurava que você já tinha...

- Ela não me deu o número ainda.

Pegou o celular na bolsa e também peguei o meu. Me ditou o número e perguntou, depois que acabei de gravar o telefone:

- Você está... Gostando dela?

- Ela é uma garota legal.

- Eu não perguntei se ela é legal, mas se você está gostando dela.

- Ainda é cedo para dizer.

Assentiu.

- Mas... Se rolar... - Insistiu.

- A Luiza voltou para o Alex. Não acho que, mesmo com o que aconteceu há alguns dias, ela vai se separar dele.

Suspirou e disse:

- Eu ainda acho que não a história de vocês não acaba aqui.

- Se eu fosse você, não teria tanta certeza assim.

Me despedi dela e cada um foi para um lado.

Não muito tempo depois, quando estava andando meio sem rumo pela região, decidi me arriscar e liguei para a Seren. No terceiro toque, ela atendeu:

- Alô?

- Seren?

- É ela... Quem é?

- Bill. Escuta, o que você está fazendo agora?

- Como você conseguiu meu telefone?

- Eu tenho minhas fontes. Mas e aí? Está fazendo o quê?

- Estou um pouco... Ocupada. Mas se quiser vir... Estou numa loja perto do Hyde Park. Chama Topshop. Conhece?

- Onde fica, exatamente?

- Perto da Brompton Road.

Dei um meio sorriso enquanto ia andando até a estação de metrô. Em menos de vinte minutos depois, eu já estava na loja, procurando pela Seren. Consegui encontra-la olhando uma das araras e, quando estava vendo uma camiseta, falei:

- Essa blusa é meio... Comportada demais para o bar.

Ela se assustou e se virou de frente para mim.

- É mesmo? E o que as meninas normalmente usam? Barriga de fora e decotes até o umbigo?

- Mais barriga de fora, apesar de vez ou outra, algumas usarem decotes, mas não até o umbigo. Posso te dar algumas sugestões?

- E desde quando você entende de moda?

- Além de a minha mãe ser costureira freelancer? Praticamente desde que me entendo por gente.

Ela ficou sem palavras. Foi estranho, porque eu estava acostumado a sempre ter uma réplica...

Vasculhei a arara e comentei:

- As meninas, diferente do filme, não ficam com barriga de fora o tempo inteiro. E quase sempre elas usam regatas.

Assentiu lentamente.

- Seren, eu acho melhor a gente ir olhar... - Nem precisei olhar para reconhecer a dona da voz. - Kaulitz.

Me virei para ela e estava com aquela pose de quem tentava intimidar.

- É incrível como você se faz onipresente até quando não é convidado. - Ela me alfinetou e dei um meio sorriso, percebendo o quanto sentia falta das suas provocações.

- Estava aqui perto e queria ver a Seren. - Falei e ela ergueu a sobrancelha.

- Sei... - Disse. - Olha, estamos comprando algumas coisas para ela usar no bar, então se você não se importa...

- De jeito nenhum. Aliás, até acho que vai ser bom ela ter uma segunda opinião, não é, Seren? - Olhamos ao mesmo tempo para ela, que estava acuada.

- Ah... Por mim tudo bem. - Ela respondeu, constrangida. A Luiza não deu chilique conforme eu imaginava. Ao invés disso, simplesmente me ignorou e disse:

- Tem uma loja aqui perto que a gente vai ter melhor sorte.

A Seren concordou, vendo a outra andar mais à frente. Como ficamos para trás, então pudemos conversar um pouco e ela comentou:

- Você tira ela do sério mesmo.

- Que isso não te sirva de incentivo para fazer o mesmo, mas... É divertido porque ela sempre cai nas minhas provocações.

- Entendi. - Respondeu, olhando para a Luiza, que ainda estava mais à frente e co-mentou: - Ela está tentando me convencer a começar a dançar sobre o balcão.

- Sério?

Concordou.

- Só que, sabendo o quanto eu sou desastrada, é bem capaz de eu tomar aquele tombo espetacular. Ela me mostrou o tamanho dos saltos que ela e as outras costumam usar... É certo que eu vou cair e matar as três de vergonha.

- Não vai. - A Luiza falou, espiando sobre o ombro. - Nós três não somos tão perfeitas quanto você imagina. Não faz tanto tempo assim que eu quase quebrei o pé. Caí que nem uma jaca durante uma apresentação.

- E o que você fez? - A Seren perguntou.

- O que mais podia ter feito? Levantei e continuei a apresentação até o final da música como se nada tivesse acontecido. Fiquei com o pé imobilizado por quase um mês, de licença em casa, mas a hora que eu voltei para o bar...

- Eu... Realmente não imaginava. - A Seren disse.

- Eu sim. - Falei e a Luiza se virou mais para me olhar. Pude ver a sombra de um sorriso no canto da sua boca e ela logo tratou de disfarçar.

Na tal loja que a Luiza tinha visto, aproveitei enquanto a Seren experimentava algumas roupas e perguntei:

- Fala a verdade. Você está se preparando para dar um bote daqueles, não é?

- E por que eu daria? - Devolveu a pergunta, não parando de olhar as araras.

- Porque você está com ciúmes. - A cara que ela fez ao me olhar era bem... Típica, estreitando os olhos e como se me desafiasse a provar que estava errada. - Está vendo que eu estou interessado na Seren...

- Está mesmo ou está só usando ela para tentar me atingir? Além de não funcionar, vai ser uma bela sacanagem com a coitada, que não tem nada a ver com a gente.

- Será mesmo que não está funcionando?

- Não. E quer saber como eu tenho tanta certeza? - Fiz um gesto, indicando que continuasse. - Falei que, se ela quiser, era para ficar com você.

- A troco de quê você ia falar isso com ela?

- Tem que ter algum motivo específico?

- Sempre tem.

- Bom... Desta vez foi só pela boa ação mesmo. - Disse, antes de se afastar.

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