quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 6º capítulo - Interativa









But you are in my head, tangled in my dreams

Agora vem a luz da manhã, e está muito frio lá fora
Me pego num sonho distante
Me viro e penso que você está do meu lado
Então eu levanto da cama e tento me vestir
Me perguntando por que minha mente me prega peças
E me engana, fazendo pensar que você está lá

(the Corrs - Radio)



Novembro chegou e quase todos os dias, íamos ver as reformas nas casas. Quer dizer, nem sempre dava para as meninas, o e eu irmos todos juntos. Então, se, por um acaso só eu e ele podíamos ir, aproveitávamos para dar uma olhada nas casas das meninas. A primeira a ficar pronta foi a da Di. Mesmo porque, ela não precisou mexer muito.

Numa noite de sábado, quando estávamos no meio do expediente, vi que o estava descaradamente dando em cima de várias clientes. Um pouco por causa do ciúme e um pouco porque estávamos no meio do trabalho, decidi tomar uma providência. Fiz um sinal para o DJ e ele interrompeu a música. A Di, vendo que eu ia aprontar, perguntou:

- O que foi?

- Vou cortar as... Garras de um lobinho.

Peguei um dos microfones e subi no balcão. Imediatamente, todo mundo me olhou. Falei:

- Como vocês podem ver, neste ano temos algumas novidades para as moças, não é?

A mulherada, claro, gritou e falei:

- E como hoje é o dia que temos um dos nossos lobinhos de volta... Acho que é justo fazermos algo para... Comemorar, não é?

Olhei para as meninas, que já tinham percebido a minha intenção, mas não reagiam.

- Como tive a permissão do Stephen... Senhoras e senhoritas... Valendo uma hora inteira ao lado daquele belo espécime ali no balcão - Indiquei o , que até então, não tinha percebido que eu falava dele. - servindo um Coyote - Ele finalmente entendeu. Me olhou, incrédulo, e sorri. - e, assim que ele terminar ali, declaro aberto o primeiro leilão de lobinhos do The Coyote!

A tentação foi irresistível e olhei para o , que estava estarrecido. O chamei com o dedo e ele não se movia.

- Ele é tímido, entendam, por favor. - Falei, indo até ele. Parei ao seu lado e avisei: - Eu acho que você se lembra que o Stephen te disse que você está sob avaliação. E que eu tenho plenos poderes para fazer o que quiser com os pupilos. Portanto, se realmente quiser continuar aqui, vai agora para aquele balcão e me obedece.

Travou o maxilar e acabou fazendo o que pedi. Claro que a mulherada logo ficou doida e fiz sinal para o DJ. Ele imediatamente começou a tocar uma música. O falou, com a boca próxima à minha orelha:

- Você me paga, .

- Não... Você é quem vai me pagar e com juros, . E não pense que é pessoal. É só por diversão. - Levei o microfone à boca e falei: - Lances começam com vinte e cinco libras!

Logo, a mulherada começou a gritar, erguendo as notas e, em pouquíssimos minutos, a oferta era de £ 150. Uma que estava perto do palco gritou:

- Ele vai ficar parado aí?

Olhei para o , que travou o maxilar e ri.

- Você ouviu a moça...

Timidamente, ele começou a dançar e a mulherada, claro, ficou insatisfeita. Respirei fundo e entreguei o microfone para a Lola, pedindo que continuasse com o leilão. Fui andando até ele e falei:

- Má vontade contam pontos negativos para você, .

Bufou e, de repente, me puxou para mais perto.

- Você vai se arrepender.

Sorri e eu não sei o que tinha dado em mim. Comecei a dançar mais colada à ele, que tinha entrado no joguinho. Num determinado instante, eu não resisti e parei atrás dele. Deixei a minha mão deslizar por quase toda sua barriga e, o surpreendendo, levantei a sua camisa. Não imaginava que a mulherada fosse gritar tanto.

Depois de algum tempo, fiquei de costas para ele, que me puxou pela cintura e continuei dançando e rebolando cada vez mais. Nesse instante, consegui sentir sua respiração acelerada bater na minha pele e me arrepiei. Quando a situação estava começando a ficar insustentável, olhei para a Nicola e fiz um sinal. Ela, então, gritou:

- Vendido por £ 5,000!

Parei e, quando olhei para as meninas, a Di assentiu, como se dissesse: “É isso mesmo que você ouviu!”

Perguntei para a Lola:

- Quem levou?

Me apontou uma garota que eu já tinha ouvido falar por ser uma socialite inglesa e reconhecidamente piriguete. Falei com o :

- Divirta-se com a Srta. Cérebro de ervilha.

Ele, mesmo contrariado, foi até ela. Graças à olhada que me deu, fiz sinal para o DJ, man-tendo meu olhar fixo no do e, logo, comecei a ouvir a música. As meninas já tinham pegado os microfones e, olhando fixamente para ele, cantei:

Hot under the collar
(Quente sob o colarinho)
I bet you wanna take a little something off
(Aposto que você quer tirar alguma coisinha)
So strip it down boy
(Então tire logo, garoto)
You like the way my hips
(Você gosta do jeito que meus quadris)
They move up and down and dip
(Se movem para cima e para baixo e mergulham)
Got moisture on your lips
(Tem umidade em seus lábios)
So strip it down boy
(Então tire logo, garoto)

Logo, a Di cantou a parte dela e, em seguida, nós três cantamos, dançando da maneira mais sexy imaginável.

Quando foi a minha vez de cantar de novo, mantive meu olhar fixo no do o tempo inteiro:

Coz I can see you getting hot under the collar
(Porque eu posso ver você ficando quente sob o colar)
I bet you wanna take a little something off
(Aposto que você quer tirar alguma coisinha)
So strip it down boy
(Então tire logo, garoto)
You like the way my hips
(Você gosta do jeito que meus quadris)
They move up and down and dip
(Eles se movem para cima e para baixo e mergulham)
If you wanna get with this
(Se você quer ficar com isto)
Strip it down boy
(Então tire logo, garoto)

Não contive um sorriso ao ver a socialite quase se descabelando para atrair a atenção dele.

Quando o bar fechou, a Di estava num canto com o , ambos se agarrando e achando que ninguém via nada. Eu e a Lola estávamos sentadas no balcão, contando o dinheiro e o Charlie estava falando ao celular. A ruiva disse:

- Você é louca. Vai que o cismasse de não participar do leilão?

- Era uma hora só. Falei com o Stephen antes e dei meu jeito.

Me olhou e riu.

- Você vai mesmo se vingar dele? - Quis saber e falei:

- Não. Vou é castiga-lo. Ainda mais... Sei de alguém que vai me ajudar... - Sorri maliciosa e ela também.

Na hora que finalmente pudemos ir embora, eu estava terminando de guardar as minhas coisas e, justo quando eu estava quase saindo, quase trombei no , que estava parado ali e com cara de poucos ami-gos.

- Sério que você vai apelar por causa do leilão?

- Não. Tanto que eu não vou nem dormir em casa hoje. - Respondeu. - O que eu queria te dizer é só que, da próxima vez, vou ligar o foda-se para tudo: O Stephen, essa maldita avaliação e, principalmente, seu posto de gerente.

Empinei o nariz, cruzando os braços na altura do estômago e ele, de repente, me fez encostar na parede mais próxima. Se aproximando de mim, disse:

- Eu te juro, . Da próxima vez que você fizer uma coisa dessas... Você vai se arrepender pelo resto da vida.

- Estou pagando para ver. - Respondi, conseguindo empurrá-lo para longe. Mas, antes de ir, avisei: - A propósito... Vou acabar com a sua diversão de voyeur.

- Por quê?

- Não que isso seja da sua conta, mas eu vou dormir na casa do hoje. - Respondi, olhando rapidamente para ele. Passei sem dizer mais nada e fui embora.

Assim que destranquei a porta da frente da casa, percebi que estava tudo quieto. Até demais, apesar das luzes acesas. Pus a bolsa sobre o sofá, tomando o cuidado de desligar o celular antes de recoloca-lo no bolso lateral de sempre. Subi as escadas até seu quarto e, quando abri a porta, ouvi o barulho do chuveiro e decidi esperar por ele. Me lembrando da lingerie que eu havia comprado outro dia, tirei praticamente toda a roupa e fiquei só com a calcinha. que eu sabia que ele ia gostar, toda aberta atrás, só ligada por algumas fitas. Nunca pensava que teria coragem de usar uma coisa daquelas... E justo quando eu estava quase morrendo de vergonha... Ele saiu do banho.

- O que foi? - Perguntou.

- Se eu te falar que fico muito mais envergonhada usando essa calcinha do que sem roupa nenhuma... Vai acreditar em mim?

Riu e disse:

- Se quiser... Posso dar um jeito de acabar com essa sua vergonha...

Se aproximou rapidamente e parou atrás de mim. Descobriu meu pescoço e começou a beijar a área sem pressa e com o máximo de carinho.

Como era de se esperar, acabamos na cama e, logo depois que ele tinha me puxado para ficarmos de conchinha, disse:

- Você está diferente hoje...

- É. Eu sei. - Respondi. - Eu sei que você vai ficar bravo, mas... Hoje eu aprontei no bar.

- O que foi?

- Eu leiloei o . Ele conseguiu dobrar o Stephen e ajudar como der, mesmo com o gesso no braço.

- E como ele conseguiu servir os drinks e tal?

- Adivinha? Nadine e Nicola ajudaram, claro. As duas tão me saindo um belo par de puxas-saco dele...

- Estou percebendo uma pontinha de ciúmes?

- Como assim?

- Você está com ciúmes porque as meninas estão meio que te deixando de lado e babando ovo do ?

Tive que me virar de frente e falei:

- Elas têm o direito de serem amigas de quem quiserem. Bem como, se elas quiserem continuar babando ovo dele... Que babem. Agora eu ficaria realmente preocupada se fosse você o baba-ovo.

Só para me provocar, disse:

- Bom, sou obrigado a concordar que o é OK...

Eu olhava incrédula para ele.

- “O é OK”? - Perguntei, não segurando o riso.

- Não adianta. Você não vai conseguir arrancar de mim uma confissão como: “Ai, o é uma perdição de gostosura.” - Falou, com voz afetada no final e tive que rir.

- Besta. - Resmunguei. - Ele pode ser gostoso o quanto for que você é simplesmente delicioso.

- Ah é?

Assenti, sorrindo que nem uma criança.

- Vou te provar. - Falei, me esticando toda até alcançar seu pescoço. Dei uma mordida de leve perto da orelha e consegui o que eu queria, que era começar a provoca-lo. - Aí... Tão delicioso quanto brigadeiro de panela...

- Depois dessa... - Disse, me surpreendendo ao ficar por cima de mim de novo.

Na quarta-feira seguinte, quando eu estava quase saindo para almoçar com o , ouvi a campainha tocar e nem precisei pensar muito para descobrir quem era.

- O que foi? - Perguntei.

- Ah... Você vai sair. - Respondeu, triste. - Deixa. Na hora que você voltar, a gente se fala.

- Não me faz te arrastar até aqui. - Avisei, quando o estava quase no meio do caminho. - O que foi?

- É que... A minha mãe quer que eu vá para a Alemanha agora no Natal e ela... Te convidou para ficar lá com a gente. Quer dizer, tudo bem se já tiver marcado a viagem para Roma ou até mesmo se for passar com o , mas... De qualquer modo, o convite fica de pé.

Dei um meio sorriso e avisei que depois ia ligar e conversar com ela. Em seguida, tive que sair, já que o me ligou.

Durante o almoço, ele notou que eu estava pensativa demais e com a cabeça em outro mundo e, para chamar minha atenção, disse:

-... E eu estou pensando em colocar uma avestruz de garota-propaganda da empresa.

Conseguiu o que queria e levantei o olhar para ele.

- É... Vai conseguir atrair o público masculino, já que as avestruzes têm pernas longas e sexies.

Olhamos um para a cara do outro e rimos.

- O que aconteceu para você estar com a cabeça em outro mundo?

- Você me conhece. Sabe que eu fico pensando em várias coisas durante o dia... E dificilmente é alguma coisa específica. Mas que a avestruz daria uma ótima ave-propaganda...

Riu fraco e insistiu:

- É, mas você só fica compenetrada desse jeito quando é uma coisa séria. O que houve?

- Estou pensando se vou para Roma no Natal. Só isso.

- Você sabe que minha mãe sempre faz a festa de Natal lá na casa dela, não é?

Assenti.

- É justamente por isso que eu estou pensativa. Não decidi o que vou fazer ainda.

- Talvez... Eu disse, talvez, eu vá precisar fazer uma viagem, mas eu volto a tempo.

- Viagem para onde?

- Shanghai. Quer alguma coisa de lá?

- Quero que você não coma nem um cachorro e muito menos aqueles espetos de insetos. Se fizer isso, vou fazer greve de sexo por, no mínimo, um mês.

- Nem escorpião?

Dei aquela olhada feia para ele, que riu.

- Ok. Só... Yakisoba e frango xadrez.

- Bom mesmo. - Avisei e ele riu de novo.

Depois dali, ele teve de voltar para o trabalho e eu, como estava sem nada para fazer, liguei para a Di, para ver se ela animava a fazer alguma coisa. Em menos de uma hora, estávamos as duas no Spitalfields Market, batendo perna e conversando sobre os assuntos mais aleatórios imagináveis.

No final da tarde, quando já não aguentávamos mais dar um passo, conseguimos chegar à Starbucks e, logo que começamos a comer, perguntei:

- Escuta, eu estava pensando uma coisa. - Me olhou, incentivando que eu continuasse. - Sei que é um assunto delicado, mas está me corroendo. Por um acaso você procurou saber se, caso tente de novo, vai poder engravidar sem problemas?

- Antes, eu quero saber o motivo dessa... Curiosidade inesperada.

- Como você mesma disse... É curiosidade. Eu sei que, mesmo que você não tenha lá tanta... Vontade assim de ser mãe num futuro não tão distante, uma hora vai mudar de ideia e é justamente por querer que você seja tão feliz quanto a Lola é com a Sophia que penso nisso.

- Então. Eu fui à alguns médicos nesses dois anos. Alguns foram taxativos em dizer que eu não tinha muitas chances de conseguir engravidar tão facilmente. Já outros...

- E no final?

- No final, eu decidi, só por garantia, fazer um daqueles tratamentos quando chegar a hora.

- Sem querer te assustar, mas já assustando... Você sabe que em quase todos os casos que a mulher faz esses tratamentos, acaba vindo uma... Grande surpresa, né?

- É, eu sei. Já falei com o .

- E aí?

- Aí que ele logo deu um jeito de desconversar. Eu sei que ele não é totalmente avesso à ideia de ser pai, mas... Acho que por agora...

Assenti, pensativa.

- E o ?

- Por ele, eu já estaria esperando um filho dele.

- É tão assim?

Concordei. Continuamos conversando e, mais à noite, quando eu cheguei em casa, simplesmente fui para a parte aberta e fiquei sentada na espreguiçadeira, observando o céu. Tinha levado o celular comigo, para o caso de alguém me ligar em casa e eu não conseguir ouvir. Estava quase dormindo quando ouvi o aparelho tremendo sobre a mesa de canto que havia ali. Tateei até encontrar o bendito e, assim que apertei, às cegas, o botão para atender, falei:

- Eu espero que seja realmente importante para me fazer mexer alguns músculos agora... Fala, coisa.

- Isso lá é jeito de falar com uma pessoa com quem você dividiu a cama por quase um ano inteiro, é seu submisso e até mesmo salvou sua vida?

- Menos drama, . - Falei. - Muito menos drama. O que foi?

- O que você está fazendo?

- Se desse para ver, eu te diria para espichar o pescoço para fora da janela da sala.

- Já saquei. Escuta, não quer me ajudar com uma tarefa árdua?

- Eu não vou te ajudar a tomar banho, pode esquecer.

- Eu nem... Tinha pensado nisso! Mas o que eu quero é que você me ajude a es-colher algumas coisas para a casa nova. Eu estou olhando aqui um site e queria alguns palpi-tes, ô filha de designer de interiores...

Ri e falei:

- Eu vou com uma condição.

- Qual?

- Estou com desejo de sorvete de flocos tem ó... A hora que eu sair daqui, a gente vai naquele mercadinho aqui perto e compra uns dois potes, fechado?

- Feito. Não demora aí...

Não demorei muito a sair e, quando estávamos andando lado a lado e até de braços dados (Sim, meu braço estava enroscado no dele que estava engessado) e ele conversava sobre algumas músicas que andava escrevendo.

- Ainda não é uma música inteira. Só... Algumas frases esparsas.

- Eu acho que é melhor que nada. - Respondi e ele teve que concordar.

Depois de comprarmos os sorvetes, voltamos para a casa e, assim que guardamos os potes no congelador, fiz uma calda de chocolate que tinha aprendido com minha mãe e ficava mais “puxa” por causa do choque térmico (Ela era tipo um brigadeiro, mas era diferente) e era simplesmente divina.

Então, em poucos minutos, estávamos encostados no sofá, comendo o sorvete e vendo as coisas que ele queria. Me mostrou uma ideia de como queria organizar a sala e fui dando os palpites. Quando tinha acabado de tomar o sorvete e tinha me levantado para pegar mais, o meu celular começou a tocar e, como eu estava com o aparelho no bolso, o peguei e ouvi do outro lado da linha:

- Descobri que vai ter um jogo do Arsenal contra o Manchester no próximo doingo... Vamos?

Suspirei e ele disse:

- Pode levar quem quiser. Aliás... Quanto mais gente para ver a derrota do Manchester, melhor.

- Ah é? Vai sonhando, vai... E eu vou ver quem quer ir e depois te aviso.

Assim que desliguei e voltei para a sala, o perguntou:

- O que foi?

- Arrumei um programa para domingo. Se quiser ver um lado meu totalmente... Selvagem...

- Arrumei um programa para domingo. Se quiser ver um lado meu totalmente... Selvagem...

Assim que vi sua expressão, me arrependi imediatamente de ter dito aquilo.

- Eu achei que você já tinha me mostrado um lado selvagem... Ainda mais naquela vez que...

- O falou que tem uma partida entre o Manchester e o Arsenal no domingo. Acho que as meninas devem ir. Vamos, vai ser divertido...

- Tá. Depois me fala o horário certo...

Assenti e continuamos a olhar as coisas para a casa nova dele.

No domingo, as meninas animaram a ir e até o Charlie foi com a gente ver o jogo. Por ser torcedor do Arsenal, o foi sozinho para as arqui-bancadas e ficou com a torcida do time dele. Ficamos todos sentados um ao lado do outro e eu fiquei entre o e a Lola. Ao lado dela, estava o Charlie. Do lado do , estavam o e a Nadine, respectivamente.

O Arsenal fez o primeiro gol e eu xinguei. Mas com vontade. As meninas, que já estavam acostumadas, só riram. Mas o engraçado mesmo foi a reação do . Me olhou, surpreso. O também me observou, mas já tinha ido comigo e a Di à outro jogo e, por isso, foi menos... Impactante. Senti, não sei como, meu celular tremendo dentro do bolso da jaqueta e, depois que peguei o aparelho, vi uma mensagem do .

- O que ele falou? - A Lola quis saber.

- “Um a zero, )... Um a zero. Se o Arsenal ganhar...” - Comecei a ler, mas não tive coragem de ler o resto. Mostrei o celular para ela, que riu.

- Não é tão ruim quanto parece...

- Você que acha. - Respondi e ela me olhou, incrédula. - É. Ele meio que... Se empolga demais porque o Arsenal ganhou e gosta de me... Castigar por eu ser tão teimosa.

- Wow... ... Banheiro. Agora.

Fiz sinal para a Di e ela foi com a gente. Enquanto a Nicola estava numa das cabines, eu lavava as mãos e a Di retocava a maquiagem. Como estávamos só nós três ali, então a ruiva teve que me perguntar:

- Escuta... E aquela história que você estava me contando?

- Ah... Então. Vocês sabem que ele é chegado em... Certas coisas, não é?

- Mas... Ele já te levou num daqueles clubes? - A Di perguntou, me olhando através do espelho.

- Chegou a fazer a proposta, mas eu fiquei de dar a resposta. Sei lá, nesses clubes fica todo mundo olhando e vocês sabem que, apesar de tudo, eu sou tímida.

- Ok. Ele tem um lado meio... Christian Grey. E aí? - A Lola perguntou, saindo da cabine e vindo até onde estávamos.

- Aí que teve um dia que ele misturou esse lado... Christian Grey com a empolgação da vitória do time e acho que agora vocês entenderam aquele dia que eu estava com um pouco de... Dificuldade para andar.

As duas não seguraram o riso.

- Eu sabia! - A Nadine falou e fiz língua para ela.

- Como se você fosse uma santa...

Depois que voltamos aos nossos lugares, um dos artilheiros do Manchester estava quase marcando um gol. E eu nem queria imaginar o quanto eu deveria estar parecendo louca. Um dos jogadores do Arsenal marcou uma falta daquelas e imediatamente me levantei, xingando o maldito. A Lola quase chorava de rir e eu imaginava o , do outro lado.

- FOI FALTA! - Eu gritava, quase dando um tapa no homem que estava na frente. O jogador do Arsenal começou a discutir com o juiz e foi expulso. - BEM FEITO! TOMA, BESTA!

O homem à minha frente se virou e a hora que ele me viu, fez um sinal para mim e, quando me inclinei um pouco para a frente, ele perguntou:

- Você não é a namorada daquele rapaz... ?

Assenti.

- E cadê ele?

Apontei para a torcida do Arsenal.

- Ele tinha que ter um defeito... - Respondi e o cara riu. Logo, um dos atacantes do Manchester disparou pelo campo e eu estava a ponto de roer as unhas. Deu um chute daqueles e, como tinha mirado para um lado e acabou chutando para outro, o goleiro pulou na direção errada e, sendo assim... O primeiro gol foi marcado.

E assim, o povo se divertia mais comigo do que com o jogo propriamente dito e, assim que acabou, fomos para uma das saídas do estádio e, enquanto a Lola ligava para a mãe para saber como a Sophia estava e o e a Di se agarravam ali perto e o conversava com o Charlie, eu liguei para o . Imaginei que, por causa da confusão, ele demorou a atender. Assim que finalmente me ligou de volta, quis saber:

- Onde vocês estão?

- Naquela entrada principal, a que dá para a Hornsey road. E você?

- Já estou chegando.

- Bom mesmo. Estou começando a ficar com fome e a gente até falou em ir comer uma pizza.

Não muito depois, desligamos e o Charlie perguntou:

- E aí?

- Boa pergunta. Eu realmente queria saber onde ele está... - Respondi, guardando o celular na bolsa.

- O que ele falou da pizza? - A Lola quis saber.

- Que a gente resolve assim que sairmos dessa confusão toda.

De repente, senti alguém passado o braço em torno da minha cintura e já ia xingar o folgado quando vi que era o .

- Aprende uma coisa, sim? - A Lola falou com ele. - Não canta vitória antes da hora, viu? A gente estava torcendo para o United por causa da ). Estava engraçado demais.

- Pois é. Nunca pude aproveitar como eu quero um jogo do Arsenal contra o United por isso. - Ele reclamou.

- Quem manda também?- Perguntei. - E outra... Vamos comer aquela pizza? Daqui a pouco eu vou começar a roer a porta do carro.

- Cadê o outro casal? - O perguntou, procurando a Nadine e o com o olhar. Não muito tempo depois, quando estávamos na pizzaria, a Nicola me imitava, atraindo a atenção de algumas pessoas ali.

- Ok. O já entendeu, eu tenho certeza. - Falei, fazendo com que ela se sentasse. - E o povo já tá começando a olhar atravessado para cá.

- Que olhem. É a mais pura verdade, não é, Di?

- É. - A Nadine respondeu.

Claro que uma simples saída como aquela não ia passar ilesa e o tinha que provocar o . Como sempre, o deu as suas respostas típicas e, no final, até eu não aguentei e dei umas cutucadas nele também.

Quando ele me deixou em casa, claro que tivemos uma discussão daquelas. Fiquei tão irritada com o que até cheguei a tremer. E por muito pouco mesmo, não o expulsei de casa à vassouradas (literalmente). Quando ele finalmente foi embora, quase perdi as estribeiras e gritei de raiva.

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