domingo, 12 de julho de 2015

What happens in Vegas... Might not stay in Vegas - 11º capítulo - Interativa













You're such a hard act for me to follow

Não sei por onde começar
Estou um pouco perdido (...)
Não sei o que fazer
Estou bem na sua frente
Pedindo para você ficar, você devia ficar Ficar comigo esta noite, sim

(Maroon 5 - Love somebody)

Mais outra semana se passou. Quando a saiu para almoçar com as amigas, um carteiro apareceu lá no estúdio e entregou um envelope preto. Olhei o remetente e descobri que era da gravadora, que ia fazer um baile de máscaras. A festa aconteceria no final de agosto em um hotel luxuoso de Los Angeles. Suspirei e, cerca de uma hora depois, quando ela voltou, se sentou ao meu lado e notou o envelope que eu propositalmente havia deixado ali.

- O que é isso?- Perguntou e dei de ombros, falando:

- Baile de máscaras da gravadora. Se não quiser ir, tudo bem.

- Não... Eu quero. - Disse, me surpreendendo. - A propósito... Tem alguma ideia de onde podemos conseguir as máscaras e as roupas? Estranhei, mas, por um motivo desconhecido, acabei gostando da ideia.

O resto do dia passou voando e, quando dei por mim, já estávamos chegando em casa. Assim que passamos em frente à adega, perguntou:

- A porta fica trancada?

- Quer um vinho? - Devolvi a pergunta e assentiu. Peguei o molho no gancho ao lado e destranquei. Entrou e a segui. Estava olhando as garrafas e descobriu a “passagem secreta”. Me olhou e disse:

- Tem mais garrafa lá embaixo. - Assenti.

Desceu as escadas, sendo que a segui de perto, e a ouvi dizer, antes mesmo que eu a alcançasse:

- Neste exato instante, estou me perguntando como é que você ainda tem fígado...

Ri e, só para provoca-la, respondi:

- Sabia que estou me perguntando exatamente a mesma coisa?

Vi que estava segurando uma garrafa de Pinot noir e, depois de me olhar rapidamente, disse:

- Para te ser bem sincera... Ia se surpreender comigo. Aliás... Para e pensa. Desde que me mudei para cá, quantas vezes me viu beber? - Parei para pensar.

- Duas. No jantar da fusão com a gravadora e na festa. - Assentiu.

- Já não é muito da minha natureza ficar bebendo muito. E eu acredito piamente que já fico de saco cheio por causa do bar...

Ri fraco e notou uma mesa que havia perto da escada. Vendo que ia pegar o saca-rolhas, estiquei a mão e me deu a garrafa.

Em pouco tempo, havíamos tomado quase a metade da garrafa e, como nenhum de nós dois tinha tanta resistência para vinho... Estávamos sentados na escada, um quase de frente para o outro e rindo de várias coisas que falávamos, graças ao álcool. De repente, não pude me controlar:

- Ia aceitar o pedido de namoro do ? - Ficou séria por um instante e disse:

- Ia. Mas por obrigação. Quer dizer, eu estou cozinhando o coitado em banho-maria há quase três anos e ele é um Buda de tanta paciência que tem comigo.

- Engraçado, porque eu vi umas fotos dele no Google e não me lembro de ele ser gordo e careca...

Riu e disse:

- Eu tenho uma revista lá no Brasil que fala que Buda era magro. Agora se tinha cabelo... Aí são outros quinhentos.

Fiz uma careta e perguntou:

- O que foi?

- “São outros quinhentos”?

- É uma expressão brasileira. Quer dizer, basicamente, que é outra história.

Assenti e perguntei:

- Mas você falou que ia aceitar o pedido dele por obrigação... Ou você quer ou não quer namorar o cara. É muito simples! Podia ter dito não quando te pedi em casamento.

- Então... Foi justamente seu pedido de casamento que me “salvou”. - Fez aspas com os dedos. - E é obrigação porque ele é um ótimo amigo.

- Tá, mas não é porque ele é um ótimo amigo que você tem que forçosamente namorar com ele!

- Você não entende, . É... Complicado. - Espera aí. Eu ouvi direito? Ela me chamou pelo nome?- Eu gosto do , só que...

- Não é o suficiente.

- Não. Talvez esse seja só um dos fatores que contribui para esse sentimento de obrigação, apesar de tudo. Gosto da companhia dele, é um cara divertido... O tipo de homem que toda mãe sonha em ter como genro.

- Inclusive a sua?

Me olhou e disse:

- Ela já está satisfeita com o que tem.

- Contou para ela?

- Claro que sim! - Respondeu. - Não sou que nem uns e outros cuja mãe nem sonham que já tem uma nora. Exemplar, diga-se de passagem.

- Quem te garante que não contei para minha mãe?

- Se tivesse contado, ela estaria nesse silêncio todo?

- A sua mãe está.

- Converso com ela quase todos os dias. E, ao contrário da sua mãe, a minha não fala inglês.

- Aprendo português.

- Eu te ensino. - Prometeu e avisei:

- Vou cobrar, hein? - Riu.- - Falei com os caras sobre a sua imposição de voltarmos com a banda.

- E aí?

- Você tem três fãs.

Riu e, depois de alguns instantes brincando de contornar a borda da taça com o indicador, falou:

- Por que quis se casar comigo?

- Gostei de você desde o primeiro instante.

- Principalmente porque eu estava pelada numa banheira. - Disse, rindo do próprio comentário e falei, a provocando:

- Não fosse o ter aparecido bem na hora... Arqueou a sobrancelha e falou:

- Quer dizer então que você teria agarrado uma completa desconhecida, sem saber se ela podia ter alguma doença, só por que estava pelada?

- Não. Mesmo se não tivéssemos sido... Interrompidos.

- Eu deveria encarar isso como um elogio?

- Talvez. - Estreitou os olhos e falei: - Apesar de tudo, se eu me casei com você não foi cem por cento por causa da bebida. Quer dizer, ajudou, mas foi a desinibir e só.

- Então... Você casou comigo por que quis, é isso?

Mordeu o lábio inferior, baixando o olhar e assentindo em silêncio.

- Eu também. - Disse, depois de um tempinho, voltando a me olhar. Sorri fraco e ela retribuiu. - E... Acho que vou subir. Já tomei vinho demais e a última coisa de que preciso é uma ressaca daquelas amanhã.

Estava de pé e eu precisava fazer alguma coisa para impedi-la.

- Eu cuido de você se tiver ressaca.

Arqueou a sobrancelha, dando um meio sorriso e perguntou:

- Tentando me embebedar, Sr. ? A olhei, entrando no seu joguinho, e falei:

- E se estiver?

- Então está realmente com as piores intenções imagináveis, estou certa?

- Desde que te vi na banheira.

Veio andando na minha direção e rebolando de leve. Perguntou:

- De... Curiosidade, o que já se imaginou fazendo comigo?

- Que mesmo que te diga? Assentiu, sorrindo e mordendo o lábio inferior.

- Para começar... Aquela conversa com o seu... Amigo me deixou com vontade, apesar de eu não ser muito chegado. - Falei. Bom, não era verdade, mas... Ela não precisava saber, precisava?

- Vontade de...? , não sou adivinha como a Bertha. Bom... Não na maior parte do tempo. - Respondeu e respirei fundo.

- A minha vontade agora é a de te levar lá para cima e depois de tirar toda a sua roupa, fazer amor com você. Me olhou, inexpressiva. Depois de alguns minutos em silêncio, disse:

- Temos uma aposta.

- E daí? Você é casada comigo. Sendo assim, o que te impede de querer?

- Nem te conheço. Não totalmente.

- Está dando para trás? Não acredito nisso... - A desafiei. - Eu esperava mais de você...

- Está falando isso por causa do ?

- Não necessariamente. Mas agora já sei um dos motivos que te mantém tão... Resistente. Sejamos realistas, . - Falei, me levantando e fui até onde estava. Parei a poucos centímetros de distância dela. - O não foi impedimento para você se casar comigo. Aliás... Nem um juiz teria sido, se realmente não quisesse. Você vive falando que queria estar em Londres e não sei mais o quê. Mas a verdade é que não acho que vai querer embora depois que esse prazo acabar. Mesmo por que... Eu não vou deixar. Seu olhar acompanhava o meu e ela não parecia se abalar com a aproximação.- Sem falar que está óbvio que você me quer tanto quanto eu te quero... - Falei, pondo uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha. - Estou tentando me aproximar, mas você sempre me repele.

- E o que você quer? - Perguntou; Parecia que o efeito da bebedeira havia passado. Não só nela, mas em mim também.

- Você. - Respondi.

Antes que pudéssemos sequer pensar em fazer qualquer coisa... Ela caiu no sono assim que se deitou na minha cama.


Na terça-feira, quando cheguei do estúdio (E a , como sempre, tinha saído com as amigas) fui até a sala, ver se tinha alguma coisa que prestasse na TV quando, de repente, tomei um susto porque a Vivi pulou bem ao meu lado e resmunguei, em alemão mesmo:

- Sua danada! Me olhou e aproveitei para pegá-la no colo. Começou a lamber minha mão e cocei atrás das suas orelhas enquanto ia até a cozinha, ver se tinha alguma coisa para comer. Encontrei as sobras de uma pizza e fui até a sala de estar. Pus a gata sobre o sofá e a caixa sobre a mesa. A Vivi logo desceu e apoiou as patinhas dianteiras sobre a madeira, farejando a comida. Peguei um pedaço da massa e ofereci para ela, que sentiu o cheiro e logo se afastou, se lambendo. Depois que liguei a TV em um programa qualquer, comecei a comer a pizza e, quando me virei para o lado, percebi a Vivi numa posição realmente engraçada: Estava sentada com as pernas abertas e lambendo a barriga. As patinhas dianteiras estavam apoiadas no sofá. E o mais bonitinho eram os dedos dos pés, que estavam abertos.

Continuei comendo a pizza e vendo TV, lançando olhares esporádicos para a gata, que acabou pegando no sono. Aproveitando a chance que tive, fui me aproximando e, assim que comecei a passar a mão na sua cabecinha, ela se assustou, mas passados alguns segundos, não se incomodou. Muito pelo contrário...

Nem sei que horas eram quando cochilei. Só sei que acordei com a chegando em casa, irritada e quase bufando.

- O que aconteceu?

- Não mexe comigo que eu não estou boa, . Se eu reagir, vai ser pior, vai por mim.

A segui escada acima e, quando ia fechar a porta do quarto, a impedi.

- Estou disposto a comprar a briga que for.

Suspirou e disse:

- Me deixa quieta. Eu só quero tomar um banho e dormir. É pedir demais, por um acaso?

- Não, não é. Mas se eu posso te ajudar... O que te custa me contar o que houve?

Respirou fundo e disse:

- Discuti com a Nadine, satisfeito? Ela falou algumas coisas que eu não gostei, me descontrolei e, não fosse a intervenção da Nicola, teríamos brigado feio.

- O que ela te disse?

- Ai, ! Não quero falar, é difícil de entender isso?

Suspirei e disse:
- Desculpa se eu estou tentando te ajudar...

Ergueu o olhar.

- Eu que te peço desculpas. Estou brava e você ficar insistindo não ajuda em nada. Muito pelo contrário. Pode ficar tranquilo que, se eu precisar, vou falar com você. Concordei. De repente, me surgiu uma ideia e propus:

- Está com fome? - Negou.- Ah, então acho que vou ter de deixar para abrir o pote de Nutella outro dia.

- Pote de Nutella?

- É. Tive a intuição que você gosta e por isso, antes de vir para a casa, passei no mercado e comprei três.

Sua expressão mudou totalmente.

- Isso é golpe baixo, seu safado.

Ri e consegui leva-la até a cozinha. Enquanto comíamos o creme, perguntei para ela:

- Quer fazer alguma coisa no sábado à noite?

- Tipo...?

- O que quiser. Se quiser ir ao cinema, à uma boate...

- O que aconteceu com você?

- Me casei com você, só isso.

Me olhou, sem entender e disse:

- Seja mais explícito, por favor.

- Me corrige se eu estiver errado, mas... Você não parece ser do tipo que gosta de ficar em casa num sábado à noite.

Ergueu as sobrancelhas.

- O que te faz pensar isso? Por que eu trabalhava num bar?

- É... Mas seja sincera. O que fazia quando estava de folga?

- Dormia cedo.

- Está de brincadeira! - Afirmei e ela sorriu.

- Eu trabalhava a semana inteira em dois empregos distintos. Muitas vezes, não conseguia nem dormir. Saía do bar e ia direto para uma daquelas lojas de conveniências vinte e quatro horas e comprava umas... Três latas de Red Bull sem açúcar para aguentar o tranco. Sem falar que o dia inteiro era movida à cafeína. Estava um trapo nessa época, fato. Mas se não tivesse feito esse sacrifício, provavelmente moraria no mesmo pulgueiro da época que conheci as meninas. Era terrível. Quantas vezes acordei com o barulho dos tapas que a vizinha dava no marido?

- Eles eram...?

- Antes fossem chegados a uns tapas durante a transa. O problema era que os tapas eram acompanhados de xingamentos. E aqueles mais cabeludos. Era engraçado, não nego. E o pior é que um era louco com o outro... Pouco antes de eu me mudar de lá, ele foi transferido para o interior do país e desde então não tive mais notícias. Pena...

- Vai dizer que gostava de ouvir os dois brigando?

- Não. Gosto é dos casos engraçados dos vizinhos. Por exemplo. No segundo apartamento que morei na vida, tinha um prédio em frente, com uma espécie de varanda que dava para a rua. Me lembro que tinha essa família morando lá. Numa das vezes, minha avó viu um dos caras andando pelado, com tudo ao vento. E noutra... Bom, essa foi mais engraçada. Esse mesmo cara brigou com a mulher, disse os piores palavrões, xingou a coitada até dizer chega... E no final, se encostou no portão, chorando, e falando: “Ah... Aquela puta!”.* Sério, eu sempre tenho os vizinhos mais bizarros do mundo.

- Notei... Riu e continuou contando mais alguns casos. Inclusive o da primeira noite no apartamento seguinte, que já teve confusão.

Depois de acabar com toda a Nutella do pote (Que era um daqueles grandes), decidimos ir dormir.

Na manhã seguinte, quando ela saiu para almoçar com as amigas, o apareceu no estúdio, trazendo alguma coisa para eu comer e também me fazer companhia. Quis saber:

- Já liguei para o , contando o que a fez.

- E ele?

- Claro que ficou entusiasmado. Estava pensando em como a gente pode fazer para contar sobre a volta da banda.

- A gente pode simplesmente obrigar a , que é a culpada, a gravar um vídeo dando as boas novas. - Falei, brincando, e ele levou a sério. Quase uma hora depois, ele ainda estava ali e tentava me convencer a levar adiante a ideia de a contar tudo quando a própria apareceu.

- , eu te trouxe... Wow... Oi, . - Disse, notando meu amigo imediatamente.

- Oi, . - Disse, se levantando para cumprimenta-la. - Então... Estávamos discutindo aqui uma coisa e queremos que você fizesse.

- Em primeiro lugar: Que coisa? Segundo: Por que eu? Terceiro: Me dá um bom motivo para aceitar.

- Dar a notícia que vamos voltar porque é culpa sua. E você tem desenvoltura o bastante para isso. - Respondeu e olhei para ele, fazendo uma careta. - Sem falar que, justamente por ser sua culpa... As não vão te odiar tanto assim por ter ser a mulher do .

- Tá. - Respondeu.

- Tá? Você está aceitando isso? - Perguntei, realmente surpreso. Ela me olhou e concordou.

- Tenho uma condição, porém.

- Depois dessa... - O falou e soube que ele também não esperava que ela fosse aceitar. - Qualquer coisa que pedir. Ela sorriu de lado. Sabia que não ia vir coisa boa daí...

Quando chegamos em casa, eu estava discutindo com ela a respeito de uma besteira qualquer. E como sempre... Ela simplesmente deu aquela resposta.

- É. Aposto que, para o seu querido , o mínimo que você fazia era um strip-tease daqueles, com direito a usar a porta de pole.

Me olhou, querendo rir.

- Nunca fiz strip-tease nem para ele, nem para ninguém. E não usaria a porta. Seria... Grotesco demais.

- O que usaria então?

- Eu sei lá! A única coisa que eu sei é que teria uma crise de riso daquelas.

Não conseguia imaginar a tendo uma crise de riso durante um strip. Quer dizer, eu imaginava que ela fizesse como nos vídeos do site do bar. E o resultado de imaginar uma coisa dessas, claro, foi uma ereção que eu tive que dar um jeito de disfarçar sem que ela percebesse.

- O que foi?

- Estava só... Tentando te imaginar rindo enquanto tira a roupa.

De repente, parou e, fazendo graça, começou a tirar a jaqueta. Me olhou de um jeito extremamente sexy e em seguida, caiu na risada.

- Está vendo? Não consigo não rir. - Respondeu, subindo as escadas. - Odeio meu riso frouxo.

- Eu gosto.

- Só está falando isso porque não é você quem sofre quando tem que ser levado à sério e não consegue.

- E só para você saber... - Falei, antes de entrar no meu quarto. - Você podia ter continuado. Mesmo rindo. A graça do strip, além da óbvia, é justamente a da espontaneidade. Só as profissionais se mantém sérias, relativamente.

Arqueou a sobrancelha e disse:

- Obrigada por me fazer te imaginar colocando dinheiro na calcinha de uma stripper bunduda!

Ri e, só para provoca-la, falei:

- Foi no sutiã.

Abriu a boca e, quando se recuperou, retrucou:

- Depois dessa eu vou dormir que ganho muito mais!

Gargalhei.

- Mas falando sério. - Disse, assim que a vi pegando na maçaneta e abrindo a porta.- Se você me surpreendesse um dia... Não ia me importar. Muito pelo contrário... Só tenho uma exigência.

- E ainda é exigente, o sem-vergonha...

- Não é nada tão impossível assim. Se quiser, eu compro.

- E o que é?

- Cinta-liga. E meia 7/8.

Suspirou e entrou no quarto.

Depois que deitei na minha cama, fiquei pensando nela e no seu sorriso malicioso. Ia conseguir convencê-la a fazer o strip, mesmo que fosse só de brincadeira. Ela que me aguardasse... No domingo, aproveitando que o e o ainda estavam em Los Angeles, a pediu para que eu chamasse eles e o para o almoço. Quando terminei o banho, saí andando só com uma toalha no quadril e, assim que vi a , fui na sua direção. Estava usando biquíni, apesar de, na parte de baixo, vestir um short. Me olhou de um jeito estranho e perguntei:

- E então? Já decidiu o que vai querer que eu te traga do supermercado?

- ...

- Quê? Apontou numa direção com o queixo e, quando olhei, as meninas já estavam ali, sendo que a Nadine segurava o riso enquanto a Nicola fazia cara de paisagem.

- Oi. - Falei, como se não estivesse usando nada além de uma toalha na frente de três mulheres.

- E aí? - A Nadine perguntou e a Nicola só acenou.

- Eu vou... - Falei, apontando por cima do meu ombro e, antes mesmo de começar a subir as escadas, ouvi as risadas delas.

Estava de volta ao meu quarto, terminando de escolher as roupas e assim que tirei a toalha para colocar a boxer, ouvi umas batidas na porta, falei:

- Entra.

A apareceu e, na metade do caminho, parou. E não resisti à tentação. Me virei de frente para ela, que imediatamente, desviou o olhar.

- O que foi? - Perguntei.

- Eu... - Sacudiu a cabeça. - Esqueci o que ia te dizer.

Me aproximei dela lentamente.

- Quer que eu te ajude? - Perguntei. Fechou os olhos e não resisti. Me inclinei na sua direção e comecei a beijar seu rosto enquanto acariciava a outra bochecha. Quando beijei o canto da sua boca, perguntei: - Posso?

Abriu os olhos e me fixou. Suspirou e, no instante seguinte, passou os braços em torno do meu pescoço e me puxou para mais perto, me beijando. Aproveitando que estávamos no closet, a ergui do chão e fiz com que ficasse sentada sobre a ilha que eu também tinha, para guardar coisas como relógios, anéis, correntes...

Pus as mãos por baixo das suas pernas e a puxei para mais perto, fazendo com que nossos corpos ficassem colados. Depois de um tempo, deixei sua boca e passei a beijar seu pescoço, não conseguindo me controlar. De repente, ouvimos um barulho e tivemos que parar. Mas mesmo assim, não foi o suficiente para me fazer parar totalmente; Roubei alguns selinhos, uns mais demorados que outros. Perguntei:

- Só eu que não estou com a mínima vontade de sair daqui?

Riu baixo e disse:

- Mas temos. Tenho um almoço para fazer e não posso deixar as meninas na mão...

- Ah, então as meninas não podem ficar na mão, mas eu posso? Me olhou, fazendo uma expressão confusa. Baixei meu olhar e ela acompanhou. Assim que percebeu minha situação, disse:

- Ficar agarrado comigo não vai te ajudar em nada.

Suspirei, não me movendo um milímetro que fosse para longe dela.

- Me ajuda. Fala uma coisa que possa me ajudar...

Parou para pensar.

- Pensa... Em comida.

Olhei para ela, que riu.

- Oi! Nasci mulher! Nunca me pediram ajuda para esse tipo de coisa.

- Que tipo de comida?

- Japonesa. Pensa em sushis, sashimis... E lembra que usam facas afiadíssimas para cortarem os peixes.

- !

Riu e disse:

- Ai, ! Sei lá o que pode ajudar! Na pior das hipóteses... Vai no banheiro.

Algum tempo depois, quando voltamos e tudo estava pronto, estávamos almoçando (E rindo, já que surgia cada comentário) e as meninas contavam um caso:

-... E aí a gente olha para a Nicola e tá ela lá... - A imitou, tombando a cabeça para trás no encosto da cadeira, abrindo a boca e fingindo que estava dormindo. Roncou e a ruiva, claro, se manifestou:

- Ih, pior foi você naquele dia que a gente foi no Reading Festival, lembra, Nadine?

- O que ela aprontou? - Perguntei. A olhava fixamente para a Nicola.

- Para conseguir aguentar o pique de um festival, tomou energético e café. Imaginem o estado.

A própria ria.

- Aí, a gente chega em casa, mortas de cansaço e ela lá... Ligada no 220, fazendo mil coisas de madrugada, faltando só reformar o apartamento inteiro! Sério, um conselho, : Nunca deixa a misturar café e energético.

Ri e concordei.

- Sabe o que eu lembrei? - A Nadine disse. - Daquele dia, depois do trabalho, que nós estávamos bêbadas e o rádio estava ligado num daqueles programas que só passam músicas “velhas”. Tocou aquela música... - Começou a cantar e as meninas reconheceram.

- Exatamente! - A minha mulher disse. - O Stephen quase nos expulsou do bar às vassouradas.

- E ele filmou tudo. - A ruiva avisou. - E pôs na internet.

- Ah mentira! - A reclamou.

- Sério. Depois mostro para vocês.

Precisava dizer que eu estava muito curioso a respeito desse tal vídeo?

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